Asimovia
Um blog inconformado em uma sociedade que se conforma com tudo.
segunda-feira, 12 de setembro de 2022
Egito - Dia 29 - Bora Voltar
segunda-feira, 29 de agosto de 2022
Egito - Dia 28 - Mais Gizé
O hotel onde estávamos tinha diversos prós e contras. Era caro (mesmo não pagando diretamente a estadia, ela estava inclusa no pacote) e era longe pacas do Cairo, em termos urbanos. O jantar era caro e não era lá essas coisas.
Mas o café da manhã era sensacional e a vista das Pirâmides quase sem preço.
Bem... Se a vista das Piramides era essa, então elas ficavam próximas. Então essa a vantagem final a tirar desse hotel: ir a pé para as Pirâmides. E era realmente perto, coisa de 1km se tanto.
Claro que, na saída do hotel (que era quase metade do caminho), havia taxistas dizendo que a entrada era distante. Não crei caso, mas acho esse tipo de golpe bastante ofensivo.
A entrada estava bem cheia, mas acabou sendo tranquilo de entrar. Na realidade, só pagava a entrada quem queria (e isso incluía nossas pessoas), pois as pessoas simplesmente passavam a segurança e entravam. Observe-se que o ingresso para turistas é 8x mais caro que para moradores locais (240 EGP x 30 EGP).
Outro aspecto curioso era a data. Deve ter um nome árabe para isso, mas tratava-se do primeiro dia depois do Ramadã. É uma grande festa para eles e poder se alimentar durante o dia novamente era praticamente um carnaval. E o local estava forrado de crianças e alguns adolescentes.
Fizemos o tour completo, sempre externo. Não vimos necessidade de entrar novamente nas Pirâmides, dado que é cansativo e não tem muito o que ver lá dentro mesmo. Mas pudemos novamente circular entre elas, vendo todos os lados e até aspectos construtivos que passaram despercebidos antes.
Foi ainda nesse ponto em que começou um efeito social curioso. Muito mais meu amigo do que eu, mas nós dois passamos a chamar a atenção dos garotos apenas por estarmos ali. Eles passaram a pedir, juro para vocês amigos leitores, para tirar fotos conosco. E, em pouco tempo, a aglomeração chegava a meia centena. Era maluco estarmos visitando uma das mais famosas atrações turísticas do planeta (se não a mais famosa) e sermos nós o assunto interessante para os locais.
O movimento era cíclico. Depois de algum tempo, os jovens se desinteressavam e iam embora com suas selfies, mas logo éramos notados pelo grupo seguinte. Curiosamente, quem se chateou com o excesso de assédio fui eu, não André. Mas segui o passeio mantendo o bom humor.
Ao contrário do que nos disse nosso primeiro guia, a Necrópole tem bem mais coisa a ser vista além das 3 grandes Pirâmides. Ficamos tristes novamente de não estar mais ali o Museu da Barca Solar, mas havia diversas construções menores em todo o complexo. Muitas delas bem vazias mesmo naquele dia.
Conseguimos escalar uma das pirâmides pequenas (cerca de 10m de altura), e ficamos até que um segurança pedisse especificamente para nós descermos. Era curioso como ele não implicava com as crianças. Talvez tenha faltado uma gorjeta, mas ele não fez menção de pedir também.
Foi neste ponto em que aconteceu algo curioso e incomum. Eu pifei. Meu corpo avisou para parar de forçar o ritmo. Foram muitos dias de calor, caminhada, carga nas costas, idiomas diversos, aviões e procedimentos de segurança em geral. Mesmo a parte do mergulho não foi fisicamente relaxante, dada a demanda física que é mergulhar.
Tomei a muito sábia decisão de voltar ao hotel, e deixei André no passeio. Ambos estávamos bem localizados, não era difícil achar a saída correta. Nossos celulares já estavam sem sinal (o tal pacote de 30 dias, na verdade, vale 28), então não poderíamos nos falar. Mas estava tudo sob controle.
No caminho, já pelo lado de fora, passei em um pequeno mercado onde comprei o almoço: duas garrafas de água e uma de pepsi. Sim, almoço líquido. No hotel, fiquei uma boa hora na banheira relaxando o corpo. Fez um bem danado.
O final da tarde teve uma curiosidade estonteante: garoou por alguns minutos.
