terça-feira, 29 de abril de 2014

Foto do Dia

Gosto de boa vontade. Goste de pessoas tentando ser legais com as outras. Daí, gostei da ideia de uma bancada com tomadas de uso livre, disponibilizadas no Shopping Taboão. Segue foto das mesmas:


São 3 conjuntos de 3 tomadas, totalizando nove (acima um dos conjuntos). Todas em padrão... 
Oi? Dois pinos redondos sem terra, é isso? Não é compatível nem com a tomada brasileira nova nem com o padrão americano, é isso?
Burrice aguda, é isso ?

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Print do Dia

Na Folha hoje (28/04/14).


Álgebra ? Aritmética ? 
Pra que se você pode ser jornalista, né ?

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Planeta Perdido

Li hoje, na coluna do Salvador Nogueira na Folha, a descoberta de um planeta perdido que não faz parte de um sistema estelar. 


Um planeta perdido, ou anã marrom, ou planeta interestelar, é um planeta que não orbita nenhuma estrela. Está sozinho no espaço. Não tão sozinho, pois o diabo do planeta já veio com uma lua a tiracolo. Só fica mais divertido.
Em resumo, é o resultado da contração de matéria livre em um ponto, mas em quantidade insuficiente para gerar o colapso gravitacional que causa a fusão nuclear típica das estrelas. Embora ele seja entre 3 e 10 vezes maior que Júpiter, ainda é pequeno para acender. 
O mais interessante dessa descoberta é que ela era absolutamente esperada, mas ainda não tinha acontecido. O fato de ter sido achado não apenas dá reforço às teorias de agregação de matérias em quaisquer quantidades disponíveis (e não apenas em quantidades capazes de gerar estrelas), mas aponta uma melhoria prática na qualidade da instrumentação utilizada. Enviar um telescópio para o espaço é uma coisa, mas obter resultados reais dele é outra. 
Por fim, os nibirutas, fãs da tal lenda do planeta Nibiru, terão alguma diversão tentando entender o que significam os 7,1 anos-luz de distância (aceite minha palavra nisso, amigo leitor: é ridiculamente perto) e mais ainda buscando informações sobre alguma aproximação com nosso sistema.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

A Causa Primeira

Leio estupefato, mas não tanto, que o STF julga neste dia 24/04 o caso de propina que fez parte da queda de Collor da presidência. 


O caso ocorreu em 1991, 23 anos atrás.  Vinte e três anos atrás.
Desde então, o cara foi caçado pelo Congresso, cumpriu sua pena política, mandou matar (não há provas, mas o país inteiro sabe disso) PC Farias, morou em Miami, fingiu que ia ser candidato a prefeito de São Paulo, perdeu uma eleição para o governo de Alagoas, foi eleito senador pelo mesmo estado e ainda perdeu outra eleição para o mesmo governo. 
Não se pode dizer que foi uma vida pacífica e sem turbulências, certo? Também não ficou tanto tempo assim no ostracismo. E, que se diga, está legalmente empossado senador da república, com mandato até o final deste ano.
E nesse tempo todo, a Justiça nada fez para julgar o caso inicial, de propina. 

Nós, plebeus, estamos o tempo todo a criticar o Congresso Nacional e motivos não faltam. Mas não se pode negar que, no caso Collor, o legislativo deu sua resposta, em tempo razoável. O mesmo não se pode falar do Judiciário.
Há tempos defendo que o pior deste Brasil é o Judiciário. É a impunidade por ele causada a raiz de muitos de nossos males. 
Aí só mais um caso, bastante emblemático. Bastante comum. Bastante triste.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Sobre a Lei da Anistia

Ô tema ardido esse... Aliás, falar qualquer coisa do regime militar brasileiro é ardido. Trata-se de um passado que ainda não passou, ferida aberta. Muita gente foi terrivelmente prejudicada (para usar um termo bem genérico) no período e fica uma forte sensação (totalmente justificada) de injustiça. E, a meu ver, a base desse problema é justamente a Lei da Anistia. Detalhes sobre ela podem ser encontrados aqui.
A Lei da Anistia foi ampla e irrestrita. Colocou uma pedra (lápide ?) sobre tudo que aconteceu de ilegal entre 1961 e 1979 no cenário político brasileiro, e serviu de base para a redemocratização do país. Cito aqui, artigo no Estadão, de Denis Rosenfield. A ideia central da lei era deixar o passado onde estava recomeçar as relações do zero. Daí a ideia de ser uma pedra. Confesso aqui que eu mesmo já fiz algo similar ao reatar relações com um antigo desafeto: pusemos um basta sobre o passado e passamos a conversar como adultos. O sujeito chegou a se hospedar em minha casa uma vez. Nenhuma rusga nunca mais aconteceu e, embora nos falemos pouco hoje em dia, é sempre de modo amigável e cordial.
O que é curioso, pois ao olhar a tal lei digo que, se tive um pouco mais do que os 5 anos da época, eu teria sido radicalmente contrário à criação de tal instrumento. Crime é crime, não importa o motivo ou desculpa utilizado. 
Prender um cidadão sem acusá-lo é crimeTorturar ou  matar um suspeito, por mais culpado que seja, é crimeInvadir casas, violar direitos civis em geral.. é crimeJogar uma bomba em uma banca de jornal e crimeExplodir uma outra bomba mal feita no próprio colo é crime.
Mas sequestrar um diplomata estrangeiro é... crime, não? E criar uma guerrilha também é crime. Atirar em postos militares, matar soldados, jogar uma bomba em uma guarita... tudo isso é crimeEu sou um completo teimoso quanto a isso: quem fez, tem que pagar pelo que fez. Fim

