segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Projeto de Processos (1)

Projeto de Processos foi a matéria mais parecida que fiz com um TCC quando cursei engenharia. Na época (1996), adotar TCC em todos os cursos era a febre do momento, e algo um tanto temerário para quem cursa engenharia e vai enfrentando matérias progressivamente acumuladas ao longo do curso.
Era uma matéria que juntaria conhecimentos de diversas outras disciplinas cursadas (Operações Unitárias I, II e III, Fenômenos de Transporte I, II e III, Termodinâmica I e II, Cálculo de Reatores...). Tinha potencial infinito para perrengues...

Mas antes, preciso contar a história de Paulo. Não, não era o nome real dele: evitemos problemas ainda maiores. Conheci Paulo em 1988 quando entrei no Pueri Domus. Paulo nunca foi meu colega de classe, sempre estivemos no mesmo ano em turmas separadas, até 1991 quando nos formamos no 2o grau. Ele era o melhor aluno de sua classe todo ano. Eu reinei em 88, 89 e 91, com os louros indo para Mariana (nome verdadeiro) em 90 na minha classe. Pelo menos é assim que me lembro de ter sido. Curiosamente os três, eu Paulo e Mariana, nos encontraríamos em 1992 na Engenharia Química da Poli. 
Era uma ótima coisa: quase todos estavam sozinhos no curso, tendo que fazer novas amizades (até para sobreviver aos trabalhos em grupo), enquanto nós 3 apenas podíamos fazer novas amizades. Fizemos, claro, mas eu me tornei mais próximo dele nos primeiros 2 meses de curso. 
Sim, durou pouco. O ponto é que o Paulo não se adaptou nada bem à mudança de ares. Politécnicos costumam ser os primeiros alunos de suas classes no 2o grau, e 60 primeiros alunos juntos não resultarão em 60 primeiros lugares: apenas um o será. A maioria leva isso numa boa, mas o Paulo estranhou o esquema. Começou a tirar notas baixas. Bem baixas. Não achei que ele fosse burro (vou questionar essa premissa em breve), apenas não ia bem.
Mas logo apresentou outros sintomas. Começou a mentir. Começou a esconder as notas baixas, como que tapando o sol com um prato de vidro. E ia mal em todas as matérias. Para resumir, foi o único que conseguiu reprovar em Cálculo 1.

Uma das matérias era Introdução a Informática (MAC-115). Aprendíamos básicos de programação. Fomos, em 92, a última turma a usar Pascal como linguagem. A matéria tinha provas e trabalhos, os exercícios-programa (EP). O primeiro EP era básico, contas simples, manipulação de strings, impressão formatada. Foi mole, eu já sabia essas paradas. Mas não para o Paulo. Às vésperas da entrega do primeiro EP, ele me liga:
- Mano, preciso de ajuda com o EP.
- O que rola ?
- Não rola. Não sei fazer essa parada. Tem como me ajudar?
Era para o dia seguinte...
- Cara, estou afundando em Mecânica. Mas eu posso te passar uma listagem velha e com problemas. Quem sabe te dá uma luz, mas já aviso que ela não roda inteira.
- Putz, valeu! Posso ir pegar na tua casa?
- Claro.
Veio em 10 minutos e agradeceu aos montes. Mal educado ele nunca foi.

Uma semana depois, minha nota não sai. Falo com o professor:
- Professor, cadê minha nota ?
- É que... puxa... é complicado.
- Descomplica. Pode falar.
- Você tirou 0.
- Hein ?!
- Por cola.
- HEIN ?!
- Norson, eu sei que você foi a fonte da cola e que vai passar na matéria. Você entende do assunto. Mas regras são regras e eu tive que de dar o 0.
- Mas quem colou ?
- É que é complicado.
- Descomplica.
- Foi o Paulo.
Meu chão caiu. Eu conhecia o cara há 4 anos. Não podia acreditar naquilo. Lembrei da listagem defeituosa e imaginei que ele redigitou tudo no computador para entregar sem mudar nada.
- Como vocês sabem que eu era a fonte, professor ?
- Então... lembra que tinha uma parte de somar os dígitos do seu número de matrícula? Ele entregou com o teu número. 
Agora sim meu chão caiu.

