quarta-feira, 31 de julho de 2013

Desespero Teísta

Em minhas andanças pela internet deparei-me com um desesperado blog teísta montado exclusivamente para apontar as supostas incoerências do discurso neo-ateu. Já faz graça o fato desse blog ter sido abandonado em 2010. Seria falta de fé ?
O blog do cara, embora não use ofensas diretas, é de uma virulência medonha. Mescla mentiras, distorções, suposições e generalizações em doses variadas, de acordo com o argumento a que se propõe a "combater". O termo vai entre aspas, pois além de não combater coisa alguma, mostra a enorme fraqueza do discurso teísta.
Segue o link para a pérola.
O ponto começa no título do blog: "Neo Ateísmo, um Delírio". De cara contém duas observações interessantes. A mais visível é a referência ao livro de Dawkins: Deus, um Delírio. O autor precisa se apoiar nele para existir, o que por si só mostra sua fraqueza. A menos percebida é uso do termo neo-ateu. Verdade seja dita, não é criação dele. Não consegui achar a origem, para ser honesto, mas de todo modo quer-se atribuir sub-grupos a algo que até outro dia nem grupo era. O diferencial seria que os neo-ateus são altamente anti-religiosos além de apenas não acreditar em deus. Pessoalmente eu prefiro dizer "ateísmo militante", mas não me importo com isso. 
De fato, o ateísmo mudou. Deixou de ser uma opinião passiva e pegou em bandeiras, ainda que virtuais. O ateu cansou de ser chamado de "atoa", de sem ética, de mau e partiu para o ataque. E atacar religião, convenhamos, é fácil. São tantas a mazelas e mentiras que o ateu fica até tonto de tantas opções para se deliciar. 
Os teístas tenta reagir e o tal blog é um exemplo. O tipo de distorção mais comum é atribuir características infantis ao ateu ou ao neo ateu. Clássica falácia ad hominen. Óbvio que alguns o são, mas o site desenhas os textos de modo a dar a entender que somos todos assim. Há outros, o leitor pode rir um pouco por lá se quiser.
Também percebo isso em conversa com pessoas teístas. Estão se indignando com maior facilidade, mas o que passa despercebido é que hoje o ateísmo é assunto, o que não era 10 anos atrás. Chamar-nos de modinha não fará com que passemos no próximo verão. 
O que me deixa animado é saber que estamos realmente incomodando. Não somos mais meia duzia de caras estranhos, alguém como um colecionador de selos no século XXI. Eles percebem o efeito do que fazemos. Sentem a fé das pessoas a sua volta, e a deles mesmos, abalada. Precisam de um blog como aquele para se sentirem teístas. A dissonância cognitiva entre crença furada e realidade escancarada já provocou danos irrecuperáveis, e o sujeito se agarra ao que tem para se manter fiel. Nem percebe que não acredita mais. 
Os resultados estão acontecendo. A vitória sobre a crença virá. 

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