sábado, 30 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Um Ódio Gratuito

Carnaval.
De longe, por milhas, sem sombra de dúvida, além de qualquer discussão. E admito que é um ótimo ódio para escrever sobre no final de janeiro, não?
Não é tão gratuito assim, devo admitir. Há uma origem. Conto:
Certa vez, quando garoto, viajei com a família no carnaval. De acordo com as memórias básicas, teria sido algo entre 1978 e 1983. Reexaminando, excluí 78: foi o ano no qual meu pai teve um derrame do qual se recuperou completamente exatamente durante aquele carnaval. Mesmo 79 seria antigo demais: eu lembro que já praticava tênis no clube. Fico com 80, portanto. Não importa tanto.
Viajamos para a casa do tio Márcio, irmão mais velho do meu pai, em São José do Rio Pardo. Eram 3 horas de viagem, equivalente a uma vida inteira para uma criança inquieta. Mas chegamos na casa do meu tio sem maiores intercorrências. Ocorre que tanto minha tia quanto minha prima também haviam viajado. Havia problemas familiares nos bastidores, e eu não tinha a menor noção disso. 
Também havia problemas operacionais na fábrica da Nestlé, que era dirigida pelo meu tio. A moral da história era que ele ficou o tempo todo correndo atrás das confusões que por lá aconteciam. Ela ganhava muito bem para isso, inclusive o casarão no qual ele morava e nós estávamos hospedados ficava no terreno da empresa. Então eu não tinha nada para fazer. 
Mas entenda, amigo leitor que tem um celular, um tablet, um notebook, assina netflix e tem 120 canais na teve a cabo além da internet: você sabe ler. Então tipo isso, eu mal sabia. É... definitivamente foi em 1980, ano em que aprendi a ler. Minha irmã tinha 2 anos e meio, e requeria muita atenção de minha mãe. Então eu estava sozinho, em uma casa enorme sem absolutamente nada para fazer durante todo um final de semana de carnaval. 
A única esperança era a televisão. Na época, havia 2 canais de tv em São José do Rio Pardo: Globo e Cultura. A Globo transmitia desfile das escolas de samba e a Cultura transmitia a reprise do desfile das escolas de samba do dia anterior. Só.
Amigo leitor, foi a pior viagem da minha vida, e peguei ódio visceral por tudo remotamente relacionado ao carnaval. Odeio escolas de samba, odeio samba, odeio desfiles, odeio o fato disso ser transmitido e odeio o fato de pessoas assistirem. Por algum acaso que não sei explicar, não peguei ódio do meu tio nem da Nestlé, o que dado o meu histórico seriam passos naturais. Mas odeio São José do Rio Pardo também.

Pois bem...
Passados 36 anos dessa desgraça, amostra do inferno, tortura chinesa pós-contemporânea de fazer Torquemada corar pela falta de criatividade, tanto eu quanto o mundo mudamos. Lembro do meu tio ter uma extensa biblioteca e hoje, mesmo com uma perna quebrada, eu poderia passar 4 dias lendo. Com o corpo em bom estado, posso treinar Kung Fu. O combo dos dois daria uma incrível higiene mental. O carnaval não me afeta há anos, estou longe daquele ziriguidum repetitivo patético. Eu não deveria mais odiá-lo;
Mas o ódio nunca passou. Nunca. Apesar de eu ter uma atitude de deixar as pessoas se divertirem com coisas estúpidas pelo princípio do "pessoas felizes não enchem o saco", o carnaval continua não merecendo esse tratamento. Para mim, carnaval bom é assim:






Confesso sem remorso: torço por tempestades, por incêndios, por brigas com milhares de feridos todo ano. Em como é uma coisa feita de modo incrivelmente burro, todo ano tem alguma coisa para me alegrar. 
Mas não para aplacar o ódio. Odeio carnaval, quase no mesmo nível em que odeio o Corinthians, a camisa social e a rúcula. E é gratuito hoje em dia, pois não há mais conexão com o motivo original.
Acho que se encaixa em ódio gratuito, apesar do histórico.
Odeio.


sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma Piada que Você Odeie

E aqui damos de cara com outro conjunto vazio: não lembro de nenhuma piada que eu odeie. Mas não se preocupe, amigo leitor: há assunto aqui sim.
Claro que existem piadas sem graça. Aos montes. Até me pergunto se não constituem maioria, a esta altura, mesmo levando em conta a questão do gosto pessoal. Mas são justamente as piadas sem graça aquelas que você ouve (lê ?) uma vez e, por não gostar, deixa para lá (deleta ?). As que ficam na cabeça são as melhores, aquelas boas o suficiente para você contar para amigos e parentes.
E isso nos traz a questão da memorização estar ligada à repetição. Algo com que temos contato uma vez (ou poucas) tem baixo registro em nossas memórias, já algo com que lidamos mais vezes tem alto registro. 
Exceto quando há forte carga emocional !
Aí a conta muda. Afinal, qualquer amigo leitor que tenha se casado deve lembrar em detalhes da festa, dos preparativos, da lua de mel... e fez isso uma única vez, certo ? Mas ora pois, mesmo os teimosos que depois de se divorciar e casar novamente, acabam tendo memórias completas e claras de cada evento. O mesmo para sua única formatura, nascimento de filhos, morte de entes queridos, show de artista que é fã.
E em nova reviravolta, temos a questão das emoções obscurecendo a razão. É perfeitamente conhecido o fenômeno de pessoas que acabam levadas pelas emoções quando elas são muito intensas. Não há do que se envergonhar, evidentemente: não somos vulcanos
Mas seguindo a linha de raciocínio aqui apresentada, se são as emoções um forte catalizador de registro de memória e são as mesmas emoções um forte filtro de interpretação dos fatos... será que podemos realmente confiar racionalmente em nossas memórias ? São elas realmente capazes de nos fornecer dados confiáveis ?
A se pensar...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma Frase que Seus Pais Falem e Você Odeia

"Minha casa, minhas regras".

Ok, o sujeito estuda loucamente, faz uma faculdade complicada, trabalha como um condenado e quer ter algo na vida depois disso. Concordo. Então ele tem uma casa, tem suas coisas e seus hobbies e hábitos. Quem não? Então ele casa e tem filhos. Super comum.
Daí, o diabo do moleque começa a ficar todo cheio de opinião e tem, gasp !, opiniões bem diferentes sobre o que é bagunça, o horário certo de dormir e por aí vai. E é dessas pequenas divergências que surgem os conflitos familiares, que não por acaso se agravam quando chega a adolescência (ou aborrecência, como dizem alguns...). E o pai de família não consegue mais ter a paz e felicidade pela qual tanto lutou e que tanto merece.

Porém...
Mas...
No entanto...
Contudo...
Todavia...

O filho não pediu para nascer. Ponto. (Guarde potenciais argumentos espíritas de reencarnação para a área de ficção deste blog). E ao não pedir para nascer, não que ele tenha todos os direitos adquiridos do mundo, mas temos que convir que ele não é um robô sem vontade própria e que esses choques eram, no mínimo, previsíveis.

Daí falar para um garoto de 14 anos, em idade escolar e sem capacidade de se manter como pessoa a fatídica "minha casa, minhas regras" é de uma covardia extrema. Coloca-se uma pressão que ele não tem como sair, e acaba oprimido por regras frequentemente arbitrárias e injustificadas. 
Sim, eu passei por isso. Não me faço de vítima, pois sei que é incrivelmente comum. 
Nem por isso é correto. Jurei que, caso viesse a ter filhos, jamais faria isso.
Odeio !!!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Quanto custa casar ?

Hoje completo 1/3 de ano casado. Não, ainda não nos matamos no processo.
E aproveito a data para postar números que finalmente consegui estudar: quanto custa casar no Brasil
Já deixo claro que esta conta não incluirá nem a festa nem a viagem de lua de mel. Em primeiro lugar porque nenhuma dessas coisas, por interessantes que sejam, tem qualquer valor legal. Em segundo lugar, não incluí porque as pessoas acabarão julgando e, afinal, posts de blog são feitos para serem julgados mesmo. Mas neste caso não preciso que metade das pessoas me considere ostentador por ter gasto X na festa e a outra metade me considere mão-de-vaca com a mesma quantia gasta.
Por razões de cunho ideológico, não fizemos cerimônia religiosa. É outro idem que tem custo bastante variado, dependendo muito das habilidades sórdidas do líder religioso em questão, e nenhum valor.
Mas você precisa ir a um cartório, há custos e aqui vai o resumo da Ópera.

