quinta-feira, 21 de julho de 2016

Who you gonna call ?

"Desnecessário".
"Outra rebootinuação besta".
"Uma bobagem feminazi".
"Divertido se você chegou ontem de Marte".

Com essas 4 frases feitas, entrei no cinema nesta terça-feira para assistir Ghostbusters. Pela manhã, tinha caído minha ficha de que o filme não se chamava "Ghostbusters 3" e isso me deu pânico. "Era outra rebootinução", essa mania recente de recomeçar uma franquia usando o exato mesmo roteiro já filmado, pensei eu.
Então... Não é.

Trata-se do clássico exemplo de reboot. E se eu achei o reboot de Batman excelente, o de Homem Aranha péssimo e prematuro e de Superman lamentável, Ghostbusters é uma franquia antiga. O mais recente havia sido lançado em 89 (27 anos atrás) e já com sinais de esgotamento do tema. Um reboot feito uma geração depois, com novo público e nova tecnologia para efeitos especiais tinha potencial.
Em resumo, o filme não é uma continuação nem remake. Não faz uso da mesma história, apenas da mesma dinâmica entre os personagens e do tema. Mesmo os personagens não são idênticos. Há equivalências, por assim dizer: Patty equivale a Winston assim como Abby equivale a Egon. Numas também, não é correlação tão direta e perfeita assim. Ninguém ocupa o lugar de Peter, e essa é uma das grandes qualidades do filme: respeitar o que foi feito, mas fazer algo novo. E Chris Hemsworth (Thor, James Hunt) é a nova Janine.


O grupo, simples assim, funciona. As personagens ficam bem na tela, o tempo todo. As atrizes, que não são beldades esculpidas em academias e efeitos especiais, estão ótimas, todas elas. Em especial Leslie Jones, a melhor de todas. E não é uma forçação de barra: ela conquista seu espaço com naturalidade. 
Não é um filme de arte, não espere um grande tratamento do histórico dos personagens, ou cenas de partir o coração. É um filme divertido, leve, com ótimas piadas. E não há citações aos filmes anteriores. É isso que faz desta versão de 2016 um reboot. Ficou claro agora? Há, claro, cameos impagáveis de atores, locais e efeitos especiais. Harmoniza perfeitamente com pipoca.

Impossível, agora, não tratar da questão das mulheres. Tenho lido muita gente dizendo que o filme é uma bobagem feminazi. "Trocaram os personagens homens por mulheres apenas porque são mulheres", disseram uns. "É apenas a versão de saias do filme anterior", disseram outros. 
Simplesmente as críticas não procedem. E eu estava mau humorado pacas, com vontade de achar esses elementos no filme. Eles não estão lá, esqueçam. Entendo que em muitos pontos os movimentos de justiça social passaram da medida em suas demandas e discursos, mas Caça-Fantasmas não é um desses casos. É um filme bastante divertido, vale a ida ao cinema. E, sim, a música original é tão melhor que tiveram que usá-la novamente, apesar da regravação recente para este ano.

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