É muita, mas muita mesmo, cara-de-pau.
Trato de matéria publicada esta semana na Folha sobre a nascente peça Jesus Cristo Superstar. Segue link.
Duas coisas na mesma me chamaram a atenção. Estando o texto entre aspas, o jornalista Gustavo Fioratti indica não ser o autor da pérolas, e os indicia. Seguem:
Para o padre Tarcísio Marques Mesquita, indicado pela Arquidiocese de São Paulo para falar sobre o tema, a obra não desrespeita a figura de Jesus. "O musical faz uma atualização da imagem de Cristo, mas é uma obra de ficção que deve ser lida como tal.", diz.
Procede.
Ele aceita que seja colocado o mesmo aviso na folha de rosto da Bíblia? Peraí, gente... Independente de se acreditar ou não em deus, os babacas que leem a Bíblia de modo literal são felizmente espécie em extinção. Ele não tem vergonha do que disse não?
Mas tem pior:
"Não é lícito o estado laico violentar barbaramente a fé de milhões de pessoas promovendo, com dinheiro dos contribuintes, o evento blasfemo que acontecerá no dia 14 de março com o lançamento da ópera-rock Jesus Cristo Superstar" diz o texto.
Vem cá... vocês tem certeza de que querem discutir estado laico?
Comecem reembolsando o governo pelas despesas com a Jornada Mundial da Juventude. Quando terminarem de pagar, façam uma vaquinha para a impressão de novas cédulas de real sem a expressão "deus seja louvado". Aproveitando que vocês estarão bem ocupados fazendo isso, e vamos autorizar tanto o aborto quanto o casamento gay.
Só depois disso os cristãos têm o direito de sentar à mesa de debate sobre estado laico. Não antes. Antes é cara-de-pau demais para minha curta paciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário