sábado, 29 de novembro de 2014

Frases e Ideias Estúpidas

Anos atrás, enquanto ainda era assinante da Claro, tive alguma dificuldade menor para resolver com eles. Nada de muito incrível, tanto que sequer lembro o assunto.
Fui atendido, e a dúvida sanada sem maiores problemas. Terminado o problema, agradeci:
- Está certo então. Muito obrigado.
- Mais alguma coisa em que posso ajudá-lo, senhor ?
- Não, não. É isso.
- Ficou tudo Claro para o senhor ?
Parei por um instante.
- Sério que você tem que falar isso no final de cada ligação.
Foi a vez da moça hesitar.
- Pior que é...

Foi mais ou menos a mesma época do odioso Super 15
Eu voltava para casa pela Paulista e vi um infeliz vestido assim:


Tive um descontrolado ataque de riso dentro do carro. O farol abriu e eu não conseguia dirigir. O rapaz olhou e me viu rindo litros e foi tomado por uma onda de vergonha. Tive pena, mas fazer o que ?

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Galo na Cabeça

Não costumo me meter em rivalidades esportivas regionais. Salvo quando estou envolvido, por simpatizar com um dos lados, deixo os locais resolverem seus problemas entre eles. Já tenho os meus aqui em São Paulo, com dois times bicolores achando que estão a altura do tricolor...
Mas admito que ontem torci para o Atlético Mineiro na final da Copa do Brasil. Não tem a ver com o fato deles terem eliminado o Corinthians nas quartas de final: já zoei os corinthianos na época, não é preciso repetir. Não tem a ver com as viradas impressionantes que conseguiram contra o mesmo Corinthians e contra Flamengo na semifinal. Também não tem a ver com o fato do Cruzeiro ter vencido o Campeonato Brasileiro, de forma absoluta, honesta e imperativa. 
Fiquei realmente chocado com o tratamento dado aos torcedores rivais. Futebol se resolve dentro de campo, com 11 jogadores. A torcida é parte do espetáculo, mas não do jogo. Pode gritar e empurrar o time, apoiar, criticar, comemorar... mas no fim das contas não tem qualquer poder de alterar efetivamente o resultado de uma partida. 
Mas é sobre ela que o tão esporte bretão trata, oras. A torcida, seja no estádio, na televisão, no rádio ou na internet é quem movimenta o dinheiro que faz essa coisa toda girar. Não fosse a torcida, por que a televisão pagaria milhões para transmitir campeonatos? Não fosse a torcida, por que patrocinadores gastam fortunas para ter suas marcas estampadas nas camisas dos times? E não foram grandes contratos de patrocínio que trouxeram visibilidade a empresas como IBF, Eliane e Kalunga? Ora, isso só foi possível porque houve visibilidade. 
Mas aí vamos ao clubismo. Um time como o Cruzeiro, Atlético, Internacional, Grêmio, Vitória ou Bahia (para citar os casos clássicos de dicotomia de torcidas) são, em parte, definidos pela existência de seus rivais. É uma curiosa relação de interdependência e ódio que alimenta essa rivalidade. 
Sadia quando resolvida na bola, quando cada um dos mineiros venceu um dos títulos nacionais de 2014.
Perigosa quando vemos o que fez a diretoria do Cruzeiro nesta final. Primeiro, subiu o valor dos ingressos para impressionantes R$ 1.000,00. Claro que isso só valeria para a torcida rival. Depois vendeu parte da carga de ingressos destinada ao rival abertamente, o que permitiu que boa parte deles fosse comprada por cruzeirenses. Com isso, a área reservada que deveria ser 10% ficou limitada a 3%. E ao final do jogo tentou impedir a comemoração do grupo de atletas e dirigentes que não estava diretamente envolvida na partida de entrar em campo para comemorar o título conquistado depois do final do jogo. 
São comportamentos de time pequeno isso, ou de diretoria pequena. O torcedor cruzeirense não tem nada a ver com isso, mas paga a vergonha alheia por seus dirigentes. O futebol precisa de todos os torcedores, de todos os times, interessados nos times, nos jogos e nos torneios para que o dinheiro de patrocinadores e grupos de mídia possa fluir. Agindo assim, todos perdem. Todos.



