Fortes emoções no último dia de viagem, amigo leitor.
Acordei já de malas prontas e fomos ajustar a questão do quarto em que o André ficaria depois da minha partida. O hotel ofereceu deixar ele onde já estava, o que só facilitou minha vida para pegar as coisas no final da tarde. Bastava ir no mesmo quarto, pegar as malas e largar a chave na recepção.
Partimos então o Museu de Arte Egípcia, que mudara de endereço, mas já estávamos devidamente preparados. Por ser pouco conhecedor de arte, não consegui entender a lógica que o museu dispôs as peças. Que fique claro que o problema é comigo e não com eles.
Ainda assim, pude ver algumas peças muito bonitas, além de uma tela interativa que mostrava as fronteiras da civilização egípcia em relação aos vizinhos nubianos ao longo de 12 mil anos. Muito interessante. Outro aspecto bacana foi ver a influência da arte egípcia em Roma.
(foto: pedra decorativa em alto relevo)
Não dava tempo de ver tudo, amigo leitor, pois por volta de 12h recebi a confirmação de minha visita ao Estádio Olímpico de Munique. Lá fui.
Chegar ao parque não era o problema. Achar a entrada era. Embora seja um parque lindíssimo, arejado, cheio de gramados e árvores, faltam placas, mesmo em alemão. E com isso cheguei na bilheteria 14h38, quando meu passeio esta reservado para 14h30. Com conversa gentil consegue-se muita coisa, e minha entrada foi aprovada.
O Guia veio me receber e explicou que eu talvez perdesse um pedaço do começo pelo meu atraso, o que não era digno de queixa. Ainda assim, tudo deu certo e vi o vídeo introdutório inteiro. Depois do vídeo, coloquei o equipamento de segurança e descobri que não poderia levar meu celular, pois o passeio pelo topo da cobertura só era possível sem objetos soltos.
Foi quando o guia me perguntou de onde eu sou, pois era uma visita em inglês. Todos os outros visitantes eram alemães, e a visita em inglês embora direito meu pois eu a havia solicitado, era uma desnecessidade para todos eles. Quando respondi que sou brasileiro, o rapaz ergueu uma sobrancelha:
- Interessante ! O outro guia, que também faz este passeio, acabou e chegar do Brasil. Morou 7 meses por lá. Deixa eu falar com ele.
Para resumir, Andreas, o outro guia, fez um turno extra para me acompanhar. O outro guia (não lembro o nome, desculpem) seguiu com todos os demais visitantes em um passeio em alemão, enquanto eu tive um tour exclusivo e em português.
Subimos no topo da cobertura, em forma de tenda, e lá Andreas explicou todos os detalhes do projeto e da construção. Vão alguns, resumidos:
- A cobertura é translúcida pois seria a primeira transmissão ao vivo e em cores de uma Olimpíada. Isso era importante para facilitar o uso de equipamentos da época.
- O fato de ser translúcida também economizaria energia elétrica para iluminação.
- É leve, flexível, barata de fazer e de manter.
- O Parque Olímpico é uma pequena Baviera, onde as árvores e gramados se alternam como nas florestas e plantações. O Estádio, ponto mais ao sul do parque, tem uma cobertura mais alta e em tons de cinza, representando os Alpes.
E, claro, Andreas contrabandeou meu celular na mochila dele para eu eu conseguisse algumas fotos.
(foto: vista quase aérea do Estádio Olímpico)
De lá, apenas peguei minhas coisas e fui embora. No aeroporto, uma decepção: tudo fechava às 21h. Comer foi realmente um desafio para quem sequer havia almoçado.
Na sala de embarque, uma última tentação. A Lufthansa informou que o vôo estava com overbooking, e convidava voluntários com cartão de embarque a desistirem do vôo. A oferta incluía 2 estadias em hotel, um voucher de não sei o que para a Oktoberfest e 600 euros em dinheiro.
Passei uma vontade do cão, mas segui para o Brasil.
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