terça-feira, 27 de novembro de 2012

TSKF, 13

Em novembro de 1999, meu então sócio Marcelo Del Debbio me fez um convite atípico. Éramos amigos há anos, tínhamos uma empresa com cerca de um ano e meio de vida e em franca expansão e diversos interesses culturais em comum. Ainda assim, ele praticava Kung Fu há uns 7 meses naquele momento e, empolgado que estava, chamou-me para uma espécie de festa que a academia ia fazer.
Eu tinha 25 anos e estava fora de forma. Havia feito alguns (acho que 4) ciclos de academia com pesos e achava aquilo meio bobo. Um outro amigo me dera o telefone de um cara que dava treinos de futebol. Segundo ele, eram treinos mesmo, não apenas os rachões que tanta gente já fazia em campos de society. Parecia bem legal a ideia de treinar para me aprimorar em algo que eu gostava. No entanto, o sujeito se mostrou um completo pamonha, incapaz de marcar um horário para eu ver o trabalho dele, ou até mesmo de me dar o preço da mensalidade.
Daí, a tal academia que o Marcelo e sua então namorada Luciana estavam fazendo ia abrir uma filial em outro bairro. O Marcelo treinava no Aeroporto e eu, morando no Itaim, não tava nem um pouco a fim de atravessar a cidade 3x por semana para o que quer que fosse. No entanto, a tal filial estava sendo instalada na rua Cardeal Arcoverde, em Pinheiros. Bem viável.
Lá fui eu ver a tal festa em um sábado a noite. O que a falta de uma namorada não te faz...
Sentado no chão perto da janela lateral, vi apresentações de formas muito impressionantes. Os atletas era pessoas comuns que haviam aprendido aquilo na raça pura. Não eram efeitos especiais. Não haviam cabos pendurando ninguém. O bastão era de bambu chinês mesmo. O facão, embora sem corte, podia machucar. E o que me tirou do sério foi uma luta combinada entre dois dos alunos mais antigos.
É lógico que não era de verdade. Ninguém ali estava batendo no outro. Nenhum dos dois era bandido ou comprador de encrenca. Mas o barato era que parecia real, mesmo eu sabendo que não era.

Eu quero aprender isso !

Depois da festa, que terminou com uma apresentação musical dos próprios alunos, fomos a uma lanchonte. Não lembro qual lanchonete. Não lembro que comi, embora provavelmente tenha sido um cheesbacon. Não lembro como ou que horas fui para casa.
Mas jamais esquecerei aquele troichá de Pam Pou Kiu.

Eu estava fazendo um tratamento naquelas semanas, tomando amáveis injeções de benzetacil. Isso atrasou minha matrícula por uns dias. Num sábado de manhã peguei meu carro e fui até lá. Conversei um pouco com o instrutor e fechei um plano semestral (suficiente para ganhar o uniforme) com 3 treinos por semana. Ele me contou que a tal técnica estava numa faixa um tanto avançada, mas que eu poderia chegar lá sim em coisa de uns 3 anos.
Esse sábado foi há 13 anos. Ainda faltam pelo menos outros 13.

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Complemento de postagem

Acabei de consultar minha agenda e descobri que estou com 1993 treinos (sim, eu marquei cada dia em agendas antigas e desde de 2007 está tudo no Google Agenda). Isso dá uma média de 2,94 treinos por semana. Portanto, não faço nada de excepcional, apenas sigo o que é recomendado pelos instrutores: perseverança e consistência.

2 comentários:

  1. De fato, impressionante. Muitas pessoas passam a vida procurando algo que tenha significado na vida delas, poucas acham.

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