Ok. 
Mesmo bem mais imaturo na época (17 anos ainda) não guardei a menor raiva do professor. Juro. Mas sabia que aquele cidadão que eu pensei conhecer não era confiável e que precisaria de uma lição. E entregar a listagem com meu número de matrícula era burrice demais.
Tive que esperar o 5o ano, em 96. Em Projeto de Processos.

domingo, 29 de novembro de 2015

Nomes de Doenças

Quando cheguei à 6a-série, as aulas de Ciências trouxeram um tema ao mesmo tempo novo e familiar: doenças. Novo porque nunca tinha estudado e familiar porque literalmente, meu pai era médico e falava disso o tempo todo.
E estudamos as mais famosas, em nível simples obviamente. Sarambo, tétano, coqueluche esse foi o tema do meu trabalho), catapora, sarampo, difteria, poliomielite, bronquite, tuberculose, meningite e algumas mais. Com exceção das "ites", que significam "inflamação de", a maior parte delas tem nomes que não são nada explicativos.
Passaram pela minha cabeça as perguntas: 
- De onde vem os nomes dessas doenças ?
- O que significam esses nomes ?
- Quem decide o nome da doença ?
Nunca me aprofundei no tema e mantive-me saudavelmente longe das ciências biológicas quando cheguei à universidade. 
Daí, em 2015, surge o Zika Virus e todo encanto da curiosidade se esvai nas ondas do rádio.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

16

16.
Dobro de 8, quadrado de 4, potência de 2.
Camisa de Joe Montana.

É a idade mínima para votar e, tomara em breve, da maioridade penal no Brasil. Ou seja, em 16 anos, um bebê pode escolher um presidente da república. E fazer outro bebê.

16 anos é bastante coisa. Voltemos a 1999, para sentirmos o tempo passar:
- surge o Euro.
- uma dupla de amigos consegue dar a volta ao mundo em um balão de ar quente.
- uma dupla de retardados matou 13 pessoas além deles próprios em Columbine, EUA.
- Windows 98SE é lançado. Surgem o Napster e o MSN.
- Cinema: Star Wars: The Phanton Manace, The Matrix (podiam fazer uma continuação, né ?) e Fight Club.
- Termina a Guerra de Kossovo.
- Sega Dreamcast é lançado. GTA2 é lançado para PS.
Faz tempo, hein? Tive que pesquisar, embora eu soubesse alguns desses fatos de cabeça.

16 anos.
Terminei a segunda faculdade, editei uma porrada de livros, saí da editora, virei DBA, virei auditor. Namorei, namorei e eventualmente casei. Comprei um apartamento, vendi esse apartamento, morei de favor, morei de aluguel, comprei outro apartamento. Um corsa, um 206 e Lanus e um civic. EUA, Peru, Reino Unido, EUA, Alemanha, EUA, EUA e Hawaii.
Tudo isso desde 27 de novembro de 1999.
Branca, branca ponta-verde, verde, verde ponta-marrom, marrom, marrom ponta-preta, preta, 1o twan (escreve assim ?), 2o, 3, e recentemente 4o.

