terça-feira, 14 de maio de 2013

Fogo amigo

Chateou-me um tanto o artigo do excelente Hélio Schwartzman na Folha, no último dia 09/05. Segue link. Em suma, porque reapresenta uma categoria de ateus que muito me preocupa a existência. 
Claro que cada um tem a opinião que quer, e muitos preferem mantê-las consigo mesmos. Conheço muitos ateus que simplesmente se recusam a participar de modo mais efetivo da divulgação de ideias e do combate à religião. Chamo-os de ateus preguiçosos (quando estou de mau humor, digo "covardes") em um curioso paralelismo aos comunistas de grife. Até aí, vai.
Mas existem um novo sub grupo que é o dos ateus preguiçosos militantes. Essa turma acha que os ateus ativistas estão errados ao serem ativistas. Esses sim, eu chamo contínua e abertamente de covardes, portanto. Não tem a coragem de assumir a responsabilidade de combater o maior dos males da humanidade. Usam um discurso desconexo de "viva e deixe viver" justamente com quem não deixa viver (e não é de hoje), literalmente falando. 
Religião fede e deve ser combatida e extirpada o quanto antes. Fim.

Hélio, em seu artigo, assumiu uma postura muito próxima dos ateus preguiçosos militantes. Racionaliza ao buscar explicações científicas para a existência da religião, o que é muito válido. Mas conforma-se com sua existência, o que é é péssimo. 
Ele mesmo, em textos passados, mostrou que outros fenômenos como o racismo e a homofobia também possuem origem biológica no cérebro humano, mas nem por isso devem simplesmente serem aceitos. Acertou ao citar que foram fenômenos que fizeram sentido no passado remoto e não o fazem mais hoje em dia. No entanto, ao falar de religião, praga similar ao racismo e à homofobia em termos de crueldade, imposição, arbitrariedade e desrespeito, cala-se quanto ao seu combate e quase propõe um compromisso.
Não se faz compromissos com mentiras.
Não se faz compromissos com a exploração de pessoas iludidas.
Não se faz compromissos com gente de má índole.
Não se faz compromissos com religião.

Um comentário:

  1. Quando a sociedade entender que religião é uma ferramenta politica/economica de controle ou de cortina ai sim os ateus ativistas poderão ir para o tumulo em paz.
    Mas como eu deixei de acreditar na capacidade humana de compreender aquilo que está na sua frente segue o barco já que papel higienico e tolos foram criados para serem usados.

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