sexta-feira, 13 de junho de 2014

Copa 1: Brasil 3 x 1 Croácia

Vencemos, mas não empolgamos.
A vitória de ontem mostrou nossos problemas, mas também mostrou virtudes. Não foi uma desgraça em termos de torneio, e fizemos os 3 pontos contra o adversário mais forte do grupo.
Do lado ruim, não acho justo apontar o gol contra de Marcelo. Ele foi pego na passada, e não estava ali a passeio, mas marcando o atacante atrás dele. Mas a atuação de Luís Gustavo foi abaixo da crítica. Alternou momentos em que sumiu no jogo com falhas, com a de não ter cortado o cruzamento que gerou o gol contra. É um bom rapaz, joga bem e que teve um dia ruim. 
O segundo ponto negativo foi a falta de saber o que fazer com a bola. Contra uma Croácia fechada depois do primeiro gol e mesmo após o empate, a seleção brasileira retinha a posse de bola mas trocava passes no meio campo sem criar nada. Claramente faltam armadores de jogadas ali. Não temos um Zico ou um Rivaldo. 
Há pontos positivos, e destaco dois. Ao contrário do esperado, Neymar não ficou no seu típico cai-cai. Não ficou cavando faltas, não se acovardou. Jogou bem do ponto de vista individual, chamou a responsabilidade e fez dois gols. 
O outro foi Oscar. Apagado nos últimos amistosos, era um ponta direita dedicado ontem. Exatamente o que faltava no time de 2010. Fez boas jogadas, boas finalizações, dividiu bola com os adversários. Mostrou que está lá no caso de Neymar não estar bem. Oferece-se como plano B, o que parecia não existir até ontem. Em resumo, achei Oscar o melhor em campo.
O Brasil tem um trunfo sobre os adversários, e deve saber usá-lo: por jogarmos na estréia, temos o calendário mais espaçado de todos. O que fizemos ontem dá conta da primeira fase, mas não vence Espanha, Argentina ou Alemanha. É preciso melhorar. 

E o lance decisivo do jogo, como todos sabem, foi esse:


Difícil defender o árbitro. Já corre a piada de que o Fluminense vai recorrer ao STDJ para que o gol seja creditado a Fred. 

Copa 0: Abertura

Fraca, como esperado.
As poucas abertura que vi, sempre achei sem graça, o exato oposto das aberturas de Olimpíadas, que não perco nunca e gosto quase sempre.  Em 2010, por exemplo, só o rebolado da Shakira valeu algo. E esta conseguiu ser pior. 
Há que se dar um desconto. Diferente das aberturas de Olimpíadas, comparação inevitável, as de Copa tem duas barreiras sérias. A primeira, óbvia, é a necessidade de ser algo bem mais curto. No caso de ontem, 25 minutos. A segunda, menos óbvia, é que o campo onde ela acontece vai sediar um jogo pouco tempo depois, ao contrário dos estádios olímpicos que tem direito a uma semana de descanso depois da festa. Isso limita muito o tipo de peripécia que se pode fazer e as traquitanas a serem instaladas e removidas do gramado.
Desconto dado, volta uma conversa pela manhã no trabalho:
Alexandra: O que vai ter nessa abertura?
Marcos: Um pouco de Amazônia, um pouco de índio, um pouco de samba.
Alexandra: E nas abertura das Olimpíadas?
Norson: Muita Amazônia, muito índio, muito samba.
Sobre ontem, Marcos acertou. A parte da natureza ficou bonitinha de ver, embora um tanto esparsa de participantes. Precisei sim das explicações de que os carinhas eram gotas de chuva formando um rio. Mas ok, eu sou chato e implicante mesmo.
Depois colocaram um índio paulistano para representar nossa história. Válido. Esqueceram os negros. Absurdo. 
Na parte musical, a lástima esperada. Tocou-se um olé-olá choco, sem graça e sem alma. Cláudia Leite parecia feliz e empolgada, mas já li vários comentários sobre ela ter cantado em playback. É crime isso? JLo estava absolutamente burocrática. Pitbull (quem ?!) só serviu para tirar uma foto com minha cunhada no aeroporto depois.


