quinta-feira, 11 de junho de 2015

Angra dos Reis - Dia 1: Viagem e Checkout

Então, dia 3 de junho, viajamos para Angra. Já comecei tudo com uma novidade: usei o Uber pela primeira vez, com enorme sucesso. Funcionou bem, motorista 5 estrelas, R$ 28 para levar quatro malas, duas das quais com alça, da Saúde para a Vila Mariana.
Chegamos na sede da Staff Divers, onde encontramos André e Henrique, e partimos de ônibus cheio.
A viagem era longa e cansativa, especialmente pelo horário. Fizemos uma parada para comer por volta de meia noite e chegamos a Angra por volta das 3h30. Jogamos as coisas em um barco, pois ainda havia a travessia de 1h até Ilha Grande. Pessoalmente, eu meio que dormi, meio que não, meio que não sei. 
O Sol começava a nascer quando chegamos à Pousada Nautilus, onde dormimos por 2 horas e meia, mais ou menos. Tomamos café e esperamos um tanto pelos dois primeiros mergulhos que aconteceriam ali mesmo, sem precisarmos de barco.
O primeiro mergulho (Log #01) foi bem tranquilo. Equipamos com calma e entramos pelo pier, com o chamado passo de gigante. Água gostosa de ficar e com equipamento bom, tudo fica mais simples. Vieirinha, nosso nipônico instrutor, estava sempre de olho na gente. Já tínhamos combinado os exercícios e logo estávamos no fundo. 
Fizemos alagamento parcial de máscara, compartilhamento de gás e recuperação de respirador. Ninguém deve problemas. Depois afundamos mais e fizemos o pivô, técnica que ensina a controlar a flutuabilidade. Depois fomos passear um pouco pelas redondezas. 
Neste primeiro passeio não vi quase nada. É normal os novamos estarem mais tempo pensando em respirar do que vendo coisas, e não foi diferente comigo. Claro que os sargentinhos, coiós e estrelas do mar estavam por ali, lindos como eu nunca tinha imaginado. As rochas também chama a atenção, com formações que não vemos fora da água. 
Fizemos o intervalo, durante o qual tivemos as instruções para o segundo mergulho (Log #02) sem pressa alguma e descemos novamente. 
Desta vez, fizemos a equipagem na água, o que me rendeu um corte na mão direita por esbarrar em um coral. Achei muito mais complicado e prefiro fazer no deck mesmo, ou dentro do barco se for o caso. Depois repetimos os exercícios da manhã, desta vez com mais desenvoltura, seguido de novo tour, para outro lado da região. Chegamos a 12m de profundidade neste. Na saída, meu estômago reclamou e fiquei com enjôos por uns 40min antes de conseguir comer.
A tarde foi para dormir, depois do excelente almoço servido pela pousada, já que tínhamos sono atrasado pacas. Jantamos, outra vezes muito bem, e apesar da soneca vespertina, estava todo mundo na casa às 9 da noite.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Mergulho: O Curso

Lá se foi um final de semana inteiro estudando para ser mergulhador. Sim, foi há alguns dias: 23 e 24 de maio. A coisa foi decidida meio na correria, e tomou um tempo que não tínhamos. Isso, inclusive, explica minha baixa produção aqui no blog.
O curso tem um total de 16 horas, o que nem é tanto assim se você comparar com, por exemplo, aprender a dirigir. E o grau de perigo, ou pelo menos as consequências dos seus atos, são similares: você pode morrer ou matar alguém se fizer uma besteira grande. Voltarei a isso mais a frente.
O formato normal do curso é um final de semana, com parte teórica pela manhã e prática à tarde. No nosso caso, devido a um processo de dedetização na escola de natação parceira da Staff Divers, fizemos todo o teórico no sábado e todo o prático no domingo. É um pouco pior, então fica a recomendação de dividir como originalmente proposto.
Longe de ser uma queixa, porém. Dificuldades acontecem para todos.
O curso teórico mostra um pequeno histórico do mergulho, exibe e classifica todos os equipamentos e mostra como eles funcionam.
Nunca deixe de respirar.
Depois disso, temos alguns critérios importantes de segurança. Questões como pressão, pressão parcial, efeitos do nitrogênio no corpo e os efeitos negativos da não observação dos procedimentos são vistas aqui. Eu não sabia que 30m de profundidade é um limite importante e que deve ser observado por causa dos efeitos da pressão parcial do Nitrogênio passar 3,2 bar. Se você não entendeu, não consigo explicar. Mas que é potencialmente perigoso, é.
Nunca deixe de respirar.
Depois vemos as regras de mergulho repetitivo, com o cuidado de calcular tudo em 3 tabelas que me deram breve revival da Poli. No final da parte teórica há uma prova de testes.
Nunca deixe de respirar.
O segundo dia foi a parte prática, quando acostumamos a usar os equipamentos todos. Roupa de neopreme, colete, cilindro, máscara, nadadeira, lastro, snorkel, respirador... cada coisa tem uma função e tudo age em conjunto. Não cabe explicar aqui.
Nunca deixe de respirar.
Na piscina, entramos de variadas maneiras, testamos cada item, sentimos o que cada parte faz. Aprendemos a nadar com a nadadeira, a controlar a flutuabilidade e a nunca deixar de respirar.
Não parece, mas cansa pacas. Pacas mesmo. Mas foi uma delícia.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Novo Skill: Scuba Diving

