quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Exemplos para Quem ?

Um debate meio sério meio cômico no Facebook inspirou este texto na minha cabeça. Achei por bem estruturar e deixar registrado, portanto.
Um camarada perguntou sobre as atitudes, digamos, extremadas do Justin Bieber. Precisei de um pouco de google para saber do que se trata, mas achei:


Que beleza, escoltado pela polícia... Enfim, também soube que ele foi preso por tirar racha, mas não achei nenhuma foto útil para incluir aqui.
O assunto derivou para "exemplos". Um cara famoso assim, com milhões (literalmente) de fãs pelo mundo todo (literalmente de novo) deveria se comportar melhor, dizem. Afinal, esses fãs veem nele um exemplo a ser seguido e esse comportamento estúpido é negativo. Certo?

Ei, ei, ei: pópará
Aqui eu discordo totalmente. 
Para começo de conversa, porque diabos a molecada não imita o exemplo do pai trabalhor, hein? Continuando, Justin Bieber tem uma carreira de cantor (Bem... é o que os fãs dizem, mas não entremos nesse mérito). Ele não pediu para ser o pilar moral da sociedade dos anos 10. Ele não se apresenta como tal. Não faz discursos apaixonados sobre como as pessoas deveriam agir. Não merece, portanto, carregar esse peso.
Amy Winehouse também não.


Nem Chorão, Kurt Coubain, Janis Joplin, Elis Regina, Garrincha, James Hunt, Paul Walker, James Dean, Jimmy Hendrix e tantos outros. 
Citei ídolos culturais de áreas variadas. Não debato gosto ou nivelo as coisas entre eles ou entre eles e outros. Meu ponto é que não acho certo as pessoas se pautarem pelo comportamento de seus ídolos para decidirem como devem agir. E nem acho certo cobrar desses ídolos comportamento exemplar por serem ídolos. Deveriam agir certo apenas e tão somente por ser certo, oras.

Claro que há aqueles que optam por serem exemplos. Pedem para assim serem vistos. Aí, a coisa muda. Se o cara se apresenta como tal, aí deve ser cobrado com máxima carga. Certo, pastor?


Aqui neste grupo entram os líderes. Religiosos (Valdomiro, Soares, Edir, casal Hernandes, padres, bispos e cardeais pedófilos) e políticos (Sarneys, Maluf, Calheiros, Collor, Perrelas, mensaleiros em geral) estão neste grupo, pois pediram para aqui estar. Poderiam ser caixas de banco, mas quiserem ser referência moral. 
Pois que sejam. É destes que devemos cobrar.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Treinem mais !

Seu Kung Fu está bom?
Você está mais forte, mais ágil?
Já consegue dar salto mortal?! Bacana!




(fonte: 9gag.com)

Treinem mais!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Tortura Nunca Mais !

Alguns anos atrás, amigo leitor, eu estava indo de carro até um amigo. Não lembro exatamente o ano, mas era final de semana das semifinais do Campeonato Paulista e os quatro times grandes se enfrentavam. Não lembro exatamente quem contra quem, mas o que importa é que todos os quatro estavam envolvidos na disputa. 
No caminho de ida, passando pela avenida Ricardo Jafet, vi um vendedor de camisas dos times. Aproveitava a demanda, claro. Mas notei a curiosidade de não haver camisas do Santos naquele momento. Logo dei meu veredito:
- Time pequeno mesmo. Nem o ambulante se importa em vender essa camisa, já que ninguém compra mesmo.
Segui meu caminho até o compromisso. Na volta, um santista estava de carona comigo. Passei pelo mesmo local, onde o vendedor ainda estava postado, e continuava a não ter camisas do Santos. Meu amigo percebeu e comentou:
- Viu só ? Não tem camisa do Santos. Vendeu todas. Time grande é assim mesmo!

O leitor observa pelo meu relato (garanto ser verídico) que ambos, eu e meu colega, observamos o mesmo dado com a mesma precisão. Mas aplicamos nossas preferências para chegar a conclusões completamente divergentes sobre o ocorrido.
É isso que vemos hoje em dia em diversos assuntos. Reflexo do Fla-Flu político, nenhum dado é tratado com devido respeito nesse campo em particular. Ao contrário, é torturado até confessar a conclusão que o articulista deseja. Se no local X, antigamente administrado pelo partido A e que recentemente trocou pelo partido B, aumentaram as denúncias de corrupção. O fanboy do partido A lamentará a troca, dizendo que a corrupção aumentou e a quantidade de denúncias comprova isso, enquanto o fanboy do partido B dirá que agora sim os desvios estão sendo apurados e o aumento das denúncias comprova a conclusão.
Ambos podem estar certos ou errados simultaneamente. As conclusões do exemplo não são excludentes, nem complementares: pode haver uma onda de denúncias atípica, embora a corrupção total tenha se mantido estável. Apenas uma ideia, até porque não estou querendo fazer nenhum tipo de referência velada a ninguém.

Lamento que tantos se preocupem com seus pontos de vista e tão poucos com os fatos. Naquele dia, nem eu nem meu amigo perguntamos ao vendedor sobre as camisas do Santos. Jamais saberei.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O Imbecil do Dia

O imbecil do dia, amigo leitor, manifestou-se ontem, dia 23/01. Segue a origem da treta.
Segundo eu entendo de Ciência, novas espécies são descobertas, digamos, diariamente. Acho isso natural: o tema está em aberto, o planeta ainda tem muitas área selvagens, nada de mais até aí.
No entanto, os tais cientistas já decretaram que a espécie está ameaçada de extinção. Extinção? Extinção!
Mas esperem um pouco... Se a espécie era desconhecida, como diabos eles podem afirmar que existem poucos e, pior, que estão diminuindo para falar em extinção?!
É isso que me dá nos nervos com ambientalistas.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Empolguei

Amigo leitor, fui pego de surpresa. 
A Force India soltou a foto de divulgação da sua pintura para este ano:


Adorei a combinação de preto, verde e laranja. Fazia anos que não aparecia um carro tão bonito. E quando eu estava pensando isso, saiu a imagem da Williams:


Ainda mais bonita! Lembro um pouco uma Stewart de anos atrás (97 ?). São os dois carros mais bonitos dos últimos o quê, 10 anos? Talvez apenas aqueles Brawns, com branco e detalhes amarelos se aproxime disto.
Empolguei.
 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Chega de Fla-Flu

Não, amigo leitor, o post não é sobre futebol. Veja o tag do mesmo. Mas se você chegou agora de Marte e acha que Fla-Flu é apenas uma referência a um dos maiores clássicos do futebol nacional, peço que deixe de ser um chato antiboleiro e entenda que a expressão se aplica a qualquer dicotomia radical de pensamentos. No caso, aplica-se à política. E, prometo, não falarei de corrupção.
A baixa qualidade do debate político gerou um clima de animosidade não apenas entre os partidos predominantes no Brasil, mas também entre seus eleitores. Primeiro, peço que o eleitor do PT que estiver lendo este post não seja raso a ponto de dizer que o PSDB não é a segunda força política no Brasil porque é e você sabe muito bem disso.
No entanto, essa predominância PT-PSDB nos últimos 5 pleitos presidenciais (ambos os partidos tomaram o 1o e 2o lugares em todas as 5 eleições) fez com que as baterias eleitorais de um se especializassem em atingir o outro. Não seria de todo ruim se algo mais houvesse além destas baterias. Meu post vem aqui lamentar que não haja.
Impressiono-me cada dia mais com a incapacidade de um dos lado em ver méritos no outro e reconhecer os acertos que por ventura tenham acontecido. Aconteceram sim, oras. Acho que o país melhorou nos últimos 20 anos em alguns aspectos e queria citar alguns, fruto do trabalho de ambos os lados.
Sim, leitor petista, foi o PSDB no governo FHC que estabilizou a moeda. Não bastava um plano econômico, era preciso um período longo sem a hiper inflação para a memória começar a apagar e se estabelecer novos padrões monetários efetivos. 
Sim, leitor petista, foi o PSDB quem trouxe de fato as privatizações, na medida em que nenhum estado no mundo é capaz de investir com a agilidade e eficácia da iniciativa privada. Tanto é verdade que agora o modelo é novamente utilizado em estradas e aeroportos. Rebatizar de concessão não muda os fatos.
Sim, leitor tucano, foi o PT quem conseguiu criar um colchão social contra a pobreza, e já não era sem tempo. 
Sim, leitor tucano, também foi em administração PTista que se criaram boas ideias em São Paulo como os CEUs e o Bilhete Único. Indiscutível que funcionam.
No entanto, nenhuma destas 5 medidas citadas, nem qualquer outra, funciona sozinha. Tudo que é feito neste mundo necessita de ajustes e manutenções. Continuidade, governança. Vale para todos os lados, claro. Mas não é o que acontece. 
Petistas e tucanos fazem questão, o tempo todo, de se matarem nas redes sociais por qualquer motivo. O mais recente foram os rolezinhos. Logo passa e surge outra arena, apenas para repetir a luta, sem vencedores e com um país vencido. Todos que me conhecem sabem que sou eleitor de direita, dos tucanos. Mas eu cansei desse Fla-Flu, acho que precisamos de algo mais elevado, evoluído, adulto.
O apelo é para ambos os lados.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Sobre Piscinas