Foi nesse dia, 27 de novembro de 1999, que comecei a treinar na TSKF. Desde esse dia, 2341 treinos (sim, eu mantenho a contagem), que gerou uma série de números que, no final, desisti de colocar aqui. Curioso como mudamos a maneira de pensar enquanto pensamos. Como relatei a meu início aqui, comento agora outro aspecto desse tempão que estou na academia.
Falo em desafios. A vida passada em uma academia tem desafios a serem vencidos. Não estou me referindo a óbvio como aguentar a ginástica, superar a resistência, passar no exame. Estou falando de algo ainda menos substancial, mas tão real quanto.
Quais dificuldades cada um passa dentro da academia? Pois garanto que as minhas são apenas minhas. Relato porque minha experiência pode ajudar alguém que está na estrada há menos tempo. Então vão 3 delas.
Houve uma época, por exemplo, em que preocupou o fato de ser canhoto. Para quem não sabe, usamos armas de uma mão sempre na direita. Facão, espada... Como diabos isso é possível? Bem... é possível. Tanto que me tornei o primeiro canhoto faixa preta 5 anos depois de começar a treinar. 
Antes disso, porém, enfrentei dificuldades dentro de casa. Quem não... ? O fato é que uma nos idos de 2002, minha então namorada queria que eu desistisse dos treino. Ela teve seus problemas na academia e achava que eu deveria apoiá-la deixando a TSKF. Não foi fácil, eram cutucadas e patadas quase diárias sobre o quanto eu não a apoiava, o quanto eu não era companheiro, o quanto o dólar subia por causa disso tudo e que a estabilidade da órbita de Netuno estava em risco. Bem... eu fiquei. E ainda estou até hoje. Eventualmente ela mesma voltou a treinar por um par de meses.
Também vi amigos desistirem. Sempre se comenta na academia a importância de se ter amigos de treino. Pessoas com quem se relacionar para ajudar a criar vínculos. Ajuda sim: era uma turma enorme, uns 20 amigos, que nos encontrávamos fora da academia para jogar videogame, assistir animes, jogar futebol, comer e principalmente rir muito. Um puxava o outro, incentivava o outro. Mas eventualmente, ter amigos assim atrapalha também: um a um, quase todos foram saindo. Houve uma debandada forte enquanto em avançava pelo 1o tuan (agora tenho certeza de que escrevi errado pelo menos uma vez), cada um pelo seu motivo. Não julgo. Não para não ser julgado, pois isso é impossível (é como esperar que um tigre não te ataque porque você é vegetariano), mas porque julgar não leva a nada no fim das contas. Mas o exame de 1o para 2o foi bem difícil pois eu me sentia só, sem o apoio e torcida que tinha antes. A ajuda que foi importante na faixa verde tinha se tornado obstáculo então. Bem... eu passei. E fiz novos amigos, e alguns deles também se foram. Prefiro então ficar com as boas memórias que tenho de todos eles, sendo alguns ainda muito próximos tantos anos depois.

Contei aqui 3 de meus obstáculos. Não se impressionem, não foram os maiores. Longe disso. Mas espero que o amigo leitor possa fazer melhores escolhas ao ler. Não se preocupe em ter problemas: você terá. A questão é o que você vai fazer com eles. 
Eu os transformo em flexões de braço até hoje.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

RIP Gary

É daqueles dias em que você começa a mexer em um vespeiro a quanto mais olha, pior fica...

Em 2011 fiz minha primeira viagem internacional, ainda antes do nascimento deste blog. Fui conhecer o Mickey. Não vou relatar aqui tudo o que fiz, mas devo citar um passeio específico: Richard Petty Driving Experience.
Eu era um novato de Nascar, estava começando a gostar da categoria que hoje é minha preferida. O RPDE é um programa para se andar em carros da Nascar com variados graus de envolvimento. Naquela ocasião, escolhi ir como passageiro do carro, para 3 voltas completas na pista, dirigido por um piloto profissional. Foram 100 obamas por 90 segundos de velocidade, e valeram cada centavo, na pista de Orlando (Walt Disney Speedway), pista que foi usada em corridas oficiais entre 1996 e 2000.
Por algum motivo essa pista bateu no meu radar hoje, e acabei lendo de passagem que a pista está sendo demolida. 
DEMOLIDA ?!
Demolida.
Não é questão de criticar o fato ou a decisão, mas me entristeci ao ver uma parte da minha história deixar de existir. Senti o mesmo com cada uma (e foram todas !) as escolas que estudei sendo, também fechadas e demolidas. Mas a informação estava de passagem na wikipedia, então procurei por notícias detalhadas. E então piorou pacas. Segue link.
Gary Terry foi meu piloto aquele dia.Não tenho fotos pessoais pois não era permitido entrar com câmera na pista. Foi extremamente simpático comigo o tempo todo. Contou como seria, fico conversando depois. Sugeriu que um dia eu mesmo dirigisse na pista, como eventualmente fiz em Las Vegas por duas vezes (2013 e 2015).