O sistema Daemon de RPG, que tenho orgulho de ter participado da criação e desenvolvimento, é considerado um sistema de perícias. Menos do que atributos, poderes, magias e outras coisas, o centro do jogo é rolar suas perícias de combate ou não-combate muitas vezes em uma sessão de jogo. Por isso os jogadores buscam aproveitar ao máximo os pontos que tem disponíveis. O cálculo dos pontos é baseado na inteligência e na idade do personagem. A idade reflete que o simples passar do tempo permite ao personagem aprender coisas novas.
Influenciado por minha própria criação, procuro todo ano aprender alguma coisa nova. Já fizeram parte disso os básicos que tenho de espanhol, o grande aprimoramento de meu inglês, planejamento de viagens internacionais, pintura de miniaturas, corte de sashimis e agora optei por Scuba Diving (Mergulho).
Não veio de dentro. Meu grande amigo André Leal sugeriu isso há coisa de 6 semanas, tendo em vista o planejamento em curso de minha viagem de outubro.  E em apenas 6 semanas estou certificado como mergulhador, já no nível 2.
Então começo agradecendo a um monte de gente, para a partir de amanhã contar como isso aconteceu. 
Primeiro, e mais importante, é ao André Leal. Experiente, ele viu a oportunidade se apresentar. Obviamente ele quer mais colegas de aventuras, mas principalmente quer dividir com o máximo de pessoas a diversão, alegria, benefícios, e curiosidades que só um mergulhador tem. Organizou uma vaquinha de proporções épicas para permitir que eu e Luciana fizéssemos o curso e a viagem de checkout. 
Claro, tenho que agradecer à minha noiva, e agora dupla, Luciana. Mergulho NUNCA é feito sozinho, e a dupla é a pessoa que está o tempo todo contigo durante o procedimento. É preciso entrosamento, diálogo, treino e muita, mas muita calma.
Em seguida, aos participantes da vaquinha. São muitos, nem mesmo o André soube enumerá-los com certeza. Entre citar alguns esquecendo outros e agradecer anonimamente, optei pela segunda. Vocês sabem quem são, mas não sabem o bem que me fizeram.
Na parte técnica, agradeço nominalmente a todos os envolvidos. 
Primeiro de todos, Glauco, instrutor do curso teórico e em piscina. Brincalhão, cuidadoso, técnico, atento, paciente e muito mais. 
Em seguida, ao Vieirinha, instrutor da minha turma de checkout. Outro poço de tranquilidade, está sempre sorridente e de bem com a vida. Ele tem um dos negócios mais diferentes que tive contato: cria codornas. Então segue o link da Granja Suzuki, em mérchand não remunerado.
Claro, preciso mencionar as duas colegas de turma, Justine e Mayumi. Justine é americana e, embora torça para os Seahwaks (ela é de Seatle) é um barato de pessoa. Por causa dela tivemos metade das instruções em inglês. Mayumi enfrentou sua dificuldade com... barcos... para fazer isso. Parabéns às duas.
Ao time todo da Staff Divers, incluindo Eric que estava ao meu lado para me ouvir no pior dos momentos, Tatiana que deu o ponta pé para a virada do jogo e Andrei, instrutor do Discovery Noturno (tudo isso a ser narrado no terceiro dia de viagem).
Por último, e não menos importante, Lurdinha Parra, maestrina dessa parada toda. Se a Staff Divers tem uma equipe de monstros na arte de ensinar e promover o mergulho, é a Lurdinha quem criou e mantém esse time, além de coordenar tudo que acontece fora da água.
Amanhã começo o relato dos treinos e viagem.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Um Muro com Pernas

Causou certo debate no Facebook esta semana um debate sobre mais um dos feitos fictícios de Ayrton Senna.
Tudo começou em matéria no UOL publicada dia 01/06/2015 e assinada por Julianne Cerasoli sobre o dia em que Senna abandonou uma corrida alegando que a batida que dera no muro ocorreu porque o muro se mexeu. Segue link. A matéria é o resultado de uma entrevista com Pat Symonds, então engenheiro da Toleman e hoje na Williams.
Vamos a algumas coisas que chamam a atenção na matéria. A primeira delas é a passagem "contou o inglês em entrevista exclusiva ao UOL Esporte". Porém, este blogueiro com espírito de auditor procurou algumas palavras chave no google e em menos de 5 minutos achou este link. É uma matéria em inglês, no site grandprix.com, assinada por Luís Vasconcelos e publicada dia 01/05/2015
Em primeiro lugar, faz bastante sentido uma matéria sobre Senna no aniversário de sua morte, e não um mês depois. Também é curioso o autor da matéria mais antiga ter um nome bastante brasileiro. Nota-se também que a matéria é mais extensa e mais detalhada, falando de outros aspectos da relação entre Symonds e Senna. E o mais pertinente a este caso é "the leading edge of the block was standing out by a few millimetres". Interessante como "alguns milímetros" virou "3 milimetros". "A few" pode ser 2, 3, 5 até. Segundo a matéria (ambas, no caso), algo teria movido o muro esses milímetros para dentro da pista e Senna teria batido por causa dessa diferença. 

(foto: quem era melhor e quem estava aprendendo)

Daí resolvi pesquisar sobre a corrida em si. Nada como uma passada rápida na wikipedia. E nela achamos o resultado oficial da prova. Senna abandonou na volta 47 por problemas de embreagem. Mas esses problemas teriam sido causados pela tal batida?
Não vejo como, pois exceto François Hesnault na primeira volta, em uma barreira de pneus, ninguém bateu durante a corrida. Se ninguém bateu, quem empurrou o muro para o meio da pista? E por que esperaram 47 volta para sacanear justamente com ele?

Gente, vamos parar com essa mania de aumentar os feitos de Senna?
Vamos parar de inventar coisas e endeusar Senna?
Vamos parar de chamar o cara de "herói" e chamar de "ícone" ou mesmo "ídolo"?

Que se diga algumas coisas antes de terminar este texto:
1) Senna era um pilotaço. Ninguém é campeão do mundo de nada por acaso, e ele foi três vezes.
2) Em toda essa historinha ridícula, não vi nenhuma declaração dada pessoalmente por Senna. É sempre a mesma coisa: alguém disse que ouviu dizer um cara comentando que Senna teria dito...
3) Na boa, mais chato que fã do Senna só Testemunha de Jeová, talvez. Talvez.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Terror em Duas Linhas

Nenhuma das histórias abaixo é minha. Apenas traduzi e adaptei.

"Acordei com o barulho de batidas em vidro. Achei que vinha da janela, mas quando vi novamente percebi que vinham do espelho..."

"A última coisa que me lembro era ver o rádio-relógio marcando 12h07, quando ela me sufocou com as mãos sujas de terra e aquele olhar sem vida. Então eu acordei do sonho, vi o rádio relógio marcando 12h06 e a porta do quarto abriu".

"Tendo crescido entre cães e gatos, sempre estive acostumado com o som de unhas arranhando coisas. Agora que moro sozinho, isso se tornou desconfortável..."

"Ela perguntou porque eu respirava tão pesado. Não era eu."

"Minha esposa me acordou esta noite para avisar que havia alguém na casa. Ela morreu dois anos atrás, assassinada por um intruso."

"Acordei com uma voz cantando para o bebê. Virei para o lado, mas minha esposa estava dormindo..."

"Sempre achei estranha a mania do meu gato ficar me encarando. Então, notei que ele não olhava para mim, mas para algo atrás de mim..."

"Não existe nada como a risada de um bebê. Exceto de madrugada e se você mora sozinho..."

"Estava no meio da segunda fatia de pizza quando a campainha tocou. Já meio tonto pela cerveja fui atender e vi que era o entregador com a pizza".

"Depois de um longo dia de trabalho, chego em casa e vejo minha esposa com o bebê no colo. Não sei o que me assustou mais: ver as duas que morreram no parto há 6 meses o fato de alguém ter invadido minha casa para colocar elas ali."

"Eu estava tendo um ótimo sonho quando acordei com o som de pancadas surdas. Mal podia ouvi-las depois disso, por causa dos meus gritos dentro do caixão..."

"Meu filho me pediu para olhar embaixo da cama, pois havia um monstro lá. Quando olhei, o garoto estava abaixo da cama e, apavorado, disse que havia algo em cima da cama..."

" "Não consigo dormir" disse ele, vindo na cama em minha direção. Acordei, e estava agarrada ao terno com o qual ele foi enterrado."

"Minha filha chora e grita durante a noite toda. Já cansei de ir ao túmulo dela pedir para ela parar, mas ela não para".

"Recebi mais uma carta da minha ex esta semana. Como nas anteriores, os detalhes de onde eu a havia enterrado me assustaram menos que o fato de ser a letra dela."

"Achei uma foto minha no celular tirada enquanto eu dormia. Mas eu moro sozinho..."

"Em todo esse tempo que moro sozinho, eu poderia jurar que abri mais portas do que fechei."

"A garotinha estava no andar de cima quando ouviu a mãe gritando pelo seu nome embaixo. Quando ela correu para ver o que era, a mãe a puxou, segurou sua boca e disse "Eu também ouvi" "

Ok, eu menti. Duas são minhas. Quem advinha quais ?

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A Nova Era do Humor

Vamos ver se o amigo leitor se identifica com as piadas abaixo:

"Japonês, quando não faz na entrada, faz nada saída".

"O que significa uma loira, em um Uno, na frente do Bradesco ? Nada: Bradesco não é banco, Uno não é carro e loira não é gente".

"Por que caixão de cego só tem 2 alças ? Já viu lata de lixo com 4 ?!"

"Quando deus criou o segundo sãopaulino, disse "Xi..., queimou de novo" ". 

Aposto que não. Mas como escrevo pra um público seleto, estou seguro de que o amigo leitor identificou com facilidade as versões originais. Aqui nos meus (quase) 41 anos, digo que foram piadas dos anos 80. Leitores mais jovens que não dispõem de DeLorean modificados deve ter lido, ouvido ou mesmo contado as originais em seus respectivos momentos.
Claramente as versões originais destas piadas, embora sobrevivam no submundo do humor de mau gosto, são espécies em extinção. E não vão embora cedo o suficiente. Piadas racistas são inaceitáveis.
O que dizer, então, de piadas de loiras? Trata-se do mesmo tipo de critério: associar características negativas a um extrato populacional baseado em uma combinação de características que está além do controle das pessoas. Neste caso, combinação de gênero e cor do cabelo. É tão errado quanto etniaNa mesma linha, chegamos às piadas de nacionalidade. De novo, a pessoa não escolhe onde nasce.
As piadas de homossexuais merecem um aparte agora. Faço isso porque há uma divisão que eu faço entre o homossexualismo (dade ?) enquanto preferência sexual e a homossexualidade (ismo ?) enquanto comportamento. Existe debate amplo sobre a atração sexual ser determinada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais ou ser escolha. Mas quando o assunto é comportamento, claramente é escolha. Então fazer piada com um personagem homossexual que gosta de, sei lá, agir de forma espalhafatosa não é diferente do torcedor de futebol fanático que vai com a camisa do time em um casamento. Neste caso, o que é alvo da piada é muito menos o personagem e muito mais o comportamento. 
Ou assim acho eu. Muitos discordam, e é um tema espinhoso.
  • E agora ?
Ok, então se vamos entrar em uma linha politicamente correta e remover todas as piadas de cunho preconceituoso, é preciso estabelecer uma nova fronteira para o que pode e o que não pode ser usado. E estamos sofrendo bastante com isso nos últimos anos.
Casos de piadas mal aceitas estão pipocando por toda parte. O motivo básico é a fronteira, nem sempre clara, que separa características determinísticas das comportamentais.
Piada de corno pode? Ninguém escolhe ser corno exceto quando... bem, tem gente que escolhe sim! E aí, pode?
E piada de gordo? Afinal, o cara não faz regime porque não quer. Mas e o hipotiroidismo?
Ora, mesmo piada de nacionalidade deveria ser livre: qualquer um pode abandonar sua nacionalidade e adotar alguma outra... É? Vai você então: larga tudo que você tem e construiu, e começa de novo.

O humor está em fase de revisão. Como todo processo social, a gente sabe mais ou menos como começa, mas não tem a menor ideia do que vai dar no final. Apenas torço para que sobreviva. 

terça-feira, 12 de maio de 2015

Uma palavra sobre Agenda

Dois pequenos disclaimers, antes de começar. O primeiro, dica do Mestre Ian Saukas, é não deixar a realidade atrapalhar a narrativa da história. Isso é uma outra maneira de dizer que a história é baseada em fatos, mas não necessariamente precisos. O que me leva ao segundo, que é o ano em que isso aconteceu. Eu sabia que era em meados dos anos 90, e depois de olhar calendários da época, concluí que tudo ocorreu em 1997 (clique aqui para ver o calendário e acompanhar a narrativa). Pode haver enganos, mas está consistente com minha memória.

No início de outubro de 1997, encontrei-me com um amigo que via com frequência na época. Digamos que ele se chamasse Alex e cursasse Arquitetura na USP (FAU). Alex estava revoltado, e peguei o assunto pelo meio. Pedi para ele recomeçar, e fui atendido.
- Cara, você acredita que um professor meu já me reprovou por faltas antes mesmo do fim do semestre ?! Que filho da puta...
- Calma, Alex. Conta o que aconteceu.
- Ah, foi assim. Você tá ligado que na FAU não tem muito essa do semestre começar na primeira semana.
- Não tem essa porque vocês são um bando de vagabundos (eu era recém formado em Engenharia na Poli-USP).
- Mas lá é assim. Então eu não fui na primeira semana de aula, dia 8 de agosto. É que essa matéria só teu aula nas 6as-feiras.
- Devia ter ido.
- Ninguém nunca vai, porra. Nunca tem aula...
- Segue.
- Daí, na semana seguinte, eu até estava contigo.
- Dia 15, na minha colação de grau ?
- Exato. Depois eu dei uma passada lá, lembra ?
- Lembro.
- Não tinha ninguém, e eu achei que não tinham iniciado as aulas ainda.
- E você não achou nada estranho nisso ?
- Não. É comum.
- Não devia ser.
- Você vai me deixar contar ?
- Vou.
- No dia 22 eu tive uma treta no trampo. Não pude ir. Depois no dia 29 eu fui e, de novo, não tinha ninguém na sala. 
- Agora você achou estranho ?
- Até achei, mas não tinha ninguém para perguntar sobre. A semana seguinte era semana da pátria, dia 5 de setembro. Não tem aula. 
- Certo.
- No dia 12, eu fiquei doente, aquela gripe do cacete que eu peguei.
- Lembro! Até cancelou nosso RPG, não foi ?
- Foi. E no dia 19 eu tive outra treta no trabalho, também não pude ir. Quando eu chego no dia 26, encontro um camarada meu que me pergunta se eu estava naquela matéria. E quando eu confirmei, ele disse que era dia de prova! Fui falar com o professor e ele falou que eu já estava reprovado. Filho da Puta.

Então, falei com outras pessoas e descobri a agenda do que de fato ocorrera na tal matéria. 
Para começo de conversa, o semestre letivo começava no dia 1o de agosto, por sinal, uma 6a-feira. Nesse dia teve aula sim, com bastante gente presente, mas não o Alex. Naquele dia, o professor definiu o calendário de atividades. Avisou que haveria duas importantes visitas de campo, dias 15 e 29 de agosto. As demais datas (8/8, 22/8, 12/9 e 19/9) seriam aulas teóricas normais, e a primeira prova seria dia 26 de setembro, bem no meio do semestre. O restante do semestre seria definido após a primeira prova.
Segue, então, uma tabela comparativa:


Pois é, tremendo filho da puta o tal professor...


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Cagada do Mês

Talvez do ano...