Dentro de campo, deu Galo, 1x0. 
Merecido.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Parece Mentira

O amigo leitor vai duvidar deste relato. Mesmo enquanto escrevo, parece fantasioso. Mas é totalmente verídico. Posso provar se for necessário. Sério. Mesmo.

Ontem à noite chego em casa e me lanço no Facebook. Entre outras situações cotidianas, uma adição de amizade por responder e algumas mensagens. A adição era de um sujeito que não reconheci de pronto. Até aí, não é novidade: por ter escrito livros de RPG ainda relativamente famosos, isso pode acontecer. Ao olhar o perfil, o sujeito tem em comum comigo uma amiga chamada Léia. 
Não pedi permissão a ela, mas não vejo nada que a prejudique. Segue o diálogo então:

Oi, Léia.
Eu estou contratando ? Não tô sabendo disso...
desculpa
é outro Norson kkkkkkkkkkk
tipo assim.. hein ?
desculpa escrevi no lugar errado
outro Norson está contratando
sory
como assim outro Norson. Tem outro ?
sim
meu ex aluno
sério ?
tipo... você teve as manhas de conhecer 2 ?!
sim
só muda sobrenome mas até ai nem me liguei
sussa. divertido isso

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Bicampeão

Lewis Hamilton sagrou-se bicampeão de Fórmula 1 ontem, em Abu Dhabi. 


Em uma temporada chatíssima, o inglês prevaleceu com 11 vitórias contra 5 de Nico Rosberg. Por mais que a pontuação desse chances ao alemão, não havia como alguém entender que Nico foi melhor. Nos confrontos diretos, Lewis o superou na pista diversas vezes ao longo da temporada. E ainda enfrentou mais problemas mecânicos que o adversário (4 x 3).
Hamilton venceu e convenceu. Tido como piloto instável foi um sujeito constante durante todo o ano. Amadureceu a olhos vistos. Mesmo quando teve que lavar a roupa suja na Bélgica, depois do toque que levou de Nico, conseguiu não perde a cabeça.
Que se diga, foi a melhor corrida do ano ontem. Massa teve chances de vencer (o amigo leitor sabe que não sou ufanista e teria elogiado do mesmo jeito se o 2o colocado fosse Bottas, Alonso, Vettel ou a Peppa Pig). Ainda assim, só houve disputa porque Rosberg teve problemas de motor (perdeu o ERS) e, embora não tenha sido mostrado na transmissão, claramente a Mercedes optou por poupar o ERS de Hamilton por algumas voltas, o que empolgou o brasileiro.
Menção honrosa a Nico Rosberg pela combatividade ontem. Andando com um carro que perderia rachas para Unos e Ladas, recusou-se a abandonar, no espírito de "só acaba quando termina". Muitos teriam encostado o carro. 
A Fórmula 1 está em crise, mas termina festiva. Precisa rever seus conceitos financeiros, como Max Mosley previu alguns anos atrás e foi ignorado. Precisa rever seus conceitos esportivos, pois se tornou uma categoria de automobilismo sem desenvolvimento de tecnologias ao longo da temporada: quem projetar o melhor carro vai vencer e não há como reagir a isso. A audiência cai em todo o mundo. E seu grande líder e guru administrativo, Bernie Ecclestone, dá sinais de senilidade.
Mas sim, termina festiva e agora vai viver dos anúncios de novos pilotos, desenvolvimento de modelos 2015 e o tal glamour que nunca me convenceu. 
Parabéns, Lewis.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Palpite

Só para não deixar passar em branco, registro aqui meu palpite para o mundial de Fórmula 1: Hamilton campeão.
Eu sei que é meio barbada, mas quis registrar.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Vettel na Ferrari

Na semana que termina o Mundial de Fórmula 1 de 2014, a Ferrari anuncia o que o mundo inteiro sabia desde o final de setembro: Vettel será piloto da equipe em 2015. 
O que me dá nos nervos é que todo mundo já sabia e ambas as partes ficaram essas semanas todas negando o óbvio. E agora vêm a público anunciar sem pompa alguma via Twitter. 

