quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Portugal 1 - Dia 07 - Óbidos

Já me perguntaram antes de eu começar: mas você pegaram o atestado?
Não, mas o dia começou com um café da manhã épico, que incluía até champagne. Coisas de hotel cinco estrelas. Luciana ainda conseguiu o melhor lugar do salão para sentarmos e apreciarmos a vista do vale no processo.
O passeio local consistia em caminhar pelas muralhas, o que eu carinhosamente apelidei de wallking tour. O muro é aberto e livre: pode-se andar sobre ele o quanto se quiser, o que incluiu um trecho apertado de 80cm de largura sem qualquer tipo de proteção contra quedas, gratuitamente. Apenas a parte baixa do muro estava liberada, pois a parte alta estava em processo de recuperação. Uma pena. Depois disso, andamos pelas ruas longas de Óbidos vendo as lojas e degustando ginginhas ocasionais. 

foto: muro de Óbidos, Óbidos, Portugal, 2019

foto: principal cruzamento de Óbidos, Óbidos, Portugal, 2019

No trecho final, Luciana cansou e não conseguiu fazer o tour pela parte interna do castelo. Novamente, não é assim um castelo, mas uma ruína. A única parte que sobrou pertence à pousada onde pernoitamos. 
Pé na estrada e seguimos para o Mosteiro de Alcobaça, onde fica um mosteiro cistirceano. Procurei aqui no blog e notei que nunca me detalhei sobre eles. Sem aprofundar demais, era uma ordem monástica com hábitos incrivelmente espartanos. Eram veganos radicais, dividiam a vida entre trabalhar e rezar, acordando 2h30 da manhã todos os dias para isso. Tinham direito a apenas dois mantos, que deveriam revesar quinzenalmente. Também falavam o mínimo possível, tendo que manter silêncio absoluto durante as refeições enquanto um deles era selecionado para perder essa mesma refeição enquanto lia alto as escrituras. Apenas na fase final, no século XIV, é que as regras ficaram mais flexíveis e eles podiam usar os dois mantos juntos em dias frios do inverno. Veja bem...
Descobrimos que a Ordem de Cister ainda está ativa em pleno século XXI, embora muito menos presente do que século XII, auge de sua força. E descobrimos que esse radicalismo frugal todo não era beeeem assim em Portugal, onde foram encontrados vestígios de peixes e até carne na cozinha. O local ainda tinha uma curiosa passagem estreita onde os monges tinham que passar para mostrar que não estavam gordos demais. Naturalmente, o abade não tinha que fazer o teste. Ou seja, era uma ordem de cister, versão Europa Latina...
O Mosteiro em si é uma mistureba de estilos, pois foi sendo reformado ao longo dos séculos. Cada novo dono acrescentava algo na fachada ou nas áreas internas. As restaurações também não eram, assim, criteriosas. Tipo isso:

foto: fachada do Mosteiro de Alcobaça, Alcobaça, Portugal, 2019


foto: Mosteiro de Alcobaça, Alcobaça, Portugal, 2019

Mais pé na estrada para dormirmos em Batalha, passando para um jantar em Tomar. O Lonely Planet indicava um restaurante que estava fechado. Optamos por outro ali perto e comemos uma bisteca  bovina e um file de lombo de porco. Curiosamente, o tal restaurante fechado parecia ter gente dentro ao passarmos na volta para o carro. Ficamos meio frustrados com isso.
Mais elogios hoteleiros aqui, desta vez para a Pousada dos Outeiros, que tinha a seguinte vista em sua entrada:

foto: Mosteiro da Batalha, Batalha, Portugal, 2019






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