quarta-feira, 31 de julho de 2013

Desespero Teísta

Em minhas andanças pela internet deparei-me com um desesperado blog teísta montado exclusivamente para apontar as supostas incoerências do discurso neo-ateu. Já faz graça o fato desse blog ter sido abandonado em 2010. Seria falta de fé ?
O blog do cara, embora não use ofensas diretas, é de uma virulência medonha. Mescla mentiras, distorções, suposições e generalizações em doses variadas, de acordo com o argumento a que se propõe a "combater". O termo vai entre aspas, pois além de não combater coisa alguma, mostra a enorme fraqueza do discurso teísta.
Segue o link para a pérola.
O ponto começa no título do blog: "Neo Ateísmo, um Delírio". De cara contém duas observações interessantes. A mais visível é a referência ao livro de Dawkins: Deus, um Delírio. O autor precisa se apoiar nele para existir, o que por si só mostra sua fraqueza. A menos percebida é uso do termo neo-ateu. Verdade seja dita, não é criação dele. Não consegui achar a origem, para ser honesto, mas de todo modo quer-se atribuir sub-grupos a algo que até outro dia nem grupo era. O diferencial seria que os neo-ateus são altamente anti-religiosos além de apenas não acreditar em deus. Pessoalmente eu prefiro dizer "ateísmo militante", mas não me importo com isso. 
De fato, o ateísmo mudou. Deixou de ser uma opinião passiva e pegou em bandeiras, ainda que virtuais. O ateu cansou de ser chamado de "atoa", de sem ética, de mau e partiu para o ataque. E atacar religião, convenhamos, é fácil. São tantas a mazelas e mentiras que o ateu fica até tonto de tantas opções para se deliciar. 
Os teístas tenta reagir e o tal blog é um exemplo. O tipo de distorção mais comum é atribuir características infantis ao ateu ou ao neo ateu. Clássica falácia ad hominen. Óbvio que alguns o são, mas o site desenhas os textos de modo a dar a entender que somos todos assim. Há outros, o leitor pode rir um pouco por lá se quiser.
Também percebo isso em conversa com pessoas teístas. Estão se indignando com maior facilidade, mas o que passa despercebido é que hoje o ateísmo é assunto, o que não era 10 anos atrás. Chamar-nos de modinha não fará com que passemos no próximo verão. 
O que me deixa animado é saber que estamos realmente incomodando. Não somos mais meia duzia de caras estranhos, alguém como um colecionador de selos no século XXI. Eles percebem o efeito do que fazemos. Sentem a fé das pessoas a sua volta, e a deles mesmos, abalada. Precisam de um blog como aquele para se sentirem teístas. A dissonância cognitiva entre crença furada e realidade escancarada já provocou danos irrecuperáveis, e o sujeito se agarra ao que tem para se manter fiel. Nem percebe que não acredita mais. 
Os resultados estão acontecendo. A vitória sobre a crença virá. 

terça-feira, 30 de julho de 2013

E quando a dúvida vem de cima ?

Qualquer pessoa que se interesse pelo assunto e o pesquise vai descobrir a biografia de Joseph Smith, inventor de religião mórmon. Os textos do Livro de Mórmon não tem qualquer fato científico que o apóie. A quantidade de besteiras escritas só seria superada no século XX pela Cientologia. Coisas como Jesus ter viajado para a América e pregado entre os índios americanos são só o começo da palhaçada. 
Agora, veja o vídeo neste link, por favor.
Ah, delícia. 
Fico muito feliz quando esse tipo de coisa acontece, e tem acontecido com frequência crescente. É esse tipo de notícia que me dá esperanças.







segunda-feira, 29 de julho de 2013

Fã da Velha Escola

Na semana retrasada, a Livraria Cultura promoveu uma versão particular da Virada Cultural com uma série de atividades, incluindo a foma de arte que mais me agrada: cinema. Não pude ir, e me chateei de perder uma rara exibição de Star Wars na tela grande. 
Pois não é que a vida me proporcionou um segunda chance e o MIS promoveu um festival de cinema de culto neste último final de semana?!
Lá fui eu ver Star Wars, episódios 3 e 4. Ô delícia...
Nunca tinha ido ao MIS, e tenho que dizer que a sala é pequena, mas bastante funcional. Excelente som, cadeiras ok e tela de bom tamanho para a sala onde fica. O ingresso a R$ 4,00 é um preço injusto para o que vi: deviam ter cobrado R$ 20. Até o valet local tem um preço bastante honesto: R$ 8 com o carimbo do museu. Os fãs eram da mais alta educação, o que não surpreende dado o caráter da mostra. Mas ainda assim, também dignos de elogio.
Para completar a alegria, a versão de Episódio 4 apresentada era altamente old school: com o logo da Lucasfilm ainda em caracteres, e podendo-se ver os extras de papelão na cerimônia de homenagem a Luke e Han no final. 
Ficam os parabéns à Cultura, pelo evento que não fui e ao MIS pelo que prestigiei e tanto me agradou.

