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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A Piada do Sofá

Antiga, mas vamos a ela, caso o amigo leitor não a conheça.


Um dia um sujeito chegou em casa mais cedo do trabalho e encontrou a esposa com outro, em momentos íntimos, no sofá da sala. Revoltado, ele disse:
- Eu vou dar um jeito nisso.
No dia seguinte, ele vendeu o sofá.

Não vim aqui para repetir uma piada relativamente antiga e que foi até mesmo citada pela banda Velhas Virgens. Vim falar de futebol.
Foi anunciada ontem a decisão de que Palmeiras x Corinthians, no próximo domingo, contará apenas com a torcida mandante. O Ministério Público solicitou a medida à Federação Paulista de Futebol que, embora contrária à medida, acatou o pedido. 
Entendo a postura da FPF. Ela não tem controle sobre o que acontece nesses cenários, e acabaria sendo responsabilizada de uma forma ou de outra se algo de ruim acontecesse. Agora, se ainda assim algo de ruim acontecer, pode dizer "fizemos o que nos pediram".
Segundo li, a Polícia Militar não foi consultada sobre o assunto. Também não me parecem que sejam os caras que estejam resolvendo a parada.
  • O Problema

Afinal, qual é a parada, então? A parada é que as torcidas brigam. Mas não brigam dentro dos estádios que, no fim das contas, é o local mais seguro possível dada a quantidade de policiais ali presentes. Elas brigam nos entornos, nos trajetos ou simplesmente marcam horário e local para brigar.

foto: briga de torcida... no Egito

Ninguém consegue resolver o problema por uma razão bastante simples: dá muito trabalho. Quem briga não são as tais torcidas organizadas: quem briga são membros das torcidas organizadas. Instituições não brigam, pessoas brigam. 
Dãããããã.
Parece estúpido de tão simples, mas os promotores públicos ainda não entenderam isso, ou pelo menos fingem que não entenderam. A solução não está em coibir a ação das instituições, mas sim a dos indivíduos. É preciso identificar os brigões, prender e processar na letra da lei. Só isso!
Mas aí nasce a questão. Para realmente dar cabo desse problema, seriam centenas, talvez alguns milhares de processos correndo na justiça, e isso dá muito trabalho. Então é mais fácil usar a tática do espantalho, fazer um anúncio midiático de que foram tomadas medidas sérias de prevenção à violência e, na verdade, não fazer porra nenhuma para acabar com essa palhaçada. Como na piada acima, do corno que vendeu o sofá.
Isso me faz lembrar o que sempre digo por aqui: o maior problema do Brasil é o Judiciário, lento, permissivo e preguiçoso.
  • Metáfora 
Conheço pessoas cultas e inteligentes que apoiam medidas como essa ou a extinção pura e simples das torcidas organizadas. A eles, explico que estão errados em vários níveis com uma metáfora:
Imaginemos um funcionário de um banco que usava a posição de caixa para fraudar as contas dos clientes do banco. Ele usava a senha dos clientes para sacar dinheiro da conta das pessoas quando eram feitos pagamentos e embolsava o valor sacado a maior. Os clientes lesados reclamaram e o esquema foi descoberto.
Pergunto: alguém aqui vai sugerir fechar o banco por causa do incidente?
Pois então por que fechar a torcida organizada quando alguns de seus membros comete crimes usando o nome da instituição como cobertura?
  • E agora ?

Ótimo: não teremos a torcida do Corinthians no Alianz Parque. E como diabos isso os impede de brigar em outro lugar, hein?
Burrice aguda, mais uma.

Eu tenho comentado uma proposta que jamais será aceita. Acho que as torcidas deveriam brigar no Sambódromo do Anhembi (versão paulistana da solução). Marquemos dia e horário e cobramos ingressos de quem quiser assistir das arquibancadas. Cada torcida entra por um dos lados e elas se pegam no meio. Lugares centrais custariam mais caro, portanto. O evento ocorreria sem limitação de participantes, com armas brancas ou de fogo, e sem hora para acabar. 
Não é o que eles querem? Pronto! Deixemos se matarem sem envolver inocentes azarados ou patrimônio alheio.
O valor arrecadado serviria para a limpeza das arquibancadas e pista após o evento.

Desculpem-me se os iludi, amigos leitores. No fim, o post não era de futebol

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Injustiça Infinita

Não é de hoje que defendo a tese de que a causa primeira dos problemas no Brasil está no Judiciário. A morosidade muitas vezes intencional, o excesso de instâncias, prazos e recursos, a falta de comprometimento com a causa da Justiça, interpretações absolutamente alucinadas de leis e decisões que simplesmente não tem base alguma permeiam o noticiário faz tempo. Nem é novidade eu falar isso hoje. Mas desta vez, passaram dos limites.
Isso mesmo, amigo leitor, ele voltou: Paulo Maluf fez uma das coisas que sempre fez com enorme eficácia: livrou-se de seus problemas na Justiça. E com isso está eleito deputado federal

foto: Maluf com dois de seus aliados políticos

Ok, também temos que dividir essa fatura com 250 mil cretinos imbecis estúpidos babacas palhaços tontos burros agudos que votaram nele. Caso alguém que esteja lendo este blog seja eleitor dele, pedimos que não volte mais a este espaço. Nada pessoal, apenas uma questão de imagem para o Asimovia.
Voltando ao ponto, estamos realmente cansados dos desmandos judiciais. E devo dizer que a situação está piorando, com os recentes casos do juiz bêbado que acha que é deus e do juiz atrasado que mandou prender os funcionários da companhia aérea. Este último, pelo menos foi afastado do cargo, mas o primeiro recebeu indenização da tal agente de trânsito! Ele não apenas acha que é deus, mas seus colegas entendem que ele tem razão.
E tivemos há não tanto tempo assim a novelo dos embargos infringentes. Outra aberração.
Quem julga os juízes? Na prática, ninguém.

Bando de filhos da puta

Todos? Não, claro que não. Apenas todos os que fazem essas sacanagens todas. O problema é que eles deixam marcas irrecuperáveis na sociedade que deveriam defender. Dão espaço à impunidade. Fazem o cidadão de bem se sentir cada mais trouxa ao cumprir a lei.
Não somos um país sério, e boa parte da culpa é deles. 

terça-feira, 3 de junho de 2014

Nada muda

Na postagem de ontem, comentei a prisão de um cambista vendendo ingressos da Copa. Depois de publicar o texto, fiquei pensando sobre o comentário de um amigo anos atrás que disse que se fosse possível fazer um estádio para 500mil pessoas, ele lotaria em grandes jogos. Também pensei sobre o efeito econômico de se diferenciar preços através de um leilão holandês, o que maximizaria a receita do evento e minimizaria a especulação a posteriori. Acordei empolgado para escrever sobre isso. 
Ao ler as notícias do dia, tomo um banho de água fria na empolgação: o amável juiz Lalau será solto. Segue link.


A matéria menciona que há lei para isso, tanto quanto há lei para prender o cambista. Curiosa a pressa e eficácia para se soltar esse marginal na rua, não? Tanto quanto a de prender o cambista, para agradar a FIFA.
O cambista está preso e o juiz ladrão (e condenado !) será solto. Nada muda neste país.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Pérola do Dia

Ainda no assunto do ciclista atropelado no último domingo, surge esta pérola.
Para quem está com preguiça, o excelentíssimo senhor juiz declarou que "Se o caso fosse de homicídio consumado, seria perfeitamente possível o dolo eventual. Mas o dolo eventual é incompatível com a tentativa". Completa o magistrado: "Raciocinar de forma diversa levaria ao banco dos réus em plenário do júri todos os que estivessem dirigindo sob efeito de álcool e de forma temerária, pois, em tese, estariam assumindo o risco de matar alguém. É claro que tal raciocínio consistiria em evidente sofisma".

O que ele chama de "sofisma" eu chamo de impunidade.
O que ele é chamado de "excelentíssimo" eu chamo de imbecil.

