quarta-feira, 6 de maio de 2015

Coisas que não existem

O amigo leitor já ouviu, e talvez tenha até enjoado de ouvir, a expressão "não existe almoço grátis". Caso não queria detalhes, pule para o próximo parágrafo. O conceito disso é que o fato de não haver desembolso no momento em que se ganha alguma coisa (no exemplo, o almoço) não significa que isso isente completamente a pessoa de despesas futuras. O mais natural de pensar é o compromisso social de se fazer algo (um favor, uma compra, devolver a gentileza e por aí vai). Mas derivados desse conceito, há outras coisas que estou me cansando de ver por aí.
Segue então, uma lista de coisas que simplesmente não existem:
- investimento com baixo risco e alta rentabilidade: são conceitos opostos, a rentabilidade de um investimento é sempre uma espécie de prêmio pelo risco assumido. 
- risco zero: não importa o tema, o risco não é zero. Pode ser baixo, pode ser aceitável, pode ser praticamente inexistente. Mas zero, não é.
- garantia total ou ilimitada: outra mentira, ou pelo menos uma generalização maldosa. Seja lá qual for seu produto, duvido que tenha garantia contra roubo ou contra seu filho de 5 anos com tendências a defenestração.
- ilimitado: na verdade, o problema anterior persiste com a palavra ilimitado para qualquer coisa. Algum limite tem. Talvez você não seja capaz de atingi-lo, mas ele existe.
- desconto de 100+%: aqui o erro está na maneira de interpretar os números. Se um produto custava 100 e agora custa 40 (desconto de 60), o desconto é 60% (60/100) e não 150% (60/40). 
- 435 décimos: essa vem dos comentários de automobilismo. Cansei de ver jornalistas lerem 1'25"435 como "1 minuto, vinte e cinco segundos e quatrocentos e trinta e cinco décimos. Não é tão complicado entender o que são décimos, centésimos e milésimos. Aprendi isso na 3a série.
- [xpto] sem química: mais comum em produtos de beleza, mas também em alimentos. Risível pensar em alguma substância que não seja química.

Se este post agradar o amigo leitor, posso discorrer sobre cada item futuramente. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário