Tá feia a coisa, amigo leitor. Depois de meses de uma seca sem precedentes em São Paulo, estamos vivendo tecnicamente outra. Desse jeito, não há cantareira que aguente: a água vai acabar.
Seca? Tá louco??? Com essa chuva toda, alagamentos, granizos, como diabos você fala em seca?! Não sou eu quem fala, é a Folha, aqui.
Confesso que não esperava. Confesso que a situação, embora séria, parecia ser momentânea. Confesso que acreditei que tudo voltaria ao normal. Neste momento, estou revertendo minhas perspectivas.
A baixa nas chuvas na região da Cantareira mostra que o sistema não está se recuperando em mês de pico de chuvas. Como faremos em maio quando as chuvas acabarem (exceto no dia 19, tradicional data de chuvas intensas...)?
O amigo leitor se tiver alguma paciência poderia observar uma chuva qualquer e notar que o padrão está diferente sim. Aquelas chuvas longas de final de tarde não estão mais acontecendo faz algum tempo. Chove, mas chove bem menos, por menos tempo. Causa estragos, mas logo vai embora. Os ventos também pioraram.
Como exemplo, peguei uma dessas há alguns dias ao descer do fretado. Eram 6h15 e eu estava a caminho da academia. Eu tinha uma margem de folga de 20 minutos: se passasse disso, eu perderia o treino. Pois a chuva intensa durou 5. Cheguei ao treino seco, cedo e preocupado com a cidade.
- Sobretaxa
Não sou especialista em recursos hídricos. Sou especialista em criticar coisas estúpidas. Faz parte do job description.
Eleitores anti-tucanos passaram meses cobrando que o governador admitisse que há racionamento em São Paulo. Esta semana ele falou em "restrição hídrica", o que pra mim é a mesma coisa. Disse isso para poder cobrar a óbvia e necessária sobretaxa para quem aumentar o consumo de água. Não podia cobrar porque a ANA (Agência Nacional de Água) não permitia a tal cobrança se não houvesse racionamento, sendo que ela mesma impôs a redução da retirada de água do Sistema Cantareira. Achei alguns links sobre isso aqui e aqui.
Detesto esse puxa-empurra. Se a Agência já sabia, por que exige que o governador admita a existência do racionamento? Só para queimar o filme dele? Tarde demais, o cara já foi reeleito. E o governador reeleito também pode deixar de esconder o termo. Todos estão errados nisso.
Em fim, passei para o time dos que acha que viveremos um cenário de Mad Max ainda em 2015. Preciso de um plano B.
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