Sr. Alberto Anderson Filho: se o Brasil é uma merda de país para se viver, é por causa do senhor e de pessoas como o senhor. Vá para a puta que te pariu.

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Completando, fico impressionado com a velocidade da Justiça quando é para soltar ou liberar criminosos. Mas para condenar...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Palace 2, 15

Acabo de descobrir que o desabamento do edifíco Palace 2, no Rio de Janeiro, completa hoje 15 anos.

Pausa para sentir o peso da idade...

De acordo com a matéria no UOL, 10% das vítimas não recebeu qualquer indenização e 120 delas recebeu no máximo 40% do que tinha direito. Essa é a inJustiça Brasileira.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Gil Rugai

Gil Rugai, acusado de matar o pai e a madrasta, irá a juri popular na próxima semana. Descobri no UOL, em link aqui.
O crime ocorreu em março de 2004. São quase 9 anos de espera. Se ele é culpado ou inocente, não sei. Seja qual for o veredito, no entanto, não se faz justiça
É disso que sempre falo: o maior problema do Brasil é o Poder Judiciário: é ele que permite a ocorrência impune de tantos crimes (de corrupção a homicídio, de estelionato a tráfico de drogas, de calúnia a sequestro). 
Lamentável.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Infantilização Judicial

A manchete da matéria é clara: Justiça obriga Universal a devolver doação a fiel. Segue link detalhado, caso o amigo leitor queira mais detalhes.
Creio que o leitor espere frases de efeito da minha parte. Poderia ser tão infantil como "toma essa, pastor safado" ou "chupa Edir". No outro lado do espectro intelectual, algo como "apoio integralmente o fim da indústria do dízimo". Se o leitor esperava qualquer uma delas, vou decepcioná-lo. Critico, novamente, a Justiça.
A única coisa de positivo que vejo por parte do Judiciário é o fato de ter sido tomada uma decisão em menos de 12 anos. Bem menos, diga-se. Justiça tardia não é justiça. Claro que um assunto desses poderia ter sido resolvido em pouco meses em vez de 2 anos e alguma coisa, mas é um avanço frente o que costuma acontecer por aqui.
Quando leio o mérito, entristeço-me porém. E não estou de chacota quanto a isso. Acho um absurdo que a Universal seja condenada a devolver uma receita que auferiu regular e legalmente dentro de sua atividade comercial cotidiana. Não acho aceitável arrependimento nesses termos, como não seria aceitável um proprietário de veículo exigir reparação da Volkswagen 8 anos depois de comprar o carro porque "não gostou dele", ou pedir ressarcimento à padaria porque o pão não estava gostoso.



Não se iludam: considero a Universal uma empresa comercial que vende ilusões e arrecada dízimos.  Tanto quanto qualquer outra instituição religiosa. Mas a partir do momento em que isso foi considerado uma atividade lícita (e mais que isso, isenta de tributação), não vejo qualquer motivo para ela possa ser obrigada a devolver, parcial ou integralmente, o valor que arrecadou dentro do exercício regular de sua atividade. Fosse doação da quantia furtada ou roubada (receptação), proveniente de tráfico de drogas, desvio de verbas ou outra atividade ilícita, vá lá. Mas a doação era de dinheiro de origem legal que foi entregue por livre e espontânea vontade à igreja. A doadora era maior e capaz, sendo portanto habilitada a fazer o que melhor lhe conviesse com seus bens. Decidiu doar, doou, fim. 
No entanto, é esse o princípio que a Justiça coloca em jogo ao proferir a citada decisão. Trata o cidadão como criança, como incapaz de tutelar a si mesmo. Pior: age assim a pedido desse.
Não é a primeira ou a última situação que vemos desse tipo. Entendo que as pessoas precisam abandonar essa fase infantil de defesa de seus interesses e começar logo a assumir a responsabilidade pelos seus atos e decisões. Somos 7 bilhões, somos capazes de enviar semelhantes à Lua vivemos o triplo do que vivíamos quando a espécie surgiu. Já devíamos ser mais capazes de lidar com nossos próprios deslizes.