RIP, Gary.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Alguém Explica

Buscando na Bíblia Online, acho as seguintes pérolas:


  • 1 Samuel 31

4 - Então disse Saul ao seu pajem de armas: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que porventura não venham estes incircuncisos, e me atravessem e escarneçam de mim. Porém o seu pajem de armas não quis, porque temia muito; então Saul tomou a espada, e se lançou sobre ela.
5 - Vendo, pois, o seu pajem de armas que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada, e morreu com ele.
6 - Assim faleceu Saul, e seus três filhos, e o seu pajem de armas, e também todos os seus homens morreram juntamente naquele dia.

Ok, Lá se foi Saul, por suicídio. Similar a:

  • 1 Crônicas 10

4 - Então disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela; para que porventura não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não quis, porque temia muito; então tomou Saul a espada, e se lançou sobre ela.
5 - Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul estava morto, também ele se lançou sobre a espada e morreu.
6 - Assim morreram Saul e seus três filhos; e toda a sua casa morreu juntamente.

Mas...
  • 2 Samuel 1
5 - E disse Davi ao moço que lhe trazia as novas: Como sabes tu que Saul e Jônatas, seu filho, foram mortos?
6 - Então disse o moço que lhe dava a notícia: Cheguei por acaso à montanha de Gilboa, e eis que Saul estava encostado sobre a sua lança, e eis que os carros e a cavalaria apertavam-no.
7 - E, olhando ele para trás de si, viu-me, e chamou-me; e eu disse: Eis-me aqui.
8 - E ele me disse: Quem és tu? E eu lhe disse: Sou amalequita.
9 - Então ele me disse: Peço-te, arremessa-te sobre mim, e mata-me, porque angústias me têm cercado, pois toda a minha vida está ainda em mim.
10 - Arremessei-me, pois, sobre ele, e o matei, porque bem sabia eu que não viveria depois da sua queda, e tomei a coroa que tinha na cabeça, e o bracelete que trazia no braço, e os trouxe aqui a meu senhor.

Não, péra. Então foi o tal amalequita que o matou? Bem... ele podia estar mentindo, não sei. Mas...
  • 2 Samuel 21
12 - Então foi Davi, e tomou os ossos de Saul, e os ossos de Jônatas seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da rua de Bete-Sã, onde os filisteus os tinham pendurado, quando feriram a Saul em Gilboa.

Agora foram os filisteus?!

Que saco isso...


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

ISIS

Gosto muito deste texto, de autoria (segundo li) de Aubrey Bailey. Já tinha lido, mas achei pertinente traduzir (à minha maneira). Lembrando que a autora (segundo li) é norte-americana.

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Você está confuso com o Oriente Médio? Deixe-me explicar.
Nós apoiamos o Iraque contra o ISIS. Nós não gostamos do ISIS, mas o ISIS é apoiado pela Arábia Saudita, de quem nós gostamos.
Nós não gostamos do presidente Assad, na Síria. Nós apoiamos a luta contra ele, mas não pelo ISIS, que também está lutando contra ele.
Nós não gostamos do Irã, mas o Irã apoia o governo do Iraque contra o ISIS. 
Então, alguns dos nossos amigos apoiam nossos inimigos, alguns dos nossos inimigos são nossos amigos, e alguns dos nossos inimigos estão lutando contra nossos outros inimigos, que nós queremos que percam, mas não que nossos inimigos que estão lutando contra nossos outros inimigos vençam.
Se as pessoas que nós estamos lutando contra forem derrotadas, talvez elas seja substituídas por pessoas que nós gostamos ainda menos. E tudo isso começou quando invadimos um país para expulsar terroristas que não estavam lá de fato até nós irmos lá expulsá-los. 
Agora você entendeu ?