E nesse clima, teríamos um início de anos 80 completamente caótico, com milhares de pessoas presas por todos os crimes acima citados, e tantos mais. Teríamos tido uma transição para democracia muito mais turbulenta, talvez até violenta. Mas esse sim era o caminho para resolver o problema: prender, processar, julgar e condenar corretamente quem saiu da linha nos anos anteriores, de ambos os lados.
Bem... pelo que leio, eu seria minoria na época. Parece-me que houve amplo apoio ao método do "deixa disso" adotado pelas instituições nacionais. É típico de um povo que não luta por seus direitos na escala micro: por que lutaria em escala macro? É burrice aguda, mas é coerente o outras burrices agudas conhecidas.
Isso gerou uma grande quantidade de esquecidos e desamparados pela Ditadura. Pessoas que foram torturadas, agredidas, aleijadas, roubadas em suas posses, presas por motivos injustificáveis e injustificados, parentes de mortos que sequer puderam enterrar seus entes queridos... Todos eles ficaram a ver navios com a promulgação da Lei da Anistia. Em nível nacional, tivemos uma transição pacífica e tranquila para a democracia. Em nível individual, milhares de injustiçados ardiam de ódio pelo que foi feito com eles. E com razão.
O tempo passou e, obviamente, a ferida não fechou. Como poderia? As queixas continuaram a ecoar e aos poucos foram sendo criados mecanismos para aplacá-las. Foram criados fundos indenizatórios para as vítimas do regime e variadas Comissões da Verdade. Boas medidas, nada disso vai ao cerne do problema: prender o torturador. Bem estabelecida está a leitura da Lei da Anistia. Tanto os torturadores quanto os terroristas (guerreiros da liberdade ? sei...) foram anistiados. Fim.

Fim ?
Agora querem alguns cutucarem esse vespeiro nada calmo. Fala-se em revisão ou revogação da lei. Mas observa-se que querem mexer apenas em parte do problema. Querem torturadores presos, mas não os guerrilheiros. 
Ah, muleque... Este país gosta mesmo de um casuísmo, não? Querem mudar, mas do jeito deles. Os amigos que passaram da conta, nossa presidente inclusa, ficariam protegidos. Realmente, é um nível completamente novo de sacanagem. Maquiavel ficaria corado.
Um dos problemas é que o Brasil é signatário de acordos internacionais de proíbem a prescrição ou anistia da tortura. Esses acordos são incompatíveis com a manutenção da Lei da Anistia.
Por outro lado, revogar a lei feri um dos princípios básicos do direito penal: o da irretroatividade da lei, exceto para beneficiar o acusado. A Lei da Anistia faz exatamente isso, e portanto, parece-me, irrevogável sem quebrar um dos alicerces do direito penal.
Ou seja, estamos em um beco sem saída. 

Estaríamos, se estivéssemos em outro país. Já anuncio aqui a solução que será adotada. Enquanto a presidente se diz contrária a mudar a Lei da Anistia, seus ministros falam abertamente nesse assunto. O nome disso é contradição controlada. Enquanto a presidente agrada os potenciais acusados, incluindo os colegas de partido, os ministros agradam os órgãos internacionais. 
Enquanto ficar nesse esquema, tudo está sob controle. Cedo ou tarde, a pressão externa pode subir. Se, e quando, isso acontecer, o governo (este, ou qualquer outro) imediatamente cria um projeto de lei e envia ao Congresso para análise. E daí o projeto vai dar voltas e voltas nas variadas comissões das duas casas. Leva uns 3 anos até alguém rejeitar de fato. Se isso acontecer e a pressão tiver diminuído, toca-se o barco. Se ainda estiver forte, faz-se nova versão e o jogo de cenas recomeça. 
Em algum momento, o projeto pode acidentalmente cair em plenário. Basta não ser votado e ele mofa por lá outro quinquênio fácil, fácil. Qualquer órgão externo que elevar o tom acima de certo nível pode ser taxado de ingerência e que estamos fazendo tudo pelas vias institucionais. 
E segue-se essa lenga-lenga por não menos que 20 anos. Daí, quando a esmagadora maioria dos acusados já tiver morrido, aprova-se algo altamente rebuscado e completamente inefetivo. Um senhor de 81 anos, soldado raso em 1971 vai ser preso por ter torturado alguém importante. Não tenho dúvidas de que ele realmente cometeu o delito. 
E assim, vamos fingindo que somos um país.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Sobrando dinheiro

É verdade, amigo leitor. Está sobrando dinheiro por aí. Mas provavelmente, não está com você, infelizmente. Explico.
No ano passado, minha querida namorada fez um projetinho para uns móveis novos em casa. Uma cômoda para o quarto e uma bela estante de livros no escritório. Ótimas ideias, sem dúvida. Então, este ano, pus as mãos a obra e fui pedir orçamentos. 
Pois é...
O primeiro, não tenho críticas. Talvez esteja caro, mas o orçamento foi feito na hora. Luck Móveis, na minha rua mesmo. Acho que gastei minha sorte nele, com o perdão do trocadilho multi-linguístico.
Depois, foi em uma empresa aqui no Shopping Taboão, daquelas que faz móveis planejados. Planejare. Deixei uma cópia do projeto e pedi o orçamento. A atendente pediu "uns dias" para enviar o orçamento. "Quantos", perguntei. "Duas semanas". Já começou errado, não amigo leitor? Se a empresa leva duas semanas para fazer um orçamento, quanto tempo leva para fazer o móvel? Um ano? Pois essa conversa aconteceu na primeira semana de janeiro. Até hoje não ligaram. 
Ao sair da loja, meu colega Marcos perguntou do que se tratava o assunto e eu expliquei. Ele disse que um amigo dele, chamado Daniel, estava abrindo uma empresa justamente nesse ramo. "Posso passar seu telefone para ele?" perguntou Marcos. "Claro, por que não?", respondi. "Não, porque eu não sou trouxa", deveria ter respondido. Foram 4 semanas sem nenhum contato. Marcos chegou a explicar que o camarada dele estava enfrentando uma doença séria, e que isso não é desculpa. Eu até dei um desconto: a soma de empresa nova com doença complica um pouco a operação. Mas um belo dia, recebi um recado de uma atendente da loja dele. Retornei, e o Daniel não estava: tinha saído para almoçar. Deixei novo recado, portanto, para iniciarmos a conversa. Não ligou mais. Isso foi em fevereiro.
No final do ano passado, comentei esse mesmo plano com uma amiga chamada Renata dos tempos de escola que encontrei dia desses. Comentei pois ela é arquiteta. Ela ficou de entrar em contato. Entrou mesmo. Ao detalharmos a conversa, surgiu um assunto paralelo: uma reforma da sala de casa. A reforma era com uma empresa que ela presta consultoria, e os móveis seriam com ela. O sujeito representante da empresa levou duas semanas para ligar. Foi tirou medidas e ficou de passar o orçamento. Eu só pedi para que checassem a questão do uso do FGTS em reformas, pois alguém me disse que tinha um jeito. Ele concordou. Passadas mais três semanas, o orçamento veio com valor absurdo (150% acima de outro orçamento para a mesma coisa), e sem menção ao FGTS. Respondi perguntando e me indicaram perguntar na Caixa. Era justamente o que eles deveriam fazer. Já a Renata, para tratar dos móveis, ainda não ligou. O tema começou em dezembro.
Mudando de tema sem sair do assunto, passei este final de semana prolongado no litoral. Andando pelo calçadão, achei uma série de sorveterias e imobiliárias fechadas. Os quiosques fecham cedo, por volta das 17h. Se eles caras não abrem no feriado prolongado, vão abrir quando?
Na verdade, nenhum dos casos citados aqui realmente precisa trabalhar: está sobrando dinheiro afinal de contas.
Não? Não para você, amigo leitor? 
Nem para mim. Lista Negra para todos.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Uma Família Hipotética

