quarta-feira, 4 de junho de 2014

25

Noto que as pessoas têm uma atração por números redondos. Sempre que um fato importante completa um número redondo de anos de seu acontecimento, há uma comoção geral e todos relembram o que aconteceu. Até já ouvi falarem em efeméride, mas não gostei do termo. 
De todo modo, vivemos mês passado os 20 anos da morte de Senna. Mas assim como o 20, o 25 é um número importante por ser um quarto de século. Bom, dizem que é...
E se voltarmos 25 anos no calendário, chegaremos ao incrível 1989. 
Que ano! 
Em 1989 tivemos os seguintes marcos históricos, entre outros:
- Alfredo Stroessner é deposto no Paraguai
- URSS anunciou a saída do Afeganistão
- o primeiro pulsar foi detectado
- criação da World Wide Web
- Carlos Menem é eleito na Argentina, pondo fim de fato à ditadura local.
- manifestações na China terminam com o Massacre da Praça da Paz Celestial
- Ayatolá Kohmeini morreu
- queda do Muro de Berlim
- fim de fato da ditadura militar, com a eleição de Fernando Collor
- Nicolau Ceausescu é deposto na Romênia

Tudo isso faz 25 anos em 2014. Lembro de muitas dessas coisa, pois já tinha 15. E mesmo na época, havia uma sensação de estarmos presenciando a história. Admito que a www, onde escrevo neste momento, me passou despercebida. Lembro de ficar feliz com a queda de ditadores, do tal muro, e com a morte do aiatolá babaquine (como eu falava na época, já rancoroso com regimes políticos religiosos). Collor seria o cara errado eleito pelos motivos certos, como descobriríamos anos depois quando o petismo venceu e começou a destruir o país. 
E também foi o ano em que ganhei meu primeiro computador. 


Era um TK 3000 IIe, similar ao da foto acima, mas sem o tal mouse. Sim, amigo leitor: eu tive equipamento compatível com Apple. 
Meu TK teve um impacto em minha vida totalmente imprevisível. Comecei a aprender programação. Fiz um curso de informática, onde fiz um grande amigo (perdemos contato, mas o tenho no mais elevado grau de estima até hoje), Kléber Gomes. Comecei a entender mais de lógica, de solução de problemas. Em um dado ponto, eu era capaz de usar toda a capacidade do computador, o que me ensinou a trabalhar com recursos limitados, um conceito fundamental no mundo real.
Depois, o computador se mostrou realmente limitado: eu era capaz de fazer e querer fazer coisas que o hardware não comportava. Isso me fez arrumar meu primeiro emprego, por 4 meses do McDonald´s, para juntar dinheiro e comprar uma expansão de memória para o TK, lá no Mappin Itaim. Também seria a base para meu primeiro estágio na Escola Paulista de Medicina, anos depois, e para outro emprego curto, também de 4 meses, no ICESP.
A partir daí, o TK rodava bons jogos também. Eu jogara atari anos atrás, mas por motivos outros meu pai foi incapaz de entender que a tecnologia dos videogames evoluía, e se recusou a me dar outros consoles de presente. Depois de 86 eu mal jogava e o TK mudaria tudo no início de 1990. Tudo pois, entre outras coisas, eu jogaria Bard´s Tale III, um tal de RPG.
Que ano!


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