quinta-feira, 9 de junho de 2016

Pedro, o Crítico

Quem nunca ouviu a história infantil "Pedro e o Lobo"? É aquela do garoto que vivia assustando as pessoas gritando "lobo !", até o dia em que o lobo de fato apareceu e ninguém levou ele a sério. Era bem fácil, mesmo para uma criança, notar que a moral aqui ensinada era sobre os malefícios de se mentir.
Mas será que não podemos ir além da mentira, e expandir o conceito? Podemos, devemos, iremos.

Começando pela parte mais leve, sou conhecido fã/adorador de algumas coisas na vida. Quem não? Adoro filmes de ficção científica, hamburguer, corridas de carro, chocolate e jogos em geral, para pegar 5 coisas completamente diferentes entre si. Ocorre que eu mesmo fiz minha própria versão de Pedro ao elogiar, provavelmente de modo excessivo, variantes dessas 5 coisas. O ponto é que ninguém mais me leva a sério, sequer eu mesmo, quando eu digo gostar de algum filme de sci-fi, de uma corrida, de um jogo. Basicamente, eu não tenho critério convincente e aceitável para essas coisas. Já aprendi e viver com isso.
Nem assim sou um inútil nesses assuntos. Há anos eu brinco com a frase: "gente... seu eu falei que uma sci-fi é ruim, é porque é ruim mesmo.". O mesmo para as outras 4 coisas que listei, talvez muitas outras. Se o assunto for filme de espionagem, doce de leite, livro de fantasia, campeonato de basquete ou rodízio de pizza a opinião talvez seja mais isenta, e tudo bem quanto a isso. Mas o fato é que eu me aceitei melhor quando ri de mim mesmo sobre a incapacidade de criticar certas coisas. Tornei-me útil, a meu modo.

Mas aqui tem um ponto importante que é a autocrítica que fiz. Confronto com as colunas de cinema que por algum tempo li na Folha, assinadas por Suzana Amaral. Lembro que as notas variavam de 0 a 4 estrelas, e por uns bons 4 anos no final da década de 90 era incrivelmente escolher o que ver: bastava ver qualquer coisa que ele desse nota zero. Qualquer coisa. Que me desculpem o linguajar pesado, mas esta lorpa deu nota zero para Star Wars e Matrix, por exemplo. Ainda assim, foi útil a seu modo, embora eu aqui duvide que ela se perceba como uma sátira de si mesma, incapaz de uma opinião coerente sobre os filmes que era (ainda é ?) paga para escrever sobre.

Se o amigo leitor aguentou ler até aqui, vai uma dica ao criticar coisas na política. Não seja como o Pedro, do conto. Mesmo que você não esteja querendo pregar uma peça em ninguém, pense bem antes de alardear qualquer coisa. Ou você vira uma Suzana Amaral do PT, do PSDB ou da PQP. Tanto faz: ninguém mais te leva a sério mesmo.
Tipo Carta Capital
Tipo Veja.
Mera piada, versões cômicas de si mesmas.




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