domingo, 28 de julho de 2013

Sobre a Rede Globo

Nunca morri de amores pela Rede Globo, mas não pelos motivos que os petezóides gostariam que fosse. Minha crítica é cultural e feita enquanto telespectador e não política e feita enquanto cidadão.
Entendo que as novelas, por exemplo, além de serem o cúmulo do repetitivismo das histórias, não trazem qualquer tipo de novidade narrativa, técnica ou de formato há, pelo menos, 30 anos. A única coisa que muda é o tipo de erro conceitual que se comete, podendo variar entre científico, geográfico, histórico ou cultural. Em geral, uma combinação de mais de um tipo.
No jornalismo, as notícias são pasteurizada, desprovidas de opinião claramente definida como tal. Em um jornal de 40min é impossível contar tudo que aconteceu no mundo nas últimas 24h. Nisso, há falhas de todo tipo, e não acho que seja um filtro favorável a este ou aquele grupo político, embora erros dessa natureza aconteçam e sejam graves.
Programas de auditório não merecem mais do que 1 linha de texto, de tão inúteis que são.
O que merece algum elogio é a parte esportiva. Merecia.
Aprendi desde cedo a amar automobilismo. Aprendi sozinho, meu pai apenas explicou os conceitos básicos e caminhei sozinho, ao lado de Piquet em 1980, até os dias de hoje. As transmissões são tecnicamente muito boa, e com bons comentários do Reginaldo Leme. Por estranho que pareça, sou fã declarado do Galvão e gosto da maneira emotiva que ele narra, sem aqui ser fanboy e negar os erros que ele comete.
Mas para que isso seja efetivo, é preciso confiabilidade. Eu, como telespectador, preciso ir dormir no sábado sabendo que domingo pela manhã a transmissão estará por mim logo cedo. E isso não existe mais.
Sim, eu sabia que isso poderia acontecer. A Globo, em jihad cristã contra a Record evangélica, deixa de lado o GP da Hungria para transmitir a visita do papa ao Brasil. Fossem as missas papais tão importantes assim, que fossem transmitidas todas as semanas, oras. E, não nos esqueçamos jamais que da mentira que se trata toda e qualquer religião.
A Globo deixa de lado o fã que a acompanha toda semana a troco de um eventozinho mal organizado, totalmente avulso, e ainda tão mentiroso quanto é. O fã ? Ele que se vire. 
Vou me virar, sim. Vou me adaptar e, lentamente, deixar de ver pela televisão e começar a fazer downloads das provas. Melhoro meu inglês e economizo na tv a cabo. 
Para a Rede Globo, ficam meus mais sinceros votos de vai tomar no cu.

sábado, 27 de julho de 2013

Geração Video-Game

Sou exemplo claro e bem definido da primeira geração video-game. O Atari 2600 mudou minha vida, não há como negar isso. A maneira de ver o mundo, os interesses, as disputas entre amigos e até o sedentarismo epidêmico que vemos hoje tem origens naquela caixa de plástico preto com conectores estranhos e dois dispositivos de controle com uma manopla direcional e 1 único botão vermelho no canto superior esquerdo. 
No entanto, foi uma mudança longe de ser tranquila. Os garotos que jogavam bola, quebravam vidraças e pulavam muros para roubar frutas e atormentar idosos sumiram das ruas para dentro das casas. A violência urbana começava a crescer nos anos 80 e muitos pais acharam isso uma ótima ideia. Os carrinhos em miniatura, o futebol de botão e caminho de várzea perderam interesse e só o que importava eram pontuações no Pac-Man e River Raid. Por outro lado, ela consumia uma televisão, muitas vezes para um único interessado, e isso não ia ser fácil para quem queria ver a (porcaria da) novela das 8. Surgiram regras de conduta e horários de uso. E disso vem meu relato a seguir.
Meu Atari foi presente de minha tia Ruth para mim e minha irmã. Sem dúvida, foi o presente mais marcante que ela me deu em toda a vida, e observe-se que aos 18 anos eu ganhei dela o curso da auto-escola para tirar minha CNH. Por motivos que posso até reproduzir mas jamais entenderei, meu pai recusou a entrada do aparelho em casa. O Atari tinha que ficar na casa dela (minha tia). Ainda bem que era na casa ao lado... E toca ajustar horários com tia a avó (que também morava lá) para termos acesso à única televisão da casa e usar no amado atari. 
O video-game tem uma característica cruel mesmo nos dias de hoje: quanto mais se joga, melhor se fica. Parece um comentário bobo, mas logo com uma semana de uso eu comecei a estabelecer minha supremacia sobre minha irmã. Nada a ser coroado: 3 anos mais nova, era natural que tivesse menos coordenação do que eu. Mas os jogos da época eram uma questão de sobreviver aos perigos do jogo. E quanto melhor se joga, mais se sobrevive e, portanto, mais se pratica. E como a prática leva à perfeição, quem fica melhor, joga mais. Forma-se um ciclo virtuoso para quem joga: quanto mais joga, mais consegue jogar. Então o mesmo ciclo se torna vicioso para o outro, ou outra no caso. 
O que na primeira semana eram minutos quase imperceptíveis em poucos meses tornaram-se horas de diferença. Eu era capaz de jogar 2 horas de Pac-Man em uma única partida. Minha irmã, sem chance de treinar, estava estancada nos 10 minutos, e olhe lá. E, verdade seja dita sem modéstia, eu era bom naquela merda.
Claro que ela reclamou da diferença de tempo de jogo, e com razão. Mas aí surgiu o problema dos pais não conseguirem (e em parte não quererem) entender a natureza do aparelho:
- Deixe sua irmã jogar.
- Mas ainda é minha vez !
- Não interessa: deixe ela ela jogar agora !
- Mas só faltam 3 mil pontos para eu bater o recorde.
Puf... Tomada puxada. Gritos justos e choro honesto: era a pura verdade o que eu tinha dito tanto a respeito de ainda ser minha vez quanto a respeito do recorde. Eu não podia provar nenhum dos dois, mas afinal, quem é que realmente dá ouvidos ao filho mais velho, qualquer que seja a família ?
Tentei de tudo. Propus horários de jogo demarcado: ela jogaria no horário X e eu no Y. Propus eu jogar primeiro sob atenção do relógio e ela ter direito ao mesmo tempo de jogo depois. Propus até mesmo trocar meu horário da lição de casa para qualquer outro que não fosse o dela, de modo a aumentar o tempo de acesso ao atari. Nesse ponto, meus pais realmente já estavam de total má vontade comigo e recusaram gratuitamente todas as sugestões com um único argumento:
- Vocês tem que "jogar de dois". 
- Mas isso não existe !
- Não interessa: "joguem de dois".
Anos depois, com os jogos de luta e mais tarde ainda com os adventures cooperativos seria outra história. Na época do ataria, isso não existia. Talvez os jogos de luta tenham sido criado para resolver esse tipo de situação...
Sei que o tempo passou e minha irmã desinteressou-se do atari. Passei a jogar sozinho, calmo e em paz comigo mesmo, dentro da minha concha. Um belo sábado a tarde eu passava pela cozinha indo para minha tia jogar atari. Minha mãe estava alvoroçada na cozinha com as receitas que fazia e puxou conversa de passagem:
- Onde você vai?
- Na tia, joga atari.
- Ok, pode ir.
- Mãe, que bagunça toda é essa na cozinha?
- É que eu estou fazendo um bolo e um pão ao mesmo tempo. Deixei o bolo descansando enquanto assa o pão.
Tive uma epifania nesse momento:
- Ué... não dá para "assar de dois"?
- Como?
- Igual vocês querem do atari.
- ... não entendi, filho...
- "Assar de dois", mãe. Coloca o bolo e o pão ao mesmo tempo no forno.
- Filho, não tem como. O forno não foi feito para isso.
- Ah... o aparelho não foi feito para isso. Interessante, não mãe ?
Ela ficou em silêncio, mas o olhar denunciava a compreensão do argumento. Fui embora jogar, mas antes de ligar o atari, eu já tinha vencido. Mal teve graça naquele dia.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Pó

Nada mais mundano e cotidiano que o pó, não é? Não, não estou usando nenhum sentido figurado ou gíria: falo daquele pó,que tem em todo lugar, que causa ou dispara crises de rinite... ele mesmo.
Meu amigo, no momento um tanto distante, Roberto Cefas descobriu a origem do pó. O conceito que relato a seguir, até onde sei, é todo dele. As palavras podem não ser exatas, mas foi um relato que ele fez em primeira pessoa. Credito a ele, portanto.

Um dia desses, em uma conversa para matar o tempo, Cefas faz a revelação:
- Gente, eu descobri a origem do pó.
- Que pó?
- O pó, aquele que tem em todo lugar.
- Do que você está falando?
- Do pó, cara***. Que tem na mesa, no armário, no chão...
- Tá bom, Cefas, você descobriu... E qual é a origem do pó?
- É as mulheres! Elas produzem o pó.
Admito que, de repente, ele conseguiu minha atenção.
- Tá bom. Estou curioso. Pode explicar.
- Então.. quando eu era moleque, morava com a minha mãe. Toda semana, ou até antes disso, ela vinha com a história de tirar o pó. Ela já vinha com espanador, pano, aspirador de pó... Aliás, quantas mãos ela tinha?! Enfim... ela vinha dizendo que tem pó na mesa, no armário, na cadeira, na escrivaninha, nos livros... tudo tinha pó. E toca tirar o pó. Mas passava uma semana e lá estava o maldito do pó lá de novo.
- ...
- Daí eu cresci e resolvi morar sozinho. Arrumei um trampo e me mudei.
- Grande coisa.
- Mas aí é que está: assim que eu fui morar sozinho, não tinha mais pó!
-...
- Exato! Não tinha pó. Foram passando os dias, os meses.. e nada de ter pó. Iam amigos em casa, entrou coisa, saiu coisa, esqueci janela aberta.. mas nunca teve pó. 
- Ok, mas...
- Ah, mas o tempo passou, né? E depois de aprontar bastante, eu arrumei uma namorada mais séria. Aquela, você conhece.
- Sim, lembro.
- Aí, você sabe... eu já tinha uma casa e tal. E não estava mais procurando outras minas. É quando um cara começa a pensar em casar. Então eu chamei ela para morar comigo. Para ver se dava certo. 
- E?
- Pois é. Passou uma semana e lá estava ela, sábado de manhã, me acordando e dizendo: "temos que limpar a casa. Está cheia de pó." O pesadelo tinha voltado. E não sei da onde saiu um pano, um espanador e um aspirador. Ela tinha tantas mãos quanto a minha mãe.
- Mas cara...
- Eu juro! Era toda semana a mesma coisa: o pó isso, o pó aquilo... Que saco, meu!
- Tá, mas.. você não tá mais namorando ela.
- Foi quando eu descobri tudo. Um dia a gente brigou ela foi embora. Claro que eu fiquei chateado, mas depois de duas semanas, eu me toquei que o pó tinha ido embora também. Sem mulher em casa, não tinha mais pó. Essa é origem do pó, meu: são as mulheres que produzem o pó.
- Cefas...
- Cara, eu sei. Não é intencional. Elas odeiam o pó e se pudessem evitariam isso de todo jeito. Não é culpa delas. Mas são as mulheres que criam o pó. Tenho certeza: quando tem mulher morando na casa, tem pó. Quando não tem mulher,  não tem pó. Simples assim.
Desisti nesse ponto. A lógica dele é incontestável.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Decidido: Oeste