(imagem: um assessor de imprensa na Fórmula 1)

Nada, eu digo de novo, nada justifica essa frescura toda. Pilotos trocam de equipes e equipes trocam de pilotos. O mundo da Fórmula 1 sabia disso desde que a Red Bull anunciou a saída do tetracampeão. Achei este link, de 3 de outubro, sobre isso.
É quase que inerente à categoria e ao conceito de automobilismo esportivo. No mínimo, o piloto fica velho ou morre, e precisa ser substituído. Não há vantagem alguma nesse tipo de segredo. Em uma categoria já abalada por uma auto-inflingida crise financeira, com sérios problemas de competitividade e com seu genial comandante dando sinais de senilidade administrativa, mentir sobre essas trocas não ajuda nada.
#VempraNascar, amigo leitor.


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Garrafa na Descarga

Lá vou eu pegar no pé da ideias esdrúxulas de hoje em dia...

Já que não temos água, precisamos economizar. As primeiras coisa que se falam são aquelas que nem precisariam ser ditas:
- banho rápido
- juntar mais roupa para fazer um ciclo na máquina de lavar
- não lavar a calçada com mangueira
Essas, na verdade, não são medidas de economia, mas e se evitar o desperdício. São permanentes, em qualquer lugar do planeta. 
Depois vem as emergenciais, para este momento:
- não lavar carros (ou lavar sem água)
- captar água da chuva para usos viáveis como descargas e lavagem de chão
E depois vem aquelas que não resolvem coisa alguma, como a tal garrafa pet dentro da descarga. Segue foto explicativa.


Então vai o implicante e inconformado blogueiro fazer contas. Ô mania pentelha essa...
A ideia, caso o leitor não saiba, é inserir uma garrafa PET no interior do compartimento de descarga de modo a ocupar uma parte do volume dele com uma água que não será usada na descarga, reduzindo o volume efetivo de água utilizada. Na foto, e na maioria dos lugares onde se lê essa dica, a sugestão é uma garrafa de 1,5l. Qual não foi minha surpresa, na minha casa, ao descobrir que uma garrafa desse porte não cabe... Usei uma de 0,5L, que era o que eu tinha a mão. O objetivo era testar se isso compromete a efetividade da descarga e, admito, não comprometeu.
Agora as contas. Claro que não são todos os vasos sanitários que utilizam esse modelo. Muitos têm válvula embutida na parede.
Então vou calcular com a garrafinha de 0,5l mesmo, chutando 5 usos por dia, em um total de 20 milhões de pessoas. Todos são valores questionáveis, mas nada muito fora da realidade. A quantidade de pessoas que não pode usar esse método talvez seja compensada pela garrafa maior, embora eu seja o zicado que não pode usar. Fiquem a vontade para fazerem seus ajustes, amigos leitores.
Calculando, isso totaliza 50 milhões de litros por dia, ou 50 mil metros cúbicos por dia. Transformando isso na unidade usual, temos 0,579 metros cúbicos por segundo. Considerando-se que a vazão do Sistema Cantareira é da ordem de 33 metros cúbicos por segundo (fonte)... isso dá 1,75% de economia.

Putz. Por essa eu não esperava.
A tal medida parece que, sim, tem capacidade de fazer algo pelo sistema. 1,75% é algo mensurável e pertinente. 
Recomendo, portanto.



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Harvick

Já em síndrome de abstinência, escrevo sobre a final da Nascar ontem. Deu Kevin Harvick (só ele merece bold hoje), como o até o leitor menos atento deve ter notado no título do texto.


Não foi uma vitória fácil, mas foi firme. A prova foi dominada por Jeff Gordon, que claramente tinha o melhor carro da pista. Logo nas primeiras 50 voltas, no entanto, Harvick, Hamlin e Logano vieram disputar o título nas posições mais a frente, enquanto Newman ia acertando o carro e ganhando posições discretamente. 
Todos esses 4 chegaram a liderar, mas o tetracampeão, sempre relargando mal, acabava por se impor mais cedo ou mais tarde. 
Por volta da metade da prova, Newman havia chegado para a festa, enquanto Logano começava a perder rendimento. Hamlin tinha mais momentum a esta altura. Havia, no entanto, muito respeito entre eles em todas as disputas de posição. Era importante estar a frente para o momento em que as bandeiras amarelas começassem a embaralhar as posições na pista. 
E vieram, claro. A 22 voltas do final, detritos na curva 2 trouxeram a oportunidade de tentar estratégias. Sem condições de enfrentar os adversários diretamente, Newman optou por dois pneus e melhorar a posição na pista. Gordon e Hamlin ficaram na pista, e Harvick e Logano optaram por 4 pneus. 
Foi quando Logano perdeu sua chance ao título. O macaco simplesmente quebrou no momento da troca do lado esquerdo. É daquelas coisas que ele e seus fãs jamais esquecerão: em uma média de 12 pits por corrida vezes 36 corridas vezes 2 lados, Logano preciso ter o macaco embaixo de seu carro entre 800 e 1000 vezes ao longo do ano. Quebrou nesse momento. Posições de relargada: Hamlin (na pista) 2o, Newman (2 pneus) 4o, Harvick (4 pneus) 12o e Logano (4 pneus) em 29o, socando o volante.
A estratégia era obviamente para 4 pneus, e Harvick estava rapidamente na 7a posição quando outra amarela veio a 12 voltas do final. Harvick ainda herdou uma posição com a parada tardia de Gordon. 
Harvick relargou muito bem, usando os pneus novos e retomou a ponta, seguido por Newman com estratégia mista. Mas a 6 voltas do final outra amarela precisava vir. 
Newman foi combativo na relargada, mas Harvick soube controlar a situação e venceu a corrida, e com ela o campeonato. 
Não é meu piloto preferido. Mas tenho simpatia pelo time, que em 2016 estará na F1. Dizem, com Harvick ao volante. Aí, sim. 
Congrats, Kevin. 



sábado, 15 de novembro de 2014

Um Sábado Natalino

Aconteceu alguns anos atrás, lá pelos idos de 2001 a 2004, em um sábado de novembro ou dezembro, não lembro direito. Foi no shopping West Plaza, onde precisei passar para comprar alguma coisa que realmente não importa agora.
Apenas ao entrar no shopping me dei conta da burrada que estava fazendo. Detesto Natal, já detestava na época e detesto ainda mais ir a lugares lotados. Meu humor estava, portanto, pendurado. Mas tinha que ir lá, então queria agilizar o processo para minimizar o sofrimento.
Desci rapidamente pelas escadas, mas notei que estava no andar errado e tinha que descer mais. Na segunda escada, havia uma família descendo também: pai carregando a filha pequena, mãe e o filho maior de uns 5 anos de idade e já caminhando independente. Aquilo me conteve, então ouvi a conversa entre eles, que naturalmente estava em andamento quando eu me aproximei. O garoto parecia indignado com algo.
- Mas mãe, isso é estranho. Não deveria ser assim...
- Por que não, filho ?
- Se o Papai Noel estava lá no outro shopping, como ele pode estar aqui também? O papai dirigiu rapidinho, não tinha como ele chegar antes.
Ok. O garoto estava confrontando sua crença na existência do Papai Noel com a realidade dos fatos. A mãe teve, então, uma atitude sensacional.
- É verdade, filho. Mas o que você acha então ?
Ótimo! Ela estimulava o garoto a pensar por si mesmo em vez de dar respostas prontas e fáceis. O garoto até andava devagar absorto nos pensamentos e, apesar da minha pressa, eu estava curioso sobre o caso. Então uma luz brilhou na sua mente.
- A-há ! Descobri. São clones !
A mãe arregala os olhos e busca apoio no pai. A surpresa dele é a mesma. Eu gasto meus pontos de força de vontade para não rir, e consigo por pouco, mas acelero o passo para não estragar o momento.

foto: ovelha Dolly

Não lembro o que fui comprar, nem se demorou. Os clones eram a história do dia.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Planejamento Multimodal

De acordo com o dicionário Michaelis:

sm (planejar+mento2V planeamento. 2 Ato de projetar um trabalho, serviço ou mais complexo empreendimento. 3 Determinação dos objetivos ou metas de um empreendimento, como também da coordenação de meios e recursos para atingi-los; planificação de serviços. 4 Dependência de uma indústria ou repartição pública, com o encargo de planejar serviços.

