domingo, 30 de setembro de 2012

Viagem à Grà-Bretanha (16)

No dia 28, começamos por um museu romano chamado Corinum Museum. Mais um que passa toda história do país desde os romanos até hoje. Achei interessante o salto entre 440 e 750, depois que os romanos largaram o osso e antes dos normandos e saxões estarem de fato estabelecidos.Comprei dois livretos divertidos ali.
De lá, fomos a outro jardim, um tanto quanto sem graça pela baixa manutenção, chamado Rococo Gardens. Sentimo-nos lesados.
Seguimos para Gloucester visitar a catedral de mesmo nome. Antes, paramos para comprar uns lanches. O meu foi um bizarro sanduíche de pão integral, queijo brie, maçã verde e geléia de cramberries. Bom até, mas fiquei com a sensação de ter pulado o almoço e ido direto para a sobremesa. Ou de ter comido um sanduíche de frutas. Mas alimentou bem, admito.
A Gloucester Cathedral não bate nem York Minster muito menos a Dunham Cathedral. Mas o passeio vence com folga por um detalhe simples: pode-se pagar míseras duas libras para se subir no andar do meio da catedral e ter uma visão completamente diferente das coisas. A janela principal, a leste, é um espetáculo de detalhes e charadas. Lá está enterrado Edward II, aquele que foi chifrado pelo Mel Gibson. O tal do vitral principal foi pago pelo Edward III, filho do Mel Gibson, e tem o escudo real no meio.
Depois passemos pelo porto renovado de Gloucester, onde tudo está virando um lindo centro comercial. Comprei um agasalho e o colchonete que precisarei em alguns dias no Roby. Ainda tinha um espécie de shopping center de antiguidades, algumas a preços viáveis.
Daí veio uma treta que não fomos nós que causamos. Chegamos ao hotel e ele estava lotado. Nossa reserva não existia. A recepção do hotel estava ciente da confusão que ia chegar e já nos havia reservado um quarto em outro hotel, pelo mesmo preço e condições. Bem... eram condições teóricas. Não havíamos reservado no outro hotel por algum motivo, certo ?
Um deles estava perceptível no ar assim que descemos do carro. Era um incrível, inconfundível e inevitável cheiro de bosta. Não tem como dizer isso de outro jeito, gente. O ar fedia a bosta de vaca e carneiro. Não era o hotel, era o quarteirão todo, sem exagero na narrativa. Entramos e o hotel confirmou o acerto feito pelo outro.
O quarto era bem fraco, com o Leal em desespero para não ter reação alérgica com pó vitoriano. O cabide da porta do banheiro foi parcialmente arrancado pelo Leal, e eu terminei o serviço minutos depois. O chuveiro tinha água quente e sem pressão alguma. Péssimo.
Jantamos por lá, o que foi bom. Admito que a internet deles era muito boa, mas a mesa do quarto também era uma droga.
Por lá, conhecemos o Bobby, o dono canino do local. Bobby estava tristíssimo por ter perdido o pai. Não tinha vontade de nada, coitado. Brinquei com ele um pouco, tentando animá-lo. Durante o jantar, o Bobby ficava de mesa em mesa pedindo comida e atenção. Algumas pessoas podem achar isso errado, mas como eu gosto mais de cães do que de pessoas, entendo que o Bobby tinha prioridade sobre qualquer bípede, eu incluso.
Pela manhã um pequeno susto. O local serve café apenas às 8h30, o que atrapalharia nossos planos, mas a atendente nos havia prometido 8h. Ela chegou 8h02, e tudo ficou bem.
Na conta, uma surpresa. Ela se recusou a cobrar, dizendo que o outro hotel resolveria tudo. E como não pude checar internet até a noite de 30/09, não sei, ao escrever esse texto, que tipo de treta isso deu ou vai dar.

sábado, 29 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (15)

Escrevi este post em um hotel com internet limitada: Holiday Inn. Isso é bastante estranho: a internet é gratuita no salão, mas paga nos quartos. Não sei... talvez eu tenha uma compreensão estranha da tecnologia e por isso acho esse tipo de limitação completamente babaca. Já em Bath, posso publicar.

No dia 27 partimos de Oxford para Costwolds. Não se trata de uma cidade, mas de uma região do sudoeste da Inglaterra. Trata-se de uma sequencia absurda de cidadezinhas coladas uma nas outras. Colada é colada mesmo: você trocar duas vezes de cidade sem perceber. Cada uma não deve ter mais de 5mil habitantes. Todas bucólicas, pacíficas e tranquilas. Não tem nem como correr nas estradas: assim que você pega a estrada já tem uma rotatória ligando três ou mais estrada e é preciso reduzir. A distância entre duas rotatórias não passa de dois quilômetros.
A primeira coisa que fizemos foi Avebery Circle. É um enorme círculo de pedra, coisa de uns 500m de diâmetro (chute meu). São dezenas de pedras colocadas ali desde os tempos da Idade da Pedra, não se sabe exatamente quando, por quem ou porquê. E não são pedrinhas não, é coisa para cima de tonelada.  Bonito pacas.
Em seguida fomos a um local cerimonial da mesma época chamado West Kannet Long Barrel. Meio sem graça, ainda pior com um grupo de quatro hippies contemporâneos que infestaram o local com uma fumaça fedida enquanto agrediam quatro infelizes tambores (e dois visitantes) com um som ritmado, grave, constante, chato e sem nexo. De graça, tinha uma das moças em algum mundo paralelo desconectado da nossa realidade (e do bom senso). Em uma nota positiva, um grupo de, acho, caçadores procurando coordenadamente por algo que jamais saberei o que era.
Seguimos batendo roda (perna seria a pé, certo ?) até almoçarmos em... putz, nem sei em que cidade foi. Mas o hamburguer tava bom e o ovo escocês também.
Mais algumas milhas e chegamos quase que por acidade a Belas Krapp Long Barrow, outro sítio arqueológico da Idade da Pedra, novamente um cemitério antigo. A caminhada relativamente longa mantinha os malucos longe, e pudemos passear a vontade sem interferências.
Seguimos para Hailes Abbey, mais uma abadia em ruínas. Novamente da ordem que decidimos chamar de Irmãos Cirtecercos. Sem termos ido a Melrose não teria feito tanto sentido. Mas está em ótimo estado para algo esquecido pelo zelador há tantos séculos.
No final do dia, tivemos que fazer uma coisa feia. Entramos pela saída do Hidecot Gardens. O problema é que o lugar fechava às 18h com última entrada às 17h e chegamos lá 17h03. Tivemos que passar meio correndo, com destaque para um simpático porco que veio me dar um oi, topiários simples e de muito bom gosto e uma linda árvore central.
Mais 40 minutos de estrada nos levou ao Falkland Arms, uma taverna do século XV ainda operacional. Comi minha melhor refeição da viagem até agora, com uma incrível seleção de carnes e um chutney de cebola, maçã, passas e sabe-se lá mais o que estava divina. O Leal queria comprar um barril dela.
Dormimos nas imediações sem maiores incidentes.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Viagem a Grã-Bretanha (14)

