Vencemos, mas não empolgamos.
A vitória de ontem mostrou nossos problemas, mas também mostrou virtudes. Não foi uma desgraça em termos de torneio, e fizemos os 3 pontos contra o adversário mais forte do grupo.
Do lado ruim, não acho justo apontar o gol contra de Marcelo. Ele foi pego na passada, e não estava ali a passeio, mas marcando o atacante atrás dele. Mas a atuação de Luís Gustavo foi abaixo da crítica. Alternou momentos em que sumiu no jogo com falhas, com a de não ter cortado o cruzamento que gerou o gol contra. É um bom rapaz, joga bem e que teve um dia ruim.
O segundo ponto negativo foi a falta de saber o que fazer com a bola. Contra uma Croácia fechada depois do primeiro gol e mesmo após o empate, a seleção brasileira retinha a posse de bola mas trocava passes no meio campo sem criar nada. Claramente faltam armadores de jogadas ali. Não temos um Zico ou um Rivaldo.
Há pontos positivos, e destaco dois. Ao contrário do esperado, Neymar não ficou no seu típico cai-cai. Não ficou cavando faltas, não se acovardou. Jogou bem do ponto de vista individual, chamou a responsabilidade e fez dois gols.
O outro foi Oscar. Apagado nos últimos amistosos, era um ponta direita dedicado ontem. Exatamente o que faltava no time de 2010. Fez boas jogadas, boas finalizações, dividiu bola com os adversários. Mostrou que está lá no caso de Neymar não estar bem. Oferece-se como plano B, o que parecia não existir até ontem. Em resumo, achei Oscar o melhor em campo.
O Brasil tem um trunfo sobre os adversários, e deve saber usá-lo: por jogarmos na estréia, temos o calendário mais espaçado de todos. O que fizemos ontem dá conta da primeira fase, mas não vence Espanha, Argentina ou Alemanha. É preciso melhorar.
E o lance decisivo do jogo, como todos sabem, foi esse:
Difícil defender o árbitro. Já corre a piada de que o Fluminense vai recorrer ao STDJ para que o gol seja creditado a Fred.