quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Egito - Dia 19 a 26

Não vou aqui, amigo leitor, relatar cada um dos 18 mergulhos que diz na semana seguinte. O relato é feito no tal logbook, com informações técnicas e narração de eventos e achados durante cada descida. Mas vejam bem... se eu não achasse isso o máximo, não teria dedicado 7 dias da viagem a isso, né? E muito do que teria a relatar não faz sentido algum para quem não tem certificação em mergulho, incluindo especialidades às quais me dei ao trabalho de cursar (profundo, noturno, nitrox, navegação, busca e recupeção). Sim, já fiz isso antes neste blog, mas mudei de ideia.

Acho mais pertinente, e útil, contar a experiência de live aboard, que é passar o tempo todo dentro do barco, fazendo as refeições e dormindo nele. É um cruzeiro de mergulho, para trocar palavras. 

Havia termores, claro. O barco fica em alto-mar por uma semana, parando nos pontos de mergulho mais interessantes. E não é aquelas embarcações enormes que vemos nas propagandas de joguinhos, é uma operação bem mais modesta em termos de tamanho. 


A viagem, então, era para o balneário de Hurghada, no mar Vermelho. Um translado rápido nos colocou a bordo dessa coisa fofa aí na foto. O barco tem capacidade para 30 mergulhadores, mais tripulação, instrutores de mergulho e instrutor local de mergulho (é uma categoria a parte).

O resto do dia não tinha atividades, pois chegamos ao barco às 12h, mas o checkin seria apenas às 19h. Perdemos um dia nisso, na prática. Mas relaxamos pela pequena marina local, e almoçamos. 

À noite, conhecemos os demais 17 passageiros (todos espanhóis) e os instrutores (1 egípcio no cargo de instrutor local, 1 argentino, 1 espanhol e o instrutor lider, também espanhol). As pessoas respeitaram, pelo menos um pouco, nosso apelo por falarmos em inglês.

Nossa cabine ficava na parte do fundo do barco, a mais econômica. Era um quarto com uma casa de casa e uma de solteito. Havia cabine com cama de casal e beliche. Todos eram suíte. No segundo deck, estava o salão de jantar e a área de reunião. Do lado de fora, ficavam as instalações de mergulho e o acesso às estruturas do barco, como cabine do capitão, cozinha e quarto da tripulação. O terceiro deck tinha uma área de convívio e as cabines mais cara, que contavam com visão melhor do mar. O deck superior tinha um grande solário com espreguiçadeiras e o assento do piloto.

Antes de escrever, fiquei procurando palavras e expressões para descrever o atendimento a bordo, incluindo os instrutores de mergulho e tripulação (cozinheiros, camareiros e suporte ao mergulho). Seguem algumas: incrível, sensacional, maravilhosa, fantástica, absurda, genial, de outro mundo, classe A, VIP, top, topzeira, animal, fabulosa, fora de série. Nós nos sentimos perfeitamente atendido em toda e qualquer dificuldade enfrentada em 100% do tempo.

A comida era sempre farta, deliciosa e variada. Sempre havia variantes de proteína e sobremesas. Eu diria que 3 das 5 melhores refeições da viagem foram no barco. Nossa cabine era arrumada a cada vez que saímos dela. A água do banho era quente e dessalinizada, o que a tornou os melhores banhos não apenas da viagem, mas talvez da minha vida. Os instrutores Sérgio, Huete, Mariano e Awad eram absolutamente capacitados e bem humorados, sempre dispostos a ajudar e melhora nossa técnica. 

E meu maior temor se provou apenas isso:um temor. Tnha medo de ficar enjoado com o movimento do barco. Isso logo se provou falso, talvez pelo mar ser muito calmo na região.

A rotina era bem puxada, iniciando-se a primeira reunião às 6h30, antes mesmo do café da manhã, de modo a permitir até 4 tanques por dia. E consegui bater essa meta em duas ocasiões. 

Enfim, a operação da Blue Force é absolutamente recomendada por este mero blogueiro viajante mergulhador em quaisquer aspectos possíveis de análise.

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