Cá estou a semana toda fazendo cotação de passagens para minha Lua de Mel, sem setembro. Ontem eu fecho o acordo com a operadora, passagens definidas e beleza. Bem, faltou pagar, né?
Hoje fui cuidar disso. Ao entrar em contato com a operadora, passei meu cartão AMEX e dados pertinentes para eles parcelarem a compra. Minutos depois vem a resposta: a operadora não autorizou a compra, possivelmente pelo valor, fui informado. Veio a seguinte mensagem de erro:

"Mensagem: CREDIT CARD DENIAL 1 - CALL TO AUTHORISE"

Tá.
Liguei na AMEX, que está particularmente lesada hoje. Cada pergunta feita para confirmar o comprimento da unha do dedinho do pé esquerdo é seguida pelas famosas musiquinhas de espera. Até tocou Enia em algum momento...
Depois de confirmar meu número de celular tive que aguardar novamente e recebo uma ligação nele, por motivos de segurança. 
Tá (2).
Voltando à linha fixa, a atendente quer confirmar algumas compras recentes minhas. Foram 5 operações, das quais 3 estavam corretas. Duas delas, no valor de R$ 17,50 foram barradas pela própria operadora e eu neguei ter feito as compras. A última também foi negada, mas também era a compra da passagem, que eu estava tentando autorizar. 
Achei que tudo ficaria bem quando a atendente me informa que meu cartão está comprometido e eles estavam emitindo um novo, com número diferente. Com isso, em 9 dias (HEIN !?) receberei um novo para desbloquear. E então poderei fazer minhas compras. 
- Mas moça... e a compra que estou tentando autorizar ?
- Não vai estar sendo possível.
- COMO ASSIM ?! Esse foi o motivo da minha ligação, eu tenho essa despesa para fazer AGORA, não daqui 9 dias úteis. 
- Senhor, o cartão está cancelado.
- Com ordem de quem ?
- Sua.
- Negativo, eu não pedi cancelamento algum. 
- Se o senhor me permitir explicar. 
- Não permito.
E desliguei para blogar. 

Burrice aguda, AMEX. Segunda feira a gente conversa de novo, na Ouvidoria.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Coisas que não existem

O amigo leitor já ouviu, e talvez tenha até enjoado de ouvir, a expressão "não existe almoço grátis". Caso não queria detalhes, pule para o próximo parágrafo. O conceito disso é que o fato de não haver desembolso no momento em que se ganha alguma coisa (no exemplo, o almoço) não significa que isso isente completamente a pessoa de despesas futuras. O mais natural de pensar é o compromisso social de se fazer algo (um favor, uma compra, devolver a gentileza e por aí vai). Mas derivados desse conceito, há outras coisas que estou me cansando de ver por aí.
Segue então, uma lista de coisas que simplesmente não existem:
- investimento com baixo risco e alta rentabilidade: são conceitos opostos, a rentabilidade de um investimento é sempre uma espécie de prêmio pelo risco assumido. 
- risco zero: não importa o tema, o risco não é zero. Pode ser baixo, pode ser aceitável, pode ser praticamente inexistente. Mas zero, não é.
- garantia total ou ilimitada: outra mentira, ou pelo menos uma generalização maldosa. Seja lá qual for seu produto, duvido que tenha garantia contra roubo ou contra seu filho de 5 anos com tendências a defenestração.
- ilimitado: na verdade, o problema anterior persiste com a palavra ilimitado para qualquer coisa. Algum limite tem. Talvez você não seja capaz de atingi-lo, mas ele existe.
- desconto de 100+%: aqui o erro está na maneira de interpretar os números. Se um produto custava 100 e agora custa 40 (desconto de 60), o desconto é 60% (60/100) e não 150% (60/40). 
- 435 décimos: essa vem dos comentários de automobilismo. Cansei de ver jornalistas lerem 1'25"435 como "1 minuto, vinte e cinco segundos e quatrocentos e trinta e cinco décimos. Não é tão complicado entender o que são décimos, centésimos e milésimos. Aprendi isso na 3a série.
- [xpto] sem química: mais comum em produtos de beleza, mas também em alimentos. Risível pensar em alguma substância que não seja química.

Se este post agradar o amigo leitor, posso discorrer sobre cada item futuramente. 



segunda-feira, 4 de maio de 2015

Print do Dia

Amigo leitor, sei que o blog anda meio parado, mas não vou abandoná-los.
Para diversão de hoje, um singelo print de tela, na página do UOL (não sei por quanto tempo ficará assim:



Isso é no que dá a combinação de 3 fatores:
- falta de assunto antes de finais de campeonatos (especulação ao falar do clima do jogo)
- excesso de confiança em análise preliminares
- falta de educação de torcedores em geral. 

Não se trata pegar no pé especificamente da torcida gremista, como se fosse a única a criar problemas. Deixo as críticas para os jornais. Eu critico os jornais pela burrice aguda.