terça-feira, 9 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dia 3: Deodoro

E quebramos novamente o recorde olímpico da categoria "puta que o pariu, como isso fica longe". Avisei ontem.
Chegar a Deodoro envolveu passar pela icônica Central do Brasil. Podem xingar a vontade: apesar de mal cuidada, eu achei linda dita cuja. A compra e o embarque foram bem tranquilos e pude viajar sentado. Por sinal, meu colega de banco era um senhor holandês divertidíssimo, fã do Max Verstappen e trollador de russos profissional. Rimos muito.
Deodoro é uma base militar do exército. Usualmente, chega-se nela pela estação Villa Militar (2 "L" sim). Mas claaaaro que tinham que fechar essa estação, que ficou exclusiva para o retorno. Com isso, descemos em outra estação e temos que caminhar todo esse percurso. Daí atravessamos uma parte da base até chegar às instalações de competições. E claaaaro que o Centro de Tiro era a mais distante. E claaaaro que a fossa olímpica era a última instalação dentro do Centro de Tiro. 
Sim, andei como uma mula...

Fique claro que o Centro de Tiro foi uma boa obra. Aproveitaram o espaço de treino do exército para construir uma pedana permanente com área de imprensa completa, além de duas provisória que não seriam tão úteis depois dos jogos. Antes disso, as cabinas de 10m, 25m e 50m, bem mais simples de manter, inclusive porque as de 25m e 50m são parcialmente abertas, apenas a de 10m é totalmente coberta, e foi muito bem climatizada. E ficou uma obra simples e elegante. Quem sabe não vira um centro nacional de referência...

Devo mencionar que tiro é um esporte no qual não há engraçadinhos invadindo o campo co uma placa de "Fora Temer", nem se espera que os juízes (desarmados) prejudiquem algum lado. Nem tampouco os adversários se estranham durante a competição. Eu ia falar que também ninguém invade campo para caçar pokemóns, mas deixemos essa de lado.

Fiquei alguns minutos na classificatória da pistola de ar 10m feminina por chegar meio tarde e segui para a fossa. Vi boa parte das classificatórias masculina e feminina. Um enorme barato!
Os atletas tem 2 tiros para acertar um prato de cerâmica. Classificam-se os que tiveram mais acertos. O mais legal é que às vezes o primeiro tiro pega de leve no prato e o atleta não tem tempo de pensar se foi ou não considerado acerto: já pega o prato com o segundo tiro. E por vezes o prato mudou de trajetória! Os caras são muito fera.
Ao final das classificatórias, por volta de 13h, olhei a programação e vi que às 11h tinha acontecido a final da pistola de ar feminina e eu havia perdido. Fiquei triste.
Aí lembrei que meu ingresso não incluía isso. Fiquei feliz.
Aí lembrei que podia ter comprado o ingresso completo e optei pelo mais barato. Fiquei triste.
Aí lembre que não comprei o completo por achar de antemão que pistola de ar é meh, o que confirma não mais de 3 horas antes. Fiquei feliz.
Isso me levou à algumas conclusões:
1) Eu planejo melhor do que executo.
2) Meus preconceitos esportivos funcionam bem.
3) Estava exausto e precisando dormir direito.

Assistir semifinais e finais da Fossa Olímpica Feminina. As regras são diferentes: apenas 1 disparo, sob comando do atleta. Apenas 15 pratos, em vez das 3 séries de 25. Bem legal medir forças assim. Uma australiana venceu uma neozelandesa em final apertada, depois de estar perdendo por 2 pontos, virou o placar.

A única coisa negativa é que, por ter índice elevado de acertos, acaba se torcendo contra, pelo erro do adversário. É uma coisa que me incomoda um pouco em esporte, mas vá lá. Adorei ver uma medalha ser entregue pela primeira vez.

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