Então isso envolve, naturalmente, saber as condições que você tem para então pensar nas ações que vai tomar. 
Vejamos um exemplo prático. Periodicamente, a prefeitura de São Paulo precisa replanejar toda a malha de linhas de ônibus. Isso não é feito porque a versão anterior foi mal-feita, mas porque a cidade é um lugar dinâmico e que muda com o passar do tempo. Imagine uma grande fábrica com milhares de empregados entrando no turno das 8 da manhã. A fábrica fecha, mas a estrutura é transformada em um shopping center. Agora os milhares de pessoas não chegam e saem juntas, mas ao longo do dia. A malha de ônibus precisa ser atualizada. Em outro lugar, um conjunto de casas de baixa renda é derrubado e vira um condomínio de classe média. Mais pessoas vão morar no mesmo local, mas talvez a demando por coletivos diminua. 
Então a prefeitura usa algumas fontes de informação. A principal delas é o registro de usos do bilhete único, somado às passagens avulsas e pesquisas corpo a corpo ajudam a entender a rotina dos cidadãos, e então pode-se atualizar a malha viária. Ótimo.
Processo similar é feito pelo estado ao pensar as novas linhas de metrô. Ótimo.
Erros acontecem, claro. E não estou aqui para criticar erros de planejamento. Um clássico foi quando da introdução do Bilhete Único. Meses depois utilizaram a recém-criada massa de dados para recalcular as rotas, pois haviam encontrado ociosidade em algumas linhas. O resultado foi, por exemplo, algumas linhas trocadas por micro-ônibus abarrotadas de... idosos, que não entravam na massa de dados por não passarem pelas catracas. Que fique claro: incomodou, mas houve grande aprendizado com isso. Acontece.

Estou aqui, sim, para criticar a inexistência do planejamento, e o assunto nem podia ser outro:

(foto de Alexandre Correa: bicicletas invisíveis)

Façamos, então, as mesmas perguntas feitas sobre os usuários de ônibus para sabermos sobre usuários de bicicletas:
- quantos são?
- de onde vêem e para onde vão?
- quais as rotas preferidas?
- quais os horários utilizados?
Não estou perguntando tanto assim, hein? Não entrei no chamado nível 2, com perguntas impertinentes do tipo "o que faria você adotar/desistir do uso da bicicleta?" ou "e se chover?". 
Segue o link para CET, antes que algum leitor chato diga que eu não pesquisei. Há muitas informações sobre o que existe feito de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, bem como pontos de parada. Há uma afirmação solta de que "O aumento do número de viagens de bicicleta no Município de São Paulo, confirmado pelos resultados das últimas pesquisas de Origem e Destino do Metrô (1997 e 2007)". 

Números? Pfff.
Quantidade de ciclistas? Hahahahaha.

Amigo leitor, eles não fazem a menor ideia de quantos ciclistas de fato trafegam pela cidade. Podem ser, na verdade, ainda mais do que eles imaginam. E principalmente, é importante saber por onde esses ciclistas precisam, de fato, trafegar.
Sair pintando faixas vermelhas aleatoriamente pela cidade não resolve o problema algum. Na verdade, piora o problema do motorista ao remover faixas de circulação. E também não resolve o problema dos ciclistas, pois, como se vê na foto, eles podem não estar ali. Simples assim.
Então, não é questão de ser contra as ciclofaixas. Sou contra essa estupidez que está sendo feita em São Paulo. Ou, como prefiro, burrice aguda, da mesma cor das faixas.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Maus Exemplos para Quem ?

