sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

USA 4 - Dia 09 - Stays in Vegas

What happens in Vegas stays in Vegas.

Essa é a marca desta cidade. Falemos disso hoje.
Vegas não é uma cidade complexa. Ao contrário, as coisas aqui são simples e diretas. O que é diferente é que ela é muitifacetada em paralelo: tudo acontece no mesmo espaço. Isso é diferente de outras cidades americanas que perferem segmentar regionalmente as atividades. Conheço Orlando, Los Angeles, New York, Atlanta e San Francisco: todas são assim. Vegas não.
Bem, não completamente diferente. Mas vamos pelo básico.
Algumas regras aqui são diferentes do restante do país. Aqui,desde que você tenha mais de 21 anos, pode beber e fumar em qualquer lugar. Jogo também é permitido (dããã), o que é menos raro do que eu pensava antes, mas é relativamente pouco explorado. Consumo de drogas (da maconha para lá) continua sendo crime. Prostitição*, para minha surpresa, também. No caso da prostituição, porém, ela é tolerada se feita com um pingo de discrição.
A Strip é uma avenida larga que concentra os grandes, mas não únicos, hotéis cassinos. Nela, o clima é permanentemente de festa 24h por dia, em especial quando escurece. No final da tarde, encontra-se uma série de profissionais que distribuiem cartões de visita das garotas de programa: faça qualquer menção de olhar para o sujeito e ele te entrega algo entre 2 e 10 cartões diferentes. Seja você homem, mulher, menor de idade, casado... não importa. Eu vi, várias vezes, mulheres pegando os tais cartões. Elas podem fingir que são suveniers, mas nem sempre são. Há tem, em outras área, strip clubs como os que há pelo país todo. Mas aqui eles se destacam pela quantidade anormal.
Aliás, um detalhe que eu já tinha notado em 2013 é que a vida das putas aqui não é nada fácil. Por um lado, elas precisam ser discretas para evitar complicações legais. Por outro, precisam chamar a atenção dos clientes. E daí, a competição visual com as mulheres que não estão aqui a trabalho é terrível: as "amadoras" vestem-se como periguetes cada vez mais ousadas. Então, se você está vendo uma moça de salto fino bem radical e vestido curto ou shortinho, provavelmente é uma baladeira, e há boas chances dela estar acompanhada desde quando chegou à cidade. Complicado.
Vegas também tem muitas atrações naturais. Qualquer Zé Mané já ouviu falar do Grand Canyon, mas ainda assim ele é tão grande que pode ser visto em vários pontos. Também temos o Red Rock Canyon e o Death Valley. No aspecto mais mundano, há um típico Outlet ao sul da cidade. As fontes do Belagio são lindas de ver. Há dezenas, talvez centanas de shows todas as noite. Uma pessoa que não gosta de jogar, beber e fazer putaria tem muito o que fazer por aqui sim.
Claro que beber, jogar e putanhar são os focos. Sobre isso, há de se dizer que cada pessoa vê isso a sua maneira. Um sujeito solteiro e com recursos limitados pode moralmente sair com uma garota de programa sem magoar os sentimentos de ninguém, mas talvez não tenha recursos para jogar pesado. Já um executivo rico e casado está em cenário oposto. Também tem aquela pessoa que não deveria beber, mas... 
Vegas é tentadora, e é fácil sair da sua linha, seja ela qual for. E a linha de um não é a do outro, são situações muito particulares. Por isso fica aquela curiosidade dos dois sujeitos que se conheceram na mesa de Black Jack e depois dividiram duas putas: um era casado e o outro endividado. Qualquer um dos dois que contasse uma parte da história colocaria o segredo do outro em risco. 
Daí essa cultura de não se contar nada do que se fez aqui: você não sabe que tipo de segredo pode estar violando, ainda que inadvertidamente. 
Espero que o leitor tenha entendido, mas sempre é possível explicar mais. Até a próxima.

* Sobre isso, dou dizer que em minha última vinda aqui não fui pego fazendo nada ilegal, tanto que meu visto não foi cassado. 

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

USA - Dias 07 e 08 - Descansando e voando e seguindo a canção.

Descansando e voando e seguindo a canção.
Somos todos iguais, com green card ou não.
Seja hotel ou posada, voo direto ou conexão.
Descansando e voando e seguindo a canção.

Se tem uma música fácil de parodiar é essa...
Enfim, a segunda a e terça feira foram dias de por a vida em ordem. Para quem não acredita, a segunda-feira dia 23 foi meu primeiro dia de férias mesmo. Antes disso, era carnaval e emenda. Então não tem muito de emocionante para contar não.
Arrumei mala, comi parte das sobras de suprimimentos, fiz as últimas compras em Orlando, nada tão incrível assim e dormi às 8h da noite. Isso mesmo, 20h, pois tinha que acordar às 4h. Logo antes de dormir, adiantei o alarme para 3h45.
Fez toda a diferença. Segui para a locadora, entreguei o carro e fui o último a entrar na van para o aeroporto. Acho que teria perdido ela se tivesse acordado às 4h.
Fiz o checkin do voo, peguei uma fila bem chata da segurança e cheguei ao meu portão de embarque às 5h55, quando o voo fechava às 6h05. Percebem ?
Concluo que voar nesses horários é factível, mas temerário. Não recomendo ao leitor.
E foram 8h de voo. Isso mesmo, 8h. 
O esquema era uma conexão por Chicago (!), quando Houston seria muito mais óbvio. Vai entender... Em Chicago, nenhum incidente, apenas a tristeza de não sair lá fora para experimentar os -12oC que estava fazendo. 
A segunda parte da viagem foi tão chata quanto a primeira, apenas mais longa. Comi um wrap comprado na véspera no Walmart durante o voo, dormi em 3 etapas e cheguei em Vegas... antes do horário. 
Pois é. Eu tinha entendido que chegaria 12h, mas cheguei 11h. Errei a reserva do carro, mas a Alamo levou isso na boa. Então eu noto que são pouco mais de meio dia, nem sei direito se almocei ou tomei café no avião e... faltam 3h para poder fazer chekin no hotel !
Por isso, e só por isso, eu tinha tempo livre e poucas opções. Fui até a Fry's, onde uma compra de um fusível eletrônico de 60 centavos virou uma despesa de 130 dólares. 
Almocei no In-and-Out Burger, e fui pro hotel, meio que dormir, meio que dencansar, meio que não sei.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

USA 4 - Dia 6: Carta para o Bernie

Acho que hoje em dia quase ninguém mais manda ou recebe cartas escritas, né? Mas se tem um sujeito que deve fazer isso, é o Bernie Ecclestone. Então eu queria mandar uma carta para ele. Há dois problemas nisso: não sei onde ele mora e escrever em inglês (ou qualquer língua não nativa) requer um domínio que eu ainda não tenho. 
Então vou deixar a carta aqui, sabendo que ele não vai ler mesmo. O segundo motivo para ele não ler é que ela está em português e o primeiro é o fato de que eu duvido que ele acesse internet. Digo isso baseado em declarações recentes que ele fez. Se alguém souber onde ele mora, avise. Se tivermos o endereço, peço ajuda para traduzir a carta. 

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Oi Bernie.
Posso te chamar de Bernie, não posso? Sei que você é um sujeito rico e importante, mas sempre te achei simpático. Vou tomar essa liberdade.
Bernie, ontem eu fui ver uma corrida de Nascar aqui nos EUA. Acho que você nunca ouviu falar, mas é uma categoria em que os caras colocam um carrões enormes e barulhentos, com todo mundo andando pertinho. Mó legal, dá uma olhada se tiver um tempinho aí.
Os caras não são chegados em tecnologia aqui não. Claro, tem mó esquema de cronometragem e transmissão da tv, mas os carros mesmo são simples. Pra você ter uma ideia, eles só adotaram injeção eletrônica em 2012. Aliás, é o Ron (Dennis) quem faz para eles, pode perguntar (mas não fala que eu chamei ele de Ron não, ok? Ele deve ficar bravo, e ninguém quer ver o Ron bravo). 
Com isso, Bernie, os carros são relativamente baratos de fazer. Claro que uma equipe campeã gasta muito mais do que o zé ruela lá no final do grid, mas o bacana é que tem o zé ruela no final do grid. Aqui tem 43 carros por corrida, e sempre fica gente de fora nos treinos. Aí na F1 nem sei se teremos 18 este ano. Pô, Bernie.
Eu comprei o ingresso em agosto. Até aí, a F1 vende com antecedência. Mas eu comprei exatamente para o lugar onde eu queria sentar. Em Interlagos, é tipo arquibancada mesmo, então quem chegar cedo senta nos melhores lugares. Falo por experiência. Você não tá organizando a bagaça direito. Pô, Bernie.
Daí, os caras não apenas mandam correspondência na minha casa no Brasil, como me convidaram para uma festa de lançamento das novas arquibancadas aqui. Eu não pude ir, estava sem terno, mas achei mó legal da parte deles. Nas vezes que eu fui na F1, e fui 14 em São Paulo, várias delas tive que ir buscar meu ingresso na véspera da corrida. Aqui você imprime em casa e vai. Pô, Bernie.
No ingresso tem todas as instruções do que pode ou não levar. Sabia que cada torcedor pode entrar com um isopor de 14 polegadas de cada lado, além de uma mochila? Cabe umas 20 brejas em um desses. Em São Paulo, os caras implicam até com a mochila. Pô, Bernie.
Tá vendo, Bernie, por que eu viajo pros EUA pra ver corrida, sendo que tem F1 na minha cidade todo ano?
Quando eu cheguei na pista, parei o carro no estacionamento. É digrátis, Bernie. Fica meio longe da pista, mas tem busão digrátis também pra levar nóis até a pista. Na F1 fica aquele furdúncio com os flanelinhas. Pô, Bernie.
Aqui tem um monte de lojinha. Os caras vendem de tudo, Bernie. Tem camiseta, boné, chapéu, agasalho, calça, miniatura, sacola, cooler, can cooler, adesivo, relógio, porta-credencial... E tem de vários pilotos. Se você é fã de um deles, pode comprar tudo do mesmo cara, que nem eu fiz. E também tem as coisas da pista mesmo. Tudo isso tem em várias cores, tamanhos, pra mulher e pra criança também. Acho que tinha até pra cachorro. E os preços são justos: uma camiseta custa uma camiseta, não uma mensalidade de escola. Paguei 18 em um boné e 26 em uma camiseta. Obamas, claro. Na F1, só tinha da Ferrari e vez por outra da McLaren. Uma vez teve coisa legal da Renault, mas tudo muito roubado. Uma camista chegava a 120 dilmas quando eu ia, e nem existia a Dilma ainda. Pô, Bernie.
Aqui também tem um monte de banheiro, tudo coisa fina. Dá até vergonha de entrar, mas depois de umas brejas não tem como evitar. Em Interlagos, só aqueles banheiros químicos que os caras só limpam na semana seguinte. Pô, Bernie.
Quando eu cheguei no meu lugar, que estava livre me esperando comportadinho, tinha um casal sentado ao lado. Fiz amizade com eles e são canadenses de Montreal. Eles também não assistem a F1 na casa deles, e viajam pra Florida pra ver corrida aqui. Viu só, Bernie, não sou só eu reclamando não.
Aqui tem narração local, um sistema de acesso às câmeras de tv que custa apenas 30 obamas, um sistema de abafador de som com microfone para você falar com seu amigo e tudo mais. Na F1, os caras implicam até se você trouxer seu radinho de pilha. Pô, Bernie.
Quando a corrida terminou, os simpáticos canadenses perguntaram se eu voltarei ano que vem. Foi quando eu me lembrei desse detalhe: além do lugar ser marcado, eu tenho preferência para comprar o mesmo lugar ano que vem. 8 meses antes da corrida, eles me avisam e, seu eu comprar, é meu. Na F1, fica todo mundo se acotovelando na fila 12h antes da corrida para entrar correndo e pegar uma visão aceitável. Pô, Bernie.
A corrida foi uma doideira, Bernie. Nas últimas 25 voltas os caras andavam em 3 filas paralelas e qualquer um podia vencer. Uns bons 20 caras tinham chance de vencer a corrida. Para 20 caras tem chance de vencer uma corrida de F1, a primeira coisa que você precisa fazer é colocar 20 caras na pista, né Bernie ? .
Sabe quanto eu paguei por isso, Bernie? 200 obamas. Era o segundo ingresso mais caro. Pulei a catraca do busão algumas vezes para conseguir vir. Em São Paulo, essa grana não compra nem no tal Setor G, o mais barato. Pô, Bernie.
Enfim, fiquei mó feliz aqui. Continuo achando esta parada mais legal que a tua. Dá uma olhada e copia umas ideias, vai. Você já está velinho, com 84 anos, mas do jeito que vai a coisa a F1 morre antes de você.
Abração, Bernie.