Amigo leitor, vou lhe contar aqui a história de uma família hipotética. Ela é composta pelo chefe da família, que chamaremos de pai, sua esposa e dona de casa, que chamaremos de mãe, e três filhos, que chamaremos de mais velho, do meio e mais novo

Trata-se de uma família relativamente comum, com as alegrias e percalços que qualquer família real convive com. A mãe não trabalha, mas não queremos entrar em um debate sobre feminismo aqui: foi apenas o que se optou por fazer. Acalme-se, leitor: fará sentido.
Um belo dia, uma crise se estabeleceu na família. O pai perdeu o emprego. Puxa, que coisa triste! E com o passar do tempo, o pai não estava conseguindo encontrar uma nova colocação. 
Felizmente, a família não passou necessidade de imediato. A dispensa estava relativamente cheia. Não que isso fosse um grande mérito do pai, apenas aconteceu. Porém, quando ele perdeu o emprego, parou de repor a comida e a quantidade foi diminuindo com o passar do tempo.
A mãe é quem cuida da dispensa. Talvez seja dela o mérito de haver alguma comida estocada. Não dá para dizer isso também. Mas é ela quem tira a comida de lá para fazer as refeições.
As semanas foram passando e o pai não tem conseguido novo emprego. E com isso, o estoque da dispensa começou a diminuir. O filho mais velho notou isso comentou um dia desses:
- Pai, vamos ter comida por bastante tempo?
- Claro filho, não vai faltar
- Mãe, o que você acha disso?
- Filho, eu só faço as refeições como seu pai manda
- Mas mãe...
- Filho, se seu pai disse que vai ter comida, então vai ter. Confie nele.
Mas o filho mais velho não se conformou com isso. Resolveu ficar de olho na dispensa. E ele concluiu que, de fato, a quantidade estava diminuindo. Não era nem uma conclusão tão óbvia assim. Preocupado, chamou os pais para conversar novamente. 
- Pai, desse jeito eu acho que a comida vai acabar.
- Não vai filho. Logo eu arrumo outro emprego e as coisas vão melhorar.
- Pai, eu sei que você quer outro emprego. Mas nem tudo depende de você.
- Pode confiar, filho. Vai ter comida.
Ah... mas nenhum assunto de família fica restrito à casa. Logo as famílias estendidas começaram a opinar. A família dele, naturalmente, o defendia. "O mercado está difícil", diziam, "não é culpa dele". A família dela, por outro lado, era só espinhos. A sogra só olhava feio a distância, mas os outros parentes começaram a opinar sobre tudo. "Claro que vai faltar comida. Ele é um irresponsável, não arruma emprego porque é um bêbado incompetente".
Mas nenhuma das duas famílias fazia nada para ajudar, apenas falavam e falavam. Na família dele, teve até um sujeito preso com um helicóptero carro cheio de drogas. Na família dela, a sogra foi viajar e torrou uma fortuna em Pasadena Miami... 
E a comida foi diminuindo. 
Um dia, o mais velho resolveu tomar uma atitude. 
- Chega disso, pai e mãe. Precisamos economizar ou vai faltar comida mesmo. Mãe, você deveria fazer apenas o jantar, assim a comida dura mais tempo.
- Filho, isso é decisão do seu pai.
- Como assim, mãe ! É você quem faz a comida e sabe quanto tem na dispensa.
- Fale com seu pai.
- Pai ?
- Não precisamos disso, filho. Pode confiar que vai ter comida
- Mas pai...
Então o pai chama a família toda e define uma nova medida:
- Filhos, esposa: garanto a vocês que não vai faltar comida. Mas a partir de hoje, eu peço para todos comerem um pouco menos em cada refeição
Os filhos do meio e mais novo nada disseram. O mais velho achou a medida insuficiente.
- Discordo, pai. Acho que devíamos fazer apenas uma refeição por dia
- Não será preciso filho. Não vai faltar comida
E então, algo estranho aconteceu. A mãe continuou a fazer a mesma quantidade de comida que fazia antes, apenas acreditando que todos iam comer menos e sobrar um pouco por refeição. O pai, a mãe e os filhos mais velho e do meio passaram a comer menos. O mais novo, típico filho mimado, não alterou seus hábitos: continuava a comer como sempre.
O mais velho ainda estava preocupado: 
- Gente vai faltar comida! E olha ele (apontando para o mais novo): continua comendo aos montes! Assim vai acabar. E você não faz nada, pai !
- Não vai faltar comida, filho. Logo eu arrumo outro emprego e tudo vai acabar bem.

