segunda-feira, 23 de maio de 2022
Egito - Dia 08 - Vale das Rainhas
sexta-feira, 20 de maio de 2022
Egito - Dia 07 - Vale dos Nobres e Ramesseum
O dia começa com um passeio que tem mais nome do que resultado: Colosso de Memnon. Apesar do nome pomposo, são duas estátuas razoavelmente danificadas, instaladas lado a lado. Já tinha visto maiores e melhores sem a alcunha de "colosso". Devo anotar aqui que, não mais do que 500m depois há um sítio arqueológico em estudos. Estima-se cerca de 24 estátuas similares em processo de remontagem. Dentro de 3 a 5 anos, esse local estará bem mais interessante.
Seguimos então para o Vale dos Nobres, visitar o que fosse possível por lá. E havia bastante coisa interessante. Das 3 tumbas previstas, visitamos as seguintes 4:
Rekhmire (TT 100). Vizir e governador de Tebas, nos reinados de Thutmose III e Amenhotep II. Cenas da vida cotidiana de um nobre (não de cidadão comum) percorrem toda a tumba. As cores estão primorosamente preservadas. Observem a girafa na primeira imagem abaixo.
Sennefer (TT-96). Governador de Tebas no reinado de Amenhotep II. A tumba tem um grau de conservação absurdo. O teto, com variados padrões de decoração, parecia ter sido pintado na semana anterior. No fundo, uma sala maior com 4 colunas mostram cenas religiosas diversas. Um encanto de lugar, realmente surpreendente.
Estão curtindo? Calma, que mal passamos das 10h da manhã...
O Templo de Habu é principalmente um templo de Ramsés III. Com mais de 150m de comprimento, todo seu interior é decorado com cenas históricas e religiosas. As inscrições em baixo relevo foram pensadas para serem vistas de longe. Quanto mais elevadas, maior suas profundidades, podendo chegar a 20cm para permitir melhor contraste com a luz.
Templos menores de Horemheb e Ay ainda complementam o local.
Fotos: Templo de Habu, Luxor, Egito, 2022.
Almoça, descansa um pouco, e ainda tem coisa para fazer.
O Show de Som e Luzes em Karnak, assim como o anterior em Gizé, não é grande coisa em si. Chega a ser desorganizado em sua entrada, pois o público vai sendo conduzido por um caminho principal e parando em alguns pontos pré-determinados. Ninguém sabe exatamente para onde olhar e o som não é claro para entendermos a narração.
Ao chegarmos à arquibancada, próxima ao lago, melhora um pouco. Temos boas imagens e outro resumão da história antiga local.
Perdoem o post longo, mas foi um dia bem cheio.
quinta-feira, 19 de maio de 2022
Egito - Primeiro Post Intermediário
Fazendo uma pausa na narração e descrição da viagem, estou aqui separando um tempo para tentar condensar as coisas bacanas que eu vi no Egito. Peço ao amigo leitor que visite o post depois de alguns dias de publicado, pois posso lembrar de alguma coisa e adicionar aqui.
Então vamos a elas: coisas bacanas no Egito.
- Preços. Falarei do processo de negociação em outro momento mais oportuno, mas o Egito é, essencialmente, barato. Comida, roupa, combustível... É tudo barato pacas. Não precisa ter medo de converter a moeda local (cerca de 1/4 valor do Real Brasileiro durante minha viagem).
- Câmbio. É muito fácil fazer câmbio no Egito. Mesmo o pior cenário, que é entrar em uma agência bancária, é um processo rápido, simples e altamente disponível. Mas a opção mais prática, embora um pouco mais cara, é simplesmente trocar cédulas de dólar ou euro em caixas eletrônicos. Tão simples quanto isso.
- Simpatia. De modo geral, achei os egípcios muito simpáticos e amigáveis. Tínhamos cara óbvia de turista, e isso chamava a atenção em alguns lugares, a ponto de virarmos sub celebridades em alguns lugares, com pessoas (principalmente crianças) pedindo para tirar fotos conosco.
- Comunidade. Os egípcios mantém um senso de comunidade quase anacrônico. Ajudam-se prontamente na necessidade. Cito exemplos. Há bicas, algumas delas com canecas presas, para qualquer pessoa tomar água no calor escaldante local. Isso vai conferir a ele nenhum prêmio de saúde pública, mas ajuda a lidar com a questão mais imediata: sede. Também observei o mecanismo de doação de água e alimentos ao final do horário de jejum (era Ramadã o mês todo). Achei bonito o fato deles jejuarem individualmente, mas quebrarem o jejum de modo coletivo e unido. Interessante notar que quanto mais pobre a região, mais intenso era o fenômeno da caridade alimentar.