Amigos, estou vivo e conectado. Quanto ao segundo, nada óbvio...
Tive sérios problemas de conexão em York. Realmente sérios. E bem quando estávamos tentando planejar os passos seguintes da viagem, o que envolve reservas online e horários de passeios. Já comento isso abaixo. Vou continuar postando de 2 em 2 dias até alcançar o presente.
Dia 24 foi o início da crise de conectividade. Mas isso foi a noite, em um dia um tanto triste. Pegamos estrada rumo ao sudeste, para a cidade de York. Muita chuva o tempo todo na estrada, mas era pista dupla e bem sinalizada. Outro aspecto importante é que os caminhões não são lentos aqui, andam na velocidade permitida. Então a coisa flui bem.
No caminho, fiz um desvio para o Templo Sagrado de Silverstone. Pode ser templo, pode ser sagrado, mas não tem nenhum acesso para visitantes. E descobri isso no... Vistor Center ! Saudades de Daytona... Depois não entendem porque eu estou trocando F1 por Nascar. Só queria tirar meia duzia de fotos. Estava disposto a pagar por isso. Mas não existe esse conceito no país que inventou o turismo. Vai entender...
Chegamos a Oxford onde, em contraste com New Castle Upon Tyne, foi atendido pela pessoa mais formal desta ilha. Tudo em ordem, deixamos as coisas no hotel e seguimos para o centro, onde fica a universidade. Eu ainda tava chocado com o furo anterior, mas a Oxford University é um bagulho sério. São mais de 40 prêmios nobel e 13 primeiros ministros formados aqui. Sem falar no C.S. Lewis e no Tolkien.
Fomos a um museu duplo: University Museum (de História Natural) e Pitt Rivers (de curiosidades). Excelentes os dois, embora o primeiro seja superior. Tinha um t-rex completo, absurda quantidade de fósseis e diagramas de Biologia e Geologia. Também tinha um monte de coisas tocáveis, com a pata do t-rex e uma pedra de 3.6 bilhões de anos.
À noite, no hotel, a conexão estava instável e isso gerou muita irritação neste que vos escreve.

(Entrada corrigida posteriormente)
Dia 25 visitamos o que eu considero a maior área urbana particular do mundo. O palácio de Blenheim (pronuncia-se "ble-num") deve valer, fácil, um bilhão de dólares. Sim, com "b".
Pra variar, as fotos internas eram proibidas. Mas a área externa era livre. O lugar tem alguns jardins, alguns lagos, e muita vegetação. Tem um gramado onde cabe um estádio de futebol sem atrapalhar a vista da sala. Há um obelisco situado a uma milha da entrada leste, mas ainda dentro da propriedade. Uma das partes é tão distante que você visita de trem. As piadas que fizemos foi sobre haver diferentes fusos horários ao longo do castelo e sobre a impossibilidade de visitar o autódromo, o shipyard e outro campo de golfe.
Talvez 2 bilhões...

O dia 26 foi de aprofundar Oxford. Fomos a pé até o centro (4 km) pois é impossível estacionar ali. Comecei o dia errando, indo a Christ Church College. Embora o guia e o site dissessem que abre às 9h, abriu apenas às 10h, e sem a catedral que era o mais bacana. Porcaria total.
O passeio seguinte foi a Tower of Saint Mary the Virgin, para uma vista do alto de cidade. Apesar das obras, fizerem o possível para atender turistas. De lá, fomos ao Sheldonian Theatre, um lindo anfiteatro em estilo romano com acústica memorável.
Seguimos par ao Ashmolean Museum, onde tem de tudo um pouco. Destaque para as coleções egípicas e gregas. Ainda por lá, almocei beef na ciabata com cebola caramelizada.
Enquanto o Leal continuou por lá, eu foi para o Magdalen College. Lindo cloister, bela capela e torre. O passeio externo furou pela chuva intensa. 
Voltei para praticar um esporte que adoro, mas estou enferrujado: livrarias. Comprei apenas um livro, mas que livo, gente: fotos astronômicas em tamanho quase A3. De cair o queixo.
Jantamos no Burger King (não deveria ser Burger Queen aqui ?), o que fez a chuva passar e voltamos para o hotel onde, de novo, não havia conexão. Fiquei realmente puto com eles.

Amanhã tem mais !

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Viagem a Grã-Bretanha (13)

Amigos, perdoem-me por 2 dias sem posts. Mas voltemos à carga.
Dia 22, sábado, foi dia de nos aprofundarmos em York. York é uma cidade antiga e economicamente fraca hoje. Mas tem uma história longa e já foi o centro principal da região ainda denominada Yorkshire.
Começamos pela York Minster, que é a catedral da cidade. Enorme, com uma riqueza de detalhes assombrosa. É tanta coisa que é fácil deixar passar aspectos lindos, que estão perdidos entre os fantásticos. Os arcos são absurdos de grandes e a torre, onde subimos, tem 60m de altura.
Na sequencia, fomos ao Yorkshire Museum, com coisas da região que datam do século VIII, fora as réplicas romanas. Imperdível.
De lá, seguimos por uma feira de produtos da região, onde comi um típico pão com pernil feito por ingleses. Bom, mas os brasileiros fazem melhor.
Fomos para o York Castle Museum, um museu de objetos cotidianos de várias épocas. Melhor que o esperado. Atravessamos a Shambles, conhecida como a rua mais visitada da Europa. Meia-boca, para ser honesto.
Ainda deu tempo de caminhar pela muralhas e entrar na Clifford's Tower.
Jantamos comida chinesa em buffet. Muito boa.

Dia 23 teve menos atividades e mesmo nível de qualidade. 
Começamos pelo National Railway Museum. Excepcional. Mais de 100 trens muito bem conservados e com explicações muito legais. Também tem uma enorme memorabilia de tudo que pode ser relacionado a trens. Almoçamos lanches por lá.
A tarde, fomos ao Howard Castle. O fato de ser um palácio, e não um castelo, em nada estragou o passeio. Acho que nunca tinha ido em uma casa de alguém tão rico. Deve valer, fácil, um bilhão de dólares. É sério. Quando os caras têm um campo de golfe dentro da propriedade, é porque o jogo é em outra liga. São lindos quartos construídos ao longo de um século. Muitas obras romanas originais, cerâmicas de todo o país, uma inenarrável biblioteca, 5 pianos e 1 cravo, e por aí vai. Absurdo mesmo.
Jantei uma pizza quatro queijos fraquiiiinha e deixamos o Roby na estação de trem e seguimos para Leeds, onde dormimos. Ainda deu tempo para uma cervejinha no hotel, e uma frustrada tentativa de conversar com a barwoman, que tava gamada no Leal.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Viagem a Grã-Bretanha (12)

Amigos, ficou corrido.
Vou resumir dois ótimos dias em uma só postagem.
Ontem fizemos dois passeios em Glasgow. Pegamos metrô, que é incrivelmente simples e pequeno: tem uma linha única circular, com 3 vagões em cada trem, onde cabe menos gente que um ônibus paulistano. O operador para o trem na estação e abre uma janela para ver e todos os passageiros entraram ou saíram em segurança. É sério. Definitivamente, as pessoas que reclamam tanto do metrô de São Paulo precisam viajar um pouco pelo mundo.
No primeiro passeio, fomos ao Glasgow Science Center, um museu de Ciência. Passeio médio, pois perdemos mais tempo do que valia a pena.
De lá fomos para o centro, onde esbarramos em uma filial da Forbidden Planet, a original. O Leal quase morreu vendo o acervo dos caras.
Daí fomos para a Glasgow Cathedral. Ela homenageia São Mungo. É sério. Mesmo. Depois as pessoas me perguntam por que eu fico tirando barato dos cristãos...
Ainda deu tempo de passear em volta do centro histórico antes de comer. Não lembro o nome do lugar, mas mandei ver um hamburguer local. Saboroso, mas tinha pouco queijo: bárbaros !

Hoje acordamos já de saída da cidade. Tomamos o sofrível café da manhã com bacon muito salgado e cereais estranhos. Busquei minhas roupas na lavanderia e estava tudo em ordem. A chuva não atrapalhou, pois era perto. Elegi o Leal como motorista do dia e fomos em frente.
A primeira parada foi o Bothwell Castle. É um castelo do século XIII bastante destruído. Mas tem uma história muito interessante e o atendente era um enorme barato. Ele contou uma parte da história do castelo assim:
- Estava tudo em paz quando aquela maldito do Edward the Longshanks resolveu nos atacar. Ele pegou o castelo para ele, mas o Mel Gibson o recuperou logo depois em 1296. Outra guarnição inglesa atacou de novo em 1297, mas o Mel Gibson nos ajudou de novo no mesmo ano.
De lá seguimos, sob chuva constante para a Melrose Abbey. É uma abadia do século XII que está em ruínas lindamente preservadas. Um espetáculo de atmosfera, história, conhecimento, cultura, arquitetura, engenharia e o que mais você quiser enumerar. Talvez tenha sido o melhor passeio até agora na viagem.
Com um pouco mais de estrada e chuva, passamos pela Kelso Abbey. Muito mais destruída que a anterior, restou pouco para se ver. Mas pudemos ter ideia da grandeza que ela um dia teve. Ah, sim, estava chovendo ali também.
Seguimos até New Castle Upon Tyne, onde nos hospedamos em um hotel com pub. Eu até queria ir no pub, mas abusamos no jantar (KFC) e faltou espaço na barriga. Errei.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (11)

Último café da manhã com peixe teve que ser salmão. É inacreditável eles tratarem salmão como nós tratamos a margarina... Para completar, descobrimos com outros hóspedes do hotel que nevou à noite nas montanhas próximas, e eu perdi essa dormindo. E eu tinha certeza de que tinha vindo pra cá no verão...
Fechamos e conta pé na estrada. Seguimos para perto de Inverness e desviamos para ver a totalidade do Loch Ness. E assim fizemos. 
Pela primeira vez tive alguma dificuldade com as viagens. No sentido físico, as estradas são todas horrendas mesmo. Mas pelo menos são vazias nas highlands. Aqui já começa a ter humanos e complica tudo. Estradas em obras, gente que não dá passagem, lerdos... Mas pelo menos são pessoas gentis.
O susto do dia foi o sumiço da minha bateria extra da câmera. Passeio o dia pensando onde comprar outra em Glasgow. 
Visitamos o Urquhart Castle, que é a melhor vista que existe do lago. É um castelo que foi destruído no século XVIII por dentro e agora está preservado pelo governo. Bom passeio. Finalmente almocei meu haggis (um tipo de bolo com gordura bovina e suína, sangue de porco e trigo: é um kibe gordo).
De volta à estrada, seguimos sem sustos até Glasgow. Foi um custo achar o hotel, pois é uma espécie de vila de frente para uma avenida. Mas achamos e tudo está em ordem.
Ao tirar as coisas do carro, achei minha bateria extra em local procurado várias vezes.
Saímos para jantar. O restaurante indicado não foi encontrado, então colamos num italiano onde comi um ensopado de coelho com batatas e, finalmente, uma cerveja. Foi a Tennent`s: leve e suave.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (10)

Hoje foi dia longo. Realmente longo, pois acordamos às 5h, pulamos o café da manhã e fomos de carro para John O`Goats. É o lugar mais ao norte da Grã-Bretanha. Havíamos reservado uma excursão que saía dali, o que ocorreu sem incidentes. O frio chegou conosco, então comprei um par de luva e um gorro.
O ferry foi para Orkney Island, ao norte. Portanto, saímos da Grã-Bretanha pela segunda vez. Viagem super tranquila, chegamos à ilha por volta de 9h50. Pegamos um busão, com o Stuart dirigindo. Ele foi motorista a guia, excelente por sinal.
Começamos vendo as Barreiras de Churchill. Trata-se de uma série de barreiras que Winston Churchill mandou fazer durante a Segunda Guerra para proteger Scapa Flow dos alemães. A própria Scapa Flow é uma linda corrente de água que liga diversos corpos de terra e é um show a parte.
Depois do almoço (fish and chips de qualidade), fomos a Skara Brae. São ruínas de 5mil anos atrás, em excelente grau de consevação. Isso me remeteu ao meu primeiro jogo de computador, The Bard's Tale III, cuja primeira parte se passava em uma cidade fictícia de mesmo nome. Ao lado, há uma casa vitoriana muito bem conservada, cujo nome me escapa neste momento.
Depois visitamos um círculo de pedra, também muito antigo. Paramos na cidade principal, Kirkwall, onde tem a catedral e um museu absurdamente legal. Lembando que Kirkwall tem 7mil habitantes, ok ?
Na volta, ainda passamos por uma igreja italiana feita pelos prisioneiros de guerra. Pegamos o ferry e voltamos para o hotel, com mais 2h30 de estrada achando que o dia tinha sido perfeito. Ainda teríamos uma surpresa ao chegarmos.
Já perto do hotel, a temperatura externa despencou e o fluxo de nuvens que vem do norte deu uma pausa. Com isso o céu abriu e pude ver um absurdo céu estrelado do hemisfério norte, com direito a estrela vega, constelações de Ursa Maior e Ursa Menor (onde está a estrela polar) e Via-Láctea. Priceless...

domingo, 16 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (9)

Amigos e partentes, é absolutamente uma perda de tempo tentar colocar em palavras o que é passar um dia dirigindo pelas Highlands. Cada morro, vale, montanha, lago, braço de mar, ilha, baía, canal, planície ou rio é simplesmente aburdamente lindo. Ponto.
Prometo fazer uma selação de fotos um dia e ir postando. Mas em resumo, façam isso cada um de vocês.
Por hoje é só. Amanhã, acordaremos muito cedo.

sábado, 15 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (8)

Vamos resumir por hoje, pois estamos curtos de tempo. Chegamos ao hotel às 21h40 e o cansaço está batendo no pescoço já...
Fizemos dois passeios princiais e dois secundários hoje. Seguimos de carro até o Eilean Donan Castle, onde foram filmadas algumas cenas do filme Highlander. Lindíssimo, super bem restaurado pelo Clã Macrae no século XX e um excelente passeio. Ele fica em uma ilha quase no meio de um lago.
Depois de encher o tanque de diesel, seguimos para a Ilha de Skye. Entramos pelo sudeste e a atravessamos até seu noroeste. Lá fica a cidade de Duvegan e seu castelo homônimo. Ele também foi usado no filme Highlander, e é o castelo real do Clã MacLeod real. Além de ser outro belo passeio, é incrível você a completa linhagem dos Macleods desde o Leod (Mac em gaélico significa "filho de"). Hoje estamos no 30o chefe, e o cara nasceu em 1973. E há uma enorme unidade dos descencentes do clã pelo mundo todo (Canadá, EUA, Nova Zelândia...). Doido isso.
Em vez de simplesmente voltarmos, demos a volta pelo norte da ilha passando pela Kiltrock. É uma rocha com forma de kilt, junto a uma cachoeira que desemboca direto no mar. Lindíssimo. Mas um frio enorme e uma chuva horizontal daquelas. 
Tentamos um outro ponto chamado Old Man, mas estava encoberto pelas núvens. Uma pena. E de lá voltamos.
Ainda deu tempo de, ao chegarmos, vemos um pingo de céu noturno. E eu ainda achei um satélite ou possivelmente a ISS passando pelo céu. 
Agora vou tomar meu chocolate quente feito na Bélgica e tomar meu rumo. Afinal, tenho outras 260 milhas para dirigir amanhã. Como nota final, fica um comentário que o Leal fez hoje e que define muito bem o que são as paisagens daqui: "A Escócia é o país no qual é sempre 5 da tarde."

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (7)

Hoje foi um dia fisicamente mais tranquilo e mentalmente destrutivo.
O café da manhã aqui foi de quebrar a banca. Tinha até salmão! ótima geléia de morando, achocolatado ainda melhor que o outro hotel. Só não teve o excelente pão, mas posso trocá-lo pelo salmão sem problema.
Depois veio o grande drama do dia: dirigir em país de língua inglesa. Ok, qualquer critério é critério. Tanto faz o lado. Isso qualquer um se acostuma. Todas essas frases valem até o primeiro caminhão. Édifudê, gente. Dá medo o tempo todo, todo o tempo. E olha que as estradas de hoje até que ajudaram, viu?
Fomos para o Fort George, perto de onde ocorreu a última batalha em solo britânico no século XVIII. Por causa dela, os ingleses construíram esse forte: para vigiar os escoceses. Depois reformaram para vigiar o mar. Fato é que o forte nunca entrou em combate real. Mas como ainda é usado até hoje, está bem conservado e a visita mostra bastante coisa de como era e como é um forte militar. 
Pegamos estrada e fomos até o Cawdon Castle. Embora achássemos que éramos os dois mais jovens visitantes do dia, achamos um casal potencialmente mais novo ao final da visita. Antes do passeio, fomos ao coffee shop almoçar, na medida em que sequer mochilas podiam entrar. Nada mau: sanduíche de presunto defumado com molho caseiro.
O passeio foi bastante agradável. Como o castelo esteve em uso por muitos anos, a gama de objetos em exposição é muito variada e divertida. A tapeçaria é bastante sortida, assim como o mobiliário e os quadros. Do lado de fora, o Leal se maravilhou com os cuidados britânicos do jardim. Havia plantas de todas as 16 cores oficialmente aceitas, em arranjos inconstantes e, no entanto, harmônicos. Ao final, uma trilha natural preservada, com árvores enormes.
Seguimos para o Brodie Castle na esperança de ainda pegá-lo aberto, mas era tarde demais para os padrões daqui: 16h. Tirei belas fotos externas, e pelo menos não paguei um centavo por isso.
Fomos comer em Inverness, onde tive um susto com a cultura local. Chegamos por volta de 17h e metade das lojas estava fechada. A outra metade fechou até as 18h. Isso incluiu o shopping center local e sua praça de alimentação. Não estou zoando, gente. 
Optamos por jantar no McDonald's para conhecer o quase sem graça cardápio local. No meu caso foi um sonso The M with Bacon.
Voltamos sem imprevistos para o hotel.



quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (6)

Hoje o dia é bem fácil de descrever, amigos.
Acordamos no horário de sempre e tomamos nosso último café no Granville Guest House. Já havíamos fechado a conta ontem e apenas pegamos o eterno ônibus da linha 10 até a Avis, buscar nosso possante. A aparente fila se dissipou em minutos e fomos muito bem atendidos. A única estranheza ficou por conta do aviso de que não poderemos pagar o aluguel com cartão de débito. Não tem sentido algum, na medida em que isso é grana viva, mas vai entender esses europeus...
Dirigir pela esquerda deve ser ruim, amedrontador, péssimo e estranho. Não sei. Perguntem ao Leal, pois eu não tive coragem ainda. 
Voltamos ao hotel, pegamos a mala e seguimos para Falkirk para visitar a Falkirk Wheel. É uma visita ultra mega nerd, pois trata-se de uma obra de engenharia mecânica: é uma roda que serve de elevador para barcos em um canal. Ela ergue até duas embarcações e baixa duas ao mesmo tempo. Genial. 
De lá, comemos um lanche e seguimos para Deeside, onde fica o Balmoral Castle. Após três horas de viagem decobrimos que o castelo só abre até julho. E tudo estava informado o no Lonely Planet. Burrice aguda nossa.
Mais 2 horas e chegamos a Inverness. Lá, visitamos um supermercado mais para hipermercado. Observa-se a enorme variedade de cereais e a falta de massas. Muitas cervejas e poucas balas e chicletes. Muitos pratos prontos e poucas frutas. Nenhuma surpresa, na verdade. A única cheteação foi a inexistência de geladeiras para bebidas. 
Com mais meia hora de estrada, chegamos a Contin, onde fica o Anchility Hotel. Fomos recebidos aos sorrisos, com excelentes explicações. O dono foi muito prestativo e divertido, perguntando se havia alguma mulher amarrada dentro das malas, pois ele detesta barulho. Sugeriu usar meias para mantê-las em silêncio. Se elas existesse, claro. 
Jantamos as bizarrices compradas: pão de semente de girassol e nozes, seleta de frios espanhóis (eu) e presunto defumado escocês (Leal), queijo cheddar (duh), sour cream, folhas verdes e leite achocolatado. 
Deixei para o final para comentar as paisagens da estrada. Vocês viram Highlander? Braveheart? Prestaram atenção às paisagens? Foram 5 horas disso. Cada montanha, cada árvore, cada vale, cada riacho, cada casa de pedra (em uso ou abandonada), cada grupo de ovelhas, cada ponte é um espetáculo. Isso, espero, jamais sairá da minha memória. A única coisa ruim é o aperto das estradas que são pavorosamente estreitas, de fazer eles terem inveja até da Raposo Tavares. Mas até ajuda a dirigir devagar para aproveitar mais.
A internet aqui é pública. Significa que não sei se e quando volto a usar. Mas registrarei tudo para postagem futura se for o caso. 
Até !

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (5)

Mais um dia a pé...
Embora tenha começado de ônibus, verdade seja dita. Acordamos um pouco mais tarde e fomos de busão (outro day ticket). Fizemos um passeio a dois museus numa tacada só. O National Museum of Scotland tinha uma exposição sobre Impressionistas com, claro, Van Gogh, por 10 libras. Depois fomos para a National Gallery of Scotland, que fica logo atrás e é gratuita. Nela, vimos parte do acervo, incluindo duas obras incríveis. Uma delas é The Spell, de Sir William Fettes Douglas, abaixo:


A riqueza de detalhes é absurda. O crânio do ritual, as inscrições mágicas, a vista da janela, a toalha da mesa... Um assombro. Outro quadro eu não tenho o nome hoje, está com o roncante Leal.
Ao sairmos, decidi me separar do Leal e do Roby. Eu queria fazer coisas que não estavam no radar deles. Marquei o exato local para pegar o busão da volta, dei skip no almoço e mandei ver. Subi pra Royal Mile e fui pro Whisky Heritage Experience. A primeira parte do passeio foi, honestamente, infantil. Depois visitamos uma sala que explica o básico sobre single malts e fizemos a degustação em uma sala onde fica a coleção com 3.400 garrafas. Incrível. Decobri que gosto de maltes de Speyside.
Saí de lá às 14h40, com novas compras, e desci a milha real inteira até o Parlamento Escocês, que foi bem bobo pois estava lotado. Fica a graça de ter um folheto escrito na estranha língua deles.
Às 15h30 eu estava em Holyhoodroad Palace, residência de verão da família real. Foi o melhor passeio do dia, com audio guide incluso nas 10,25 libras. O palácio está ativo, como descrito, então tudo está em perfeita ordem britânica, sempre, o tempo todo. A tapeçaria, os quadros, os móveis e até a prataria é de verdade. Brilhante !
De lá, eu saí perto de 16h45 e subi a milha real toda de volta. Cansa pacas isso, ainda mais com peso nas costas. Fiz uma parte alternativa do trajeto por uma rua paralela, o que me valeu um olhar assanhado de uma turista provavelmente sueca. O ponto do ônibus fica perto dos museus da manhã, mas isso me levou também ao Scott Monument, uma torre de quase 300 degraus onde se ve a cidade por cima. Tirei muitos fotos de lá. 
Desci e dei de cara o meu busão linha 10 passando, o que me deixou no hotel às 17h48. 
Ainda saímos para comer, no meu caso, almoçar e jantar: fish and chips, algo quase sem sabor mas ok. De volta ao hotel, planejamos o estágio 2 da viagem: Inverness e Highlands, começando pelo Balmoral Castle amanhã.
Ao final, meus pé pediram água e informaram que não aceitarão mais serem tratados assim. Valeu a amizade, pessoal. Vemo-nos se a internet em Inverness funcionar.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (4)

