Aconteceu alguns anos atrás, lá pelos idos de 2001 a 2004, em um sábado de novembro ou dezembro, não lembro direito. Foi no shopping West Plaza, onde precisei passar para comprar alguma coisa que realmente não importa agora.
Apenas ao entrar no shopping me dei conta da burrada que estava fazendo. Detesto Natal, já detestava na época e detesto ainda mais ir a lugares lotados. Meu humor estava, portanto, pendurado. Mas tinha que ir lá, então queria agilizar o processo para minimizar o sofrimento.
Desci rapidamente pelas escadas, mas notei que estava no andar errado e tinha que descer mais. Na segunda escada, havia uma família descendo também: pai carregando a filha pequena, mãe e o filho maior de uns 5 anos de idade e já caminhando independente. Aquilo me conteve, então ouvi a conversa entre eles, que naturalmente estava em andamento quando eu me aproximei. O garoto parecia indignado com algo.
- Mas mãe, isso é estranho. Não deveria ser assim...
- Por que não, filho ?
- Se o Papai Noel estava lá no outro shopping, como ele pode estar aqui também? O papai dirigiu rapidinho, não tinha como ele chegar antes.
Ok. O garoto estava confrontando sua crença na existência do Papai Noel com a realidade dos fatos. A mãe teve, então, uma atitude sensacional.
- É verdade, filho. Mas o que você acha então ?
Ótimo! Ela estimulava o garoto a pensar por si mesmo em vez de dar respostas prontas e fáceis. O garoto até andava devagar absorto nos pensamentos e, apesar da minha pressa, eu estava curioso sobre o caso. Então uma luz brilhou na sua mente.
- A-há ! Descobri. São clones !
A mãe arregala os olhos e busca apoio no pai. A surpresa dele é a mesma. Eu gasto meus pontos de força de vontade para não rir, e consigo por pouco, mas acelero o passo para não estragar o momento.
foto: ovelha Dolly
Não lembro o que fui comprar, nem se demorou. Os clones eram a história do dia.
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