USA 4 - Dia 05: Universal e Island of Adventures

Um é pouco, dois é bom, três é melhor ainda.
Na verdade, pude ver altos e baixos do parque, sem qualquer trocadilho com montanhas russas.
Dois dias antes, estive por lá e vi diversos problemas em atrações. Pois bem. Nesta terceira visita, Rock it, MIB e Decicable Me estavam em ordem logo cedo. Já adianto que não entrei na tal Decicacle Me, pois a fila nunca estave menor que 55 minutos o dia todo. De todo modo, em apenas duas horas de parque fiz Rock it (2x), Revenge of the Mummy (2x), MIB, Escape from Gringotts e Simpsons Ride (2x). Uma delícia, gente.
Almocei uma salada ceasar que nem era isso tudo e notei o parque lotado já depois de 13h. Ficou bem mais complicado aproveitar os passeios. 
Fui pro Island, que não estava muito melhor. Consegui fazer Hulk (2x), Spiderman, Dragon Challange (versão vermelha, que estava pendente) e Forbidden Jorney. 
Estava para ir embora às 18h40 quando lembrei da dica do Urso, de aproveitar o Mardi Gras. Desde 2010, quando decidi vir para Orlando pela primeira vez, tenho conversado muito com ele, mas nunca em posição de igualdade: sei que ele manja muito mais do que eu daqui, e todas as dicas, 100% delas, se provaram verdadeiras. 
Pois o cristal se quebrou nesse tal mardi gras. Chato, bobo, sem graça alguma. Alguns carros alegóricos com pessoas dentro arremessando os colares que você disputa a tapas com as crianças, e em geral perde. Dããã.
Voltei pro hotel, não sem capturar uma pizza de peperoni no caminho.

USA 4 - Dia 04: SeaWorld

Mal aí, gente, atrasei. Agora vou correr, pois tenho um dia tranquilo pela frente, e vai dar tudo certo.
De certo modo, SeaWorld guarda similaridades com Busch Gardens, no sentido de ser uma mistura de parque com aquário. São menos montanhas russas (apenas a Manta e a Kracken) e dois belos shows (Blue Horizons, dos golfinhos, e One Ocean, com as orcas).
Amanheceu deliciosamente frio aqui, chegando a 0oC, com sensação de -3oC. Lógico que fui tomar café da manhã de camiseta. Que graça teria ir agasalhado? Em função disso, a direção do parque fechou as montanhas russas até a temperatura subir. Isso facilitou bastante o planejamento do dia: shows pela manhã, atrações radicais à tarde. Ainda deu tempo de passar em exposições sobre focas, tubarões e pinguins ao longo do dia, e um divertido show com cães, gatos, pássaros, um porco carismático e um rato enquanto esperava outro horário para rever os golfinhos.
A única decepção do dia foi o show das lontras estar fechado para reformas. Mas são coisas que acontecem. 
SeaWorld continua sendo um must-go parque. Ainda assim, eles tem um problema meio sério chamado "lago central". Era usado para um show de encerramento até pouco antes de minha visita em 2011. Até hoje, no entanto, eles não sabem o que fazer com aquele espaço. Combinado com o fato de ser meio tradicional os parques terem shows de encerramento e o o Seaworld não ter, acho isso um indicativo de que algo não está bem.
Por outro lado, quero registrar um grande elogio ao trabalho deles. No tal Animals Ahoy, soube que todos os animais do show são adotados de abrigos de animais abandonados e depois treinados. Claro que eles selecionam os que melhos se adaptam ao show, mas só isso já é algo bonito de ver. Antes que isso pareça apenas uma declaração politicamente correta, um dos gatos não tinha cauda, o que realmente deve ter sido algo desagradável para o bichinho, para dizer o mínimo.
Obrigado a Shamu e amigos, novamente. 

sábado, 21 de fevereiro de 2015

USA 4 - Dia 03: Universal e Island of Adventures

- Ué... Você não foi lá outro dia ?
- Fui, E daí?
Fato é, amigo leitor, que não se faz um parque dessa magnitude em um dia. Se fizer, é porque chegou cedo, antes de abrir, e saiu tarde em um dia que ele funcionava por mais horas. E portanto não vai conseguir sair da cama no dia seguinte, o que dá no mesmo.
De fato, foi um dia complicado para ele. Muitos problemas técnicos no Universal poderiam ter arruinado meu dia, se fosse esta minha primeira visita ao local. Mais uma razão para ir mais vezes.
Logo na entrada, topo com Rock it e Despicabe fechadas. Twister, que eu não visitei na primeira ida tinha pouca fila, mas arriquei ir para Revenge of the Mummy, o que se provou duvidiso: de fato fui duas vezes em 20 minutos, mas ao sair Twister tinha parado para não voltar mais o dia todo. Aliás, a Rockit também não funcionou em momento algum. Fui então visitar o Diagon Alley com calma, apenas para achar o lugar lotado de gente, pois Escape from Gringotts também estava quebrada. 
Tirei todas as fotos que quis da área, admito, e fui para MIB. Claro que MIB quebrou DUAS vezes enquanto eu estava na fila. O resultado disso tudo foi uma propagação terrível de filas em outras atrações. Terminator estava com 75 minutos de fila e Despicable, quando abriu, chegou a dar 3 horas. Mesmo a um pouco datada Simpson Ride bateu 60 minutos.
Almocei do divertido pub mágico, um ensopado de carneiro servido no pão. Caro, mas muito bom em um dia que amanheceu a 4oC. 
Peguei o Expresso Howgrats para ver a outra metade da atração e ir para Island. As filas já haviam se propagado para lá. Fiz apenas um dos lados de Dragon Challange e Fury of Poseidon. Ainda deu tempo para ficar na Hulk um pouco. 
Se na véspera o Busch Gardens parecia Copacabana de tanto carioca que tinha lá, este dia foi dos hermanos, com pelo menos 3 excursões grandes. Curiosa essa concentração. 
Mais à noite, peguei um cinema: Jupiter Ascending.

SPOILER ALERT!!!
É pequeno, mas achei melhor avisar.
SPOILER ALERT!!!

É um interessante conto de fadas sci-fi. Gostei, embora seja o tipo de filme que em 5 minutos você sabe exatamente* quem vai fazer o que, quando e porque. Sendo sci-fi em ambiente novo, você nunca tem como advinhar onde, como e por quanto, na medida em que desconhece o universo. Mesmo assim, é previsível, inclusive que o "por quanto" é realmente muito, independente da moeda. 
* Derivado do "quequenhonde" da minha mãe, é a técnica dos 5W2H para uma história: what, who, when, why, where, how e how much (money). Uma história completa tem que ter essas 7 perguntas respondidas. Fica a dica para jornalistas e blogueiros que passarem aqui.
Completo dizendo duas coisas:
1) Lamento profundamente que os irmãos Wachowski tenham feito Speed Racer e não Transformers. 
2) Pergunto, depois de ver as naves deste filme, se o Sr. Abrahams perdeu o sono. Deveria, se tiver um pingo de consciência, e não deveria se for um homem a altura de seu trabalho.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