Amigos, o post é curto. Estamos pifados do passeio de hoje, que castigou com o clima altamente... volátil.
Ontem, terminamos o dia comendo queijos. É sempre uma aventura comer queijos com o Leal junto. Ele manja pacas e gosta de aventuras. Segue a análise:
- Crottin de Chavignol: ok, massa rígida e sabor amarguinho. Genérico do Blue de Blesse.
- Smoked Lancashire: bom, melhor do dia. Um parmesão metido a escocês, um tanto mais úmido.
- Dunsyre Blue: como o nome diz, é queijo azul da família do gorgonzola. Comível, até por ser pouco farelento, mas nada incrível.
- Mimolette: passou despercebido pela mesa. Um provolone meio não sei o quê. Bem médio...
- Criffel: inesquecível. Inesquecivelmente fedido. Nunca tinha visto algo assim. Ficamos com medo de ser presos por uso de armas químicas. O sabor era passável, se você pudesse comer sem respirar.
O quarto ficou fedido pelo resto da noite, mesmo depois de jogarmos as sobras fora no lixo externo da pousada vizinha. É sério.

Depois de dormir afogados nos travesseiros, acordamos cedo e tomamos o café usual. Andamos uns minutos até a linha 15, no qual pagamos a tarifa "day ticket" que permite usar todos os ônibus comuns dessa empresa o dia todo. Essa linha seguiu para o sul, onde visitamos a Rosslyn Chapel
Não dá para comentar tudo, mas é um excelente passeio. Nem tão cheio de coisas assim, nem tão bobo assim. Pequena, cheia de símbolos e vazia de certezas. Destaque para as colunas do Mestre e do Aprendiz, e para a parte dos Sete Pecados e Virtudes, onde há uma inversão na lista. Vale muito a pena as 9 libras.
De lá, voltamos com a mesma linha 15 até o centro e fomos de 31 para o Zoológico. Grande surpresa na chegada: eles têm um casal de pandas chineses. Mas custou 15 libras por pessoa. 
Depois de ver os pandas (a fêmea bem animada e o macho só provou que estava vivo ao mexer uma pata uma vez), almoçamos. Comi um peru empanado muito do bom, com o melhor brownie do mundo (um pedaço na verdade) de sobremesa. 
Seguimos pelo zoológico, que pareceu mal projetado, mal conservado e bem amigável. Muitas atrações fechadas ou até cobertas pelo mato. Temo pelo futuro deles. Boas lembranças dos tigres, tamanduá bandeira e hipopótamos que, acreditem, foi difícil de achar. Eu sei, eu sei: ninguém perde um hipopótamo, muito menos dois. Mas eles estavam escondidos. Ok, hipopótamos precisam de uma casa para se esconder, mas foi mais ou menos por aí mesmo. Pelo menos cheguei a menos de 50cm de um, o que nunca tinha feito. 
Voltamos de linha 31 para o centrão, onde jantamos muito bem no Friday's, embora fosse terça-feira (piada besta...). Comi um Jack Daniel's Burger, com sundae de oreo de sobremesa.

Amanhã é dia de arte. Até.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (3)

Finalmente vimos chuva. E não era sem tempo...
Mas vou dizer uma coisa sobre chuva britânica. Se isso é o que chamam de chuva, são um bando de novatos. Foi bem tranquilo, com alguns minutos de chuva mesmo. O resto é garoa que mal molha o cabelo.
O dia começou conosco descobrindo que não adianta acordar às 7h para tomar café 7h30: só depois das 8h. Mas podemos sobreviver a isso. Arrumamos tudo e picamos mula, de busão, pro centro histórico, na chamada Royal Mile. Trata-se de duas ruas em linha reta que contém um monte de atrações.
Depois de passarmos por uma estranha loja de quinquilharias que vendia todo tipo de cacareco com os nomes de todos os clãs escoceses, fomos ao que importa: Castelo de Edimburgo.
(neste momento, o Leal pediu para dizer que ele não disse "bunda", mas eu prometi cumprir)
O castelo é ainda mais interessante que o de Stirling. Bem maior e bem mais equipado, mas também bem mais visitado. São 26 locais, dos quais os mais marcantes foram as muralhas de defesa com canhões, prédios com histórico militar recente (e não tão recente assim) da Escócia, salão do rei, torres de guarda e um curioso cemitério de cães. Muitas fotos e um video do disparo diário do One-Hour-Gun, um canhão de 25 libras de pólvora que dispara todo dia a 13h para marcar a hora corretamente. Nem é tão legal assim, mas não ver é meio mané, manja ?
Saímos do castelo às 14h e fomos pro Whisky Heritage. Não sabia que eram 12,50 libras para ver a exposição, então passei. Mas fiz compras pra mim e lembranças para não um, não dois, mas três amigos leitores deste blog. Nada muito incrível, mas espero agradar. Aqui agradeço ao Leal que, quebrando seus paradigmas, pagou pelas minhas compras etílicas, pois eu estava sem cartão operacional.
A seguir, achei um cashier, como eles dizem aqui, e o mundo se tornou um lugar melhor e mais divertido. A cagada claramente foi da operadora do cartão: a senha velha ainda estava operacional. Saquei 400 dinheiros daqui e cerca de 35kg de preocupação foram embora num passe de mágica.
Almoçamos no Subway, com direito a um Dr. Pepper como refrigerante. Continuo gostando de cereja.
Depois fizemos um circuito na St Giles Church, bastante impressionante. Tem até um anjo tocando gaita escocesa, mas não dava para tirar essa foto em especial. Belos vitrais, belas colunas, ótimo acompanhamento da guia local, sem custo (apenas 2 libras para poder fotografar). 
A seguir, compramos nosso jantar: 4 queijos locais estranhos, pães e torradas. Esquemos o refri, porém.
Caminhamos mais, e achamos o templo dos nerds: Games Workshop. Tínhamos que entrar, tínhamos que fotografar. Foi mais forte do que nós... Lá tirei uma foto do catálogo de cores deles, sabendo que isso vai me custar uma Luciana me trollando por meses.
Seguimos andando, mas infelizmente estava tarde. Chegamos ao Palace Holyroodhouse e Parlamento Escocês já fechados para visitação. Fotos externas e, admito, vontade de voltar.
Agora estamos enfurnados no quarto descansando as pernas. Vamos comer, nerdar e dormir.