Tudo decido, passagem comprada: é Costa Oeste
Além de ver a corrida em Talladega, visitarei Vegas, Los Angeles e San Francisco. Planejamento fino  está nos estágios iniciais, mas deve caminhar melhor na semana que vem. Aguardem novidades.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Deus estranho

A visita do papa ao Brasil trouxe uma legião de fiéis aos pontos por onde ele passará. Chamou-me a atenção matéria na folha sobre o frio que os católicos enfrentam para ver o pontífice. O texto relata que, até aquele momento, 15 pessoas haviam sido atendidas pelos serviços médicos por causa do frio (para quem não sabe, vivemos a maior onda de frio dos últimos 15 anos no estado de São Paulo nesta semana). 
Curioso, não ?
Para um deus que supostamente criou um universo, inundou um planeta, destruiu duas cidades, separou um mar e matou todos os primogênitos de um país inteiro, será que não dava para adiar a frente fria por uns 2 ou 3 dias não ? Ou para pelo menos proteger esses 15 fiéis de fé inabalável e constituição um pouco mais frágil?
Estranho esse deus, viu?
Nem preciso, mas deixar claro: ficar ao relento, no frio que está sem proteção adequada é burrice aguda, independente do motivo.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Mais aspirina

Leio matéria na Folha sobre o aumento nos congestionamentos na cidade de São Paulo. Nada que não tenhamos percebido na prática, mas o texto vem apoiado com números e com propostas da nossa amada, idolatrada, salve-salve CET. E impressiona pela estupidez.
O infográfico da matéria mostra a queda na velocidade média e aumento na lentidão registrada para ambos os picos (manhã e tarde) entre os anos de 2011 e 2012. Já acho bastante estranhos os valores de pico. Segundo o texto, o pico da tarde passou de 75km para 92km de lentidão. Mas não me lembro de um único dia nesse período analisado de ter ouvido valores abaixo de 100km. Como se chegou a essa média, hein?
Mas seguindo um pouco mais, chegamos a algo interessante e digno de análise: "Os dados apontam que a obediência à restrição se manteve alta em 2012 --90% de manhã e 84% à tarde, os mesmo índices do ano anterior.". Sem duvidar dos dados, começo a fazer perguntas impertinentes:
- Esses 10% e 16% foram multados? Todos eles? E ainda assim não aprenderam? Estranho...
- Se a taxa de adesão foi considerada alta, então o rodízio é uma medida respeitada e que não está mais surtindo efeito. Por que expandir?
O rodízio não é e nunca foi uma boa ideia. Era mais do que evidente que as pessoas o contornariam fora (10% e 16%) ou mesmo dentro da lei. Mudam-se horários, mudam-se rotas, mudam-se até endereços. Meu colega de baia no trabalho mora externo ao rodízio. Meu chefe também. Com essas novas restrições, ambos seriam afetados uma vez por semana. Mas meu chefe tem mais de um carro, e só isso mostra que a medida é ineficaz. 
Ampliar o rodízio, tanto em área quanto em horário, é como aumentar a dose de aspirina para o paciente com câncer. É burrice aguda. A solução é dar opções reais e viáveis de transporte coletivo. 
E, no meu caso, posso usar uma linha de fretados da empresa, que enfrenta congestionamentos diários por não poder usar os corredores de ônibus. Outra burrice aguda, criada na gestão municipal anterior (Kassab) e mantida nesta (Haddad).

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Catolicismo na Berlinda

Coincide, e não é acaso, com a visita do papa Francisco ao Brasil uma pesquisa Datafolha publicada aqui (este link por der mais amigável) mostrando o quão pouco os católicos brasileiros são católicos de verdade. O Datafolha explorou o tema, mostrando que o católico brasileiro vai na missa semanal em apenas 28% dos casos. Na média, é favorável ao aborto, à união homossexual e muitos até já praticaram divórcio. E no dia em que houver catraca em igreja, esse número de participantes em missas não fica acima de 5%.
O tal catolicismo não-praticante é uma aberração estatística que, até onde sei, só existe no Brasil. Isso simplesmente não existe: católico é aquele vai na missa uma vez por semana, preferencialmente aos domingos. É aquele que, quando se casa, é "até que a morte os separe". É aquele que não admite a união homessexual, pois esta não gera prole. É aquele que não faz sexo antes do casamento. Entre outras. 
Não cobro que o católico seja um humano perfeito, mas há ritos a serem seguidos e há opiniões e ideias claramente emitidas pelo comando central da referida religião. Então, um rapaz católico que um dia cedeu às tentações e teve uma noite tórrida de amor com a namorada deve confessar o quanto antes e pagar penitência por isso. Mas que isso não se repita, ou a coisa todas de se arrepender deixa de ter credibilidade perante um suposto deus onisciente.
Será que estou exagerando?
Não acho. Então esse conceito de católico não praticante, além de ser uma piada de mau gosto, serve apenas para manter a ilusão de que o catolicismo é a religião dominante no país. Não se pode negar que esse tipo de mentira é até pequeno e perfeitamente condizente com o modus operandi da Santa Sé. A partir do momento em que se inventa um deus e se espalha que ele te criou e está de olho em você por tudo que você fez, faz e fará, distorcer números é, digamos, troco de pinga.
E como toda mentira, cedo ou tarde, é revelada, a hora da Igreja pagar seus pecados no Brasil está chegando. A pesquisa que cito mostra que a quantidade de católicos despencou de 75% (1994), passando por 64% (2007) e chegando agora a 57% em coisa de 20 anos. Antes do fim da década essa maioria absoluta tão confiável quanto uma nota de 3 reais desaparecerá. Não que esteja havendo grande perda de fiéis: tal fenômeno já ocorreu e só demora a aparecer nos números.
Animais ainda mais outro artigo sobre a confiabilidade das instituições religiosas entre os jovens. Apenas 25% dos entrevistados dizem confiar nela, sendo a base da pesquisa todos entre 15 e 29 anos de idade. A demografia está a favor do ateísmo: os idosos religiosos vão sendo substituídos por jovens, no mínimo, sem religião alguma. É, na realidade, uma forma branda de ateísmo, desprovida apenas do ativismo. 
Do meu ponto de vista, excelente.
Vamos vencer. Em breve.

domingo, 21 de julho de 2013

Ônibus 24 horas

Acabo de ler no UOL que Haddad pretende testar transporte público 24h no ano que vem. Segue link.
Sempre que se fala nesse tema, tem algum desinformado para cobrar metrô 24h. Seria lindo se não fosse impossível: o metrô tem um plano complexo e detalhado de manutenção diária e precisa parar. Aos mesmos espertinhos que se apressam para afirmar de outros locais do mundo onde há metrô 24h, quase sempre citando Londres, digo que estive pessoalmente em Londres e, além da confusão de estações fecharem em horários diferentes entre si e variando ao longo da semana, nenhuma delas passa da meia-noite. Quem quiser citar um exemplo real de metrô 24h, favor apresentar evidências.
O conceito de transporte público 24h com ônibus é muito interessante. Torço para que funcione e elogio a medida, desde que feita de modo sério e não auto-sabotado como é tão comum no Brasil.
A piada, no então, é inevitável: 
"Ônibus 24 horas em São Paulo: você chega no ponto e espera 24 horas pelo ônibus."

sábado, 20 de julho de 2013

20 de julho

Hoje é um dia marcante no meu calendário de interesses por marcar o aniversário de dois eventos que muito influenciaram minha vida. 
No dia 20 de julho de 1969 a Apolo 11 pousava na Lua. O mundo parou para assistir, dizem. Eu nasci quase 5 anos depois e, putz, como eu queria ter vivenciado isso. Fiz o que pude a respeito: vi diversos filmes e documentários sobre o tema, li artigos variados, escarafunchei a internet sobre a missão e até visitei a NASA quando estive nos EUA dois anos atrás. 
Considero a missão Apolo um dos maiores feitos da humanidade em geral e dos cientistas  e engenheiros em particular. Quando da promessa feita por Kennedy de que o homem chegaria à Lua e retornaria em segurança até o final da década, a NASA tinha experiência de 16 minutos em voos orbitais. Parece até loucura aceitar e tentar cumprir um desafio desses,  e foi feito. Mais do que isso, abriu uma porta que, embora ainda não possamos atravessar, jamais será fechada: o conceito de colonizarmos outros corpos celestes.
Quatro anos depois, em 1973, morria Bruce Lee. O sujeito é conhecido por todos, não preciso apresentá-lo. Seu impacto nas artes marciais foi tremendo, tornando-a algo acessível a todos e não apenas aos chineses. Quebrou estigmas, quebrou regras e criou seu próprio estilo de luta. Desenvolveu técnicas de cinema, pesquisou sobre nutrição era filósofo. Superou um acidente que mataria meros humanos, ficando seis meses de cama, antes de boa parte dos filmes que o tornaram famoso.
Tenho, atualmente, 24 anos de treino em artes marciais, sendo 7 em judô, 3 em Wing Chun ( o primeiro estilo que Lee treinou) e quase 14 (e contando) em Ton Long. Não tenho como negar que esse sujeito influenciou, embora indiretamente, minha vida. Se eu gosto de praticar formas e lutas combinadas na TSKF, de algum modo é porque vi isso em algum lugar antes. Pode não ter sido em um filme dele, mas foi em algo inspirado nele. 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Piada pronta

Segue link da piada pronta: "Papódromo erguido para João Paulo II vira depósito de lixo em Maceió".
Preciso escrever mais alguma coisa ?

Raios...

Depois da epidemia de casos de doping no ciclismo, onde o porco Lance Armstrong foi, por assim dizer, o paciente zero, a coisa ficou bastante desagradável no Atletismo agora. Tyson Gay e Asafa Powell foram flagrados usando estimulantes. 
Péssimo.
Pior é pensar que isso pode ser apenas o topo do iceberg. Não consigo pensar em algo mais looser do que usar doping para vencer uma competição esportiva. Além de o sujeito ser pego mais cedo ou mais tarde, ainda prejudica a saúde, o que é exatamente o oposto do conceito de esporte. E isso já era assunto antes mesmo deles nascerem, em 1988 (Ben Johnson, alguém ?). Burrice aguda.
Mas tentando ver a coisa por um ângulo minimamente divertido, e nem sei se é conveniente brincar neste momento, pergunto como vai correr Usain Bolt neste mundial de Atletismo no próximo mês. Sem Powell e Gay, ele vai correr de costas? Em uma perna só? Vai largar 5s depois dos outros?