USA 4 - Dia 02: Busch Gardens

Pé na estrada, amigo leitor: se você não sabe, o Busch Gardens não fica em Orlando, mas em Tampa. É pertinho, cerca de 80 milhas daqui. Mas tem que viajar um pouco. Fui sem qualquer problema até chegar lá. Aliás, se você não conhece mesmo, Busch Gardens é uma mistura de parque temático com zoológico. Curioso, divertido e interessante.
A treta do dia aconteceu logo cedo. Ao estacionar, tirei o carregador do GPS do contato e ele desmontou em 1000 pedaços. Ok, foram 4, mas 1000 é mais legal de narrar. Deles, 3 se enfiaram entre o banco e a passagem das estruturas da caixa de câmbio. Para resumir, fiquei meia hora ali tentando pegar as peças. Remontei e, aparentemente, não deu certo: o GPS não está carregando, ou pelo menos não acende o led. Mais tarde, carreguei ele via tomada do celular no hotel. Acho que sobrevivo até Vegas, onde descobrirei se, na verdade, quem estourou foi o acendedor do carro aqui. Por hora, fica assim.
Em 2011, tive uma impressão pouco positiva do Busch Gardens. Achei o parque meio datado. Não era velho ou quebrado, mas um degrau abaixo dos de Orlando. Essa impressão se apagou ontem. Os bancos e passeios em geral estão lindos, tudo funcionando muito bem. A nota negativa fica para o Safari: em 2011, era um passeio que bastava esperar a sua vez, e nem tinha tanta fila assim, para ver os grandes animais que tem na reserva. Agora tem que pagar, e pagar bem: 29 USD mais taxas. Passei.
Pela ordem, fui na Montu, com seus 4 loopings invetidos, Cheetah Hunt, que estava em testes em 2011 para inaugurar 3 semanas depois da minha visita, e eu lambendo com a testa..., e Sheikra. Foram respectivamente, 3, 1 e 2 vezes.
Na terceira vez na Montu, fui na primeira fila com um rapaz de agasalho vermelho. De lá, na fila da Cheetah Hunt, notei ele de novo na fila logo na minha frente. Acabei puxando convesa com pai e filho baianos atrás de mim na fila, e o rapaz entrou no papo: é gaúcho. Conto isso porque eu passei o dia inteiro esbarrando nele. Acho engraço viajar 6 mil milhas para outro continente e descobrir que existe um sujeito 24 anos mais novo que eu, de outra cidade no meu país, mas que visita um parque temático exatamente com o mesmo processo mental que eu: maximizar passagens minimizando filas e transferências dentro do parque. Não por menos, ele está indo na Universal hoje. Não tenho dúvidas que encontrarei na Hulk.
Almocei um sampler de carnes defumadas, relaxei um pouco, vi alguns animais, como a câmara de pássaros soltos que podem até pousar em você se souber atraí-los. Algumas fotos dos felinos, uma camiseta comprada e retomei o ritmo. 
Um bom dia, sem dúvida, com a conclusão de que a Cheetah Hunt é meu novo xodó aqui. Ela tem mais de um quilômetro de comprimento e 4 reacelerações magnéticas, que não exigem paradas ou tração. Delícia. 
Cotação Asimovia: 5 sabres de luz.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

USA 4 - Dia 01: Island of Adventures e Universal

Dormi absurdamente bem a primeira noite. Tanto que, não apenas acordei antes do relógio tocar, como achei que estava no meu próprio quarto, em casa. Digo a vocês: mesmo sendo um viajante experiente, isso é bastante raro de acontecer.
O café da manhã aqui é fraquíssimo. Ainda bem que tenho umas fatias de peito de peru no frigobar para salvar o dia: eles tem 3 tipos de pão, cereais e cookies. Vou sobreviver.
Peguei o carro e parti para o Universal / Island of Adventures. Se os ingressos que comprei iriam dar problema, seria pelo menos perto do escritório deles. Eis que desço a International Drive, viro à esquerda e já estava lá! Fiquei indignado com o fato de não ter notado que era tão perto. Fiz um retorno, voltei pro hotel, deixei o carro aqui e fui novamente caminhando.  São 45 dólares economizados em estacionamento, oras (estimativa para os 3 dias).
O ingresso precisou ser trocado por outro no serviço de atendimento ao visitante, mas tudo correu bem. Parti para a ação.
Entrei pelo Island of Adventures e visitei primeiro minhas atrações conhecidas: Hulk (2x em 10 mins), Spiderman, Harry Potter. Deixei Poseidon e Dragon Challange para outra visita e fui conhecer o tal Expresso Howgrats para o outro parque. Bacana, devo dizer.
Já no Universal, segui o mesmo estilo: Simpsons Ride, ET (que desta vez estava aberto, ao contrário de 2011), Rock It, Revenge of the Mummy (2x em 15min) (diferente da California).
A nota triste do dia foi a atração Fear Factor Live. Pelo que entendi, é derivada de um programa de televisão onde pessoas comuns passam por testes de medo. Achei que eram cenas de dublê, e até começou assim. Porém, a segunda prova era arremessos de enguias vivas em um balde. Isso me ofende. A terceira, variante da segunda, era com polvos, também vivos. O amigo leitor sabe que eu não sou vegeratiano, tanto que almocei uma enorme coxa de peru hoje mesmo. Mas não aceito abuso com animais e isso foi ridículo. Saí no meio do show, e pretendo redigir um email para eles expressando meu descontentamento. Talvez eu fale ao vivo com alguém por lá.
Depois de comer, fui para Transformers (idêntico ao da California) e Disaster (já tinha gostado em 2011, em com o inglês em melhor forma curti ainda mais).
Foi quando começou a chover forte. Era previsto, então não me assustou, embora tenha cansado. Parti então para a busca do tal Diagon Alley, novo setor do parque. A primeira grande sacada é não ter qualquer indicação de que fica ali. Mas quando eu entrei, amigo leitor, que espetáculo. A reprodução é absolutamente fiel aos filmes, com detalhes nas mais ínfimas coisas. O clima é espetacular. Diversas mini atrações são ativadas pelas varinhas que se compram em diversos pontos de venda. As crianças passam o dia balançando as suas tentando fazer animais se mexerem ou plantas falarem em vez de gritar e chorar. Só vi vantagem, mesmo pra mim.

Ainda consegui ver o show de encerramento, debaixo de chuva moderada, e caminhei meia hora de volta ao hotel. 
Cotação Asimovia: 5 sabres de luz.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