Nenhum aspecto cultural da festa me representou. Detestei, como esperado. E isso só aumentou meu receio para 2016.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Palpite Final

Ok, amigo leitor. Faltando 5 horas para começar a Copa, segue meu palpite simplificado:

Argentina.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O Gigante Acordou

Desde meu último texto, aqui, tivemos 4 corridas. Até as 10 primeiras a equipe de Rick Hendrick havia conseguido apenas uma vitória, na prova de abertura em Daytona, nenhuma pole, e liderado maior número de voltas por 4 vezes. Em pontos, a situação não era ruim, pois Johnson e Gordon estavam bem situados na tabela, sem mencionar Earnhardt com sua vitória. Mas percebia-se que o time tinha dificuldades de transformar a regularidade em vitórias. 
Tudo mudou. O gigante Hendricks Motorsports acordou e venceu as últimas 4 corridas, fazendo uma pole e liderando o maior número de voltas duas vezes. No Kansas, Jeff Gordon deu o troco ao que lhe havia acontecido 2 provas antes em Richmond e roubou a vitória de Kevin Harvick. que dominara a corrida. Depois da festiva prova do all-star race, a corrida mais longa do ano em Charlotte teve pole, voltas lideradas e vitória do hexacampeão Jimmie Johnson. Johnson aproveitou o bom momento e já venceu a prova seguinte, em Dover, garantindo-se matematicamente no Chase
Entre as duas vitórias, Johnson deu uma entrevista a Michael Waltrip na Foxsports americana, quando explicou que o time perdeu o primeiro dos treinos coletivos do ano passado visando a temporada de 2013 e, em suma, começou o campeonato atrás. Mas seu crew chief Chad Knaus lhe prometera um carro vencedor até o final de maio. Johnson venceu pela primeira vez dia 25 de maio.
Esta semana foi Dale Earnhardt Jr. quem voltou a vencer e garantir sua vaga no Chase, ao lado dos outros bivencedores Johnson, Hamlin e Logano. A vitória veio em um combinado de estratégia arriscada que deu certo, competência para não estar envolvido nos incidentes de corrida e sorte ao ver o adversário direto na prova Brad Keselowski coletar um pedaço de lixo na parte da frente do carro e não conseguir remover como pretendia (no vácuo de Danica Patrick). A prova foi marcada pelo bom desempenho de Keselowski, que chegou em segundo tendo liderado mais voltas e por um momento especial da SHR (Stweart Haas Racing) que chegou a ter as 3 primeiras posições na pista. Lembremos a todos que Gene Haas teve sua solicitação de entrada na Fórmula 1 para 2015 aprovada pela FIA, embora a transmissão global nem cite isso.
Gordon retomou a liderança em pontos e apenas um combinado de 3 cataclismas o tiraria do Chase. Kenseth teve um final de semana ruim, mas ainda está tranquilo, embora sem vitórias. 
Para as 12 provas que faltam na fase de classificação, ainda podemos ter 7 ou mais novos vencedores, estourando a cota de 16. Atualizando minha lista, aposto em vitórias de Kenseth, Stewart (que vem melhorando de rendimento) e Kahne (mais pelo time do que por ele mesmo), o que totalizaria 13 vencedores. No segundo grupo, ficam McMurray, Larson (gosto desse menino !), Newmann, Bifle e Bower como pilotos cujas vitórias não seriam surpresa. Se tudo isso acontecer, chegado a 18 vencedores, as batatas de Kurt Busch e do próprio Kahne estariam assando.
Esta semana: Michigan. Se não me engano, pista que pertence a Roger Penske. Mas dou uma parada em função da Copa do Mundo. 

terça-feira, 10 de junho de 2014

De quem eu não tenho pena (4)

Acabou de ler no UOL matéria sobre um dos demitidos do Metrô. Ele afirma estar "desolado".


Coitadinho... Ele também tem direito a greve. Só que não. Serviços públicos essenciais tem regras diferentes. Ele não é metalúrgico ou confeiteiro: é metroviário. Era.

Que bom. O sujeito sequer revela seu nome na matéria. Se fosse realmente vítima, mostraria a cara, diria o nome, saberíamos quem ele é. Esconde-se por medo e vergonha. Sabe, no fundo, que fez bobagem. A pena que tenho dele é zero. Desolados estamos nós, paulistanos, há dias nos virando para ir e voltar para casa.
Então, Thiago (o mesmo nome fictício): espero que você se lasque.

Termino com mensagem que postei ao governador em meu facebook. Repito:
Caro Governador Alkcmin: mostre que o senhor merece meu voto e MANTENHA a decisão sobre a demissão desses arruaceiros.
Prometi, e reforço a promessa* aqui: se ele voltar atrás, perde meu voto no primeiro turno das eleições em outubro.

* obviamente a perda não se aplica em caso de decisão judicial
** sobre o segundo turno, não posso prometer, porque vai que é contra o PT...







segunda-feira, 9 de junho de 2014

Tudo é uma questão de valores

Vejo os tardios protestos contra a Copa: inúteis, para não dizer oportunistas. Vejo os protestos contra os superfaturamentos das obras da Copa: perfeitamente válidos, e que escalem ainda mais.
Na verdade, amigo leitor, é tudo uma enorme questão de números. Façamos, pois, um exercício de imaginação orçamentária. Peço que aceitem minhas premissas apenas durante o texto.
Imaginemos que o orçamento inicial da reconstrução do Estádio Nacional, em Brasília, tivesse sido 100 milhões de reais. No entanto, ao final da obra, tivessem sido gastos apenas 25. Você, amigo leitor, estaria bravo ou ofendido com isso? Não creio.



Imaginemos, então, que a reforma do Maracanã tivesse sido orçada em 150 milhões, mas eis que um consórcio de empresas privadas se ofereceu para pagar tudo em troca de publicidade. 


Que maravilha seria, não? E nem haveria do que reclamar em termos de despesas públicas, afinal houve economia em um caso e se evitou a despesa no outro.
Claro que isso não aconteceu, sabemos. Brasília gastou quase dois bilhões de reais e o Rio mais de um bilhão. E por isso, protesta-se, ofende-se, grita-se. Com razão, não nego. 
Mas meu ponto central é o evento em si estar sendo atacado, bem como a FIFA. As pessoas protestam com o atrasado "não vai ter Copa", alegando que não acompanharão o evento devido aos desvios de verbas. Pergunto: quando uma ponte é construída com superfaturamento, você a deixa de usar ? Alguém aí deixou de usar a ponte estaiada, a Av. das Águas Espraiadas (recuso-me a aceitar o nome atual dela), o túnel Ayrton Senna? Não né? Você vai apagar suas luzes quando Belo Monte começar a produzir energia? Fechou sua conta na Caixa pelas denúncias de patrocínios esportivos irregulares? Deixou de usar os Correios quando descobriu-se o Mensalão? 
Então vamos deixar de ser bobos, ok?
Sobre a FIFA, ela não fez nada aqui, amigo leitor, pois não tem poder algum. Se o comércio foi proibido na região dos estádios, foi nosso governo quem proibiu, não a FIFA. Se houve o registro de incontáveis palavras como marca da FIFA, foi nosso governo que permitiu isso, não a FIFA. Se há isenções tributárias descabidas, foi o governo que concedeu, a FIFA apenas pediu. São nossos governantes que lhe foi conferindo o que ela pedia. São eles que devem ser vaiados, cobrados e nunca mais eleitos. 
Por último, disparo minhas baterias aos que torcem contra. Diferente de alguém que torça para outra seleção, isso sim totalmente válido, tem uma turma de secadores babacas que só quer ver a seleção brasileira perder. As racionalizações são diversas, uma mais fraca que a outra: "eles não representam meu país", "eles não jogam por nós, jogam por eles mesmos", "futebol é coisa de gente burra", "quero que o país volte a trabalhar logo". Na verdade, o cretino em questão usa os números: em 18 Copas disputadas, vencemos 5, o que significa termos perdido 13. As chances de vencer esta obviamente não são de 50%. Então o sujeito vai pelos números e se divertiria ao ver os torcedores brasileiros tristes com uma eliminação, digamos, nas 4as de final. É o tipo do sujeito que chuta o castelo de areia: total perdedor.


sexta-feira, 6 de junho de 2014

Utilidade Pública

Amigo leitor, creio que cada um de vocês tenha dezenas de boas histórias para contar sobre telemarketing ativo, aquela aporrinhação de te ligaram para vender exatamente o que você não quer.
Saiba que todos os seus problemas acabaram. Segue link.