quinta-feira, 18 de julho de 2013

3 e 9

Lembramos desta bizarra história outro dia, então achei conveniente deixar registrado por aqui. Envolve um "causo", com nosso colega Diego Sanches. 
Em tempos quase distante demais para sermos capazes de lembrar, treinávamos alunos e instrutores todos os domingos na matriz. Eram treinos duros e deliciosos. Muita ginástica, muita técnica e muita cobrança. O Mestre estava sempre sério, para não dizer bravo. Não perdíamos aquilo por nada. Lembro (ou aviso, para quem não tem esse conhecimento) o quanto a TSKF é uma escola rígida com relação ao currículo, sempre mantendo a ordem estrita de aprendizado.
Em um desses domingos, o Mestre havia puxado ginástica completa (na época, isso significava 10 flexões em cada posição, viu ?), e a matéria desde a faixa branca. O esquema era taolu-aplicação, taolu-aplicação, taolu-aplicação, taolu-aplicação... sem pausa para descanso, sem aguinha, sem nada... mais ou menos até ficarmos vesgos. 
Ali pelas tantas, já estávamos seguindo a matéria da faixa marrom. Já era uma vitória individual de cada um estar em pé, mas seguíamos em frente, obedecendo cada comando. Não havia acontecido nada de especial até chegarmos ao Toi Tchá de Tan Tui. Alinhamos em duplas, e fiquei na primeira dupla, de frente para o espelho, junto à entrada da sala de treino. Não contei, mas acho que eram algo entre 12 e 15 duplas para fazer a técnica. O Mestre, então, dispara:
- Diego, quais Toi Tchás você sabe ?
- O 3 e o 9.
Fica um silêncio de uns dois segundos e então todos olham para o Diego, lá no fundo da sala, em guarda 2 aguardando instruções. Como assim, 3 e 9?! Só precisou um rir e todos caímos na gargalhada de uma só vez. Até o Mestre dava risada daquilo.
Aquele treino nunca mais retomou o ritmo anterior. Aos poucos, todos foram dando um jeito de chegar perto dele e perguntar o que diabos era aprender o 3 e o 9, nessa ordem, sem seguir a numeração. 
O Diego deve ter explicado a situação umas 10 vezes só naquele dia. Em resumo, o Mestre havia feito uma pequena confusão e ensinara para ele o Toi Tchá 3 chamando de 1 e o 9 chamando de 2. Na quinta-feira anterior, Márcio viu aquilo e avisou. A técnica não estava errada, estava apenas totalmente fora de ordem. Isso foi explicado ao Diego, que simplesmente renumerou o que ele sabia e aguardou pacientemente a oportunidade de aprender os verdadeiros 1 e 2, e quem sabe um dia preencher as lacunas.
Faz tempo, viu ?

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Adiamentos

Leio na Folha online, neste link, sobre o adiamento de duas obras viárias aqui em São Paulo. A primeira, adiada na semana passada, era o túnel de ligação entre a Avenida das Águas Espraiadas (recuso-me a usar o nome atual dela) e a rodovia dos Imigrantes. A segunda, anunciada ontem, é a passagem de nível da Avenida Sena Madureira por baixo da Avenida Domingos de Morais
Os tais "especialistas" em urbanismo logo se apressam a aplaudir esse tipo de medida, dizendo que só beneficia o transporte individual. O argumento é completamente furado e vou tentar resumir porque.
Em primeiro lugar, não vi em lugar nenhum a informação de que ônibus não poderiam usar as tais obras quando concluídas. Em segundo lugar, mesmo que não houvesse benefício direto (digamos que nenhuma linha de ônibus fosse de fato passar ali) há o benefício indireto de ser melhorar a fluidez de todos os veículos da região, independente de estarem dentro ou fora da obra. Em terceiro lugar, o transporte individual é um fato incontestável e fingir que ele não existe ou não é importante é burrice aguda: do ponto de vista lógico, como não querer fazer um hospital pois só atende o cidadão que está doente, uma minoria. 
O único argumento que seria aceitável, e não foi usado, é que as quantia envolvidas gerariam mais benefício em outras obras. Isso sim é passível de debate. 
Haddad me lembrou agora a primeira gestão do PT em São Paulo, de Luíza Erundina. Como todos sabem, foi um completo desastre nesse aspecto, especialmente por se recusar a dar seguimento a projetos de gestões anteriores. O resultado disso foi o eleitorado entregar a cidade para Paulo Maluf 4 anos depois. 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Saída Temporária

Amigo leitor, venho aqui descer o sarrafo nessa coisa ridícula que se tornou a saída temporária de detentos para datas comemorativas. O que chamou minha atenção foram dois detalhes, ambos bem descritos na reportagem da Folha neste link.
O conceito, per si, faz sentido no papel. Trata-se te reintegrar lentamente os detentos à sociedade, manter o contato com a família e até premiar os que comportarem bem. Na prática, porém, os números macros e uma análise individual mostram o erro.
Começando pelo macro, destaca-se o número. Foram mais de 50 mil detentos que não retornaram das respectivas saídas nos últimos dez anos completos. 50 mil. Será que depois dos primeiros mil não dava para notar que tem algo errado nessa ideia não ? Ou 5mil? Ou 10mil? Está mais do que evidente que o critério adotado não está filtrando adequadamente os detentos que merecem tal benefício, pois o mínimo que se espera é que eles não abusem do mesmo. 
Mesmo na análise individualizada percebem-se falhas graves. A matéria destaca um caso, que copio e colo a seguir:

"É o caso de Diego Campos, 20, suspeito de matar o menino boliviano Brayan Capcha, 5, mês passado. Condenado por roubo, ele fora beneficiado pela Justiça com a saída do Dia das Mães."

