segunda-feira, 7 de maio de 2012

Virada Cultural 2012

Olá, amigos !
E lá fui eu aveturar-me pelo centro de São Paulo, junto a outros 4 milhões de humanos, para conhecer aqueles pontos e aquelas atividades que, na boa, a gente nunca iria mesmo se não fosse um esquema desse porte.
A Virada em si
O evento está em sua 8a edição, embora tenha um precedente mais antigo e que sequer tinha nome. Na época, eram apenas um grupo de artistas da Vila Madalena que decidiu ficar de portas abertas em um final de semana "para criar um agito". Deu nisso, que é um evento, em resumo genial.
O poder público colabora com autorizações para uso de espaços, montagem de palcos, agentes para orientação dos visitantes, segurança pública, transporte (metrô 24h), banheiros públicos e limpeza
Claro que não é perfeito. Os banheiros nunca são suficientes. A sujeira deixada pelos visitantes assombra. Sempre tem gente de má fé tentando aprontar, e todos os anos a polícia precisa agir e deter esse tipo de criatura. Os eventos são organizados por pessoas nem sempre profissionais, o que resulta em atrasos e frustrações. A agenda acaba encavalando e nunca se pode ver tudo de interessante que tem.
Este ano, ficam as crítcas mais firmes da minha parte quando ao horário das atividades. Os artistas e produtores precisam entender que seus respectivos umbigos não são o centro do universo. Quando uma pessoa vai para uma ativadade às 19h, é possível que tenha interesse em outra às 20h. Um atraso de míseros 10 minutos pode por tudo a perder. Respeito é bom, e a gente também gosta.
Meus passeios
Deixei de ir no Cine Pancadaria para ir no Pocket Show do Palco Cabaré (19h) a pedido da namorada. Era um show de danças e vestimentas típicas do começo do século passado nas casas noturnas  conhecidas pelo nome do palco. Foi como trocar a bicicleta pelo apito no Domingo no Parque (se você não tem pelo menos 33 anos de idade, não vai entender essa referência). O espetáculo atrasou 40 minutos e foi, para não ofender ninguém, inócuo.
Dali, seguimos para a Rua Direita, para o show de Stand up Magic, com Felipe Barbieri. Trata-se de uma mistura de mágica de prestidigitação com comédia stand up tão na moda. Boa pedida. Ao final, fui amavelmente convocado a participar do show seguinte, que era mais na linha de palhaço de circo. Demos muitas risadas, valeu a pena fingir que tocava flauta em uma bandinha mexicana.
Encontramos o grande amigo Andy Strauss e com ele e sua amiga Vanessa fomos comer. Nessas horas, safe food é um conceito complicado e McDonald´s foi a minha ideia. Nem tinha tanta fila assim e valeu o lanche.
Separamo-nos do Andy e rumamos para o Pateo do Colégio, para um teatro a céu aberto. às 23h15 fomos surpreendidos pelo atraso da apresentação ao vivo de Provocações, com Antônio Abujamra. Ok, ok, neste caso o atraso foi pelo bem. O cara é incrível. Manda muito bem com o público e do alto de seus 80 anos, fala com clareza, firmeza, convicção num ritmo gostoso de ouvir. Teve seu deslize ao mencionar um discurso de Cristóvão Buarque que, na realidade, ele nunca fez. Mas é um belo texto ainda assim. As histórias de sua relação com o personagem Ravengar são hilárias.
Ficamos por ali mesmo para a peça Os Sete Gatinhos, de Nelson Rodrigues, prevista para 0h30 e iniciada 01h20. Para justificar minha resolva com o atraso, por volta de 0h50 percebeu-se os atores no palco, atrás das cortinas, tirando fotos. O flash os denunciou. Péssima atitude.
E se a atitude foi péssima, a montagem da peça foi pior. Pelo que entendi, a culpa pela mancada foi de Nelson Baskerville. A história é uma peça rodriguiana tradicional, com traição, prostituição, sexo e todos os elementos que ele adorava usar em suas histórias. Funciona sozinha, não precisa de ajustes. E lá foi o criativo diretor colocar suas patas imundas na peça. É burrice aguda.
Em paralelo aos atores desenvolvendo seus diálogos sérios e densos, ficavam outros atores vestidos com véus circulando a cena, tirando o foco do que realmente importa. O figurino era estranho, os cenários fracos e atuação dos atores mediana, com exceção de dois deles que agradaram. E ainda mesclava com umas danças meio indígenas, com uma cantoria duvidosa. Podia dormir sem essa, e bem mais cedo, diga-se.
No fim, foi uma Virada Cultural interessante. Vida longa ao evento, e melhor sorte para mim na escolha das atrações de 2013.
Nelson Baskerville
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