Amigos leitores, escrevo depois de deixar o assunto eleitoral esfriar, pelo menos, um pouco. Uma coisa que é bem diferenciada no Brasil é que eleição é uma coisa e política é outra. Elas interagem, afetam-se mutuamente mas são diferentes. E passadas as acusações, trocas de farpas, dossiês, debates e voto, temos uma cidade para pensar sobre.
Votei no Serra. Deu Haddad. Discordo da maioria, portanto. Mas quem acompanha este blog já sabe que discordar da maioria é um dos meus esportes preferidos. Então vamos a alguns pontos que considero importantes para a cidade e que eu realmente gostaria de ver tratados.
- Fretados
Alguém tem que parar com essa loucura (burrice aguda ?) de restringir a atuação dos ônibus fretados. Até nosso muito mal redigido plano diretor fala em priorizar o transporte coletivo sem especificar se ele deve ser público ou privado. Pouco importa, na verdade. Os fretados têm como público alvo o típico motorista paulistano que usa o carro apenas para ir e voltar do trabalho. Mais fretados, menos carros: simples assim.
Então restringir rotas e, pior, impedir o uso dos corredores de ônibus poderia ser resolvido com uma canetada do sr. Haddad.
- Inspeção Veicular
Todos reclamam da taxa quando deveriam reclamar na inefetividade da inspeção. A tese da inspeção é positiva: tirar de circulação os veículos sem condições efetivas de uso. Isso reduz acidentes e falhas mecânicas e, por extensão, os congestionamentos.
Passar a taxa do dono veículo para a prefeitura aumenta o erro: todos passam a pagar pelo serviço, inclusive quem não tem carro.
- Operações Urbanas
Há projetos em andamento que considero bons, mas que correm o risco de parar. A continuação da Av. das Águas Espraiadas até a Imigrantes (recuso-me a usar o nome daquele empresário carioca) e a ligação da Sena Madureira com a Ricardo Jafet são dois exemplos. Há outros.
- Entulho
Esse assunto está grave. Alguém precisa fiscalizar de fato os caminhões que despejam entulho em qualquer canto e a qualquer hora. Isso vai exigir gente, leis e vontade. Será preciso apreender o caminhão e mandar o sujeito para cadeia por crime ambiental para isso parar. Que se faça.
- Lei Cidade Limpa
Que continue exatamente como está. Simples assim.
- Parques
Parques municipais fechando às 17h ou 18h parece piada de mau gosto, ainda mais durante o horário de verão.
- Indústria das Multas
As autoridades podem negar a vontade. Todo mundo saber que existe há anos uma fábrica de multas para fins arrecadatórios em São Paulo. Era assim antes do PT, continuou com o PT, continuou depois do PT e agora volta o PT. Não é assunto partidário, portanto. É uma questão de respeito, só isso.
Como se nota, eu me importo com trânsito. Como também se nota, não dou a mínima para Educação e Saúde. Falo do que me afeta, só isso. Não estou dizendo que não há coisas importantes em outras áreas, apenas falei do que aparece no meu radar.
Acho engraçado você falar nos fretados porque, meio sem querer, eu tirei exatos 7 votos do Serra por conta dele...
ResponderExcluirFalando sobre o CONTROLAR, meus parcos conhecimentos de mecânica me dizem o seguinte: o serviço prestado, no tempo prestado, é bom.
ResponderExcluirDois pontos precisam ser levados em consideração aqui:
- Quem deveria ser afetado pela lei não é, porque quem deveria ser afetado (donos de carro sem condição de circular) são justamente os que não fazem a inspeção ou os que dão um jeito de burlar o sistema. E não, o DSV não tem o MENOR interesse em recolher os carros sem licenciamento. É conhecimento comum que o DSV não tem onde colocar os carros.
- Para melhorar a qualidade da inspeção do controlar, é necessário aumentar o tempo. Você talvez esteja disposto a ficar algumas horas parado no controlar esperando a inspeção terminar, ou passar alguns dias sem carro enquanto a inspeção é feita, mas a absoluta maioria das pessoas não está.
Isso posto, eu acho que o controlar não deveria ser de graça, mas deveria estar incluso no IPVA. Mas até aí eu acho que o IPVA deveria ser progressivo: quanto mais velho o carro, mais alto o IPVA.
Lei Cidade Limpa
ResponderExcluirQue continue exatamente como está. Simples assim... Não concordo, a Lei tem que ser melhor trabalhada, do jeito que está, ela impede profissionais como o vendedor de sorvete(aquele que passava com carrinho da Kibon, Gelato...) não o vendedor clandestino, que vende picolé baratinho e que qdo a fiscalização chega, corre, mas sim aquele que pagava imposto, era registrado e por causa da má formulação da lei perdeu seu emprego.
Caro Anônimo.
ResponderExcluirAtendo-me à questão da Lei Cidade Limpa (e não entrando no mérito da segurança alimentar), não vejo nada na lei que impeça a existência dos citados carrinhos. Apenas não seria possível colocar a marca do fabricante. Até aí, o consumidor pode perguntar ao vendedor ou olhar a tabela de preços. Bastaria ele ter um carrinho branco. Nem sei quais são os limites de propaganda nesse caso, mas estou supondo zero apenas para fins de discussão