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Eu me permito fazer um pequeno adendo:

"E tudo isso começou quando invadimos um país que é nosso amigo para expulsar terroristas que não estavam lá de fato até nós irmos lá expulsá-los."

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

As Faixas Contínuas

Interrompo o relato de viagem porque hoje é o dia para contar esta história e fazer uma pergunta (im)pertinente no final.
O caso que aqui lhes conto ocorreu há alguns anos. Não lembro a data exata, mas era uma sexta-feira de GP Brasil de F1, como hoje. É o que eu chamo de "aniversário moral" do ocorrido, independente do que esse calendário repetitivamente bobo de 365 dias diga.
Compramos ingressos para ver a corrida, e dividimos a responsabilidade pelo carro. No primeiro dia, 6a-feira, seria o Danillo Cocenzo (que já era um grande amigo, mas não shifu na época). Na semana da corrida, ocorreu algo que ele estava prevendo: não conseguiu se livrar do trabalho e não poderia ver os treinos livres de sexta-feira. Responsável como sempre foi, disparou com sucesso um plano B: no lugar dele (tanto como expectador quanto como motorista) iria Sr. Gilberto, pai dele.
Danillo nos tranquilizou, dizendo que o pai dele levaria uns 5 a 10 minutos para se acostumar conosco e depois conversaria numa boa. Mentira: no segundo farol o papo já corria solto, como se nos conhecêssemos há anos. Figura, sr. Gilberto !
Foi o sr. Gilberto que nos contou sobre a faixa branca contínua nos cruzamentos de avenidas. Algo como visto aqui, na via horizonta, do lado direito:


O amigo nota toda a sinalização de solo: a Avenida Horizontal tem fluxo da direita para a esquerda, em mão única. A pistas da direita e esquerda permitem conversões para os respectivos lados, enquanto a faixa central deve seguir em frente. Nas proximidades do cruzamento, surgem as faixas contínuas.
É fácil dizer a função das faixas contínuas: é proibido mudar de faixa. No cruzamento representado acima, é fácil entender o porquê: o motorista em uma das faixas laterais está atento à conversão à frente. 
E então, sr. Gilberto nos surpreende.
- Sim, essa é uma das funções da faixa contínua. Mas há outra. 
- Qual ?
- Você já notou que essas faixas existem em todos os cruzamentos, e não apenas onde há conversão ?
- Sim.
- E há mesmo nos cruzamentos onde algumas faixas não são afetas pela conversão, há em todas ?
- Verdade !

(observem o farol sem conversão à esquerda)

- É por causa da farol e da velocidade limite da via.
- QUE ?!
- Se você prestar mais atenção, vai notar que o comprimento da faixa contínua também varia de via para via. Nas vias mais rápidas, a faixa é mais longa.
- Olha... nunca prestei atenção. Mas por que isso?
- Ah, jovem! A faixa contínua também indica que, se você já estiver na área por ela delimitada quando o farol ficar amarelo, pode passar tranquilo pelo farol que só ficará vermelho depois que você passar.
- QUE ?!?!?!?!?!
- Isso mesmo. A faixa é mais longa em vias mais rápidas porque há mais espaço para passar no amarelo. Claro que isso não vale se estiver devagar, mas se estiver próximo do limite da via, dá certo.
Ver e ouvir o sr. Gilberto falando da faixa contínua era parte do espetáculo. Ele conta aquilo com alegria e emoção. Para ele, o carro (e talvez a roda) foi inventado apenas e tão somente para se fazer uso de tão genial criação humana: a faixa contínua.

Passei meses prestando atenção a isso. Procede, simples assim. Nunca tinham me falado disso antes. Nunca mais ouvi mais ninguém falando sobre isso depois. Será que a CET (que sinaliza a cidade) sabe disso ?
Não creio: com tantas mudanças de velocidade, não vi uma única faixa contínua ser encurtada proporcionalmente. 
Sr. Gilberto deve estar bravo...