Tudo começa pelo cartório. É preciso ir a um cartório perto de onde um dos noivos mora. No meu caso, optei pelo cartório da Saúde, o 21o, na Av. Jabaquara, 1535. Fui informado que precisa ser perto da casa de um deles, sendo que deveria ser feita uma "transferência" de domicílio do outro. Há um custo, mas não sei qual é pois no meu caso, bastou uma declaração minha de que minha noiva já morava comigo. O cartório custa R$ 359,06.
Aqui vai o primeiro aviso para os peixinhos apaixonados: dar entrada em um pedido de casamento deve ser feito entre 30 e 90 dias antes da data pretendida. Se você pretende se casar, por exemplo, dia 15 de agosto, precisa ir ao cartório entre 15 de maio e 15 de julho. É preciso levar duas testemunhas para isso, que não precisam ser as testemunhas da cerimônia.
É possível fazer fora desse prazo? Não sei. Em tese, não. Mas como tudo é passível de jeitinho, é bem possível que 28 ou 95 dias de antecedência seja aceitável pelo cartório. Mas não conte com isso.
A segunda dica é a escolha da data em si. No meu caso, eu preferia uma segunda-feira porque minha empresa concede uma licença de 5 dias corridos, incluindo o dia da cerimônia no cartório. Isso me daria uma semana de folga a mais. Algumas empresa concedem 8 dias, o que muda esse cálculo. Veja seu caso antes de decidir. 
A terceira dica é a diligência. Sabe aquele velhinho barbudo de terno que leva um caderno na festa e tudo para (inclusive a cerveja) para ver os tontos noivos assinarem ? Isso é a diligência: o escrivão vai até a festa oficializar in loco o casamento civil. Sabe quanto isso custa? Bem... não tenho o valor exato, mas é algo como R$ 1.100. A data da festa e do casamento civil passa a ser a mesma, o que muita gente acha fofo. Eu até acho, mas não acho mil reais fofo. E o desgraçado ainda conta como um dos convidados! E lembra dada segunda dica, logo acima? Pois se você tem 5 dias corridos de folga e faz um casamento no sábado com diligência, só posso concluir que você sofre de burrice aguda.
A escolha do cartório ainda contou com um adicional no meu caso. Eu queria casar no civil em uma segunda-feira, mas o cartório só fazia cerimônias às quintas e sábados. Se eu quisesse fazer na segunda, precisaria pagar a tal diligência para ir lá! Achei isso o cúmulo calhordice. Mas eu descobri que o cartório do Butantã, o 13o, na R. Pirajussara, 432, faz todos os dias da semana. Para contornar a questão do endereço, eu podia dar entrada na 21o e pedir imediata transferência para o 13o. Com isso, o pagamento é feito parte em no primeiro e o restante no segundo. Não me recordo o valor exato da divisão, mas a soma deu aqueles R$ 359,06 que citei acima. 
Quando você dá entrada (no 21o no meu caso), eles pedem documentos: certidão de nascimento e RG ou CNH originais. Se você não tem isso em mãos, providencie lembrando que pode haver custos. Das testemunhas, foi só RG ou CNH. Eles emitem um documento que é a entrada do processo. Leia com toda atenção deste mundo: no meu caso, houve um erro nesse documento, que gerou uma certa dor de cabeça depois. 
Aí surge uma questão: o regime do casamento. Havíamos decidido por separação total de bens, aquele opção que cada um tem o que tem, exceto medo de ser roubado pelo outro. Pois o regime padrão no Brasil é a comunhão parcial. Se você quer optar pela separação total ou é estúpido o suficiente para escolher a comunhão total, é preciso fazer uma escritura de pacto ante-nupcial. Isso mesmo, amigo leitor: para proteger o que é seu, você paga por isso. 
A escritura é feita em um tabelião de notas. Aqui é importante ressaltar que um tabelião de notas tem cara de cartório, cheiro de cartório, filas de cartório, taxas de cartório e mão é cartório: é tabelião. Não, eu não sei explicar a diferença, mas é outra coisa. E toca ir até o 10o tabelião de notas, na Av. Jabaquara, 221 fazer a dita cuja. Sai na hora, pela bagatela de R$ 380,94
Eu fico olhando essa narrativa e me identifico prontamente com os comerciantes que pagavam taxa de proteção para a máfia nos anos 1930 (o para milícias nos dias de hoje), mas a máfia é apenas o governo entrando na sua casa e te dizendo quem você é e o que faz.
Feita a tal escritura, você precisa levá-la de volta ao cartório onde fez o registro do pedido (no meu caso, o 21o), e eles dão seguimento ao processo. Como optei por uma transferência de cartório, precisei ir até o outro, com 30 dias de antecedência do casamento, para marcar a data da cerimônia civil. Foi quando paguei a segunda parte da taxa e acrescentei uma cópia a mais da certidão, porque cedo ou tarde ela será necessária.
A rigor, ainda não acabou: se você tem imóveis, precisa registrar a escritura de partilha em cada imóvel que você tem. Vai uma taxa de uns 30 e poucos reais nisso, por imóvel. A alegação é que, como você se casou em separação total de bens, é preciso associal a escritura de pacto pré-nupcial ao bem. Conversa fiada: se isso fosse verdade, você precisaria registrar a escritura também em cada carro, empresa e conta bancária que possuir. Pouco me importa se é o que a lei diz, é outro caso de extorsão cartorial sem benefício algum para quem está pagando a taxa.
Aí está a conta, amigo leitor: R$ 740,00 (valores para 2015, deve ter reajustado agora) é quanto custa o básico de casamento no Brasil, não inclusas 3 idas (mínimo) ao cartório e 1 ida ao tabelião, com respectivos custos associados.