Mas não é estranho isso, amigo leitor?
Se a comida está acabando, não deveriam todos comer menos, independente de ter uma ou duas refeições por dia?
Se o pai mandar fazer apenas uma refeição, obviamente todos comerão menos. Sim, isso resolve o problema. Mas por que todos ficam sempre esperando que o pai resolva o problema?

E o que você acha, amigo leitor: vai faltar comida ?
A culpa é do pai, é de todos ou do mais novo, que não aceita comer menos?

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Primeiro Classificado

Kevin Harvick venceu em Darlington. Por ser a segunda vitória, ele está matematicamente classificado para o Chase, sendo o primeiro a realizar o feito...
Numas.
Durante a transmissão, ouvi os comentaristas comentarem que o primeiro colocado em pontos se classifica também, independente de ter vitórias (interessante notar como ver a transmissão em inglês ajudou, e muito, minha compreensão do idioma de Shakespeare...). Daí fui pesquisar, o que não se mostrou uma tarefa trivial. No site oficial da Nascar, não achei o regulamento. Pode até ter, mas está escondido.
Corri para a Wikipedia, onde encontrei o link aqui (inglês).
Pois bem. Segundo o texto a primeira vaga seria do primeiro colocado em pontos, independente de ter vitórias. A seguir, são 15 vagas para os principais vencedores de corridas, desde que estejam entre os 30 primeiros na classificação geral e tenham tentado se qualificar para todas as provas. 
Que fique claro, Harvick não pode, portanto, tirar férias e voltar em setembro. Boa regra, sem dúvida. Mesmo Kurt Busch, com sua vitória, está em 26o na classificação e, embora tenha 46 pontos de vantagem sobre o 31o, é melhor não dormir muito mais. 
Pergunto, então, o que aconteceria se um piloto sofrer um acidente e perder duas ou quatro provas recuperando-se. Há exceções à regra de tentar qualificação nas 26 provas? E se um piloto for suspenso?
Aqui, classifico como mancada da Nascar não ter isso tudo disponível no site oficial. 
A Páscoa é uma semana triste: não há corridas. Lamentável.

sábado, 12 de abril de 2014

Estado x Indivíduo

Aí temos um assunto que dá pano para manga. Até onde vai, ou deveria ir, a capacidade do Estado interferir na vida do indivíduo?
Ouve-se respostas extremadas, de parte a parte. Os liberais querem uma fronteira distante, onde podem fazer o que bem querem consigo mesmos. O corpo seria um templo sagrado do indivíduo. Os conservadores querem uma interferência rígida, forte presença e regulamentação. Ambos tem argumentos válidos. Pois vejamos.
Do lado liberal, temos que respeitar gostos e decisões das pessoas. Leis e regulamentos muito rígidos, além de causar aborrecimentos totalmente inefetivos, rasgam até mesmo o desenvolvimento individual. Perdem-se talentos, perde-se felicidade. De fato.
Do lado conservador, precisamos lembrar que nem todos tem a maturidade que gostaríamos que existisse. De fato, há muitas crianças de 40 anos pelo mundo. O melhor exemplo recente é precisamos dobrar o valor das multas para quem for pego dirigindo alcoolizado. Essas pessoas precisam ser protegidas delas mesmas, assim com a sociedade precisa ser protegida. De fato, também.
Daí temos o Estado, que na visão utilitarista que me agrada é um conjunto de instituições que tem por objetivo maximizar a felicidade do coletivo. Por felicidade, temos um sem número de itens a serem contemplados, muitos dos quais contraditórios. E aí começam as rusgas e, por conseguinte, as incoerências. 
Aos liberais, pergunto se eles querem um mundo onde nenhuma pessoa precisa de habilitação para dirigir um carro ou portar uma arma. Duvido que respondam sim. Claro que na utopia com 7 bilhões de adultos responsáveis poderíamos atingir esse ponto, mas ninguém acha que estamos sequer perto disso, acha ?
Aos conservadores, pergunto se eles querem um alarme que toque em suas geladeiras sempre que passarem da segunda cerveja. Não me parece que seja por aí, certo?

Com o passar dos anos, está claro que o caminho é liberal, com limites. Depois de uma Antiguidade onde quase tudo era permitido, a Igreja estabeleceu na Idade Média critérios onde até o que a pessoa pensava era controlado. Impuseram isso a força. Milhões morreram até por pensar errado. 
Com a chagada do Iluminismo, a fé entrou em irreversível decadência. De lá para cá, aos poucos, vamos avançando no sentido de deixar o indivíduo fazer o que bem quer. Ninguém mais vai para a fogueira por ser ateu nos países ocidentais (bem... não se pode falar disso ainda no Oriente Médio). Não é mais crime ser homossexual em diversos, quase todos, países. Mulheres votam e trabalham na maior parte do mundo. Olhando da perspectiva de apenas um século, tivemos avanços sim. E relevantes. 
Mas ainda não chegamos a um ponto de equilíbrio. O aborto ainda é proibido em muitos países, e sempre por causa de motivos religiosos torpes (acho que motivo religioso torpe é pleonasmo, mas enfim...). Embora o arsenal legal seja muito mais favorável às mulheres hoje em dia, ainda falta implementar muita coisa na prática. O mesmo para homossexuais, com menor proteção jurídica. 

Meu ponto central, e demorei para chegar a ele, é até onde queremos que o Estado chegue. Recentemente, tivemos o caso de Adelir Carmem Lemos de Goes, obrigada a fazer uma cesária para o nascimento do filho. Segue link
Fui questionado sobre o que penso, e penso que não penso. Consigo imaginar uma série de razões para que a cesárea fosse necessária. Consigo imaginar que ela tenha cismado em não fazer sem justificativa aceitável. Consigo imaginar uma junta médica que, genuinamente preocupada com a saúde da paciente, tenha usado do Estado para obrigá-la a realizar o procedimento. Também consigo imaginar uma equipe médica tomando decisões com base em critérios errados e desatualizados. E consigo imaginar um promotor e um juiz apoiarem essa medida por ser induzidos erroneamente a uma decisão dessas.
Se foi certa a decisão, não sei. Não tenho conhecimento para opinar. Pode ser que a mãe estivesse errada ao não querer fazer a cesárea. Pode ser que a equipe médica estivesse errada ao forçá-la a fazer. É técnico demais para meu conhecimento. 