USA 4 - Dia 00: Viagem e Chegada

Sabe quando você compra coisas em promoção e diz "ah, tava barato" ou "é o que tem para hoje"? Então...
Minha viagem para Orlando fez escala em Washington. Só para esticar a viagem e me deixar vendo a paisagem de -14oC lambendo com a testa... Não é uma queixa, na verdade. Eu paguei barato pacas essas passagens e alguns perrengues logísticos acabaram sendo marcados na ida e na perna central, daqui uma semana. A volta está bem ok, devo dizer.
Voei sem nenhum incidente relevante. Houve bastante turbulência nas primeiras duas horas de voo, a ponto de eu parar o filme (Fury, beeem fraco) para que não me causasse náuseas. A comida estava muito boa e dormi como nunca em um avião. Em suma, um sucesso a primeira perna.
Em Washington, havia uma preocupação: eu tinha 1h55 para desembarque, imigração, alfândega, retirar bagagem, despachar bagagem e achar meu portão. O pessoal aqui desce do avião com velocidade de ameba paralítica. Somando o fato de estar na fila 42 (de 50) com uma passagem no banheiro, fiquei muito no final da fila da imigração, e o grau de stress subiu de 1 para 3. Felizmente, os americanos são caras sérios: tão logo a fila preferencial para cidadãos americanos zerou, os pontos de atendimento passaram a atender os pobres mortais também. 
Quando cheguei à esteira, ela já estava parada com meia dúzia de malas separadas no chão. As minhas lindas e belas me esperando. Curiosamente, a segurança abriu minha duas malas, uma das quais não tinha absolutamente nada (sim, eu a trouxe vazia para o alguma necessidade).
A segunda parte da viagem foi boring. Todos os serviços, sem exceção, eram pagos no voo. Nem uma musiquinha estava disponível sem passar o cartão de crédito no leitor da tela. Acho isso exagerado. Some-se a curiosidade de minha vizinha de poltrona trazer um cheeseburguer para dentro do avião...
Em Orlando, voltamos a funcionar bem. Peguei as malas, e com algumas perguntas educadas, achei a van da Fox Rental Cars. Fechei o contrato, não sem passar uma tentação danada de fazer upgrade para um Mustang conversível por 25 dólares por dia. Não fiz. De todo modo, o Chevrolet Spark, que embora tenha nome que remeta a coisas elétricas é um carro comum, é o meu primeiro aluguel com DNA do país local. Gostei dele.
Rodei um pouco para me acostumar com a criança e, curiosamente, acabei achando o mesmo Walmart onde fiz minha primeira refeição fora do Brasil em 2011, no Wendy's. Três lojas para a esquerda fica um Five Guys. Se eu soubesse... Pelo menos eu descobri que foi a última vez que comi o sanduíche de tamanho normal dele. Simplesmente não preciso e posso pedir o pequeno. 
Fui para o shopping, então, mas nada de compras. Queria apenas um chip no celular. Ao contrário do episódio de NY, o carinha levou 3 minutos para resolver a parada. Tenho um chip com 3GB de dados agora. 
De lá, fui retirar meus vouchers de parques. Recomeça a zica. O sistema caiu bem na hora de imprimir os meus. Teve que uma gerente vir de não sei onde resolver a parada, mas tudo acabou bem. 
No hotel, mais duas zicas. Não apenas o sistema estava fora do ar como eles enfrentaram uma falta de água. Enquanto eu estava na recepção, dois hóspedes vieram reclamar. Sabem de nada, inocentes..
Amanhã eu começo, provavelmente com chuva na Universal e Island of Adventures.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A Bicicleta, o Foodtruck e as Abelhas

Senti-me desafiado há algumas horas a escrever sobre as ciclovias paulistanas. Horas, e não minutos, porque esta é a segunda versão do texto. A primeira saiu desnecessariamente raivosa. O amigo leitor por estranhar um pouco este texto, mas aviso que foi direcionado a um público que não conhece este espaço virtual. A principal diferença é que desta vez, estou evitando fulanizar (vi este termo outro dia e gostei bastante: azar de vocês que terão que suportá-lo agora...).
Começando pela conclusão, digo que a bicicleta não é um meio de transporte viável para uso em massa em São Paulo. Isso não implica que algumas pessoas não possam usar, e usar bem, nem que não seja inteligente essas pessoas agirem assim. Novamente, não estou fulanizando (eu avisei), estou buscando uma visão macro do assunto.

Alguns números usados aqui neste pensamento:
Uma pessoa andando de bicicleta desloca-se de modo 3 a 5 vezes mais eficiente do que a pé. Fiquemos com o 4. Deste modo, uma caminhada a 5km/h equivale a uma pedalada a 20km/h, com o mesmo esforço. Já volto a esse número.
Escolhi as seguintes cidades para um comparativo: São Paulo (por ser tema deste post), Amsterdã, Copenhagen, Bogotá, Curitiba e Montreal. O critério de seleção das outras 5 foi estarem nas primeiras posições de um ranking de melhores cidades para se pedalar no mundo. Não, não é um critério científico.
Um número que seria bastante importante para esta análise seria o deslocamento médio diário por pessoa em cada uma das cidades. Antes mesmo de começar a procurar para São Paulo, decidi parar pois meu holandês e meu dinamarquês estão um pouco enferrujados. Vou usar como critério a área da cidade, isso sim mais fácil de achar. É uma medida indireta de quanto as pessoas se deslocam e, de novo, não tem nada de científico: não considera o formato nem a distribuição das pessoas pela cidade (uma cidade maior pode ter deslocamento médio menor). Dados achados na Wikipedia. Mas é o que temos para hoje, e até que ficou divertido usar 6 cidades de 5 países em 3 continentes.


A primeira coisa a se dizer desses dados é: Amsterdã, Copenhagen, Curitba e Montreal não estão na mesma liga que São Paulo e Bogotá. Vejam a população total e a área das cidades: podem somar as 4 nos 2 quesitos, e continuam menores que São Paulo. Em população, não chega à metade (5,18) e em área dá 2/3 (1050). Admito que o tamanho de Bogotá me surpreendeu, porém. Meu argumento central para remover a 4 cidades da comparação é que os moradores de Amsterdã, Copenhagen, Curitiba e Montreal, pela análise feita, deslocam-se muito menos que os paulistanos e bogotanos (juro que eu acho que é esse o gentílico correto) em suas vidas diárias.
Cheguei a fazer outra aproximação: chutei que as cidades são circulares e calculei o raio aproximado. Isso tira a raiz quadrada das área e diminui as discrepâncias. Chamei essa medida de "raio hipotético". Ainda assim:


Um cidadão que more na periferia da Amsterdã Circular leva 20 minutos pedalando para chegar ao centro da cidade. O paulistano da São Paulo Circular leva mais de 1 hora. O número é bem falso na verdade: eu me desloco 25km para chegar a meu trabalho, por exemplo. Há casos piores, vocês sabem muito bem disso. Fiquemos com o comparativo teórico.
Como se isso não bastasse, fui atrás de dados climáticos. Sou grande admirador do Weatherbase para isso. Olha o que eu achei, para surpresa de ninguém:


São Paulo é, portanto, a cidade mais quente e quase tão chuvosa quanto a líder Curitiba. O ciclista paulistano não apenas pedala mais que o dobro dos demais, mas faz isso sob forte calor e chuva. Pedalar no domingo à tarde para lazer ou preparo físico é uma coisa. Chegar suado e encharcado no trabalho é outra completamente diferente. 
Aqui é preciso pontuar um aspecto cultural: no Brasil as organizações não estão preparadas para o conceito de receber seus funcionários atletas para trabalhar. Conheci um sujeito que ia correndo para o trabalho diariamente. Ele fazia 18km de casa ao trabalho em pouco mais de uma hora, e essa era a atividade física que o mantinha em forma. Mas havia um detalhe crítico nisso: a empresa tinha vestiários para seus funcionários. Ele chegava cerca de 20 minutos antes de seu horário de entrada e, sem percalços estava lindo e pimpão em sua mesa todo dia. Pergunto ao leitor: sua empresa tem vestiários? E sua faculdade? Você conhece alguma que tenha? Percebem, amigos, que isso ainda é incrivelmente raro?
Então, amigo, resumindo, São Paulo é uma cidade grande demais, quente, chuvosa e cujas organizações não oferecem infraestrutura para seus potenciais ciclistas. Nem entrei no mérito de ser uma cidade bastante íngrime, com ladeiras por todo lado, o que não acontece nas litorâneas Copenhagen e Amsterdã. Isso aumenta o esforço e tempo de deslocamento, piorando a comparação.

