quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Soluções Simples

Voltando àquele tema de soluções simples para problemas complicados, vou citar mais duas daquelas que afetam severamente os moradores das grandes cidades, e São Paulo em particular. Em tempo, não são problemas novos e o atual prefeito podia ter resolvido essa parada sem maiores problemas. Tanto quanto o antecessor dele, e o antecessor daquele, e a antecessora dele, e o "se ele for um mau prefeito, nunca mais votem em mim" antecessor dela e assim por diante, o "estupra mas não mata" antes...
  • Falta D´água
A gestão dos recursos hídricos é de âmbito estadual. Mas há uma medida gritantemente óbvia que deveria ter sido tomada em âmbito municipal há tempos. 
Alguns prédios fazem captação da água das chuvas para aproveitamento como água de reuso. Descargas. irrigação de jardins e lavagem de chão podem perfeitamente usar essa água. É uma ótima e revolucionária (?) ideia, e que nem é novidade, tanto que já é aplicada em alguns empreendimentos imobiliários na cidade.
Pois a prefeitura deveria, simplesmente, obrigar todos os novos empreendimentos adotar o reaproveitamento de água de chuva em seus projetos. Fim. Sem reaproveitamento, a planta não é aprovada. Fim. 
Claro que essa medida não tem efeito imediato. Nem estou obrigando os prédio existentes a se adequarem. E é óbvio que isso não resolve toda a questão da escassez de água. Mas no longo prazo tudo vai chegar a um ponto melhor que o atual.

foto: versão residencial de captação de água da chuva


É tão difícil assim ?
  • Trânsito
Seguindo a mesma linha de raciocínio, existe um modo de se alargar as ruas sem fazer obras. Basta que os carros não precisem estacionar nelas. 
Observe, amigo leitor, que não proponho a proibição, mas a desnecessidade. Para conseguirmos isso, novamente miremos na construção de novos empreendimentos. Para começo de conversa, cada apartamento/unidade comercial deveria ter um mínimo de 3 vagas por unidade e 2 vagas para visitantes. Esse índice seria maior para unidades comerciais maiores, naturalmente.
O problema é que isso encarece a construção do prédio em termos, principalmente, de área construída. Aí entra novamente a prefeitura que poderia perfeitamente isentar as áreas de vagas adicionais do cálculo da área construída tanto para fins de IPTU (desde que não fossem exploradas comercialmente por estacionamentos) quanto para fins de cálculo do potencial construtivo utilizado.
Isso não gera nenhum ônus para a prefeitura e dá um fim ao estacionamento nas ruas. Todas elas passariam a ter uma pista a mais no longo prazo. Quanto ao custo de construção, um prédio com hoje 2 subsolos precisaria de 4 ou até 5. Ainda assim, é uma construção das mais baratas, pois não exige grandes detalhes em acabamento. É simples e fácil.

Pensando bem, é complicado sim. Complicado porque isso encarece 1,2% (ou algo assim) o custo da obra, e como diabos as construturas teriam lucro vendendo unidades de 40 míseros metros quadrados a 12 mil reais o metro quadrado ?
Este país é uma piada mesmo.


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