segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Egito - Dia 27 - Vale dos Mosteiros

Lembram do perrengue que eu prometi? Foi neste ponto da viagem.

Muito antes de sairmos do Brasil, recebemos da Lycia Reys Turismo um caderno completo com informações de viagem, e uma segunda versão, com detalhes apenas dos traslados, vouchers, passagens e estadias. Realmente, de profissionalismo ímpar. Nesse caderno, contava nossa última estadia no Cairo, até dia 2 de maio, quando deixaríamos o hotel para o aeroporto. O vôo sairia à 1h30, o que implica chegar ao aeroporto 22h30 da véspera para trâmites usuais. Seguindo as contas, era necessário deixar o hotel, então, por volta das 21h. Nenhuma estranheza até aqui.

Porém, nosso caderno técnico dizia que tínhamos direito a estadia no hotel até o horário de saída para o aeroporto. Sair de um hotel às 21h é algo realmente fora do usual: o máximo de late checkout que eu tinha visto era 15h. Talvez, então, isso significasse uma diária a mais a ser paga.

O ponto é que tínhamos pago tudo antes. Bem antes, na verdade: 2019. Então, esse custo, se houve, não deveria ser nosso. E foi onde meu parceiro de viagens antecipou brilhantemente que poderia haver problemas. 

Ainda em Hurgadha, ele preparou o movimento. Trocou mensagens com nosso receptivo perguntando até quando era nossa estadia final. Ele caiu direitinho, dando a resposta padrão que estava no nosso caderno: até a hora de ir para o aeroporto. Daí, ao mencionarmos que o horário era 21h para sair do hotel, ele concordou que esse era o horário para ir para o aeroporto, mas o checkout teria que ser feito antes. 

Mantivemos posição firme mesmo ao chegar ao hotel. Eles tinham essa mesma informação que o receptivo: deveríamos fazer checkout às 15h. A troca de mensagens foi tensa e intensa, mas o tempo todo tivemos suporte do Brasil. 

E a vitória foi bela, a ponto da operadora trocar nosso receptivo. 

Tenho, ainda duas teorias sobre o caso. Na primeira, a operadora no Cairo (ou alguém dentro dela) tentou embolsar essa provável diária a mais para o hotel, às custas de encurtar nosso último dia. Na segunda, tudo estava certo desde o início, e o operador apenas tentou criar uma dificuldade falsa para merecer os louros da solução de um problema que nunca existiu. Sem provas, acredito mais na primeira. 

Mas vamos passear ! 

A região de Wadi Al-Natroum concentra antigos mosteiros coptas ainda ativos. Fica a 110km do Cairo e exige mais de um pingo de conhecimento e vontade para, de fato, ir visitar. 

O problema central, como de costume, é religião. A religião copta é proibida de praticar proselitismo. Isso significa não poder buscar ou mesmo aceitar novos fiéis. Apenas os filhos dos coptas podem ser educados nessa fé. Na prática, é uma religião em processo de extinção acelerado. 

Como foi passeio extra, sem nenhuma programação prévia exceto a disponibilidade do guia e do motorista, identificar exatamente quais locais foram visitados se tornou uma pesquisa de identificação de imagens. Fiz meu melhor.

Não consegui identificar imagens da primeira visita. Não fotografei placas, infelizmente. Mas prometo atualizar este post se novas informações ajudarem. 

Monastério de Santa Maria Deipara (não pronuncie isso) (sim, você pronunciou isso...) certamente foi o segundo. As cúpulas hemisféricas são bem marcantes tanto por fora quanto por dentro. 

Monastério de São Marcário o Grande foi o terceiro. Este se destaca com uma torre bem alta, visível a distância da região relativamente plana. 

Algumas fotos:





fotos: variados mosteiros na região de Wadi Al-Natroum

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