terça-feira, 23 de julho de 2013

Mais aspirina

Leio matéria na Folha sobre o aumento nos congestionamentos na cidade de São Paulo. Nada que não tenhamos percebido na prática, mas o texto vem apoiado com números e com propostas da nossa amada, idolatrada, salve-salve CET. E impressiona pela estupidez.
O infográfico da matéria mostra a queda na velocidade média e aumento na lentidão registrada para ambos os picos (manhã e tarde) entre os anos de 2011 e 2012. Já acho bastante estranhos os valores de pico. Segundo o texto, o pico da tarde passou de 75km para 92km de lentidão. Mas não me lembro de um único dia nesse período analisado de ter ouvido valores abaixo de 100km. Como se chegou a essa média, hein?
Mas seguindo um pouco mais, chegamos a algo interessante e digno de análise: "Os dados apontam que a obediência à restrição se manteve alta em 2012 --90% de manhã e 84% à tarde, os mesmo índices do ano anterior.". Sem duvidar dos dados, começo a fazer perguntas impertinentes:
- Esses 10% e 16% foram multados? Todos eles? E ainda assim não aprenderam? Estranho...
- Se a taxa de adesão foi considerada alta, então o rodízio é uma medida respeitada e que não está mais surtindo efeito. Por que expandir?
O rodízio não é e nunca foi uma boa ideia. Era mais do que evidente que as pessoas o contornariam fora (10% e 16%) ou mesmo dentro da lei. Mudam-se horários, mudam-se rotas, mudam-se até endereços. Meu colega de baia no trabalho mora externo ao rodízio. Meu chefe também. Com essas novas restrições, ambos seriam afetados uma vez por semana. Mas meu chefe tem mais de um carro, e só isso mostra que a medida é ineficaz. 
Ampliar o rodízio, tanto em área quanto em horário, é como aumentar a dose de aspirina para o paciente com câncer. É burrice aguda. A solução é dar opções reais e viáveis de transporte coletivo. 
E, no meu caso, posso usar uma linha de fretados da empresa, que enfrenta congestionamentos diários por não poder usar os corredores de ônibus. Outra burrice aguda, criada na gestão municipal anterior (Kassab) e mantida nesta (Haddad).

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