Evidentemente isso não desqualifica os podem e usam a bicicleta como meio de transporte diário. Tudo que descrevi acima em larga escala tem numerosas exceções pontuais. Há pessoas que moram próximas a seus trabalhos. Quem se desloca menos de 5km leva 15 minutos para chegar, e não chega transpirando em bicas. Outros tem trabalhos braçais, e não precisam estar em trajes sociais para, sei lá, carregar tijolos. Ainda tem aqueles que, mesmo dentro dos padrões gerais estabelecidos, simplesmente não se importam com as condições descritas. Enfim, a bicicleta é útil sim para alguns. 
Alguns. 
Querer fazer disso uma política de governo é, em termos simples, uma estupidez sem tamanho. É como querer fazer uma política de combate à fome com foodtrucks ou usar abelhas como drones para transportar cartões de memória.
Fico por aqui. Espero ter agradado e atendido à demanda proposta.

Ah, sim !
Esqueci de eliminar Bogotá da comparação. É que era tão óbvio que acabei não mencionando: Bogotá não tem metrô.







quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Esqueci o Cérebro em Casa

Ok, vou arrumar briga.
De novo.

Causa polêmica uma campanha publicitária da Skol. Segue a peça:

foto: campanha da Skol, imagem tirada do UOL.

Na verdade, eu tinha visto isso ontem pela manhã, mas acabei postando sobre outra coisa simplesmente por não ter entendido a crítica. Hoje o assunto esquentou, e fui atrás para entender o que diabos está acontecendo.
A crítica, que talvez o amigo leitor considere óbvia, é que a campanha incentiva o comportamento irresponsável e a violência contra a mulher.

Oi ?! 
Sim, é essa a crítica. Sobre o comportamento irresponsável, que é a leitura direta do texto, já acho a crítica bastante duvidosa. O primeiro aspecto é o verbo estar conjugado na primeira pessoa do singular, tempo pretérito perfeito do modo indicativo. Modo indicativo... aquele que indica, relata os fatos correntes, passados ou futuros. É bem distinto do modo imperativo, onde se ordena ou sugere um curso de ação. Nesse caso, seria "Esqueça o "não" em casa.". Nesse cenário talvez (TALVEZ !) fosse válida uma crítica à campanha. Ainda assim, não vejo nem vi críticas similares a "Abuse e use C&A", Não esqueça minha Caloi" ou "Porque se sujar faz bem" (Omo). As três estão no modo imperativo, sendo a terceira de gosto um tanto duvidoso, a segunda é voltada para crianças e a primeira não fica mais explícita do que isso. Por último, acho que isso é infantilizar demais as pessoas, como se uma simples placa fosse capaz de produzir consumidores compulsivos em mentes vazias como a reserva moral do PT. Menos, portanto.
Sobre a violência contra mulheres, aí complica. Honestamente, isso me cheira a sintoma de de desconexão com a realidade, paranoia em grau moderado para severo. O texto simplesmente não tem qualquer conexão com esse tema. Não é direcionado a homens em particular e não faz qualquer menção, direta ou indireta a temas sexuais. 

Gente, por favor. 
Vivemos a era da patrulha ideológica, que em muito (muitos mesmo) temas é importante. Mas acho que a coisa está passando um pouco da conta.

Desculpem-me os(as) ofendidos(as). É apenas o que eu acho. 
E nem tomo Skol...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Demorô

Demorou demais para alguém tomar uma atitude séria contra essa palhaçada que se tornou (ou sempre foi ?) o tal Estado Islâmico.
O tal grupo, considerado irascível e impossível de se manter uma conversa até pelos "moderados" da Al Qaeda, já ocupa uma área significativa no mapa do Oriente Médio, como se vê aqui:


Ok, fronteiras nacionais não são linhas traçadas na pedra, e podem eventualmente se mover. Idealmente chegaremos ao que Lennon nos pediu para imaginar, mas ainda estamos um tanto longe desse ponto, exceção, talvez, na Europa. Logo eles que foram tão prolíficos em criar essas mesmas fronteiras...
O surgimento de um país a partir de pedaços de outros dois não teria como ser algo simples e tranquilo. Mas o ponto que pega aqui não é a fronteira, nem onde ela fica, nem o modo como está sendo criada. O problema é o que esses caras estão fazendo do lado de dentro.
Já abundam histórias de terror medieval, e numa escala de semanas, não séculos. Começou com execuções puras e simples. Depois, passaram às decapitações. O passo seguinte, em meados de janeiro, foi arremessar prisioneiros gays do alto de prédios (link). No início de fevereiro, queimaram vivo um piloto jordaniano (link altamente não-recomendado). Há ainda relatos de crianças estupradas e enterradas vivasComo sempre, tudo por causa de religião, o maior mal que assola este planeta. 

Enfim, finalmente parece que alguém está fazendo alguma coisa. Barack Obama pediu autorização para guerra no Congresso Americano. Lembre-se que é um congresso majoritariamente republicano, o partido trigger-happy. Li isso há pouco no UOL.
Não sou daqueles que acha que tudo se resolve na bala. Porém, acho que, sim, algumas coisas se resolvem na bala e este é um caso. Esse tipo de gente, se é que dá para chamar de gente, não entende outra forma de comunicação, infelizmente. 
Vai ser o de sempre, na minha análise: bombardeios cirúrgicos, explosões, alguns civis mortos, indignação pelos civis mortos, alguma ação por terra e meses de caça aos terroristas da vez. Não fico nem com pena da população civil desta vez, pois a coisa deve estar tão feia lá dentro que não são as bombas que vão piorar alguma coisa.
Faça-se, então.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Uma Nova Era