Verão, Sol, calor. Vamos fazer uma paródia sobre piscinas?
Era uma vez uma grande clube. Enorme, majestoso, imponente, querido por todos. Tinha seus problemas de manutenção, claro. Mas falemos do conjunto aquático dele.
Era de uma grandeza sem igual. Contava com várias piscinas diferentes no mesmo conjunto. Ao frequentador, era possível trocar de uma para outra como e quando bem quisesse. No entanto, os sócios tinham um comportamento bastante peculiar quanto a isso. Pois vejamos.
A Piscina #1 era a mais lotada. Havia realmente muita gente na sua área. O pessoal da Piscina #1, ao contrário do que se possa imaginar, achava ótimo que ela fosse cheia, e continuava convidando os demais a irem para lá. Quanto mais cheia, mais felizes eles ficavam, genuinamente. Eles mostravam uma circular emitida pela direção do clube dizendo que apenas a Piscina #1 estava própria para o banho, mas a direção nunca foi encontrada para confirmar a veracidade dessa circular. Os usuários da Piscina #1 divergiam muito sobre como usá-la. Havia os que nadavam no comprimento, outros na largura, alguns boiavam e outros mergulhavam. Com essa diversidade, alguns deles se esbarravam vez por outra, e brigas aconteciam. Mas o que os chateava mesmo era a turma das outras piscinas. Na verdade, a maioria deles não entrava na água nunca, ficava apenas no deck, mas estava muito orgulhoso de estar ali e dizia aos quatro ventos que mergulhavam com frenquência.
A Piscina #2 também era muito cheia, quase tanto quanto a Piscina #1. Eles também tinham uma circular da direção do clube dizendo que apenas a Piscina #2 era própria e as demais não deveriam ser usadas. Novamente, a direção do clube não foi localizada para comentar o assunto. Diferentemente da Piscina #1, os usuários da Piscina #2 a usavam intensamente, mas de apenas dois modos: nadando no comprimento ou na largura. Os que faziam de um jeito não faziam do outro. Ocasionalmente, alguns banhistas se esbarravam por causa disso e o desentendimento era bastante sério entre eles.
A Piscina #3 era tão grande quanto as duas primeiras e praticamente vazia. Os banhistas da Piscina #3 apresentavam uma carteirinha de sócios remidos para poder entrar nela, e não permitiam que banhistas sem a tal carteirinha entrassem nela. A direção do clube, uma vez mais, não foi encontrada para confirmar a validade dessas carteirinhas e os usuários das demais piscinas debochavam dessa carteirinha. Os banhistas da Piscina #3 praticavam apenas nado sincronizado, o que faziam com muita coordenação. Frequentavam a piscina com assiduidade e eram muito raros os desentendimentos entre eles. No entanto, eles estavam sempre às turras com a turma da Piscina #2. Curiosamente, nenhuma das turmas queria entrar na outra piscina, queriam apenas brigar mesmo.
A Piscina #4 era diferente. Também era bastante frequentada, mas seus usuários tinham regras estranhas sobre isso: não era permitido mergulhar de cabeça, nem usar a piscina no verão. Essa turma era estranha: eles não se importavam muito se algum deles fosse nas outras piscinas vez por outra, desde que a regra do mergulho e a do verão fossem respeitadas. 
A Piscina #5 era a mais curiosa de todas. Era relativamente vazia, e todo tipo de uso era permitido. No entanto, eles faziam questão, não se sabe porque, de ficar no mesmo canto e sempre esbarravam uns nos outros, gerando todo tipo de atrito. Não adiantava sugerir que eles usassem outra parte da Piscina #5, pois cada um dizia ter o mesmo direito de estar ali, o que sem dúvida fazia sentido. Eles pareciam gostar desse incômodo. Vez por outra, usuários da Piscina #1 iam até a Piscina #5 apenas para fazer xixi nela. Isso causava desentendimentos de toda ordem e seriedade, mas a direção do clube nunca tomou providências sobre isso.
A Piscina #6 não tinha muita gente. O pessoal das Piscinas #1 a #5 achava aquela a pior de todas. Os banhistas das Piscinas #1 e #2 viviam agredindo a turma da Piscina #6. Na Piscina #6, era permitido qualquer tipo de uso: nadar no comprimento, na largura, por baixo da água, mergulhar, boiar ou que fosse. Quando dois banhistas se esbarravam por causa desse caos, alguns atritos verbais surgiram, mas raramente algo mais sério acontecia. Os banhistas da Piscina #6 ficavam o tempo todo convidando os usuários das outras piscinas para mudarem para a deles, com a condição de que ficassem apenas nela. Quando uma pessoa mudava, seus amigos da Piscina anterior passavam a ignorá-la ou até a ofendê-la por isso, em função daquelas circulares ou da carteirinha especial estarem sendo desrespeitadas. 

E aí, amigo, leitor? Entendeu o que é cada piscina?

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Rolezinho, Elevador e a Torcida Uniformizada

Ok, amigos, chegou a hora de tratar dos rolezinhos aqui. Como aconteceu nas manifestações de junho passado, optei por esperar um tempo antes de discorrer sobre o tema. Hoje caiu minha ficha e, embalado pelas dores do pós-operatório cirúrgico, falarei.
A primeira impressão que tive vem se confirmando. Não se trata de movimento social, mas de fenômeno. Por contraditório que pareça no primeiro momento, não é organizado. Certamente não tem pauta, não tem objetivo. Isso lhe tira a característica de movimento portanto. Alguém viu alguma faixa nos rolezinhos? Alguém ouviu alguma palavra de ordem? As manifestações de junho deixaram claro que um movimento não precisa de um líder para começar (embora precisem de um para continuar e por isso falharam miseravelmente após a redução das tarifas). O mesmo ocorre aqui, mas os jovens não estão pedindo por educação, moradia, transporte, saúde ou segurança. Não pedem direitos. Não pedem nada. Querem apenas estar ali. Neste ponto, então, inofensivo é o fenêmeno, certo?

Não podia ser mais errado. O fato de um grupo de pessoas querer apenas se reunir não significa que isso possa acontecer em qualquer lugar. Não se trata de restringir liberdade, é uma questão se segurança física. Se 40 pessoas querem usar um elevador, vão ter que fazer 5 turnos de 8, ou não vai dar certo. Nenhuma das 40 pessoas está errada, é criminosa ou merece menos direitos que os outros 39. Mas não pode entrar juntas no elevador. Fim.
O mesmo ocorre nos rolezinhos, oras. O shopping center, tanto quanto o elevador, tem uma capacidade. E os rolezinhos excedem esse número e, por isso, a coisa começa a dar errado.
Os rolezinhos sempre existiram, amigo leitor. Eu fiz parte dos meus quando adolescente. Fui a shoppings com meus 10 ou 15 amigos badernar. Sim, badernar. Andávamos de turminha, falando alto, fazendo barulho, gritando. Incomodávamos, e bastante. Nunca depredamos nada, pois isso poderia ficar sério. Íamos nos desfiles de moda praia no Mappin Itaim ver as modelos. Um dia, passamos da conta e a segurança do shopping interveio, conduzindo-nos para fora do estabelecimento. Nada de muito incrível, portanto.
O que vemos hoje é a mesma coisa, apenas em escala muito maior. Nos anos 80, marcar um rolezinho entre 15 amigos envolvia juntar todos no mesmo lugar, o que era impossível, ou ligar de um em um, o que era caro. Hoje, marca-se um evento na rede social, e milhares de pessoas acessam isso de modo rápido, fácil e barato. Quinze virou 6mil com a mudança do paradigma tecnológico.
Agora temos o fenômeno do elevador, ora pois. Cinco amigos querendo entrar juntos no elevador funciona, mas 40 não. Quinze amigos indo juntos ao shopping podem entrar, mas 6mil, não.
Pronto, fim, acabou. Certo? Errado de novo. 

Vamos agora para o estádio, completar o título do post. O estádio de futebol comporta milhares de torcedores. Dezenas de milhares, na verdade. Ocorre que um grupo se reune e decide ir até lá junto, unido. Decide criar cantos bonitos. Decide fazer faixas e bandeiras. Levar instrumentos. Digo com total pureza de coração: fica bonito sim. Eu quando esses sujeitos se reúnem em maior quantidade, digamos 10mil, e seguem para o estádio eles... entram, oras. O estádio comporta sim essa escala. Se um jogo onde se esperam 12mil torcedores de repente recebe 20mil, nada de mais acontece, pois o local dá conta de 40mil.
Aqui, então, uma diferença histórica: o torcedor uniformizado cabia no local onde ia, enquanto o rolezinho não cabe. 
Falada da diferença, falemos da semelhança. Em qualquer reunião de muita pessoas sempre teremos gente safada se aproveitando do volume de pessoas para roubar. Claro que são poucos, mas acontece, e sempre. Acontece de ter bandido em estádio, em shopping, em passeata e até em festa de formatura. Assim como existem os briguentos animais nas uniformizadas, existem os ladrões nos rolezinhos. É a mesma coisa agora.

Então, amigo leitor, proibir o rolezinho no shopping, diferentemente da torcida uniformizada, é uma necessidade de espaço físico. Não se trata de proibir o pobre, o negro ou o feio: o problema está no volume simultâneo de gente, só isso. Fosse um rolezinho de 6mil jovens ricos indo no Shopping Jardim Sul também daria errado. 
Alegações de que a proibição é apharteid, discriminação racial ou social são patéticas, tanto quanto a glamourarização do rolezinho. É uma ideia fraca que não tem como dar certo, apenas isso. Qualquer outra coisa dita será reflexo do Fla-Flu ridículo que se tornou o debate político no Brasil.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Dias úteis

Estava eu outro dia ouvindo uma reportagem sobre as vendas de carros zero no Brasil em 2013. Depois de anos de alta, houve pequena queda no ano passado, coisa de 1,5%.
Segundo o entrevistado, da ANFAVEA, ainda foi um ano positivo. Alguns segmentos tiveram alta, outros, além da alta, foram o melhor da história e tals. O que me chamou a atenção foi a contagem de dias úteis. O entrevistado se mostrou preocupado sobre 2014 pois, embora haja poucos feriados, a Copa do Mundo deve diminuir sensivelmente a quantidade de dias úteis do ano, e isso afeta as vendas.
Foi aqui que eu estranhei. Esse tipo de comentário, em primeira análise minha, faria sentido para vendedores de bijuterias e coxinhas, mas não para carros. Carro não se compra por impulso, acho eu. Custa dezenas de milhares de reais, causa impacto permanente nas despesas mensais e anuais do comprador e altera o estilo de vida drasticamente.
Fui pesquisar minhas memórias. Meu primeiro carro foi zero, um Chevrolet Corsa. Fechei negócio durante a semana, mas há de se dizer que eu era estudante e tinha liberdade de horário para essas coisas lá em 1996. Troquei-o por um Daewoo Lanos, em negócio familiar resolvido por telefone. Não entra na conta, portanto. Depois dele, tive um Peugeot 206, seguido por meu atual Honda Civic: estes dois últimos comprados em sábados. 
Pesquisei mais e lembrei-me a amizade que tive/tenho com a vendedora do Civic. Priscila trabalha 3 de cada 4 finais de semana do mês, pois são dos dias de maior movimento. Diz ela que qualquer vendedor de carros com um mês de experiência sabe disso. O comentário dela bate com minha história.
Fiquei, então, surpreso com o comentário sobre dias úteis. Será que só eu (e a Priscila) pensamos assim?

domingo, 12 de janeiro de 2014

Papo rápido

Wandercléa e Ebgsmilton se encontram por acaso na rua. Ele repara que ela está mancando e inicia a conversa:
- Oi, Cléa.
- Oi, Ebs ! Tudo bom com você?
- Comigo sim, mas você... tá ruim da perna?
- Minino, você nem sabe o dia que eu estou tendo.
- Conta, oras.
- Começou logo cedo. Acordei com uma gastrura terrível. Sabe como é só de pensar que tava indo no dentista...
- E foi?
- Fui claro. Não ia perder a data. Tinha que distrair o dente do cisne. Tomei coragem e resolvi encarar de frente.
- Mas foi com anistia?
- Foi sim. Mas quando tava lá, me ligaram de casa avisando que a máquina de lavar quebrou de novo.
- Jura?
- Juro. Terceira vez que eu mando na insistência técnica e não arrumam direito. Daí eu sair com pressa de lá para ir no banco assustar o cheque. Safados mesmo.
- Safados. E você caiu da escada na correria?
- Não caí, mas era uma escada muito íngride e logo que eu cheguei na rua comecei a sentir as costas. Bem aqui, do lado da calúnia.
- Ah, deve ser o nervo asiático.
- Pensei a mesma coisa. Agora, por vida das dúvidas, melhor ir no doutorpedista, né ?
- É. Vai lá então. Melhoras.
- Brigada.