- Idioma Inglês. Todo mundo arranha um inglês por lá. Alguns bem mais do que arranham. Fui atendido em inglês bem tranquilo em dezenas de situações, desde lojinhas até lanchonetes.
- Obras. O Egito está em obras de infraestrutura por todo lado. Estradas, pontes, linha de metrô, novos museus, canais de irrigação, conjuntos habitacionais e até uma nova capital estão em obras. E nada disso me pareceu meramente ornamental.
Egito - Dia 06 - Karnak e Templo de Luxor
Já deu pra ver pelo título, né ?
A descrição básica é a mesma, mas dois locais diferentes, separados por não mais do que 3km. Tanto Karnak quanto o Templo de Luxor são complexos de templos construídos ao longo de séculos e fazendo referências a diversos deuses e faraós. Ambos foram construídos de dentro para fora (difícil seria o oposto), então à medida em que vamos caminhando para dentro, as construções vão ficando mais antigas.
Ambos possuem construções dedicadas a variados deuses (Hórus, Isis, Osiris, Mut.. a turma toda). Ambos possuem marcações dos faraós que construíram ou expandiram alguma estrutura. Ambos narram os faraós como caras incríveis, que venceram batalhas e faziam oferendas magistrais aos deuses.
Ambos sofreram com a passagem do tempo. Possuem estruturas colapsadas e uma quantidade absurda de blocos de pedra (entre 3 e 4 milhões em cada local) estão sendo estudadas para remontagem gradual. É o maior Lego do mundo, sem a caixa de instruções...
Então qual é a diferença?
Na descrição, realmente nenhuma. Mas são construções diferentes e visitamos as duas.
Karnak me pareceu mais amplo, aberto. Há um certo destaque para os obeliscos, o maior deles da faraó Hatshepsut, que fez questão que fosse o maior de todos. Imagino o que Freud teria a dizer sobre isso.
Luxor foi visitado ao final da tarde, início da noite. Isso tornou a experiência muito melhor, pela temperatura mais amena e possibilidade de ver o local com dois tipos de iluminação. Sem dúvida, uma opção que deveria ser analisada para outros locais.
Luxor é mais compacto e me pareceu mais detalhadamente decorado. Pode ser impressão causada pela luz ou pelas melhores condições climáticas.
Conclusão... Karnak ou Templo de Luxor ?
Sim !
quarta-feira, 18 de maio de 2022
Egito - Dia 05 - Abydos e Dendera
Amigo leitor, a esta altura a viagem estava a todo vapor. Já estávamos acostumados com nosso guia, já tínhamos entendido o ritmo dos passeios e o calor escaldante já deixado claro que não ia nos dar trégua. Mesmo outras questões, das quais falarei em outros posts, já eram cotidianas.
Começamos por Abydos, talvez a mais antigas das capitais egípcias. Abydos teve fases de maior e menor importância ao longo da história, mas acaba sendo um local de visita obrigatória, em particular pelo templo de Seti I.
O acabamento delicado em alto-relevo encanta os olhos. Cores foram preservadas em diversas partes da decoração. Aqui, cunhei o termo "barroco egípcio", pela incapacidade deles em deixar um pedacinho de parede que seja sem atenção. Um dos destaques foi um corredor onde as duas paredes tinham nomes de todos os faraós em ordem. Como havia nomes posteriores a Seti I, sabe-se que o templo foi construído pensando-se as futuras adições de nomes. Este templo é um bom exemplo do politeísmo egípcio, com referências variadas a diversas divindades.
Fotos: Templo de Seti I, Abydos, Egito, 2022.
De lá, seguimos para Dendera. Embora o local também tenha uma basílica copta em ruínas e um templo romano, sem dúvida do Templo de Dendera, basicamente dedicado a Hator, é atração principal ali. "Basicamente", pois nenhum templo egípcio é exclusivo.
O padrão de construção começou a ficar claro para mim neste templo. É uma entrada com colunas simetricamente dispostas, seguidas de um corpo mais estreito e mais longo. Um altar principal fica no centro desse átrio, mas salas menores o cercam com aspectos particulares a serem homenageados. Se o amigo leitor já esteve em uma catedral europeia, o formato é essencialmente o mesmo.
A decoração, não. Novamente, relevos e pinturas recobrem todas as paredes. Há um curioso zodíaco no teto do lado direito da entrada. Há também uma cripta um pouco difícil de visitar, mas bem interessante.
O Templo de Dendera recebeu sua cota de amor cristão, com diversas imagens a até 3m de altura com rostos (ou mesmo corpos inteiros) desfigurados por formões.
Voltamos então para o hotel, fazendo um almoço bem tardio e bem saboroso no caminho.
terça-feira, 17 de maio de 2022
Egito - Dia 04 - Amarna e Tuna El-Gebel
Não era perto, nem um pouco.
