Já posso antecipar, no primeiro parágrafo, que foi um dos melhores dias da viagem.
Devido à proximidade do Mosteiro da Batalha em relação ao hotel, alguns procedimentos foram alterados.
Após um café da manhã razoável, mas nada sensacional, deixamos tudo no hotel e partimos para a primeira visita, o Mosteiro da Batalha. Durante o checkin na véspera, o atendente perguntou se iríamos visitar o mosteiro no dia seguinte, já que ele não conhecia outra razão para visitar a cidade. Uma caminhada de 6 minutos debaixo de chuva nos levou até ele.
A vista por fora já é deslumbrante. Ao entrarmos, descobrimos visita guiada que necessitaria apenas alguma espera, com a qual podíamos arcar. Na compra dos bilhetes uma cena bastante engraçada quando o celular da atendente, sem autorização dela, reiniciou o vídeo que ela tinha pausado. E não era, exatamente, recomendado para menores, tampouco para uma atração de cunho religioso. Diferente da situação em Belém dias antes, eu estava sozinho e foi mais fácil conter a risada.
foto: Mosteiro da Batalha, Batalha, Portugal, 2019
foto: Mosteiro da Batalha, Batalha, Portugal, 2019
Escrevendo os textos depois da viagem é bom relembrar que nem tudo é barroco naquele país. Neste caso, o neogótico predomina claramente. O amigo leitor pode ter notado alguma colunas na parte externa que parecem cortadas. Na verdade, elas são chamadas de Capelas Imperfeitas, embora "inacabadas" seja o termo correto. Elas simplesmente não foram terminadas após a morte do arquiteto responsável, e assim estão até hoje. Era claramente um puxadinho atrás do altar principal e, aparentemente, ficará assim para a eternidade. Lindíssima.
Voltamos ao hotel, fizemos checkout e pé na estrada para Fátima. O GPS nos levou a um grande estacionamento onde paramos o carro e entramos por trás da nova catedral. Já a visitamos nessa mesma pegada. Realmente, é uma tremenda obra de engenharia, com entradas e saídas fáceis, conjuntos de bancos deslocados para facilitar o acesso e a visualização do altar e uma acústica impressionante. De lá, passamos para um conjunto de capelas subterrâneas, boa parte das quais estava fechada. Também ali um pequeno museu, onde chama a atenção fotos do local nos últimos 100 anos, mostrando como o fenômeno de Fátima é um processo em andamento ainda.
De lá, atravessamos um enorme pátio, creio ter uns 300m de comprimento, até o outro lado onde fica a basílica "antiga" (inaugurada nos anos 50). Há uma fachada semi-circular à frente, e pode-se caminhar por ela, passando por trás o altar que só é usado nas grandes celebrações. Ainda pudemos ver uma área de recepção e acomodação de peregrinos, aquelas pessoas que simplesmente saem em viagem para ir até sem qualquer tipo de plano ou condições de ficar. Se o amigo leitor acha uma insanidade viajar sem qualquer tipo de preparação ou suporte, muito me espanta que esse seja o problema percebido nessa ideia. Ainda pudemos ver a certa distância a capela original onde começou esse culto, devidamente preservada e protegida.
foto: Santuário de Fátima, Fátima, Portugal, 2019
De lá, atravessamos um enorme pátio, creio ter uns 300m de comprimento, até o outro lado onde fica a basílica "antiga" (inaugurada nos anos 50). Há uma fachada semi-circular à frente, e pode-se caminhar por ela, passando por trás o altar que só é usado nas grandes celebrações. Ainda pudemos ver uma área de recepção e acomodação de peregrinos, aquelas pessoas que simplesmente saem em viagem para ir até sem qualquer tipo de plano ou condições de ficar. Se o amigo leitor acha uma insanidade viajar sem qualquer tipo de preparação ou suporte, muito me espanta que esse seja o problema percebido nessa ideia. Ainda pudemos ver a certa distância a capela original onde começou esse culto, devidamente preservada e protegida.
Concluo essa parte dizendo que a sensação de engodo não sai do ar. Não é difícil imaginar que era 3 crianças absolutamente entediadas pela falta do que fazer na região (problema que, deve ser dito, persiste um século depois) e inventaram a história da aparição da santa por alguma razão qualquer: ou para justificar um atraso, ou para chamar a atenção ou por total falta do que fazer mesmo. E antes que elas pudessem voltar atrás, a história já estava muito grande e totalmente fora do controle deles, sendo impossível voltar atrás.
De lá, seguimos para o melhor passeio de toda a viagem: Conímbriga (não estou seguro de ter o acento, mas a pronúncia era proparoxítona de todo modo). Ao contrário de outras ruínas romanas que visitei antes, onde vi banhos (Bath), teatros (vários), arena (Trier) e pequenas vilas (Hommervila). Mas eu nunca tinha visitado as ruínas de uma cidade inteira, com 20 hectares de área, incluindo duas casas de nobres (uma delas com os respectivos mosaicos e jardins preservados), fórum, banho, ruas e diversos bairros residenciais e comerciais, além do anfiteatro e duas versões do muro da cidade. Tudo isso em um só lugar.
De lá, a viagem era curta até Coimbra. Nem por isso, chegar ao hotel era menos simples. A Pousada Moderna, localizada em uma ruela da Baixa, foi outra estadia inusitada. Primeiro porque fica em uma rua incrivelmente apertada para passar a pé, que dirá de carro para tirar as malas. Depois pela sua própria constituição: trata-se de um prédio comercial onde alguém foi comprando salas comerciais e transformando em quartos de hotel. No nosso andar mesmo havia uma manicure... Que fique claro que não houve qualquer tipo de incômodo, e a pousada atendeu nossas necessidades.
Saímos para comer nas imediações, já que a persistente chuva não deixaria uma exploração mais longa. Acabamos por comer porco e porco preto, com grande satisfação gastronômica.
Saímos para comer nas imediações, já que a persistente chuva não deixaria uma exploração mais longa. Acabamos por comer porco e porco preto, com grande satisfação gastronômica.
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