Comecei a pensar neste texto quando da morte do Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr. em março do ano passado. Nunca terminei de pensar, mas deu vontade de escrever hoje.

(foto: Chorão)

Chorão conviveu com problemas de drogas pelo menos em parte de sua vida, e foi exatamente de overdose que ele faleceu. Embora eu não tenha sido fã da banda ou dele, não posso negar a legião de fãs que ele conquistou. Daí o sujeito se estragou, e para isso não precisou da ajuda de ninguém, até errar feio a dose e vir a óbito. 
Na época, li alguns comentários curtos em redes sociais (quem estou enganando? Rede Social só tem uma: Facebook. O resto é conversa fiada) sobre o sujeito ter sido um mau exemplo para seus jovens fãs, que ainda são muitos.
Podemos traçar paralelos com outras estrelas que tiveram fim similar:
- Elis Regina (overdose de cocaína)
- Amy Winehouse (complicações na recuperação de alcoolismo)
- Phillip Seyour Hoffman (provável overdose de cocaína)
- Anna Nicole Smith (overdose múltipla)
- Marilyn Monroe (overdose de barbitúricos)
- Jimi Hendrix (overdose de álcool)
- Jim Morrison (overdose de álcool)
- Janis Joplin (overdose de heroína)
- James Dean (acidente automobilístico)
- Grace Kelly (acidente automobilístico)

Enfim... Posso passar dias listando outros.
Mas a pergunta que faço aqui é: para quem essas pessoas deveriam ser exemplo de comportamento? É claro que não estou defendendo o uso de drogas ou de dirigir perigosamente em alta velocidade, mas era seres humanos muito bons no que faziam e, por serem atividades de entretenimento, eram pessoas de alta visibilidade. Por isso a atenção especial dada quando morrem.
Mas acabou aí, gente. Nenhum deles tem obrigação de ser um ser humano perfeito, tanto quanto eu ou você leitor. Astros não têm que ser exemplos de nada, pois são pessoas com as mesmas fraquezas de cada um de nós. Não é porque cantam, dançam ou atuam bem que precisam ser a reserva moral da humanidade.
Não devemos cobrar isso deles, muito menos de suas memórias. 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Final Four

Neste domingo termina a temporada da Nascar. Quatro pilotos de quatro equipes, uma corrida, um título. Quem chegar na frente entre eles, leva a taça. Simples assim.
Segue, então, minha análise dos Final Four.