Vamos esmiuçar as informações. O texto informa que ele tem 20 anos. Como pode estar próximo a seu aniversário, consideremos 21 para facilitar os cálculos. Para ter sido condenado pela Justiça, precisa ter cometido o tal roubo depois dos 18. Então foram menos de 3 anos entre ele cometer o crime, ser preso, julgado, condenado, cumprir parte da pena e já considerado apto para indulto ! Não estou sequer entrando no mérito de ele ter ou não matado o garoto boliviano: com um ano de pena cumprida não há nem como se ter um histórico minimamente confiável de quem ele é. Pode ter virado santo: é cedo para dizer que merece a chance. Deixar ele sair era burrice aguda previsível.
Essa palhaçada só vai terminar quando os agentes públicos e demais involvidos que permitiram a saída responderem parcial e solidariamente pela não reapresentação do detento bem como por quaisquer ilegalidades que vier a cometer. Isso incluiu juiz, promotor, advogado, agente social, psicólogo e/ou quem mais for.
Enquanto não houver responsabilização por esse tipo de cagada, nada vai melhorar por aqui.

sábado, 13 de julho de 2013

Sarriá, 31

De tantas seleções que não chegaram a vencer suas Copas, sempre lembramos de três: Hungria-54, Holanda-74 e Brasil-82. Hoje completam-se 31 anos do chamado Desastre do Sarriá, quando o impossível aconteceu. 
O Brasil tinha um time rápido, ágil e ofensivo. Encantava os olhos ver as variações de jogadas, as inversões de um lado para o outro, meias que surgiam do nada para finalizar e marcar seus gols... Foi a melhor seleção que vi jogar. Melhor que a de 2002 e muito melhor que a de 1994.
Pior do que perder, foi perder para uma Itália burocrática, sem imaginação, mas com um matador em campo chamado Paolo Rossi. E que até aquele jogo não tinha feito nada. A consequência disso vemos até hoje em todo o mundo: times que jogam pelo resultado, que retrancam e apenas sabem marcar e destruir jogadas nada mais são do que o legado daquela Copa.
Então, tentamos ficar apenas com a memória do que foi positivo:















Postado com atraso, achei melhor caçar alguns videos de fazer um texto mais apoiado do que apenas aproveitar a data de 5 de julho.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

$indicalistas

O truque de substituir o "s" pelo "$" pra indicar envolvimento financeiro de alguém é antigo. Até onde minha pesquisa chegou, o primeiro uso da técnica teria sido em 1872, quando o governador californiano Leland Stanford teria sido chamado de £eland $tanford por Ambrose Bierce. A referência era a ganância, a falta de escrúpulos, a total visão de que o dinheiro estaria acima de tudo.
Passados mais de 140 anos da invenção do conceito literário, ainda precisamos usá-lo. Ontem vimos uma manifestação sindicalista com mão de obra contratada. Segue matéria da Folha sobre o caso.
Em resumo, as centrais sindicais que organizaram a baderna greve geral de ontem contratam pessoas para aumentar artificialmente a massa visível de manifestantes. Cada contratado recebeu entre R$ 50 e R$ 70 para estar no tal evento. Não é novidade e enquanto vivermos em uma repúblico sindicalista isso vai continuar acontecendo.
O que mais me entristece é existir gente que se presta a esse tipo de coisa. Se ninguém aceitasse, isso não aconteceria. Simples assim.
Antes que alguém diga que eu estou criticando o PT, a tal central UGT é ligada ao PSD. Tudo bem que é amiguinho do PT, mas é outro partido.
E ainda acham que o gigante acordou.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Eterna Escola Base

Amigo leitor, o caso é emblemático, repetitivo e triste. Refiro-me à jovem que foi estuprada e morta em Colombo-PR, mas começo com a referência-título.
O Caso Escola Base aconteceu em 1994. Na ocasião, algumas crianças acusaram professores, funcionários e donos da Escola Base foram acusados de abuso sexual de crianças. Este link traz um relato completo e interessante sobre o caso. Em resumo, as acusações eram falsas, pelos menos em relação aos acusados. Perderam seus empregos, a escola fechou, dois deles passaram dias de terror na prisão. E absolutamente nada foi provado. O resultado foi a character assassination (ainda não achei uma tradução aceitável para esse termo) de seis pessoas, até onde se sabe, de bem.
Mas pelo menos deveríamos ter aprendido algo sobre condenarmos apressadamente pessoas acusadas de algum crime. 
Pois é, não. Aconteceu um monte de vezes desde então, e acaba de acontecer no Paraná.
A jovem Tayná Adriane da Silva foi estuprada e morta em Colombo, região metropolitana de Curitiba. Pelo menos não há dúvidas sobre a existência do crime. Mas foram acusados 4 funcionários de um parque de diversões. Presos, três deles confessaram o crime. A população, revoltada, destruiu e incendiou parte do parque onde eles trabalhavam. Já cabe a pergunta: o que diabos o dono do parque tinha a ver com isso? Segue link de 28/jun.
Pois bem. Ontem, dia 10, saiu o laudo que comprova que o sêmen encontrado no corpo da vítima não é de nenhum dos acusados. O mesmo laudo questiona até mesmo se houve estupro. Segue novo link, também do UOL. Na notícia de hoje (link), já surgem acusações de que eles teriam confessado sob tortura. Há indícios de que isso pode ser verdade.
Século XXI, e ainda não aprendemos nada. 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

