Noto que as pessoas têm uma atração por números redondos. Sempre que um fato importante completa um número redondo de anos de seu acontecimento, há uma comoção geral e todos relembram o que aconteceu. Até já ouvi falarem em efeméride, mas não gostei do termo.
De todo modo, vivemos mês passado os 20 anos da morte de Senna. Mas assim como o 20, o 25 é um número importante por ser um quarto de século. Bom, dizem que é...
E se voltarmos 25 anos no calendário, chegaremos ao incrível 1989.
Que ano!
Em 1989 tivemos os seguintes marcos históricos, entre outros:
- Alfredo Stroessner é deposto no Paraguai
- URSS anunciou a saída do Afeganistão
- o primeiro pulsar foi detectado
- criação da World Wide Web
- Carlos Menem é eleito na Argentina, pondo fim de fato à ditadura local.
- manifestações na China terminam com o Massacre da Praça da Paz Celestial
- Ayatolá Kohmeini morreu
- queda do Muro de Berlim
- fim de fato da ditadura militar, com a eleição de Fernando Collor
- Nicolau Ceausescu é deposto na Romênia
Tudo isso faz 25 anos em 2014. Lembro de muitas dessas coisa, pois já tinha 15. E mesmo na época, havia uma sensação de estarmos presenciando a história. Admito que a www, onde escrevo neste momento, me passou despercebida. Lembro de ficar feliz com a queda de ditadores, do tal muro, e com a morte do aiatolá babaquine (como eu falava na época, já rancoroso com regimes políticos religiosos). Collor seria o cara errado eleito pelos motivos certos, como descobriríamos anos depois quando o petismo venceu e começou a destruir o país.
E também foi o ano em que ganhei meu primeiro computador.
Era um TK 3000 IIe, similar ao da foto acima, mas sem o tal mouse. Sim, amigo leitor: eu tive equipamento compatível com Apple.
Meu TK teve um impacto em minha vida totalmente imprevisível. Comecei a aprender programação. Fiz um curso de informática, onde fiz um grande amigo (perdemos contato, mas o tenho no mais elevado grau de estima até hoje), Kléber Gomes. Comecei a entender mais de lógica, de solução de problemas. Em um dado ponto, eu era capaz de usar toda a capacidade do computador, o que me ensinou a trabalhar com recursos limitados, um conceito fundamental no mundo real.
Depois, o computador se mostrou realmente limitado: eu era capaz de fazer e querer fazer coisas que o hardware não comportava. Isso me fez arrumar meu primeiro emprego, por 4 meses do McDonald´s, para juntar dinheiro e comprar uma expansão de memória para o TK, lá no Mappin Itaim. Também seria a base para meu primeiro estágio na Escola Paulista de Medicina, anos depois, e para outro emprego curto, também de 4 meses, no ICESP.
A partir daí, o TK rodava bons jogos também. Eu jogara atari anos atrás, mas por motivos outros meu pai foi incapaz de entender que a tecnologia dos videogames evoluía, e se recusou a me dar outros consoles de presente. Depois de 86 eu mal jogava e o TK mudaria tudo no início de 1990. Tudo pois, entre outras coisas, eu jogaria Bard´s Tale III, um tal de RPG.
Que ano!
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