Mas antes de opinar sobre essa decisão judicial, o que precisamos mesmo é opinar sobre o alcance do Estado. Isso está uma baderna, e aqui não se trata de privilégio brazuca, é mundial. O mesmo estado que proíbe as drogas psicoativas, permite o consumo de álcool e tabaco. Não faz sentido nenhum. O mesmo estado que regulamenta a capacidade do indivíduo de dirigir ou portar armas de fogo, não cuida dos usuários de internet e donos de animais de estimação. Se os quatro podem causar graves danos ao próprio indivíduos e aos seus pares, por que apenas dois são regulamentados?
Se o Estado usa seu poder para retirar um medicamento perigoso de circulação (talidomida, por exemplo), por que permite que curandeiros vendam chás para tudo? E ainda tolera a prática da Homeopatia como algo sério (segue o mais recente estudo mostrando que não se trata da nada além de enganação).
Por que o Estado pode entrar na minha casa e permitir que eu me case com uma mulher ou com um homem (hoje já se pode, certo?), mas não com dois ou com dois de cada? Afinal, isso é um assunto de foro íntimo, não prejudica ninguém fora da relação.
Por que a maioridade é definida por uma idade fixa, mas que varia de país para país?
Por que certas profissões são rigidamente regulamentadas (médico, advogado) e outras não (líder religioso, atleta)?
Por que um feto é uma vida para o ponto de vista de se proibir o aborto, mas não é na hora de receber uma herança ou um seguro?
O que realmente precisamos, e o caso Adelir evidencia isso mais uma vez, é definir que sociedade queremos, e como alterar nossos parâmetros quando eles mudarem daqui a 20 anos. Porque mudarão, isso eu garanto.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O Segundo Sábado de cada Mês

Amigo leitor, se tem uma coisa que não me falta hoje, é oportunidade de jogar RPG. Fiz amigos dos melhores possíveis nesses anos que trabalhei e vivi o RPG. Tenho a melhor namorada do mundo, que além de jogar, fica cobrando jogos. Não fica melhor do que isso...
Mas nem sempre foi assim. Em um passado distante, eu jogava apenas uma campanha. E por motivos que realmente escapam à minha compreensão, a fase de jogar semanalmente (quando não duas vezes no mesma semana) começou a definhar. Ok, estava exagerado (mentira, não estava exagerado porra nenhuma), então aos poucos a frequência caiu para algo como uma vez ao mês. 
Quando começaram a acontecer os meses sem jogo, achei por bem tomar uma atitude. Fui checar o que estava acontecendo para tantas desmarcações. Eram vários erros, e alguns eu não pude lidar com. O principal era a regra interna de que só haveria jogo com a presença de todos. Isso significa que bastava um furo para detonar a data. 
Ciente disso, uma das moças, então namorada de um jogador, sabotava a campanha. Justiça seja feita, digo hoje que a culpa era totalmente dele. Ela apenas pedia a presença do cara exatamente no dia e horário do jogo. Ele era quem concordava em vez de contornar a situação.
Ainda assim, ela não era a única fonte de problemas, apenas a principal. Na realidade, não havia coordenação entre os compromisso. Foi quando eu tive a ideia de intitula este post
Chamei a todos e sugeri pessoalmente (esta história é tão antiga que antecede o email...) e sugeri que cada um de nós reservasse o segundo sábado de cada mês para o RPG. Peguei um calendário e mostrei a todos que nenhum feriado caía neles, o que não impediria viagens em finais de semana prolongados. O fenômeno nem é raro: observe o calendário de 2014 e você notará que o critério se aplicaria novamente (pode olhar, eu espero). 
No momento, houve urros de alegria. Fui tratado como gênio, por achar uma solução tão simples elegante para o problema. A partir de então, jogaríamos sempre no segundo sábado de cada mês como data fixa, e alguma outra data caso uma alinhamento zodiacal permitisse. 

Pois é.
Seis meses depois, havíamos jogado apenas 2 partidas. DUAS. Minha proposta de "jogar todo segundo sábado de cada mês, mais datas eventuais" de alguma forma foi distorcida para "jogar apenas no segundo sábado de cada mês, talvez". As quatro desmarcações foram: uma por motivo de doença de um jogador, um por motivo de viagem de um jogador e duas por compromissos de um jogador com a namorada (aquele), o mesmo jogador que viajou (com ela) em um sábado chuvoso e sem graça (perfeito para ficar em casa jogando RPG, portanto). 

Olhando para o ocorrido, foi uma grande lição de vida. A primeira coisa que aprendi é que antes de solucionar um problema, é preciso alinhar as intenções das pessoas envolvidas. É preciso ter certeza de que todos querem resolver o problema. No caso daquele jogador, ele queria o problema, pois era importante para ele em outro front
A segunda coisa que aprendi, é a deixar claro cada uma das propostas. Lembro de uma cena de negociação na série Deadwood na qual, feito o acordo, cada parte é obrigada a falar em voz alta os termos do acordo. Não tem mimimi desse jeito.
A terceira coisa que aprendi foi a como não lidar com pessoas que distorcem palavras. Por vezes, eu disse "poxa, mas não estava combinado?" e a resposta era algo como "puxa, mas é que...[desculpa esfarrapada]". Pessoas que distorcem palavras vão dar um jeito de escapar do que prometeram. É inerente a elas. Trago isso para minha vida profissional até hoje. Com esses casos, não adianta lembrar que a pessoa prometeu, é perda de tempo. É preciso se livrar da dependência dela. Naquele caso, eu deveria ter insistido em marcar os encontros sem o citado jogador-namorador-viajante. Se na hora ele não aparecesse, havia uma chance de quebra do paradigma de não se jogar sem uma ausência, ou ao menos ele carregaria a culpa do fracasso a posteriori.
A quarta coisa, que cronologicamente foi a primeira, era que eu precisava de novos e melhores amigos. Exatamente dos que tenho hoje.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

7 em 7

Com dolorido atraso de 3 dias, vi ontem a sétima prova da Nascar deste ano. Conforme comentei antes aqui, a temporada vai apresentando alternância de vencedores, justamente por ser o primeiro critério de classificação para o Chase. Venceu Joey Logano, com autoridade, apesar da gracinha feita por Jeff Gordon no último pitstop que quase lhe valeu a ida para o Victory Lane.
Logano é, portanto, o sétimo vencedor diferente do ano. Conforme prometido, procurei a informação de recorde de vencedores diferentes nas primeiras provas, e nem é uma marca tão antiga assim: 2003. Mas foram 9. É muito.
Mas não é imbatível. Logano estava no grupo do "não seria surpresa vencer", como não foi no Texas. Ainda restam, portanto, os 5 grandes favoritos a vitórias para dar seguimento à marca de vencedores diferentes. Pessoalmente, torço para que continue esticando, pois é divertido de ver.
Quanto ao Chase, é bom que os pilotos da Stweart-Haas comecem a reagir. Suas vitórias até podem vir a garantir suas presenças na fase final do campeonato, mas chance de atingirmos 17 vencedores nas 26 primeiras corridas, inicialmente tratadas como "quase impossíveis" e alteradas para "muito difíceis" já estão em algum ponto entre "improvável" e "possível". Como Kurt Busch e Kevin Harvick tem acumulado resultados ruins, estão em 25o e 26o em pontos. Caso tenhamos 16 vencedores, a situação deles ficaria dramática. A esta altura, inspira cuidados. Harvick, por exemplo, já tem 4 resultados atrás do 35o lugar. Muito ruim para apenas 7 provas. Precisa reagir, e logo.
Em situação oposta estão Jeff Gordon, Matt Kenseth e Jimmy Johnson. Muito bem estabelecidos em pontos (1o, 2o e 7o), precisam vencer logo para evitar o pânico nas provas finais da fase de classificação. 
No entanto, o senso de urgência une esses 5 pilotos. E nada diverte mais no automobilismo do que muita gente com senso de urgência.
Por último, que fazer uma pequena adição à lista de pilotos que não seria surpresa se vencerem uma corrida este ano: Kyle Larson. Bom menino, ele. Já tem o respeito dos adversários mais velhos e tem corrido com autoridade, sem jogar sujo. Os 20 pontos que tem a mais que seu companheiro de equipe não representam o que ele tem feito na pista. Olho nele.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Jogo do Kevin Bacon

O Jogo do Kevin Bacon é uma brincadeira para fãs de cinema. Embora o Google ou o IMDB possam ser úteis ou considerados doping eletrônico (de acordo com o grau de pureza e fanatismo do fã), nenhum dos dois é útil sem um verdadeiro cinéfilo para operá-los.
As regras são simples consiste em um jogador desafiar o outro citando um ator ou diretor. O desafiado deve então proceder os seguintes passos:
1) Citar um filme no qual esse ator ou diretor participou.
2) Citar outro ator ou diretor do filme citado acima. 
3) Citar um outro filme no qual esse ator ou diretor tenha participado (salto).
4) Repetir os passos 2 e 3 até que se chegue em Kevin Bacon.
O desafio consiste em fazer isso no menor número de saltos possível.

Usemos como exemplo Sean Connery:
1) Sean Connery fez A Rocha (1986)
2) A Rocha tem a participação de Ed Harris
3) Ed Harris fez Apollo 13 (1 salto)
4) Kevin Bacon fez Apollo 13 (fim !)
Assim chegamos a Kevin Bacon com apenas um salto.

O divertido desse jogo é que você pode fazer isso com qualquer ator alvo. Até hoje não sei porque essa brincadeira começou com Kevin Bacon. Mas acho divertido vez por outra.
Até hoje, pelo menos. Porque hoje essa brincadeira se tornou útil.
Fui desafiado a saber o nome de uma personagem de O Nome da Rosa. Tarefa trivial acessando o IMDB. Porém, surgiu um problema. Por razões técnicas que não quero debater aqui, eu não tinha como entrar no site e usar a caixa de busca. Só podia navegar via links. E um filme de 1986 não iria aparecer como prioridade em um site que, embora seja um grande e maravilhoso repositório de informações antigas, usa fatos recentes em sua capa. 
O jeito foi jogar o jogo do Sean Conery, adaptado do jogo do Kevin Bacon, com uma barreira a mais: usar apenas o que estivesse a vista, na capa. Afinal, eu tinha como abrir as biografia de cada ator. E com isso dar saltos por filmes até chegar em O Nome da Rosa. 
O resultado foi:
1) Noé estava na capa do site, como uma das 5 maiores bilheterias do final de semana.
2) Russel Crowe está em Noé.
3) Russel Crowe fez Uma Mente Brilhante.
4) Ed Harris está em Uma Mente Brilhante
5) Ed Harris fez A Rocha.
6) Sean Connery está em A Rocha.
7) Sean Connery fez O Nome da Rosa.

Tudo isso para descobrir que a tal garota não tem nome.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Pesquisa Eleitoral

Chamou minha atenção a queda de 6 pontos de Dilma nas intenções de voto (reaça !), em pesquisa realizada pelo Datafolha (coxinha !). Não é pouco, não tem margem de erro como explicação. É queda real. Boa notícia portanto.
A notícia é boa, menos pela queda em si, mas mais por finalmente aparecer o tal descontentamento das ruas nas intenções de voto. Ouve-se as pessoas falarem mal do governo em todas as áreas, vemos as manifestações que tiveram pico em junho passado e nunca mais cessaram, mas o que não havíamos visto era uma queda consistente nas intenções de voto. Eu já estava começando a suspeitar de manipulação (conspirador capitalista !) das pesquisas para segurar no alto as intenções... Ao menos, vejo um pingo de coerência agora.
Mas o que mais me chamou a atenção foi a falta de uma subida correspondente da oposição. Aécio e Campos não capturaram esses 6 pontos. Olhando a migração dos 6 pontos, eles ficaram assim distribuídos: Campos capturou 1, os pequenos ficaram com 1 (houve ainda 1 ponto de migração interna entre eles), em branco recebeu 1, nenhum recebeu 2 e ainda um sexto ponto ficou no arredondamento dos valores. A oposição não consegue convencer o eleitor, pelo menos até agora. 
Olhando os cenários alternativos, Marina subiu em todos que apareceu. Pergunto como, pois não tenho notícias dela ter feito ação alguma nesse período. Pergunto, novamente, se não é uma correção de manipulações anteriores, sendo a realidade mais forte que os números inventados. Já vi acontecer, é possível.
Deixo o pior para o final. Nas simulações em que Lula aparece, ele vence no primeiro turno. Em resumo: meu otimismo inicial foi pro quiabo. Sim, esse povo continua burro.

sábado, 5 de abril de 2014

Prevenções x Direitos

Ferveu o assunto Prevenção x Direitos no Face esses dias. Apresento aqui meu ponto de vista, o mesmo que está lá, em uma forma diferente, já resumindo a argumentação.
Em suma, prevenir é melhor do que remediar. É isso que a sua mãe e a sua avó te disseram, não? Vamos a alguns casos práticos:
- Evite assaltos: pague a tarifa do DOC em vez de andar com dinheiro vivo. 
- Se precisar mesmo sacar dinheiro, seja discreto. Não saia balançando as notas no meio da rua, para não atrair ladrões.
- Evite brigas: não use uma camisa de futebol do time A no meio da torcida do time B.
- Evite furtos: tranque seu carro e sua casa.
- Evite ainda mais os furtos: ponha um alarme no carro e um bom muro na casa.
Bem.
Mas poxa vida... se a casa é minha, por que eu preciso trancá-la para ninguém entrar? Não faz sentido! A rigor, não faz mesmo. 
Mas qual o problema de trancar? Vai cair seus dedos de passar uma chave na porta? Não vai. Previna-se. É uma pena que seja necessário, mas é. Por analogia, o mesmo se aplica à chave do carro, ao alarme, ao muro, à camisa do time e ao dinheiro no banco. Nenhuma dessas medidas preventivas é 100% eficaz, nunca prometeu ser. Mas a lógica indica que vale a pena tentar minimizar esses riscos. 

Pois é.
Então sugeri uma medida preventiva similar: moças, usem roupas discretas para prevenir estupros.
Pronto. A histeria se estabeleceu. Imediatamente fui taxado de machista, de burro, de achar que todas deveriam usar burcas e por aí afora. Sério, aconteceu mesmo. Ah, sim, de reaça também.
O mais interessante é as pessoas têm vontade de misturar isso com a questão do direito de escolha. O direito de escolha nunca foi alvo da minha sugestão. Nunca. Ninguém é obrigado a ter alarme no carro, tranca na casa, muro, cerca... Apenas o bom senso sugere que você tenha. O mesmo para as roupas discretas.
Mas quando o assunto cutuca o feminismo, o bom senso vai de foguete para Marte, passagem só de ida. Elas (e alguns eles, não raro paus mandados de suas esposas), insistem em lutar por direitos que já conquistaram! Sabe aquele sujeito que bateu no inimigo dele e continua chutando o cara depois de caído? Igualzinho.
O direito das mulheres se vestirem como quiserem já foi conquistado e não foi por estas que estão brigando, mas por suas mães, e por vezes avós. Já foi. Venceram, com méritos. Parabéns. Justiça foi feita. Ótimo. 
Podemos passar para a década de 70 agora?
Estou falando de uma ideia, e não uma regra, para prevenir casos de estupros. Só isso. Ninguém tem que seguir. Se virar lei, inclusive, seria completamente patético. Mas elas acham que a simples ideia de prevenir pelas roupas é errada.
Claramente, não entendem como funciona a cabeça de um homem (e depois reclamam de nós...). O homem, sexo masculino, é um ser totalmente visual. O estímulo visual é que desperta a libido, seguindo para outros meios depois. Se o sujeito não vê, não tem a mesma vontade. É por isso, por exemplo, que pornografia vende para homens muito mais do que para mulheres. Claro como o dia.
Removendo o estímulo visual exagerado, talvez, talvez, o meliante safado pervertido sem vergonha crápula não tenha a ideia de molestar a moça. 
Entenderam ou eu preciso desenhar ?
Era só uma sugestão, não o motivo para uma guerra. Dá vontade de não ajudar mais.

Mau Presságio

Gosto de Astronomia, e tenho lido um tanto sobre o tema este ano. Para hoje, divirto-me sobre cometas e os tais maus presságios.
Maus presságios?
Pois sim. Talvez o leitor não saiba disso, mas na antiguidade, os cometas eram tidos como portadores de desgraças e tragédias. Anunciavam guerras, pestes, acidentes naturais e mortes.
Olhando para trás, é como a Numerologia. A Numerologia é a pseudo-ciência que consiste em torturar os números até que eles confessem o que quer que você queria. Farei algo similar agora, e vou procurar tragédias relacionadas às passagens do mais famoso dos cometas, o de Halley. Vejamos o que achei nos anos de algumas de suas passagens:

1531 - Terremoto em Lisboa, Francisco Pizarro inicia a conquista do Peru.
1759 - Terremoto na ilha de Faial (Açores).
1835 - primeiros bailes de carnaval no Brasil.
451 - Átila, dos Hunos, invade a Calcedônia.
1910 - Fundação do Corinthians.

Hum... Pensando bem...

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Surpreendente

Passadas 6 das primeiras 26 corridas da fase de classificação da Nascar, tivemos 6 vencedores diferentes. Não sei o quão raro é isso, ainda não verifiquei. Mas se chegar a 7 neste final de semana, prometo uma estatística completa na semana que vem.
Mas qual a relevância disso?
Mais do que o aparente equilíbrio, é o regulamento. A partir deste ano, a classificação para o Chase é feita primeiramente pelo número de vitórias na fase de classificação. Vitórias valem mais do que pontos. Caso não haja 16 vencedores diferentes, a pontuação entre os não vencedores completará as 16 vagas.
Inicialmente, a impressão que se tinha era que bastaria vencer uma corrida para garantir uma vaga no Chase. Até critiquei isso, pois poderíamos ter pilotos desinteressados durante boa parte do campeonato. Matematicamente isso não é certo desde o início do campeonato, mas como o histórico não mostra tantos vencedores diferentes (também não chequei esse dado), os comentaristas, pilotos e equipes apostaram nisso. Seria muito difícil termos 17 vencedores diferentes em 26 provas.
Pois agora faltam 11 em 20. Embora pouco, a conta mudou sim. Dale Jr. Carl Edwards, Kevin Harvick, Brad Keselowsky e os irmãos Busch já venceram. Esperam-se vitórias de Jeff Gordon, Jimmy Johnson, Tony Stewart, Danny Hamlin e Matt Kenseth. Não seriam surpresas vitórias de Greg Bifle, Clint Bowyer, Joey Logano e Ryan Newmann. Isso totalizaria 15 vencedores e a conta fica apertada. Considerando-se que temos duas corridas em superovais e outras duas em circuitos mistos, que podem trazer vencedores de fora desse grupo, a pontuação, para surpresa até da Nascar, torna-se crítica novamente. É claro que alguns pilotos garantirão suas vagas matematicamente com a segunda vitória. Mas a luta fica aberta para os demais. 
Confesso que não esperava por isso. 
O senso de urgência aumentou um pouco com a vitória de Kurt Busch no domingo passado. Kurt foi campeão em 2004, é um piloto combativo e determinado. Tem um bom equipamento na equipe Stewart-Haas. Mas é seu primeiro no time, e tem vindo de turbulências em sua carreira, por conta de algumas atitudes verbais. Não que se duvidasse dele, mas não era esperado que tivesse bons resultados tão rápido. Juntando-se a Dale Jr, outro excelente piloto, com baixo índice de vitórias, temos duas, digamos, surpresas entre os 6 vencedores até agora. Isso bagunçou o tabuleiro. 
Que continue assim !

terça-feira, 1 de abril de 2014

50 Anos

Alguns, talvez muitos, usem a data de 31 de março como a do golpe militar de 64. Prefiro primeiro de abril, não apenas pelo fato de ser o primeiro dia em que o golpe estava consumado, mas pela piada envolvida na data.
Golpe, ok ? Não revolução: golpe.
De começo, aviso, ou relembro, o leitor de que não gosto da democracia representativa. Não gosto mesmo. Os representantes não conseguem representar seus eleitores nem quando querem, e em geral não querem. O modelo de democracia direta, usado de certo modo na Suíça (por exemplo), os cidadãos votam eles mesmos na propostas através de constantes plebiscitos e referendos. Tem mais chance de funcionar, mas ainda assim acabará sendo uma ditadura da maioria. Apenas como exemplo, garanto que um plebiscito feito hoje no Brasil resultaria em aprovação da pena de morte e rejeição do casamento gay. Apenas para dar exemplos...
Mas voltando ao ponto, a democracia representativa entrou pelo cano em 64. Os militares foram chamados a tomar o poder e o fizeram com apoio de parte da sociedade. Esse comentário é óbvio na verdade: ninguém governa isolado. Tanto é que foi por isso que Jango caiu: por estar isolado.
Seguiu-se o roteiro usual dos golpes de estado. Estabeleceu-se um governo provisório que logo achou por bem se prolongar no poder. O poder corrompe... Em dado ponto, como em todos os casos, passou a abusar da força que tinha. Aí acontece um fenômeno que me escapa à compreensão. Uma coisa é a tomada do poder pela força em um país. Outra coisa é o uso da quebra de direitos civis individuais. Não consigo entender porque a primeira leva necessariamente à segunda, pois são eventos um tanto diferentes. Vemos, inclusive, a segunda acontecer sem a primeira. Um governo militar poderia simplesmente ignorar as manifestações que contra ele acontecessem ou, como vimos em junho passado, tomar medidas cosméticas para desmontar o movimento. Poderia deixar falarem por dias, e contar com a falta de persistência. Não precisaria reprimir com violência. Mas reprimiu. Reprime. Creio que reprimirá. Não entendo porque precisa abusar da força, mas reconheço que sempre o fez, aqui e em outros países.

A ditadura brasileira é uma ferida aberta que dói e incomoda de tempos em tempos, especialmente nessas efemérides. É assunto ainda por se resolver. Se a Lei da Anistia foi uma bomba nas esperanças de se fazer justiça, revogá-la seria um golpe duríssimo em alguns princípios jurídicos fundamentais. A esta altura, acho melhor engolir esse erro, e que fique claro aqui também que a considero um erro, em nome de evitar um erro ainda maior.
E no meio de um governo péssimo na área econômica, completamente tomado por corrupção e desmandos e patético desempenho em política externa, surgem alguns malucos que pedem a volta dos militares. Aqueles mesmos que, de tão desaparelhados, mandam seus soldados para casa almoçar. Risível: faz-se uma manifestação para pedir por um evento que acabaria com manifestações...
Por fim, dizer que tudo que aconteceu no período militar foi ruim é tão patético quanto pedir sua volta. O conceito de universalizar a educação surgiu nesse período no Brasil. A indústria pesada (essa mesma que o PT está desmontando) é a base de qualquer economia sólida e foi estabelecida nesse período. Houve forte crescimento econômico tanto a criminalidade quanto a corrupção foram combatidos. Obras importantes, necessárias ainda operacionais foram feitas no período. Grandes e fortes empresas foram criadas e tem peso importante em nossa economia até hoje. Não percamos isso de vista, nem de perspectiva.
E não percamos a noção das coisas: a arma e a caneta precisam ficar em mãos diferentes.