domingo, 9 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (2)

Olá, amigos.
Depois de cerca de 10 horas de sono, acordei com sono. É sério. Mas pelo menos não tenho qualquer problema com o (con)fuso horário. O café da manhã foi muito bom: pães, geléias, torradas, cereais, chocolate quente, 2 ovos fritos. Comi bem.
Havia dois planos, mas como havíamos acordado cedo, optamos pelo mais longo. Pegamos o ônibus 27 até a estação Haymarket de trem e de lá fomos para Stirling, visitar o castelo local, de trem. Uma confusão de estações nos fez acelerar o passo até a estação, e entramos no último instante na plataforma sem passar o bilhete recém comprado pela catraca, uma gentileza do guarda escocês que entendeu nossa situação sem pedirmos nada. 
A viagem de trem foi uma paz só, com direito a ver o elevador de barcos em Falkirk, onde voltaremos em alguns dias. Na saída, tem esse estranho hábito dos ingleses de se usar o mesmo bilhete para poder sair da estação. Depois descobri que a perda do tal bilhete gera uma multa de 20 libras e o pagamento da tarifa outra vez. 
Caminhamos por Stirling até a igreja Church of the Holy Rude, onde ficamos uns 20 minutos fotografando e vendo curiosidades. De lá seguimos para o castelo, o primeiro de minha vida. 
Pagamos 13 libras pela entrada, com direito a um susto. Meu cartão de débito recusou a senha que coloquei ontem em um caixa eletrônico (com direito a teclar duas vezes para confirmar a troca). Tô com medo de travar essa budega e, isso sim, vai dar em bosta. Amanhã voltei ao mesmo caixa e vou sacar libras em grana por via das dúvidas.
Almoçamos lá mesmo. Peguei um peito de peru com legumes, muito bom. 
Hoje descobri a diferença técnica entre um palácio e um castelo. O último é uma coleção de construções mutuamente protegidas, em geral com muralhas. Um palácio pode ser uma construção de um castelo. Se você leitor, já sabia, sorte sua.
O Castelo de Stirling tem diversas construções com elevado grau de reparos e modernizações. Busca-se manter o estilo, mas com materiais mais modernos. De todo modo, pudemos ver muitas estruturas originais, ou pelo menos tão originais quanto os reparos históricos de séculos recentes. Os corredores são muito legais de andar, cada qual sem o menor padrão de construção. Idem para as portas e janelas. Há alguma tapeçaria restaurada ou composta por réplicas. O local ainda tem um prédio em homenagem ao exército escocês, onde comprei a lembrança para minha irmã. Como ela não lê esta budega mesmo, é uma miniatura do William Wallace. Vimos os muros, locais de instalação de canhões, postos para arqueiros, portão principal, cozinha e tapeçaria (onde eram produzidas roupas e tapetes também). Gostei muito, mas esperava algo mais arqueológico e menos turístico. Mas sem mágoas.
Tentamos ir ao National Wallace Memorial, mas não ia dar tempo. Ainda vimos uma coisa meio estranha para um domingo à tarde: uma barbearia aberta e uma loja da Games Workshop fechada. Vai entender... Seguimos para a estação de trem e voltamos para Edimburgo. De volta, caminhamos um pouco até comermos no Nando's: frango e pimenta, não necessariamente nessa ordem. O Leal definiu como pimenta temperada com frango. Aviso aos amigos para nunca permitirem, por ação ou omissão, que o Leal chegue perto de pimenta. Em nome da simplicidade e bom gosto, peço que aceitem minha palavra neste assunto.
Antes de comermos, fiz um passeio obrigatório para mim: visitar um supermercado. Não pelas compras, mas para ver o que este povo come. Achei os vegetais lamentáveis, conforme esperado. Há refrigerantes variados, assim como chocolates. Muito espaço para lanches prontos e área de padaria nos moldes dos supermercados brasileiros, embora sem o famoso pão francês.
Na volta, ônibus 10 nos levou de volta, onde precisamos pagar sempre em valores exatos (4,20 libras pelo trio), pois não existe o conceito de troco no ônibus. 
Ainda não comentei muito do hotel. Embora tenha o pomposo nome de Grand Hotel, é uma casa de 3 andares sem elevador e 10 quartos. Nenhum quarto é igual aos demais. Temos wifi, mas só os fortes a usam com facilidade. E só, mais nada. Talvez por isso custe apenas 30 libras por pessoa por dia (110 reais).

sábado, 8 de setembro de 2012

Viagem à Grã-Bretanha (1)