Às vezes, amigo leitor, tenho rompantes de otimismo. Estou em um deles hoje, mas não se preocupem: isso logo passa.
A crise hídrica que vivemos em São Paulo (Sudeste ?) não causa estranheza a (quase) ninguém mais. Já li um artigo que entende que o termo "crise" não mais se aplica, mas sim uma mudança significativa de paradigma no que se refere ao consumo de água. O articulista defende que crises são passageiras, e ele não entende este caso como tal.
As campanhas de mudança de hábitos de consumo de água, a esta altura, não promovem mais reduções no consumo de água, mas uma sedimentação dos novos hábitos. Novos que deveriam ser antigos, mas enfim...

cartilha economia

No entanto, surge a reboque o grau seguinte de conscientização: o consumo indireto. Ainda que a passos lentos, como todo processo de mudança social, as pessoas começam a entender que os produtos que consomem usam água em sua produção. 
Em uma primeira linha, não deve tardar a surgirem tabelas comparativas. A marca X do produto consome 20% a menos de água na produção que a marca Y do mesmo produto: compre X. Em alguns casos, isso beirará a paranoia, o que não deve me surpreender. Ainda assim, é um raciocínio perfeitamente válido.
Outra linha, esta sim a que me importa mais, é o questionamento do consumo em si. Não importa se a marca X consome menos água na produção do que a marca Y: o produto é realmente necessário?
Muitas vezes não é. Muitas mesmo. Lembro de um artigo (e cometo aqui o grave pecado de não citar a fonte) no qual o autor comentava sobre cortadores de grama. Narrava morar em um subúrbio no qual sua quadra tinha 6 casas. Somadas, não tinham 100 metros quadrados de jardins. Somadas, tinham 6 cortadores de grama. O articulista não se furtava de sua responsabilidade. Dizia com razão que nenhum dos 6 moradores fizera nada errado individualmente, mas muito errado do ponto de vista coletivo: seria perfeitamente possível haver um só cortador de grama para todos, e em um esquema de revezamento cada um precisaria cortar a grama de todos apenas duas vezes por ano para que todos tivessem belos jardins. Concordei de pronto. 

Em uma frente diferente, o carro é considerado hoje a fonte de todo o mal da galáxia. Daí a Ciclocracia que tenta se instalar em São Paulo, espero que sem êxito. 
Começo a achar que que essas duas paradas vão se juntar em questão de semanas. Os motoristas vão apanhar como nunca...

De todo modo, meu lado otimista é sobre a conscientização do consumo. Qual é a necessidade de comprar mais uma panela, mais uma jaqueta, mais um perfume ou uma máquina de lavar louça (que fique claro, é o eletrodoméstico que nunca me convenceu de sua funcionalidade). Precisamos mesmo trocar de Iphone de novo? Será que não podemos ser felizes com 4 cervejas em vez de 6? Não seria possível terminar aqueles 14 outros sapatos antes de comprar um novo, ainda que em promoção?
Não são questões novas. O consumismo já está sob fogo cerrado há muito tempo. Mas antes eu via isso de um grupo muito reduzido e sem qualquer expressão numérica. Mesmo desarticulados (e que continuemos - observe a primeira pessoa do plural - assim !) os opositores a esse comportamento ganham números. Vejo outros comentando o mesmo que eu. Vejo mudança, e para melhor.
Não é todo dia que vejo isso. Deixem-me em modo poliana por um tempo.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A Piada do Sofá

Antiga, mas vamos a ela, caso o amigo leitor não a conheça.


Um dia um sujeito chegou em casa mais cedo do trabalho e encontrou a esposa com outro, em momentos íntimos, no sofá da sala. Revoltado, ele disse:
- Eu vou dar um jeito nisso.
No dia seguinte, ele vendeu o sofá.

Não vim aqui para repetir uma piada relativamente antiga e que foi até mesmo citada pela banda Velhas Virgens. Vim falar de futebol.
Foi anunciada ontem a decisão de que Palmeiras x Corinthians, no próximo domingo, contará apenas com a torcida mandante. O Ministério Público solicitou a medida à Federação Paulista de Futebol que, embora contrária à medida, acatou o pedido. 
Entendo a postura da FPF. Ela não tem controle sobre o que acontece nesses cenários, e acabaria sendo responsabilizada de uma forma ou de outra se algo de ruim acontecesse. Agora, se ainda assim algo de ruim acontecer, pode dizer "fizemos o que nos pediram".
Segundo li, a Polícia Militar não foi consultada sobre o assunto. Também não me parecem que sejam os caras que estejam resolvendo a parada.
  • O Problema

Afinal, qual é a parada, então? A parada é que as torcidas brigam. Mas não brigam dentro dos estádios que, no fim das contas, é o local mais seguro possível dada a quantidade de policiais ali presentes. Elas brigam nos entornos, nos trajetos ou simplesmente marcam horário e local para brigar.

foto: briga de torcida... no Egito

Ninguém consegue resolver o problema por uma razão bastante simples: dá muito trabalho. Quem briga não são as tais torcidas organizadas: quem briga são membros das torcidas organizadas. Instituições não brigam, pessoas brigam. 
Dãããããã.
Parece estúpido de tão simples, mas os promotores públicos ainda não entenderam isso, ou pelo menos fingem que não entenderam. A solução não está em coibir a ação das instituições, mas sim a dos indivíduos. É preciso identificar os brigões, prender e processar na letra da lei. Só isso!
Mas aí nasce a questão. Para realmente dar cabo desse problema, seriam centenas, talvez alguns milhares de processos correndo na justiça, e isso dá muito trabalho. Então é mais fácil usar a tática do espantalho, fazer um anúncio midiático de que foram tomadas medidas sérias de prevenção à violência e, na verdade, não fazer porra nenhuma para acabar com essa palhaçada. Como na piada acima, do corno que vendeu o sofá.
Isso me faz lembrar o que sempre digo por aqui: o maior problema do Brasil é o Judiciário, lento, permissivo e preguiçoso.
  • Metáfora 
Conheço pessoas cultas e inteligentes que apoiam medidas como essa ou a extinção pura e simples das torcidas organizadas. A eles, explico que estão errados em vários níveis com uma metáfora:
Imaginemos um funcionário de um banco que usava a posição de caixa para fraudar as contas dos clientes do banco. Ele usava a senha dos clientes para sacar dinheiro da conta das pessoas quando eram feitos pagamentos e embolsava o valor sacado a maior. Os clientes lesados reclamaram e o esquema foi descoberto.
Pergunto: alguém aqui vai sugerir fechar o banco por causa do incidente?
Pois então por que fechar a torcida organizada quando alguns de seus membros comete crimes usando o nome da instituição como cobertura?
  • E agora ?

Ótimo: não teremos a torcida do Corinthians no Alianz Parque. E como diabos isso os impede de brigar em outro lugar, hein?
Burrice aguda, mais uma.

Eu tenho comentado uma proposta que jamais será aceita. Acho que as torcidas deveriam brigar no Sambódromo do Anhembi (versão paulistana da solução). Marquemos dia e horário e cobramos ingressos de quem quiser assistir das arquibancadas. Cada torcida entra por um dos lados e elas se pegam no meio. Lugares centrais custariam mais caro, portanto. O evento ocorreria sem limitação de participantes, com armas brancas ou de fogo, e sem hora para acabar. 
Não é o que eles querem? Pronto! Deixemos se matarem sem envolver inocentes azarados ou patrimônio alheio.
O valor arrecadado serviria para a limpeza das arquibancadas e pista após o evento.

Desculpem-me se os iludi, amigos leitores. No fim, o post não era de futebol

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Não, péra...

Acho que qualquer brasileiro minimamente honesto e inteligente está acompanhando, em maior ou menor grau, o que se passa na Petrobrás nos últimos meses. Não me darei ao trabalho de resumir, portanto, em respeito a essas duas características que creio abundar entre meus leitores.
Um aspecto, no entanto, chamou minha atenção hoje. Depois de semanas bancando a, digamos assim, pouco confiável Graça Foster na presidência da estatal, descobrimos que a cara de pau do PT tem limites, e não houve mais como segurar a posição dela. Abriu-se ontem o caminho para a troca com o pedido de demissão da mesma e, quem sabe, novos rumos para a empresa e para o processo investigativo do pior escândalo de corrupção que já se viu neste país
Até aí, ok.
Mas hoje leio no UOL/Folha que há a escolha do novo presidente gera conflitos no governo. Seria natural em qualquer governo que um cargo desses tenha muita gente interessada. E por mais que se diga que o problema seria o inverso (pouca gente interessada), é óbvio que isso não é verdade, e diferentes correntes buscam se posicionar para indicar algum aliado de seu grupo. 

Ninguém quer presidência da Petrobrás pois a vaga é uma cadeira elétrica.
Mas considerando-se que vai faltar luz, pode não ser tão ruim assim...

Isso não seria surpreendente em caso de uma troca de governante. Mas em uma crise que se arrasta há tanto tempo, com descobertas crescentemente escabrosas, essa indecisão mostra algo aterrador: Dilma simplesmente não estava considerando trocar Foster!
Não, péra... não pode ser... Mas é.
Observem como foi a necessária troca do ministro da fazenda, no final do ano passado. Todos sabiam quem Mântega estava de saída, mas foi feito todo um ajuste para a escolha e chega de Levy. Nada a criticar nisso, é o processo natural de substituição de um cargo de confiança. 
O amigo leitor percebe a diferença nas situações?

Enquanto isso, procura-se quem votou no PT em 2014. Sumiram todos, a presidente inclusive, que não vem a público se explicar. Não foi por falta de aviso, inclusive deste blogueiro.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Dica do Dia

Amigo leitor, perdoe-me pelo post simples depois da ausência de ontem. Tive um dia bastante atribulado e, longe de ser ruim, foi trabalhoso e demandante. Não pude dar a devia atenção a este espaço. E para hoje, apenas uma dica para viajantes. 
Esta procurando carro para alugar para a próxima viagem. Fui seguindo o plano de sempre: Avis, Hertz, Thrifty... um por um. Pesquisa é o tipo de trabalho chato e necessário. Nunca se sabe onde vai estar a melhor opção ou uma promoção de última hora.
Bem... agora eu sei onde elas estão: www.rentcars.com.
Antes, um aviso para apressados: o site é lento. Sim, cansa esperar. Tenha outra coisa para fazer junto e não comece isso 10 minutos antes do taxi te pegar para ir para o aeroporto. Ou 30...
A razão da lentidão é o fato dele ter acesso a 140 (cento e quarenta) bases de dados de locadoras de carros pelo mundo. Daí você coloca os dados óbvios: local, data e hora de retirada e entrega, e o sistema faz o trabalho sujo para você. 
E faz mesmo, estou atestando aqui para você, leitor. O mais interessante é que o site quando acessado do Brasil não apenas evita o IOF, pela transação estar sendo feita em reais (R$), mas ainda oferece 5% de desconto no pagamento via boleto. Somados, isso dá 11,38% de economia, fora a comparação já feita.
Altamente recomendado.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Timinho

O Patriots bateram os Seahawks ontem, por 28 a 24, em um excelente Superbowl. Bem melhor do que o do ano passado, quando jogo mesmo não teve.


Não sei se tem muito valor comentar como foi o jogo. O amigo leitor que não viu o jogo, provavelmente não curte o esporte. E o que curte mesmo, bem, já viu tudo ontem/hoje mesmo.
Acho significativo os Seahawks perderem por duas razões.
Do ponto de vista do evento, a torcida dos Seahawks é, de longe, a mais chata da NFL. Arrogantes, presunçosos, folgados, pentelhos, donos da verdade... fica difícil completar a lista. Venceu um único Superbowl, em 2014, e só conseguiu isso quando tudo na temporada conspirou a favor (incluindo uma mãozinha da arbitragem na final da Conferência Nacional). Lembra até um time sulamericano alvi-negro que recentemente ganhou seu estádio do governo...
Esportivamente, é ainda mais importante porém. O time do Seahawks é terrivelmente limitado a uma só jogada: entrega a bola para o Marshall Lynch que, correndo de trás, ganha 3 jardas. Ponto. E não é por falta de quarterback não: Russel Wilson é um excelente jogador, com ótima visão de jogo e passes precisos. Mas o time simplesmente não pode prescindir da jogada corrida com camisa 25 de cabelos rastafari (ou algo assim). 
Lynch, devo dizer, é o melhor runningback que acompanhei. Mas ele também acha isso, e é um sujeito prepotente no último volume. Inconveniente, falastrão, verbalmente agressivo, é a cara da torcida que o apoia. 
Pensando bem, é triste que esse timinho tenha chegado a outro Superbowl. Uma das grandes belezas do jogo é a capacidade de variação de jogadas, coisa que o time de Seatle, se tem, absolutamente não mostra. Pelo menos perdeu, e que se renove agora.
A derrota veio de modo emocionante, e curioso. Com a bola carregada da linha de 4 para 1 jarda justamente por Lynch, bastava a Wilson fazer o óbvio. Por mais que a defesa dos Patriots soubesse isso, como parar o avanço forte dele? O cara sempre consegue 3 jardas e só precisava de 1 em duas tentativas. Era touchdown, simples assim, a menos de um minuto do final. No entanto, Wilson passou, e teve sua única interceptação do jogo. Wilson, repito, é ótimo jogador. Mas o lance mostrou que o time não sabe fazer outra coisa.
Duas jogadas depois, quando o time de New England apenas confirmaria o final do jogo, uma troca de empurrões mostrou a falta de envergadura moral dos ex-campões. Irvin acabou expulso, coisa que eu nunca tinha visto em jogo algum de Futebol Americano. E todo mundo sabe que não é um jogo de sutilezas. 
Faltam agora 220 dias para a próxima temporada. 
Go 49ers ! O Superbowl 50 é no nosso estádio. Sejamos os primeiros a vencer em casa.