sexta-feira, 4 de outubro de 2013

De volta do Inferno

Falei pouco disso esses meses todos, mas o fato é que eu passei o diabo para fazer um regime bastante sério. Na real, eu pesquisei e achei um único post, aqui. Não foi fácil lidar com isso, e talvez a falta de postagens reflita até minha dificuldade com o tema. 
Mas acabou (errei ao usar o título "Acabou" no post de ontem, mas já era...) Então vão alguns relatos e começo pelo fim, mas não sem antes fazer uma breve explicação do que se passou.
Para começo de conversa, eu sou gordo. Pura e simples assim. O fato de, neste momento, estar com peso dentro da normalidade, com IMC 24,8% e PGC 18,0 não muda a estrutura do problema, muda apenas a situação atual para melhor. Mas se eu deixar as coisas ao léu, eu como além do que devo e, apesar de fazer esporte, engordo. Cheguei a 85Kg assim.
Parte da origem do problema é genética. Meu pai era obeso, e assim foi a vida toda. Fez trocentos regimes diferentes (da Lua, Aktins, Lain System, o diabo...), mas nunca mudou de mentalidade. Fez cirurgia de banda gástrica e emagraceu de 125Kg para 70. Mas continuou mentalmente gordo até falecer em 2009. 
Eu sempre fui magro. Entrei na faculdade aos 17 anos em os mesmo 1,70m de hoje, e pesando 51Kg. O fato de chegar aos 85Kg 20 anos depois mostra um sério problema comportamental. E comportamento, amigo leitor, não é genética.
A ficha tinha caído há tempos. Quem acompanha minhas promessas de ano novo (2013, 2012, anteriores), sabe que tenho falado disso faz tempo. Também tentei algumas técnicas particulares sem sucesso. E então achei a Clínica Ravenna.
Iniciei o processo com eles em março. A meta era voltar aos 70Kg. E como eles possuem uma técnica que leva a eliminação rápida de peso, era exatamente o perfil ansioso e impaciente que tenho.
Porém, amigo leitor, o caminho mais rápido também é mais sofrido. E não foi fácil, mesmo. Não posso, até por questões contratuais, dar detalhes. Nem seria sábio: a dieta segue uma linha teórica, mas há um grau de personalização. O gráfico que citei acima foi a primeira vitória: 17 Kg em 10 semanas
Depois da eliminação, a manutenção, que na verdade demorou mais. Agora que passei por ela, acho o termo manutenção inadequado. Mantemos o peso, mas o peso é a única coisa que se mantém. Todo o resto muda. A visão de mundo, a relação com a comida, a maneira de montar seu prato, se pensar na próxima refeição ao fazer a atual... tudo muda. 
Agora eu sei que quem faz meu prato é meu cérebro, não meu estômago. O que importa na escolha do prato é o valor calórico e nutricional e não apenas o sabor. Não como mais "coisas médias", e isso implica e novos hábito e até em uma nova maneira de ver a vida. Fiquei mais saudável, e também mais fresco seletivo. 
  • Inimigos e Amigos
Não passei por isso sozinho. Muita gente em volta atrapalhou bastante com comentários irritantes. Segue a lista:
- "isso não funciona", 
- "você está bem, não precisa emagrecer", 
- "essa coisa de cortar x, y e z é balela", 
- "quem quer emagrecer não toma líquidos na refeição", 
- "olha essa receita que eu achei" e o pior
- "pega mais um pedacinho". 
Dá vontade de mandar a merda. Na verdade, mandei alguns sim.

Mas tive ajuda também. Seguem os agradecimentos justo e merecidos:
- Luciana: namorada e parceira de tantos micos, foi firme o tempo todo neste também. Ajudou muito com sugestões inteligentes, temperos de salada e o "tá quase, vamos lá que você consegue", assim como compreendeu que não era qualquer lugar que eu podia sair à noite. Caminhou o tempo todo ao meu lado. 
- Camila: nutricionista da clínica que, na minha opinião, excedeu o atendimento profissional e competente, para um lado de compreensão e cooperação. Agora que não sou mais paciente, espero poder ser amigo.
- Railde: sim, a secretária da área onde trabalho também tinha palavras de apoio quando a fome e/ou a vontade de comer chegar às 9h40. 
- Eliane: nutricionista do refeitório, que foi compreensiva com as estranhas necessidades da minha dieta e se dispôs a ajudar. Não precisei muito dela, mas fiquei realmente com a sensação de que podia contar se fosse preciso.
- Aline: colega de trabalho que sabia o tempo todo fazer piadas inteligentes sobre a tragédia que são os momentos de retorno à mudança metabólica. 

Curioso serem todas mulheres, não ?

O assunto não se esgotou, gente. Ainda tenho o que comentar. Mas fica para outro dia.

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