quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Esgotado ou não ?

O assunto me ocorreu ontem, e queria dividir a dúvida com o amigo leitor. Não se preocupem, pois a irritação que descreverei não é minha: os fatos não me afetaram. Estou apenas imaginando se afetaram alguém.
Em dezembro último, ouvi uma propaganda no rádio. O renomado e competentíssimo Yanni fará 3 shows em São Paulo, dias 21 a 23 de março próximos. Empolguei-me, o que raramente ocorre nesse tipo de programa cultural. Como a namorada embarca em (quase) qualquer canoa furada que eu sugiro, já propus de irmos a dois e fazermos uma noite especial.


Entrei no site e procurei opções de lugar para comprar os ingressos. Embora ainda houvesse para os 3 dias, o ginásio já se aproximava da lotação. Com alguma paciência, achei um par razoável de lugares e os capturei via cartão. Dias depois, os ingressos foram entregue em casa sem percalços. Agora aguardamos o show.
Pois eis que, ontem, ouço o anúncio de um show extra, no dia 20. Imaginei então alguma pessoa interessada no show que, ao não encontrar ingressos para os melhores lugares, acabou se contentando com um lugar mais humilde, ao lado deste blogueiro impertinente, por exemplo.
Daí surge um show extra, e o sujeito fica puto. "Por que eu comprei essa bosta de ingresso lá na casa do caralho de tão longe? O lugar é tão distante do palco que o show vai acabar 15min mais tarde para mim só por causa da propagação do som" diz o comprador insatisfeito.
Faz todo sentido, amigo leitor. O tal sujeito não comprou um ingresso melhor porque havia esgotado, e contentou-se com algo, para ele, meia boca. Ele teria pago 5x o preço que pagou para estar em um lugar melhor, que não existia. Mas agora existe e ele está frustrado.
Ok, isso não foi comigo. Eu vendi uma mesa, dois pares de tênis e um rim para comprar esses ingressos, parcelando em 12x. Mas nem por isso todo mundo precisa ser pobre do mesmo jeito. 
Não seria o caso de, antes de abrir para o público, oferecer um upgrade para quem já comprou? É viável, técnica e praticamente? Acho que deveria sim.
É ético abrir novos shows quando os primeiros esgotam suas lotações? Isso viola algum direito real ou percebido? Não me parece, mas pode ser. Se for, seria necessário algum tipo de controle externo para se evitar abusos? Certamente se isso virar algum tipo de direito legalmente estabelecido.
Pode ser um tema interessante para discussão futura.

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