De volta

Amigo leitor, desculpo-me pela minha ausência.
Este espaço é divertido pacas de manter e não se trata de um trabalho, principal ou paralelo. Então, em feriados de inverno (frioriados ?) reservo-me o direito de ficar no edredom e atualizando a coleção de filmes. Espero que você tenha feito algo tão divertido quanto.
Só queria fechar um assunto que, morto, ainda cutuca minha mente neste 10 de julho: no fim das contas, era por vinte centavos sim !
Bastou um dia de chuva, alguns de frio, um jogo empolgante da seleção e não se falam mais em manifestações, em passe livre, em coisa alguma. Aqui no trabalho falam "um monte" da tal greve geral de amanhã (11 de julho).
Duvido que mude algo. 
Duvido que haja adesão em massa.
Duvido que possamos até mesmo chamar de greve geral.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Fogos de Artifício

Domingo, 4 de julho de 2004.
Na véspera, Jeff Gordon vencia em a Coke Zero Daytonna 400, com um carro patrocinado pela Pepsi. Soltaram fogos na Victory Lane. Épico, mas não era disso que eu queria falar.
Os norte-americanos comemoravam o aniversário de número 228 de sua independência. Soltaram fogos por todo o país, como de costume. Mas não era disso que eu queria falar.
A amiga Maria Paula fazia aniversário, assim como faz hoje. Não sei se soltaram fogos, mas ficam os parabéns por hoje, e atrasados daquele dia, 9 anos atrás.
Naquele dia, ao contrário de toda a semana que o precedeu, dormi incrivelmente bem. O relógio tocaria às 9h da manhã, e acordei sozinho, descansado e sem sono às 8h40. Olhei para o teto e disse (ou pensei alto ?): "é hoje".
Tomei banho, o clássico copão de toddy e sentei-me para ver o GP da França. Vitória de Schumacher, que já liderava com folga o campeonato que viria a ser seu sétimo e último. Acho que soltaram fogos aqui também, mas não tenho certeza. 
O restante da manhã correu surpreendentemente redonda, sem absolutamente nada que desse errado. Fiz meu macarrão com molho de tomate, conforme planejado, e almocei por volta de 12h15.
12h40, hora de sair de casa. Optei por ir pela Av. Paulista. Não era o caminho ideal, mas eu queria ter sempre uma alternativa caso algo acontecesse com o carro no caminho. E seguir por cima da linha do metrô era uma boa. Segui sem nenhum incidente, dirigindo igual uma velhinha para evitar o que quer que fosse. 
Eu pretendia chegar à academia às 13h30, mas cheguei antes: 13h15. Já estavam todo por lá: Eros, Eris, Fausto, Paulo Cristiano, e os irmãos Pedro e Gabriel. Mestre Gabriel, Sifu Luis Fabiano e ainda Éder e Márcio completavam o time que nos avaliaria. 
Era dia do meu exame de faixa preta.
No vestiário, a tensão era tal que poderíamos cortar o ar com o facão. Mas estávamos, todos preparados. O mestre passou por nós, fez alguma piada e nos deixou ali mais alguns momentos. Antes de entrar na sala de treino, fizemos uma roda e, unidos, decidimos que iríamos passar todos. 
Por regulamento do exame, não me é permitido contar o que aconteceu ali naquele dia. Mas o fato é que todos nós fizemos um exame primoroso aquele dia. 
Passamos, todos. E não soltaram fogos para nenhum de nós. 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Inferno...

Acabei de ver um video de uma abordagem policial nos EUA que terminou com um policial atirando e matando o cachorro do suspeito detido. Até entendo que o policial tenha se sentido ameaçado pelo animal, mas não é meu ponto.
Não vou postar o video aqui. Apenas comentei para dizer que são 7h03 e meu dia já está estragado.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Leste ou Oeste ?

Amigo leitor, não se trata do All-Star Game da NBA. É a dúvida sobre a próxima viagem, para os EUA. Depois de ver as 500 milhas de Talladega, no Alabama, tenho duas opções interessantes:
- Costa Leste: New York, Philadelphia e Washington
- Costa Oeste: Las Vegas, Los Angeles e San Francisco
Leste é mais cultural, museus e construções.
Oeste é mais diversão, com os parques de Los Angeles e cassinos em Vegas.
Há diversão no leste. Há cultura no oeste. Para onde ir, então ?

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Tetra !

Não, não foi nem parecido com a emoção de 17-jul-94. Primeiro porque não é o mesmo torneio. Segundo porque não tem o mesmo grau de dificuldade. Terceiro porque não havia 24 anos de fila entalada na garganta. E quarto porque não foi o massacre visto ontem.
Duas coisas me chamaram a atenção no jogo. A primeira, fácil de perceber, foi o time brasileiro jogando não apenas com dedicação, mas jogando bem. Boas trocas de passes, boas descidas por ambos os lados do campo e mesmo no setor defensivo, que não é nossa tradição, a marcação era boa. A segunda, mais sutil, foi o quanto a Espanha jogou mal. Talvez por estar a tanto tempo sem perder, não soube o que fazer quando viu o placar contrário em menos de 2 minutos de jogo. os passes não iam de pé em pé. As chances não foram se sucedendo. Mas também foi curioso que o time não parecia se importar. Não que eles estivesses felizes em perder, mas também não estavam tristes. Fiquei com a sensação de que a Espanha não deu tudo o que tem, no clássico "esconder o jogo". 
Ano que vem poderemos conferir.