Inclusive, ao olhar o mapa, ficava mais perto do Cairo do que de Luxor. Isso nos fez questionar por que estávamos em Luxor para ir até a região de Minya. Teria sido mais inteligente usar transporte terrestre de Cairo até Mynia, ficado por lá uma noite e então seguir terrestre para Luxor. O deslocamento total seria menor, economizaríamos tempo e uma passagem aérea. Sim, erramos.
Mas, prossigamos.
Beni Hasan tem a necrópole de Amarna. Éum cemitério de nobres do Antigo Egito. Fala-se que podem chegar aos milhares. No nosso caso, visitamos:
- Tumba Real. Era bem distinta das demais justamente por ser um cemitério de nobres e não de reis. Especula-se se não poderia ter sido originalmente pensada para Akhenaton.
- Meryre. Sacerdote principal do culto a Aton, no reinado de Akhenaton. Muitas cenas cotidianas e religiosas mescladas.
- Ahmes. Escriba, também no reinado de Akhenaton. Muitas gravuras sobre o trabalho diário.
- Penthu. Escriba, também no reinado de Akhenaton. Tumba que foi usada posteriormente por cristãos nômades como casa.
O segundo passeio do dia foi Tuna El-Gebel, outra necrópole bem mais recente. A influência grega nas gravuras é bem nítida, pois estamos falando de construções do século IV aC.
O destaque aqui a tumba de Petosiris, alto sacerdote de Toth, A tumba é deslumbrante, com gravuras em alto-relevo finíssimas e ainda conservando pinturas originais.
segunda-feira, 16 de maio de 2022
Egito - Dia 03 - Museus em Luxor
O terceiro dia de viagem iniciou-se com pouco sono e mais um voo. Desta vez, era interno. Pegamos um voo para Luxor, que seria nossa base para visitarmos o Alto Egito. Empacotamos tudo (na verdade, somos espertos o suficiente para não tirar nada essencial da mala) e seguimos realmente cedo para o aeroporto. Desnecessariamente cedo. Tipo 3h manhã cedo.
O ponto é que precisávamos viajar com apenas uma mala cada. Com isso, decidimos deixar as malas secundárias para traz, já no hotel onde ficaríamos na passagem seguinte pelo Cairo. Nosso receptivo foi muito conservador no cálculo de tempo e o resultado foi esperar mais de 90min pela abertura dos balcões de check in no aeroporto. Cansaço a parte, tudo correu bem.
Na outra ponta, um novo receptivo, ainda mais simpático, nos acolheu e levou ao hotel. Cuidou de todo nosso processo de check in lá também. Isso traz à tona um ponto que já havia nos cutucado antes: é muito fácil se acostumar a ter alguém cuidando das tuas pendências. Entrega-se o passaporte na mão do profissional e ele cuida do resto. Tem custo, claro. Mas tem resultado também.
Em minutos tudo estava em ordem e seguimos para encontrar nosso guia. Dr. Safwat Gabr iria nos acompanhar pelos próximos 12 dias. E o encontro foi feito ao lado da avenida das esfinges, um passeio aberto que liga os tempos de Luxor e Karnak. Ponto de encontro altamente adequado. Falarei dentro de alguns dias...
O primeiro passeio foi pelo Museu de Luxor. Havia material bastante diverso ali, com destaque para um setor inteiro sobre Akhenaton. Também chamado de Amenhontep IV, este cidadão simplesmente inventou o monoteísmo. Aproveitou inaugurar uma nova capital e peitar toda classe religiosa existente à época. Não há certeza sobre sua morte, mas assassinato não é uma opção absurda. Quando ao museu, foi meu primeiro contato com muito material de sua época. É muito curiosa a arte desse período e como ele é retratado com um rosto alongado e uma cabeça, digamos assim, atípica.
O passeio seguinte foi ao pequeno e funcional Museu da Mumificação. Lá, muito material sobre o processo de mumificação estava muito bem apresentado e explicado.
Não sei se Luxor é ima cidade grande, mas tudo me pareceu perto pacas. Não que eu reclame disso... Logo estávamos em um restaurante para almojantar. E foi ótimo, devo dizer.
quarta-feira, 11 de maio de 2022
Egito - Dia 2 - Pirâmides
Claramente, amigos leitor, este é um dos posts mais difíceis de escrever. Mas chegaremos a isso logo mais.
Nosso dia começa acordando muito cedo. O voo saía de Dubai logo cedo, então era necessário estar no aeroporto antes do nascer do Sol. Com ajuda do hotel, conseguimos um taxi e seguimos sem sofrimento. O mesmo se aplica ao voo, bem tranquilo até o Cairo.
