terça-feira, 10 de maio de 2022

Egito - Dia 1 - Dubai, na verdade...

É curioso começar uma viagem pelo país errado. Emirados Árabes Unidos, no caso.

Nenhuma surpresa, amigo leitor. Se você não conhece o termo, isso é um stop-over. Não há voos diretos entre Brasil e Egito, então é preciso passar por algum outro lugar antes e fazer uma conexão. Opções não faltam: Roma, Frankfurt, Paris, Madrid, Marrakesh, Dubai... O conceito do stop-over é não pegar a conexão imediata, mas ficar por lá para o próximo (ou outro dia). É bem comum e, em termos de custo de passagem, é bem tranquilo de fazer.

Havia, claro, um potencial problema documental para esta viagem. Todos os países tem suas exigências. Qualquer um sabe do visto americano, por exemplo. Porém, temos aqui uma das muitas consequências ruins da COVID-19. Emirados Árabes Unidos e Egito possuem exigências diferentes. Então era preciso ter seguro viagem com cobertura específica contra COVID-19, certificado de vacinação contra COVID-19 e exame PCR feito com até 72h de antecedência do embarque. E fica a pergunta: e o medo de dar positivo?

Tem mais. Se o voo atrasa ou é cancelado por qualquer razão, o prazo do exame vence e ele perde a validade. Então, não apenas fiz um teste na quarta-feira dia 30 de março, mas fiz outro na manhã da viagem, dia 1° de abril. Também levei toda documentação em inglês do seguro viagem e comprovante de vacina contra febre amarela. Além disso, seria necessário fazer novo teste PCR durante o stop-over em Dubai. Bastante emoção.

O voo até Dubai demora inenarráveis 14h30. Dá para dormir, fazer 3 refeições, ver 2 filmes, ler um livro e ainda faltam 3h. O A-380 da Emirates usado nesse trajeto é assombrosamente grande, mas não é imune a turbulência. Foi pouca, mas teve.

Em Dubai, passamos sem dificuldade pela Imigração e seguimos para nosso hotel. Não foi tarefa simples. As informações no aeroporto eram muito desencontradas e no fim das contas um taxi machucou um pouco o bolso. Teria sido possível ir de metrô sim, mas enfim...

Dormimos, acordamos para um ótimo café da manhã e começamos a aguardar o motorista para o City Tour, primeiro passeio do dia. Bem... existe uma razão para eu não fazer city tour em viagens, e ela ficou clara neste caso: não tem graça nenhuma. Passa-se por alguns pontos importantes, pausas para fotos, mas nunca é a coisa em si. Não valeu a pena. Serviu para travar contato com o guia, com que nos indicou um contato para fazer o exame PCR para irmos embora na madrugada seguinte.

O passeio terminou no grande shopping, onde fica o Aquário de Dubai, segundo passeio do dia. O Shopping revelou uma mistura étnica que nunca tinha visto antes. Havia gente de tudo quando era aparência. Uma enorme profusão de idiomas. Admito que isso me divertiu. Mas em contraste com os trabalhadores locais, ficou evidente que a opulência de Dubai tem um custo humano que me incomodou consideravelmente.

O Aquário em si era ótimo. Boa combinação de peixes e ecossistemas, pequenos e belos aquários menores, passeio de raft por cima, possibilidade paga de alimentar os peixes para vê-los mais de perto, pinguins e lontras. Amo lontras.


foto: Lontras. Aquário de Dubai, 2022. 

Saímos de lá para fazer o exame PCR, mas combinei com meu parça André não comentar os detalhes aqui. Antecipo que houve desencontros, mas tudo terminou bem. E, no mesmo complexo, fica o Burj-Khalifa.

Isso aqui é o Burj-Khalifa:


foto: Lontras. Aquário de Dubai, 2022

São 160 andares, embora só pudéssemos ir até o 124°. E o que se vê de lá de cima é mais ou menos isso:



foto: Vistas de Dubai, 2022

Ficou uma pequena tristeza quanto à vista, pois há uma certa névoa permanentemente suspensa no ar que reduz significativamente o alcance da paisagem. Mas é impactante ver o mundo a mais de 500m de altura.

Jantamos, voltamos ao hotel e nos preparamos para a viagem do dia seguinte, para o Cairo.


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