quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Acabou, acabou!

O amigo leitor sabe o quanto sou fã de automobilismo. Sou fã não apenas do automobilismo de competição, mas do carro de passeio também. Estou sempre conversando sobre isso com outros aficcionados, entre eles meu sogro, Sr. Eduardo.
Tirei carteira de motorista (CNH) aos 18 anos. Na época, era a coisa mais parecida com a transição para a maioridade. E depois de dirigir o Gol e o Escort, segundos carros da família em suas respectivas era, comprei um carro zero em setembro de 1996. Foi um Corsa, mania da época. Meus amigos Marcelo e Sandra foram comigo buscar o carro na concessionária. A ele se seguiu um Daewoo Lanus, comprado da minha tia em 2002 por R$ 10 mil. Em 2005, fiz um dos melhores negócios da minha vida, ao revender o Lanus pelos mesmos R$ 10 mil e pegar um Peugeot 206. Esse ficou comigo até julho de 2011, quando cheguei ao Honda Civic. (procurei pintar os nomes carros nas cores correspondentes). E neste outubro de 2016, vendo meu Civic para abandonar a carreira de dono de carros
O amigo leitor leu certo. Estou deixando de ter carros, e portanto de dirigir. Foram 24 anos de CNH (que não deixarei de manter) e pouco mais de 20 anos como proprietário de veículo. Entre panes elétricas, bomba d´água quebrada, troca de correia dentada, bomba de gasolina, sensor ômega, discos e pastilhas de freio e alguns pneus furados, nada tão incrível assim. Também tive minha cota de colisões, sempre sem vítimas. A maior parte delas no começo, quando era menos experiente. O Civic, por exemplo, nunca foi batido: tem apenas reladas menores em um para-choque e um uma lateral baixa. O mais grave dos acidentes foi no Corsa, como vítima de colisão traseira. Outra história em que Marcelo estava junto. Tive também minhas multas, algumas dadas com toda correção pelas autoridades, mas creio que metade delas tenha sido, simplesmente, inventada. Se teve duas coisas que eu nunca passei como proprietário foram: dar perda total em um carro e ser roubado ou mesmo furtado. No geral, posso dizer que tive sorte.

Foi um conjunto de coisas que me levou a esta decisão. A primeira está o IPVA, altíssimo desde sempre. O problema nem é tanto a alíquota, mas o fato de carros terem uma carga absurda de impostos embutida. Logo, estamos dirigindo impostos sobre rodas e precisamos pagar impostos sobre estes impostos. A mesma lógica se aplica sobre o seguro, item #2 da lista: estamos segurando impostos, não veículos. Também acho a revisão caríssima, mas nunca deixei de fazer no Civic. Estes itens, somados à mensalidade do Sem Parar e do outras despesas fixas está na ordem de 6mil reais por ano. 
No lado do custo variável, entra o combustível mais caro do planeta, estacionamentos com preços crescentes e as multas. Só o combustível está na ordem de 2,5mil reais por ano, e isso porque dirijo pouco (vou para o trabalho de fretado). Os custos com multas, estacionamentos, lavagens e afins não estão estimados aqui.
Cansei também dos congestionamentos. É de uma estupidez insana o que acontece em São Paulo. Eu simplesmente não tenho mais condições mentais de enfrentar um congestionamento de 5 da tarde. Some-se a isso a estupidez assustadora do motorista brasileiro médio. 
A soma disso tudo simplesmente me venceu. Cansei, vendi meu Civic. 
Sentirei falta dele, e muita: foi meu melhor carro.
Sentirei falta da dirigir, especialmente em estrada, onde se pode sentir alguma velocidade.
Mas resolvi que sou mais milenial do que baby-boomer, pelo menos nisso. Vida que segue.

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