No aeroporto, entra uma fase nova da viagem. Daqui para frente, teríamos um representante local da agência de turismo para nos acompanhar em todo tipo de burocracia. Antes mesmo da Imigração, já havia um rapaz por lá, com uma placa nos aguardando. Com ele, não foi preciso fazer absolutamente nada junto ao oficial de imigração. Os procedimentos todos foram cuidados por ele. E levou, talvez, 2 minutos tudo isso...
O translado era longo, e há uma razão para isso. Cairo é uma cidade gigantesca. Sua região metropolitana se aproxima dos 25 milhões de habitantes, o que obriga um paulistano como eu a baixar a cabeça. E o trânsito é...
Bem.. esse foi nosso primeiro contato com o trânsito egípcio em geral e cairota em particular. Não há muitas maneiras de descrever aquilo, mas trata-se de um hospício a céu aberto. Eles não tem nenhum respeito por faixas de rolagem, faixas de pedestre, limite de velocidade ou mesmo faróis fechados. Você leu certo: os faróis são pouco e solenemente ignorados por todos. Eles se cortam uns aos outros, buzinam o tempo todo, xingam, tiram fininhas, entram na contramão e por aí vai. É um susto a cada 30m. Terrível.
De alguma forma, porém, chegamos inteiros ao hotel que tinha, apenas, estava vista:
terça-feira, 10 de maio de 2022
Egito - Dia 1 - Dubai, na verdade...
É curioso começar uma viagem pelo país errado. Emirados Árabes Unidos, no caso.
Nenhuma surpresa, amigo leitor. Se você não conhece o termo, isso é um stop-over. Não há voos diretos entre Brasil e Egito, então é preciso passar por algum outro lugar antes e fazer uma conexão. Opções não faltam: Roma, Frankfurt, Paris, Madrid, Marrakesh, Dubai... O conceito do stop-over é não pegar a conexão imediata, mas ficar por lá para o próximo (ou outro dia). É bem comum e, em termos de custo de passagem, é bem tranquilo de fazer.
Havia, claro, um potencial problema documental para esta viagem. Todos os países tem suas exigências. Qualquer um sabe do visto americano, por exemplo. Porém, temos aqui uma das muitas consequências ruins da COVID-19. Emirados Árabes Unidos e Egito possuem exigências diferentes. Então era preciso ter seguro viagem com cobertura específica contra COVID-19, certificado de vacinação contra COVID-19 e exame PCR feito com até 72h de antecedência do embarque. E fica a pergunta: e o medo de dar positivo?
Tem mais. Se o voo atrasa ou é cancelado por qualquer razão, o prazo do exame vence e ele perde a validade. Então, não apenas fiz um teste na quarta-feira dia 30 de março, mas fiz outro na manhã da viagem, dia 1° de abril. Também levei toda documentação em inglês do seguro viagem e comprovante de vacina contra febre amarela. Além disso, seria necessário fazer novo teste PCR durante o stop-over em Dubai. Bastante emoção.
O voo até Dubai demora inenarráveis 14h30. Dá para dormir, fazer 3 refeições, ver 2 filmes, ler um livro e ainda faltam 3h. O A-380 da Emirates usado nesse trajeto é assombrosamente grande, mas não é imune a turbulência. Foi pouca, mas teve.
Em Dubai, passamos sem dificuldade pela Imigração e seguimos para nosso hotel. Não foi tarefa simples. As informações no aeroporto eram muito desencontradas e no fim das contas um taxi machucou um pouco o bolso. Teria sido possível ir de metrô sim, mas enfim...
Dormimos, acordamos para um ótimo café da manhã e começamos a aguardar o motorista para o City Tour, primeiro passeio do dia. Bem... existe uma razão para eu não fazer city tour em viagens, e ela ficou clara neste caso: não tem graça nenhuma. Passa-se por alguns pontos importantes, pausas para fotos, mas nunca é a coisa em si. Não valeu a pena. Serviu para travar contato com o guia, com que nos indicou um contato para fazer o exame PCR para irmos embora na madrugada seguinte.
O passeio terminou no grande shopping, onde fica o Aquário de Dubai, segundo passeio do dia. O Shopping revelou uma mistura étnica que nunca tinha visto antes. Havia gente de tudo quando era aparência. Uma enorme profusão de idiomas. Admito que isso me divertiu. Mas em contraste com os trabalhadores locais, ficou evidente que a opulência de Dubai tem um custo humano que me incomodou consideravelmente.
O Aquário em si era ótimo. Boa combinação de peixes e ecossistemas, pequenos e belos aquários menores, passeio de raft por cima, possibilidade paga de alimentar os peixes para vê-los mais de perto, pinguins e lontras. Amo lontras.
Saímos de lá para fazer o exame PCR, mas combinei com meu parça André não comentar os detalhes aqui. Antecipo que houve desencontros, mas tudo terminou bem. E, no mesmo complexo, fica o Burj-Khalifa.
Isso aqui é o Burj-Khalifa: