E vamos retomar as atividades aqui neste blog, pelo menos para relatar esta viagem incrível ao longo de abril de 2022. Tomara eu tenha pique de continuar com outros temas depois... Comecemos, então, pelo começo. Lá nos tempos do Rei Escorpião, para falar sobre a preparação necessária para ir ao Egito.
Eu ainda não cansei de falar e escrever isso, então repito: viagens são eventos culturais de diversão e aprendizado. E nenhuma dessas coisas pode ser feita com pressa. Viagem demanda tempo para aproveitar o que está no destino. Não adianta sair correndo e querer ver tudo em 4h: quem faz isso traz na memória um amontado desconexo de imagens de paredes e depois sai falando que "viajar é chato" e que é "tudo a mesma coisa".
Toda viagem requer uma pergunta inicial a ser respondida pelo viajante: "O que eu quero fazer ?" Se você é capaz de encontra uma ou mais pessoas que dão a mesma resposta a esta pergunta, parabéns: você tem um grupo (dupla, trio) de viagem coeso e que pode sim ir junto.
Neste caso, a resposta era óbvia: "conhecer o Egito Antigo".
Esta resposta já traz alguma implicações muito importantes. Significa passar pelo país todo, significa deslocamentos internos potencialmente longos, significa conhecer história, religião, sociologia e geografia do lugar antes de ir para lá. Sim, amigo leitor: é preciso estudar para viajar.
(aqueles que acham que estudar é chato estão dispensados desta leitura e podem retornar aos seus jogos de celular ou acessar este link)
Então, procurei conhecer pelo menos o básico da religião egípcia antiga, bem como sua história e geografia. Li 3 livros para atingir esse objetivo, e ainda fiquei me devendo consideravelmente.
A seguir, é preciso localizar os pontos de interesse em um mapa atual e tentar ter uma mínima ideia de em que ordem fazer as coisas. Gizé, Cairo e Sakhara ficam no norte; Luxor, Aswan e Abu Simbel no sul. Então separa-se as visitas em partes menores e monta-se uma linha. Daí tenta-se estimar quanto tempo leva cada coisa. E assim vamos.
Com uma ideia na cabeça, eu e meu parceiro eterno de viagens contatamos uma boa agência de turismo. Segue o jabá: Lycia Reys Turismo. Na minha opinião, a qualidade do site atual (maio/2022), simples demais até, é inversamente proporcional à qualidade do serviço. Empresa séria, comprometida, com atendimento online durante a viagem para resolver perrengues (e tivemos alguns sim). Já desde agora, meu muito obrigado à Dona Lycia, que foi instrumental para o sucesso desde empreendimento.
Agora vem um ponto crítico no planejamento da viagem para o Egito: contrate um guia. Ou mais de um, mas leve isso a sério. E não seja mesquinho nessa parte: tem que ser um bom guia. Vá de classe econômica pelo Quirquistão se for necessário, mas tenha um bom guia com você em tudo que não for no Cairo. E mesmo no Cairo...
Em resumo, aproveitar uma viajem no Egito exige um conjunto de 4 tipos de conhecimentos. Naturalmente, o guia precisa saber História do Egito para poder mostrar as coisas e explicar o que está sendo visto e visitado. Ele também precisa saber Burocracia, pois existe um sem-número de permissões necessárias para se viajar para lá e para cá. Claro que é preciso falar Árabe para se comunicar com os locais, desde bilheteiros até oficiais do exército (é sério). E é preciso saber Barganhar, pois tudo naquele país passa por uma negociação em dinheiro. Sem esses 4 conhecimentos, ninguém aproveita a viagem. E se você tem eles todos, você devia ser um guia de viagens. Simples assim.
Então vou deixando isso claro: um guia de viagens é essencial. Qualquer relato posterior que possa, por uma fração de segundo, ser interpretado de outra forma dever imediatamente ser relido com isso em mente: tenha um guia.
O próximo ponto é a data. Não vá no inverno, pois estará lotado de europeus fugindo do frio. E não vá no verão, pois você vai morrer. O clima egípcio é absolutamente inóspito pelo calor e secura do ar. Não discuta comigo: vá em meia estação. Se possível, evite o Ramadã também. Ele tem data móvel e torna muitos dos passeios pior, por fechar mais cedo. E contrate um guia.
Fui informado que a água local é perigosa para beber um ou mesmo escovar os dentes. Decidi não testar a afirmação acima. Usei, portanto, toneladas de água mineral. Não economizei na quantidade. Consome-se, fácil, 3 a 4 litros por dia. Vá comprando garrafas de 1,5L e siga bebendo. O guia, lembra dele ?, pode te ajudar a comprar até você se acostumar.
O resto é meio óbvio: roupas leves (o mais beges possível), boné, protetor solar, óculos de sol. Em função do medo da água, acabei evitando comer saladas cruas durante toda a viagem. Um dos guias, inclusive, achou sábio fazer isso mesmo.
Por último: dinheiro. Leve USD ou EURO, mas vá troncando sempre (é relativamente fácil trocar) e tenha dinheiro trocado em mãos o tempo todo.
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