terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Dias úteis

Estava eu outro dia ouvindo uma reportagem sobre as vendas de carros zero no Brasil em 2013. Depois de anos de alta, houve pequena queda no ano passado, coisa de 1,5%.
Segundo o entrevistado, da ANFAVEA, ainda foi um ano positivo. Alguns segmentos tiveram alta, outros, além da alta, foram o melhor da história e tals. O que me chamou a atenção foi a contagem de dias úteis. O entrevistado se mostrou preocupado sobre 2014 pois, embora haja poucos feriados, a Copa do Mundo deve diminuir sensivelmente a quantidade de dias úteis do ano, e isso afeta as vendas.
Foi aqui que eu estranhei. Esse tipo de comentário, em primeira análise minha, faria sentido para vendedores de bijuterias e coxinhas, mas não para carros. Carro não se compra por impulso, acho eu. Custa dezenas de milhares de reais, causa impacto permanente nas despesas mensais e anuais do comprador e altera o estilo de vida drasticamente.
Fui pesquisar minhas memórias. Meu primeiro carro foi zero, um Chevrolet Corsa. Fechei negócio durante a semana, mas há de se dizer que eu era estudante e tinha liberdade de horário para essas coisas lá em 1996. Troquei-o por um Daewoo Lanos, em negócio familiar resolvido por telefone. Não entra na conta, portanto. Depois dele, tive um Peugeot 206, seguido por meu atual Honda Civic: estes dois últimos comprados em sábados. 
Pesquisei mais e lembrei-me a amizade que tive/tenho com a vendedora do Civic. Priscila trabalha 3 de cada 4 finais de semana do mês, pois são dos dias de maior movimento. Diz ela que qualquer vendedor de carros com um mês de experiência sabe disso. O comentário dela bate com minha história.
Fiquei, então, surpreso com o comentário sobre dias úteis. Será que só eu (e a Priscila) pensamos assim?

3 comentários:

  1. Norson, Norson... Do jeito que você colocou, dá a impressão de que você também não entendeu o que foi dito. Por isso que eu adoro uma frase que meu professor de História falou no meu primeiro colegial:

    Um texto fora de contexto não passa de pretexto.

    Coloquemos um contexto: não sei você, mas eu trabalhei anos no comércio. E para todo mundo que trabalha no comércio, sábado É dia útil. E vai ter uma quantidade razoável de jogos de sábado, além de ter os dias de jogo da Seleção que serão, se não me engano, feriado eletivo (o prefeito da cidade-sede do jogo decide se é feriado ou não).

    Além disso, sim carro se compra por impulso. Desde que o crédito se tornou fácil no Brasil, muita gente tem feito isso. Porque carro deixou de ser investimento fazem pelo menos 15 anos.

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  2. Sobre os sábados, acho que quando o entrevistado falou em 250 dias úteis (não mencionei isso antes), estava um tanto claro que o sábado não estava na conta dele.
    Sobre a compra por impulso, que eu não duvido que exista, não consigo imaginar que tenha tamanha participação no bolo.

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  3. A regra de compra por impulso é sempre a mesma: se a pessoa tem a grana (ou acredita que tem) ela compra. Eu comprei o meu atual carro por impulso.

    Sobre os dias úteis, faz mais sentido o seu comentário com essa informação, mas ainda assim, se o cara conta sábado como dia útil e não conta segunda (quando eu trabalhava no comércio, para mim segunda-feira não era dia útil) os cerca de 250 dias ainda batem.

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