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Hawaii - O'ahu - Dia 21: Iolani Palace, Museum of Art, Sea Life Park e Lighthouse Trail

Quando a sorte protege os desavisados...
Planejamos um dia bem longo, com um monte de coisas para ver. Aqui, devo admitir ao amigo leitor que errei o planejamento. Em minha defesa, acuso o guia Lonely Planet de estar errado ou, pelo menos, desatualizado. Fato é que escolhemos começar por Honolulu e depois pegar a estrada. E o passeio que abria mais cedo era o Iolani Palace. Tudo certo, exceto pelo fato de o passeio exigir reserva
Foi então que a sorte nos salvou pela segunda vez. A primeira, com ajuda de conhecimento urbano, foi para achar uma vaga para estacionar no centro da cidade. Honolulu não é um lugar amigável para carros (ou motoristas). O entorno do palácio não tem locais permitidos e os poucos estavam tomados. Então paramos em um estacionamento de um hospital, por míseros 2 obamas por 2 horas. E avenida de acesso estava congestionada pelo movimento perto das 9 da manhã. 
Mas deu tudo certo. Às 9h06 tínhamos ingresso para entrar às 9h15. A visita é excepcional, focada no palácio e nos acontecimentos que nele se desenrolaram. Nada de deuses, criaturas mágicas e eventos celestes para desviar a atenção. Fotos eram permitidas e o guia excepcional. Vimos cada cômodo, cada sala e as mobílias ainda presentes no palácio. Exceto uma mesa, mais de 10 mil itens que havia ali foram removidos por ocasião da proclamação da "república"). Hoje mais de 4 mil deles foram recuperados. Tipo isso:


Ótimo passeio, 4 sabres de luz. Infelizmente, porém, era o melhor do dia no início.
Corri até o estacionamento para renovar as 2h de período (o máximo permitido era 2h, mas os americanos não conseguem ter essa ideia de ir até lá renovar). A avenida que estava congestionada 1h40 antes estava completamente vazia. Coisa de doido esse rush hour havaiano...

Seguimos para o Hawaiian Museuem of Art. Aqui, outra falha do Lonely Planet, que dava a entender um valor de entrada para um museu gratuito. Enfim...
É um museu mediano. Relativamente pequeno, com duas alas separadas. A parte interessante, cerca de um terço, é de arte inspirada em paisagens e cultura havaianas, com barcos, ilhas, praias, festas. Os estilos variam de impressionista para depois, até por uma questão cronológica. Os outros dois terços, bem... arte contemporânea e seus  rabiscos incompreensíveis que minha sobrinha por imitar antes do banho (ou mesmo durante).
Passeio ok, 2 sabres de luz, em função do preço.
Almoço, carro, estrada. era a primeira vez que íamos para o leste, o que nos apontou partes novas da ilha. E belas.

O Sealife Park era para ser um aquário. Até tem um, mas... não convence como parque. O tanque logo na entrada é tudo que tem de realmente interessante, com diversos tubarões de variadas espécies. Fora isso, um aviário e um lago com tartarugas. Pequeno, acanhado, bobo. As coisas legais eram cobradas a parte, como alimentar peixes ou nadar com golfinhos. Um genérico bem mal lavado do SeaWorld. 
Passeio fraco, 2 cocares, em função do preço (não pagamos por assim dizer, pois estava incluso o Go O´ahu Card, mas eram uns bons 40 obamas na porta).

Levamos um tempo até achar a Lighthouse Trail. Até tem estacionamento, mapa... mas faltava uma placa dizendo "Lighthouse Trail", manja? Uma vez achada, tudo fico numa boa. A trilha é asfaltada e, mesmo morro acima, é apenas uma questão de pernas e calor. Sim, estava quente pacas, mas esperávamos algo assim:


Passeio ok, 3 sabres de luz, em função do preço (gratuito).