Bastava agora voltar ao Brasil.
segunda-feira, 15 de agosto de 2022
Egito - Dia 27 - Vale dos Mosteiros
quinta-feira, 11 de agosto de 2022
Egito - Dia 19 a 26
quarta-feira, 10 de agosto de 2022
Egito - Dia 18 - Meidum
Meidum é, surpresa !, outra necrópole. Fica ainda mais ao sul, depois de Sakkara e Dashur. A pernada de van foi de mais de 1h, mas sabíamos o que estávamos fazendo.
A Pirâmide de Meidum, ou Pirâmide Colapsada, foi construída por Huni, último faraó da III Dinastia. Seu revestimento externo caiu por completo, dando a ela o aspecto atual. Acredita-se que tenha acontecido à época da construção e as falhas de projeto e execução tenham sido instrumentais no desenvolvimento que aconteceria nos anos seguintes.
A seguir visitamos diversas mastabas, bem menores, no entorno. Algumas delas eram particularmente complicas de entrar, mas dei conta sim e não perdi nada.
Esse era o passeio do dia, mas não havia qualquer razão para voltar para o hotel. Então, nosso guia Ehab nos fez uma agradável surpresa: Oásis de Fayium.
Ao contrário dos filmes e desenhos animados, um oásis não cabe em uma foto. É uma área grande, a perder de vista, e habitada. Tem cidade. É, inclusive, um centro turístico popular entre os egípcios. E é possível encontrar coisas assim:
terça-feira, 9 de agosto de 2022
Egito - Dia 17 - Mesquitas
De volta ao Cairo, afinal, ainda tínhamos coisas a ver por lá.
O dia começa com a Cidadela de Saladino. Com importância tanto religiosa quanto política, essa construção de mais de 800 anos. Trata-se de um conjunto de edificações, com mesquitas, museus e mesmo alguns parques, dado o livre acesso.
A Mesquita de Muhammad Ali (o governante, não o boxeador) é bem nova, datando do século XIX e não tendo ainda completado 200 anos (o que é pouco mais do que um espirro na história do Egito). Era minha primeira visita a uma mesquita, então muitas características visuais eram completamente novas. Os espaços são muito amplos, iluminados e arejados. Os arcos são todos circulares, com grandes abóbodas semi-esféricas. A decoração usa muito, mas muito mesmo, mármore claro, em combinações riquíssimas com pedras de outras colorações.
É obrigatório tirar calçados e chapéus para entrar nela. Além do natural turismo estrangeiro, era possível ver locais relaxando e interagindo. É um espaço de vivência e convivência, bem diferente da opressão silenciosa das catedrais católicas. É um lugar mais vibrante e vivo.
Logo ao lado, havia outra mesquita: Al Nasir Muhammed. Menor, e com leve "embicamento" nos arcos dando uma sutil impressão de arcos góticos, ela data do século XIV.
Na sequência, Mesquita do Sultão Hasan. Desta vez, temos uma estrutura religiosa associada a uma instituição de ensino. O local era uma espécie de faculdade em seus tempos, mas também foi usada como fortificação militar em algumas ocasiões. Fiquei me devendo uma boa foto do portão de entrada, que é belíssimo.
A Mesquita de Al-Rifa´i, construída no século XX, foi visitada no horário de almoço, justamente quando alguns fiéis faziam suas orações. Nela estão sepultados diversos personagens históricos, com destaque para o último Shah da Pérsia.
Para finalizar, fomos à Mesquita de Ibn Tulun. Neste caso, a maior curiosidade foi o fato dela ter sido projetada com sistemas de proteção contra incêndio e alagamento. De fato, em mais de 1.100 anos de história, ela jamais foi atingida por nenhuma dessas catástrofes. De modo simples, ela foi feita com elevação de mais de 1m em relação ao entorno, com um uma murada de proteção que criar uma enorme vão (mais de 10m) entre o exterior e o interior.
sexta-feira, 29 de julho de 2022
Egito - Dia 16 - Dashur e Memphis
Conceitualmente, amigo leitor, é um dia similar ao anterior. Trata-se do entorno (ao sul) do Cairo, um pouco mais longe apenas. Segundo nosso guia Ehab, inclusive, é possível que as necrópoles de Gizé, Sakkara e Dashur sejam uma só caso novas descobertas entre elas as "conectem".
A Pirâmide Torta, construída no reinado do faraó Snefru (Sneferu) é peculiar pela mudança de inclinação. Em algum momento da construção, notou-se que... não ia dar certo. O interior é visitável, mas conforto é um conceito que passou longe. São mais de 80 de túneis com teto baixo e inclinação. Vale muito a pena fazer o passeio.
fotos: Pirâmide Torta, Dashur, Egito, 2022.
A Pirâmide Vermelha, deve-se dizer, não é vermelha. Isso não causou a mínima surpresa, dado que eu tinha estudado bastante o assunto. Acredita-se que nela foram colocados os restos mortais do faraó Snefru (Sneferu). É a mais antiga pirâmide completa e correta, dado que estamos falando aqui do fundador da IV Dinastia e antecessor de Khofu, mais conhecido como Quéops. Como na anterior, ela também é visitável e também demanda esforço, embora menos neste caso.
Seria perfeitamente aceitável chamar isso de um dia, mas não... Somos os malucos que querem (e conseguem) espremer qualquer fração de tempo e criar novas oportunidades. Então o plano foi seguir e tocamos para Memphis, uma das antigas capitais.
Memphis não é tão bacana de visitar ainda, pois é um trabalho arqueológico mais recente. Muita coisa ainda está sendo encontrada e catalogada. Desta forma, é mais um museu a céu aberto (sol aberto ?) do que exatamente um sítio arqueológico. O destaque é (mais) uma estátua gigantesca de Ramsés II, desta vez em posição horizontal, na única parte coberta do passeio. Pode-se ver mais de perto os detalhes assombrosamente entalhados da parte superior dela.
terça-feira, 26 de julho de 2022
Egito - Dia 15 - Sakkara
Amanhecemos de guia novo, amigo leitor. Sem entrar em detalhes desnecessários, acabamos por solicitar a troca no final do dia anterior. Não quero aqui desmerecer o trabalho de Ahmed, mas acabamos sentido que era melhor fazer essa solicitação, à qual foi prontamente atendida. A partir de agora, teríamos Ehab. Já adianto que a troca foi muito positiva.
Depois de exaurir tudo que havia para ver no Cairo, era o momento de começar o entorno. Acaba sendo uma surpresa dizer que, em nossa visão, a cidade do Cairo não é isso tudo de interessante. Mesmo nossa operadora começou a ter dificuldade de sugerir passeios para os dias livres além do que estava programado.
A necrópole de Sakkara é uma concentração de tumbas realmente muito antiga. No entanto, a região foi usada para essa finalidade por bastante tempo também, em algumas "ondas" ao longo da história. É impraticável pensar as visitas em ordem cronológica, então vimos em ordem mais geográfica para otimizar o passeio. E, para nossa alegria, já é um passeio fora da lista principal de turismo, o que deixava a área bem mais vazia.
Teti foi um faraó da VI Disnatia, e teve seu local de repouso construído em uma pequena pirâmide. Embora pequena, a decoração é muito rica, já mostrando a transição para construções que dominariam a paisagem no Médio Império, embora ainda se tratasse do Antigo. O baixo relevo é muito preciso e mesmo o teto recebe a devida atenção.
A seguir, fomos para a mastaba de Kagemni (não recomendo pronunciar o nome) (sim, você pronunciou o nome...). Ele foi vizir de Teti, e provavelmente casou com uma de suas filhas. É uma tumba plana e quadrada, com mais de 30m de lado. Honestamente, achei a decoração mais impressionante que a de Teti, tanto pelo baixo relevo quando pelo uso inteligente de cores.
quarta-feira, 20 de julho de 2022
Egito - Dia 14 - Bairro Copta e Museu da Civilização
Já digo que foi um dia abaixo do esperado, amigo leitor. Tivemos contratempos e falhas neste dia. Mas não foi tudo perdido, longe disso.
O bairro copta é uma parte do Cairo onde se concentram os cristão coptas, uma linhagem particular do Cristianismo com algumas mudanças nas crenças e dogmas. Olhos destreinados os confundiriam com Ortodoxos, mas isso é bem errado. E poderia até soar ofensivo.
O primeiro passeio foi pela Igreja de São Jorge Mártir (aquele mesmo, do dragão e tal...). É uma igreja muito antiga, mas ainda em uso. Apesar de datar do século V (acho eu), ela foi significativamente renovada no século XVIII, o que tirou quase todos os traços da antiguidade dela.
foto: igreja de São Jorge Mártir, Cairo, Egito, 2022.
A segunda parada foi a Igreja de São Sérgio, que apesar da idade era bastante modernizada também. De origem grego-ortodoxa, ela é praticamente circular e muito bonita de ver.
foto: igreja de São Sérgio, Cairo, Egito, 2022
Depois, visitamos a igreja de Santa Maria Virgem também conhecida com Igreja Suspensa. Ela tem esse nome pode ter, no subsolo, um segundo conjunto de salas e câmaras consagradas. Alegadamente, foi nessas câmaras que Jesus e família viveram em parte de sua estada pelo Egito. Certamente as marcas deixadas eram sinais para os turistas dos século XX e XXI imediatamente saberem...
Na sequência, deixamos de visitar a sinagoga de Ben Erza, fechada para reforma. Também falhamos na igreja de Santa Bárbara por estarmos de bermudas e ser obrigatório o uso de calças compridas. Isso nos deixou muito decepcionados pois, cientes do conteúdo do passeio, eu perguntei especificamente sobre isso na véspera, e o guia nos disse que não haveria problemas. De fato, não custava tanto assim levar uma calça na mochila, mas a falha não foi nossa. Ademais, minha paciência com lugar que tem frescura com código de vestimenta já tinha acabado ainda em Dubai.
A seguir, fomos para o Mosteiro de São Simão, conhecida como Igreja da Caverna por ser em uma caverna. Outro furo aqui: embora fosse possível entrar, a visita foi super restrita por estar acontecendo uma missa no horário da visita. Tampouco adiantaria esperar, segundo nos informaram.
Com tempo de sobra, terminamos com uma rápida passagem pela Igreja de São Marcos, também em uma caverna, mas com uma linda árvore no canto. Isso dito, ela tem muito mais cara de "igreja na caverna" que a anterior. As fotos não mentem:
foto: Igreja de São Marcos, Cairo, Egito, 2022
De lá, seguimos para o Museu da Civilização. É nele que ficam, agora, as dezenas de múmias não mais expostas no Museu Nacional do Cairo.
Embora seja um museu mais espaçoso do que efetivamente denso, foi uma visita interessante. Era possível ver cada item com facilidade e aproveitar as explicações tanto escritas quanto verbais de nosso guia. Não era possível fotografar as múmias, por questões de preservação. Mas relato que toda a 18a dinastia estava ali.
Apesar dos tropeços, foi um dia bom sim.
segunda-feira, 27 de junho de 2022
Egito - Dia 13 - Museu Nacional do Egito
Apesar no nome do post, há um dia a mais em relação ao anterior. Ocorre que relatei os dois dias que passamos por Abu Simbel em um post só, e não tinha muito o que falar da viagem de avião para o Cairo, o o restante da tarde descansando um pouco...
De fato, abrimos este dia na porta do Museu Nacional do Cairo. É preciso dizer que, com a inauguração próxima do Novo Museu, o tradicional (que fica na Praça Tahir) está bem sofrido. Muita coisa já foi encaixotada e levada. Muita coisa também foi encaixotada... e ficou ali mesmo. Acaba, com isso, se tornando um passeio abaixo do potencial, embora ainda assim muito interessante:
fotos: Museu Nacional do Egito, Cairo, Egito, 2022.
O ponto alto da visita é a sala com os tesouros de Tutankhamon. O cara nem foi um faraó tão relevante assim. Mas o fato de sua tumba ter sido encontrada intacta e repleta de tesouro tornou a descoberta uma história á parte. A mística é certamente maior que o homem.
Não é permitido fotografar essa sala, e ela permanece lotada por todo o funcionamento do Museu. Mas observar a máscara de perto, a menos de meio metro de distância, é realmente emocionante. Os sarcófagos ainda estão ali, bem como uma boa quantidade de joias e ornamentos.
Aqui tivemos um percalço. O dia ficou curto demais para irmos para o Museu da Civilização Egípcia, previsto pro mesmo dia. Precisamos redirecionar para o Khan El Khalily (seja qual for a grafia que o leitor quiser adotar), um enorme "bazar" (bazar significa loja, e isso não ajuda...).
Na realidade, é um enorme agregado de vielas, becos e passagens, ocupados por centenas (milhares ?) de lojas pequenas e médias vendendo roupas, souveniers e quinquilharias em geral. Se o amigo leitor se lembra do problema que é comprar coisas no Egito, pode entender agora o que é concentrar essa turba de línguas, cores, odores e culturas e um quarteirão grande e absolutamente compactado de gente.