Oi, gentes. 
Tô de férias, mas tentando manter contato com o mundo subdesenvolvido aí.
A vinda pra cá foi cansativa, mas tranquila. Os voos, saíram no horário certinho, sem sustos. Claro que ainda em Cumbica, a besta que vos escreve trancou a chave do carro da namorada dentro do mesmo. R$  60 de preju pela burrice aguda
Tive no check-in o inesperado encontro com o colega Rafael Martin, dos tempos da FEA. Mundo ridículo...
Sem turbulências, o Boeing 747-800 chegou a Londres 15min antes do previsto pela manhã. Pude rever Avengers (continua legal) e ver Battleship (péssimo). Apesar dos avisos, o Leal viu o péssimo Prometeus. Dormi umas 2h30 a 3h somando os pedaços. Imigração super tranquila e sem percalços.
Heathrow é monstruosamente grande. Achei muito maior que Cumbica até me dar conta que eu estava vendo um pedaço do terminal 5. Não tava com fome pois tinha jantado e tomado café no avião.
Esperamos 1h30 e partimos para Edimburgo. Também sem sustos, desembarcamos com tranquilidade depois de tomar outro café da manhã em voo. Houve alguma demora na esteira de bagagens, pois estavam acumulados 2 voos no mesmo equipamento, que ainda por cima travou algumas vezes. Mas correu tudo bem. Roby nos encontrou no meio do processo.
De taxi, chegamos ao Grandville Guest Hotel. Roby e André me sacanearam pulando no banco de trás e me deixando no da frente, onde podia ver esses doidos britânicos dirigindo pela esquerda. No hotel, houve um contratempo aqui, pois havia uma cama de casal e uma de solteiro no quarto que reservamos. Depois de alguma conversa, prometeram uma terceira cama.
Saímos para comer. Ainda no caminho, deliciei-me com uma cherry coke. O sabor do primeiro mundo... Edimburgo é um lugar lindo. Todos os prédios um ar antigo, com mais de 400 anos de aparência. E são usados para atividades comtemporâneas. Trânsito é tranquilo e os estranhos ônibus double-deck estão por aqui.
Apenas para constar, a primeira loja na qual entramos foi uma loja de jogos de tabuleiro muito bem equipada. Saímos felizes e mordendo os cotevelos de inveja.
Acabamos por almoçar em um restaurante italiano discreto e gostoso. Fui de salada siciliana, pois o cansaço podeira rejeitar algo mais pesado. Desceu bem junto com o suco de cramberry. 
Depois fomos a pé até o horto florestal, a pedido do Leal. Lá visitamos a lindas estufas, onde me esbaldei de tirar fotos até acabar a bateria da câmera. Ainda bem que tenho reserva...
Jantamos no Mum's, seguindo conselho do Lonely Planet. O prato era um Shepard's Pie, que nada mais é do que um escondidinho escocês. Mas com batata no lugar da mandioca e carne de cordeiro no lugar da carne seca. Animal mesmo foi a entrada: camembert empanado. Abusurdo.
Voltamos para o hotel para um merecido, necessário e ecologicamente correto banho. A internet no quarto só funciona com os fortes, ou seja, quem tem notebook. He-he-he. Ah, sim, a cama extra já estava aqui sem sustos. 
Aliás, estou nela.
Aliás, putaqueopariu, que canseira.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O fim está próximo (1)

Amigos, inauguro aqui uma nova seção do blog: O Fim está Próximo. Colocarei textos, videos, imagens e links alertando para o óbvio: erramos alguma coisa no caminho e vamos nos dar mal em algum momento. Apontarei apenas os sintomas disso.
Para começar, a foto abaixo, de autor desconhecido para mim.



É isso mesmo. O lavador de vidro no farol aceita cartão. Não sei nem o que dizer...

Audiência e Ausência (parcial)

Olá amigos.

Esta é a segunda tentativa para escrever a mesma coisa. O Blogger tem dessas: te desconecta no meio da bagaça e foda-se você. Não adianta nem dar back na navegação: ele deleta tudo. Meu amigo Paulo Miranda já dizia 15 anos atrás que odeia coisas gratuitas justamente por isso. Blogger: vai tomar no cu.

Neste mês de agosto, bati récorde de audiência (por que as pessoas dizem "recorde histórico" se um recorde é, necessariamente, uma comparação com dados anteriores ?). Divulguei mais o blog no Facebook, é verdade. Mas tive nos participantes e um thread interessante sobre Ateísmo x Religião que terminou no usual massacre a favor do primeiro. Obrigado a todos. Visitem. Participem. Divulguem. E cliquem na propaganda aqui ao lado direito: quem sabe um dia eu ganhe uma coxinha por isso (se forem duas, eu sorteio a outra entre os leitores).

Semana passada fiquei ausente por dois dias (30 e 31) por estar em atividade externa. Descobri que para tocar um blog, você precisa de um computador e um acesso a internet. Duh.
O que me leva ao ponto dos próximos 40 dias. Estou saindo de férias, indo para a Terra da Rainha. Passear, descansar, conhecer, visitar. Vou aborrecer ingleses, escoceses, ingleses, galeses e novamente ingleses. Ao retirar o carro da locadora por exemplo, certamente o(a) atendente vai avisar que lá se dirige pelo lado esquerdo, ao que pretendo reagir com cara de surpresa e dizer "Really ?" apenas para ver a reação do ser humano. Se isso não funcionar, um "Why ?" vai dar muito pano pra manga.
Com essas e outras, vou estar outdoors o dia todo, todo dia. Devo ter acesso noturno à internet nos hotéis e, se não me roubarem (outro) o notebook, poderei ao menos avisar às pessoinhas desesperadas aqui no Brasil que não fui (ainda) encontrado pelo IRA, que não peguei mal da vaca louca e não pretendo ficar por lá de vez. De todo modo, Ainda usaremos internet para reserva de hotéis e ajustes finos dos passeios. Bloggar ficou em 3o lugar. Peço apenas que não desistam de mim.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Mulheres e carros

Olá amigos.
Ontem tínha Nascar em Atlanta. E como estou impossibilitado de gravar e até mesmo de baixar os videos das corridas (o maledeto que colocava os torrents deve ter achado outro passatempo...) pedi a minha namorada Luciana para ver a corrida pela TV ao vivo. Ao pedido, ela respondeu:
- Ah, legal. Eu vejo com você então...


"Lá se vai minha paz", pensei eu. Era só uma corridinha, levando em conta que vou perder as próximas 6 pela minha viagem para Inglaterra. E, pensei, ela vai perguntar quantas voltas são, por que não usam um tanque maior, por que tem 5 porcas na roda, se não é chato ver corrida em pista oval e em que posição está o Senna (Ayrton). Respirei fundo e deixei estar...
Começamos a transmissão às 20h40. Aproveitei para assar umas linguiças no meu George Foreman Grill e vamos tentar aproveitar ao máximo. Passadas algumas voltas, começam os pitstops. Eis que Brad Keselovski aparece à frente, entre os primeiros. Luciana comenta:
- Ele tá a frente porque ainda não fez o pitstop ?


Sim, era por isso. Keselovski gosta de poupar pneus e combustível (embora não fosse o caso do combustível ontem) para poder escolher o momento que quiser para os pits...
- Mas se o pneus estão desgatados, ele não acaba perdendo mais tempo ?
- Sim, perde...
- Pior é o seu piloto, que está para tomar uma volta.


Ah, não ! Não vou aceitar esse tipo de comentário sobre o Dale Jr. Pópará.
Bem.. em resumo ela viu a corrida toda. 3h30, algo longo até para quem é fã da bagaça. Ao final, ela ainda disse:
- Ah, bacana ! Gostei sim.


Será que arrumei um problema ?