  • Favorito
É Joey Logano, sem dúvida. Imagino que todos concordem comigo. Jovem (24 anos) e experiente (7a temporada), o ítalo-americano começou muito cedo na categoria, talvez cedo demais. Depois de um início promissor na equipe de Joe Gibbs, acabou perdendo competitividade e espaço. Depois de ficar de fora do Chase em 2012, mudou-se para a Penske, para ser companheiro do campeão do mesmo ano, Brad Keselowski. Foi uma mudança bem sacada, pois evitaria comparações duras. Pois Logano classificou-se para o Chase em 2013 e Brad não. Voltou à elite este ano, e chega sozinho à final. Se for campeão, fica com a pose de primeiro piloto, embora isso não tenha tanto peso assim na categoria. 
O time Penske é seguramente o mais estável e competitivo do ano. Venceu 11 corridas com apenas 2 pilotos, e frequenta as primeiras filas da classificação com assiduidade. Logano soube sair de situações complicadas e ir se classificando em cada fase. 
  • Rival
Kevin Harvick, da Stewart-Haas, é o rival. Harvick teve uma ótima temporada e poderia ter muito mais do que as 4 vitórias já obtidas deste ano, pois embora tivesse o carro dominante por várias vezes, foi perseguido por problemas. Pneus furados, toques, motores e erros de pitstop e estratégia tiraram sua liderança várias vezes. Isso pode comprometer suas chances se tornar a acontecer. 
Harvick tem 38 anos e já teve 3 3os lugares no campeonato (2010, 2011 e 2013). Começou a carreira em uma cadeira elétrica: substituiu Dale Earnhadt após sua morte em 2001, e venceria sua primeira corrida logo em seguida. "Pintou um novo campeão" todos pensaram, mas isso nunca chegou realmente perto de acontecer. Pode ser agora.
  • Franco-Atirador
Denny Hamlin, da equipe Gibbs, terá a chance de se redimir do título perdido em 2010, quando liderava o campeonato com alguma a 2 corridas do final, e mesmo na última, mas viu o pentacampeonato de Johnson acontecer no seu turno. 
Denny fez uma temporada difícil pois, embora tenha conseguido sua vitória classificadora no início de maio, foi a única até agora. E venceu em Talladega, o que sempre pode deixar uma marca de "ganhou por sorte". Chegou a estar em 26o na pontuação geral, temendo uma distribuição de vitórias que o eliminasse. É um piloto combativo em uma equipe que não tem conseguido vencer corridas com frequência. 
Se for campeão,  conseguirá o curioso feito de ter vencido o campeonato com uma corrida a menos pois teve um afastamento médico durante da temporada.
  • Azarão
Ryan Newman, da equipe Childress, foi 6o colocado por 3 vezes (2002, 2003 e 2005). Grande, encorpado e encrenqueiro, Newman tem sido um novo homem (pun intended) este ano. Tem feito corridas sólidas e sempre evitado contatos. Sua posição é muito mais mérito seu do que da equipe. Bem diferente de 2003, quando teve 8 vitórias mas ficou distante do título, tendo sido um dos responsáveis pela criação da regra do Chase. Curiosamente, ainda não venceu este ano e pode perfeitamente ser o primeiro campeão sem vitórias. 
Newman tem sobrevivido no Chase muito mais pelos erros dos adversário do que pelos seus acertos. Contar com erros dos 3 na mesma prova é muito difícil, e Newman precisará fazer o que não fez em 35 corridas: vencê-los de uma só vez, e não aos poucos. Improvável.

Não tenho carinho ou falta dele por nenhum destes pilotos. Assistirei com interesse pelo show, pelo espetáculo. Entendo que Logano é favorito e merece o título. Entendo que o título de Logano seria um tapa na cara do inquieto Keselowski, que precisa entender que não é isso tudo. 
Se for para Newman vencer, que seja sem ganhar a corrida. Acho que o regulamento deveria prever isso, mas como não prevê, gostaria que esse furo aparecesse de modo dramático. 
Quem vai entrar para uma lista onde estão Dale Earnhardt, Lee e Richard Petty, Jimmy Johnson, Jeff Gordon, Tony Stweart, Bobby Alison, Cale Yargborough, Terry e Bobby Labonte e tantos outros ?

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Um Novo Campeão

Amigo leitor, ontem foi um domingo de corridas para mim. 
Quase acostumado com o conceito de baixar os videos das corridas e ver durante a semana que foi até estranho acompanhar duas provas ao vivo: Fórmula 1 em Interlagos e Nascar em Phoenix.