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Terrorismo Sindical (2)

Não adiantou nada falar da greve dos motoristas e cobradores de ônibus, em post anterior. Agora é o metrô.



A única coisa que se pode falar em defesa da categoria é que historicamente esses movimentos acontecem em junho. Não é, portanto, oportunismo. Mas o simples fato de eu citar "historicamente" mostra que é outro bando de filhos da puta.
Sem mais.


quarta-feira, 4 de junho de 2014

25

Noto que as pessoas têm uma atração por números redondos. Sempre que um fato importante completa um número redondo de anos de seu acontecimento, há uma comoção geral e todos relembram o que aconteceu. Até já ouvi falarem em efeméride, mas não gostei do termo. 
De todo modo, vivemos mês passado os 20 anos da morte de Senna. Mas assim como o 20, o 25 é um número importante por ser um quarto de século. Bom, dizem que é...
E se voltarmos 25 anos no calendário, chegaremos ao incrível 1989. 
Que ano! 
Em 1989 tivemos os seguintes marcos históricos, entre outros:
- Alfredo Stroessner é deposto no Paraguai
- URSS anunciou a saída do Afeganistão
- o primeiro pulsar foi detectado
- criação da World Wide Web
- Carlos Menem é eleito na Argentina, pondo fim de fato à ditadura local.
- manifestações na China terminam com o Massacre da Praça da Paz Celestial
- Ayatolá Kohmeini morreu
- queda do Muro de Berlim
- fim de fato da ditadura militar, com a eleição de Fernando Collor
- Nicolau Ceausescu é deposto na Romênia

Tudo isso faz 25 anos em 2014. Lembro de muitas dessas coisa, pois já tinha 15. E mesmo na época, havia uma sensação de estarmos presenciando a história. Admito que a www, onde escrevo neste momento, me passou despercebida. Lembro de ficar feliz com a queda de ditadores, do tal muro, e com a morte do aiatolá babaquine (como eu falava na época, já rancoroso com regimes políticos religiosos). Collor seria o cara errado eleito pelos motivos certos, como descobriríamos anos depois quando o petismo venceu e começou a destruir o país. 
E também foi o ano em que ganhei meu primeiro computador. 


Era um TK 3000 IIe, similar ao da foto acima, mas sem o tal mouse. Sim, amigo leitor: eu tive equipamento compatível com Apple. 
Meu TK teve um impacto em minha vida totalmente imprevisível. Comecei a aprender programação. Fiz um curso de informática, onde fiz um grande amigo (perdemos contato, mas o tenho no mais elevado grau de estima até hoje), Kléber Gomes. Comecei a entender mais de lógica, de solução de problemas. Em um dado ponto, eu era capaz de usar toda a capacidade do computador, o que me ensinou a trabalhar com recursos limitados, um conceito fundamental no mundo real.
Depois, o computador se mostrou realmente limitado: eu era capaz de fazer e querer fazer coisas que o hardware não comportava. Isso me fez arrumar meu primeiro emprego, por 4 meses do McDonald´s, para juntar dinheiro e comprar uma expansão de memória para o TK, lá no Mappin Itaim. Também seria a base para meu primeiro estágio na Escola Paulista de Medicina, anos depois, e para outro emprego curto, também de 4 meses, no ICESP.
A partir daí, o TK rodava bons jogos também. Eu jogara atari anos atrás, mas por motivos outros meu pai foi incapaz de entender que a tecnologia dos videogames evoluía, e se recusou a me dar outros consoles de presente. Depois de 86 eu mal jogava e o TK mudaria tudo no início de 1990. Tudo pois, entre outras coisas, eu jogaria Bard´s Tale III, um tal de RPG.
Que ano!