Jantamos, para surpresa de ninguém, poke.





quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Hawaii - O'ahu - Dia 20: Kailua Ranch e Bishops Museum

Um acerto e um erro, posso dizer sobre esse dia.
  • Kailua Ranch
O Kailua Ranch é uma fazenda com diversas atrações: dia do fazendeiro, passeio de quadriciclo, passeio a cavalo e o que fizemos: tour guiado pela fazenda e locais famosos de filmagens.
Conhecemos toda a história do local, que pelas conexões com seus proprietários se confunde até mesmo com a história do Havaí em alguns pontos. A primeira parte consiste da produção da fazenda: bananas, coco, gado variado, peixes. Nada que impressione, digo.
A segunda parte é um pouco melhor: os locais de filmagens usadas em Jurassic Park, Godzilla, Lost, Pearl Harbor, Como se Fosse a Primeira Vez e muitos outros filmes e séries é quase legal. Ainda assim, acabei achando bobo, superficial até mesmo para um tema superficial. 
Vale mesmo é a vista:


  • Bishop´s Museum
É um museu de curiosidades havaianas. Maior por dentro do que por fora, acabou sendo bastante interessante. Vimos pranchas de surf antigas, totens, uma foto da complicada família real havaiana (abaixo), armas, tapeçaria, roupas... Um dos anexos, de foto científico, tinha um gasilhão de conchas. 
Feito em uma tarde, deu para o gasto e divertiu. 



Um dia ok, devo dizer, mais pela expectativa não atingida no rancho. A curiosidade do dia foi o fato de nosso tour no rancho ter 3 ônibus, um dos quais com guia chinês.




terça-feira, 3 de novembro de 2015

Hawaii - O'ahu - Dia 19: Mergulho e North Shore

Na reta final da viagem, já começava aquele sentimento horrível: que bosta, vou ter que voltar para casa...

Acordamos cedo, madrugada de domingo, para a única coisa que me tira da cama cedo em um final de semana: mergulho. Claro que, por acordar cedo demais, fiz besteira: esqueci o computador de mergulho no hotel. Burro agudo.
  • Sea Tiger (Log #23)
O Tigre do Mar foi um barco que, velho/danificado além de qualquer possibilidade de recuperação economicamente viável, foi afundado de modo controlado. Por isso ele está tão horizontal, tão fácil de ver e tão cheio de vida em sua volta. Com o aumento que a água proporciona às imagens, posso ver, mesmo sem lentes, os detalhes da embarcação. Escotilhas, janelas, decks, cabines. E por todo lado corais vão se instalando. Os peixes são essencialmente os mesmos: wassles, butterflies, sargentos, cornetas, moreias. Eu e Lu, independentes um do outro, achamos não um mas dois scorpionfishes crentes que estavam disfarçados de pedra. O fato de estarem no deck do barco meio que os denunciou.
Era mergulho profundo, de 30m, o que mata rapidamente o tanque.
  • Turtle Heaven (Log #24)
Como na véspera, achei o intervalo curto entre os tanques. Preciso estudar mais isso...
O Paraíso das Tartarugas tem... tartarugas. Montes, talvez uma dúzia. Livres, soltas, felizes de nadarem conosco. Impressionante como uma "braçada" delas impulsiona tanto. Os cardumes eram maiores neste local, e só então reparei que os carais-cérebro, em O´ahu são mais roxos ou alaranjados. Deve ter uma explicação biológica complicada para isso. O fundo tem um pouco de areia, mas não chegava a comprometer a visibilidade. 
  • North Shore
Corri até o hotel, peguei o carro e jogamos as coisas dentro dele. Fomos convidados a almoçar com as meninas da escola: Lisa e Rachel. Trocamos emails e estamos nos falando até hoje. E à tarde, pé na estrada: North Shore.
É a costa norte da ilha, que concentra praia lindas e mundialmente conhecidas: Waimea, Pipeline e Sunset. Chegamos ao litoral norte por volta de 15h30, e isso nos permitiu visitar todas.
Como praias, honestamente, não impressionam nenhum brasileiro. Areia, água deliciosa... mas acaba sendo mais do mesmo. Lindas, sem dúvida, mas mais do mesmo. Vale mais para colocar a bandeirinha de "estive aqui". 


Mal aí se você está trabalhando.