  • Fórmula 1
Dobradinha da Mercedes, Rosberg à frente, Massa fez duas cagadas, mas manteve-se em 3o, Button é um pilotaço. É tudo que dá para dizer sobre a chatisse que anda a Fórmula 1.
  • Nascar
Que corrida, gente. 
Nem tanto a corrida em si, mas o que ela significava em termos de campeonato. Com as pouco previsíveis vitórias de Earnhardt e Johnson nas duas últimas provas, o decisão das 4 vagas em Phoenix trouxe contornos inesperados. O regulamento prevê que os vencedores de cada etapa se classifiquem para etapa seguinte, mas a dupla da Hendrick já estava eliminada da competição. Isso trouxe uma corrida totalmente aberta, com os 8 pilotos podendo se classificar com a vitória ou com as três vagas por pontos. 
Hamlin, Logano e o surpreendente Newmann tinham pequena vantagem em pontos. Gordon era o seguinte. Em outra prova sólida, Gordon esteve sempre entre os primeiros, enquanto Harvick dominava a pista como poucas vezes se vê na categoria, mas não nessa pista. À medida em que a prova ia transcorrendo, os pilotos se alternavam freneticamente na posição de classificados. Todos os 8, em algum momento, estiveram "dentro da bolha" como eles costumam dizer. No final, Hamlin e Logano, que chegaram a estar uma volta a trás, se recuperaram e estava sólidos na classificação. Newmann tinha problemas de acerto e ficava para trás. 
Uma bandeira amarela a 16 voltas do fim chacoalhou as posições e Newmann arriscou não trocar pneus para conseguir posição em pista. Deu certo e ele voltou com 3 posições de folga, que rapidamente perdeu na relargada para Earnhardt, Ambrose e Larson. Ainda havia Truex atrás dele, em dia muito sólido. Nerwmann manteve Truex no canto dele, e literalmente na última curva aproveitou-se de um erro de Larson para ganhar a posição que faltava.
Fica a lição para Gordon, que poderia ter sacrificado a posição na pista em um dos diversos pitstops em bandeira amarela para liderar uma volta a pontuar. O tetracampeão foi eliminado junto de Keselowski, Edwards e Kenseth
No próximo domingo a Nascar conhecerá um novo campeão entre Logano, Harvick, Hamlin e Newmann, nesta ordem de favoritismo, mas sem qualquer vantagem no regulamento. Comento amanhã sobre cada um deles.

domingo, 9 de novembro de 2014

Um recado

Um recado para você que está sozinho(a) no shopping e quando vai comer, senta-se sozinho no meio de uma mesa com 12 lugares. 

Você é um(a) babaca !

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Esférico

Se tem um caso da época da faculdade para contar aqui, é este. Lembrei por causa do amigo Pedro Neto. 

Estávamos lá pelo 4o ano, fazendo Termodinâmica II, quando chegamos para uma prova. Era o professor André Antunha que, ao contrário da maioria dos meus colegas, sempre considerei um cara genial. As provas dele eram completos sufocos, mas nunca com o objetivo de prejudicar a nota dos alunos. O objetivo era medir a capacidade dos alunos de saírem do sufoco.
No caso de Termo 2 (para os íntimos), trata-se de uma matéria que estuda transferência de calor por vários métodos: condução, convecção e irradiação. Nesse dia, teríamos uma prova de condução apenas.
Para condução, a geometria do objeto é crítica, especialmente por causa da camada limite térmica. Na época, o prof. Antunha nos apresentou a formulação matemática para apenas três formas: placa plana infinita, cilindro de comprimento infinito e esfera. Segundo ele, a maioria das formas reais pode ser aproximada por essas três geometrias. Nunca trabalhei no ramo para saber, mas de algum modo essa afirmação não apenas me pareceu correta, mas mudou o modo como vejo os objetos físicos até hoje.
Embora eu não me lembre de dados precisos, a questão da prova (era sempre questão única) era mais ou menos assim (coloquei as grandezas como X, mas era dadas):

Você vai assar um peru congelado a -x graus, de x kg em um forno com temperatura x graus. O forno possui controle de convecção. Considerando-se que o peru possui calor específico x e condutividade térmica x, quanto tempo leva para o peru estar completamente assado (seu centro estar a uma temperatura de y graus). Considere o peru homogêneo e esférico.

Um peru esférico.
Depois do choque inicial, bastava esfriar (pun intended) a cabeça e o problema não tinha absolutamente nada de complicado.
Mas era um peru esférico.
O assunto tomou conta da faculdade toda, não apenas no nosso ano, mas a história se espalhou. Chegou ao nosso jornalzinho local. 
Um peru homogêneo e esférico.

Pois ontem, o irmão Pedro Neto, hoje professor universitário, me passa a imagem a seguir no Facebook:


Certas coisas não mudam...

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Remember

Remember, remember, the 5th of November
The gunpowder, treason and plot;
I know of no reason, why the gunpowder treason
Should ever be forgot


Sim, eu vou fazer isso todo ano.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Ih, casou !

Amigo leitor, este blog esteve pouco movimentado estes dias em função do casamento de minha irma, em outra cidade, outro estado, outro fuso horário.