30 Dias de Ódio: Um(a) Apresentador(a) que Você Odeia

Fausto Silva.


Em ódio absoluto, há até piores, como Luciano Hulk, Silvio Santos, Regina Casé e Datena. Todos absolutamente detestáveis.
Mas o Faustão tem um fator que remete ao caso da moussaka, dias atrás. Eu acompanhei a carreira dele ainda no Perdidos na Noite, um programa realmente muito divertido. Era o mesmo conceito de programa de auditório, mas tinha... graça !
Cito uma:
Fausto olha para o relógio de pulso e manda:
- E agora vinte para meia-noite. Ou meia-noite e dez ou onze e meia. Sei lá: o programa é gravado e editado, pode ser qualquer coisa.
Ele brincava com os convidados, interagia com a platéia, contava piada engraçadas.
Esse mesmo Fausto Silva, há 20 anos na Globo, virou uma paródia dele mesmo. Insosso, repetitivo, pasteurizado, bobo mesmo. A soma da perda do positivo com o negativo hoje em exibição fez dele o cara que eu odeio.
Odeio!!!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma Coisa que Você Odeia ter Feito em sua Vida

São tantas, mas tantas...
Claro que são essas basteiras marcantes que nos ensinam coisas relevantes. Vou narrar algumas.
  • A Festa do Carlinhos
Nem sei que fim levou o rapaz, perdemos contato. Mas fui a um aniversário dele e deixei escapar a menina mais bonita da festa por absoluta burrice aguda. Sim, eu tinha 13 anos e ainda lembro. Atrapalhou minha carreira de xavecos por anos a fio. Foi a única vez que a rainha de uma festa me deu bola. Única.
  • O Segundo Sábado de cada mês
Essa influencia meus planos até hoje. Quando jogava RPG com um grupo de amigo hoje distante, as datas que eram semanais (e às vezes duas na mesma semana) começaram a rarear. Basicamente, dois rapazes estavam namorando e as namoradas (que eram amigas) ajeitaram as agendas para melar o jogo. E os caras deixavam.
Então eu descobri um fenômeno estranho: naquele ano, nenhum feriado cairia no sábado sábado de cada mês, e propus a todos manter essa data livre para jogo, o que não atrapalhava viagens. Além desse dia, outras eventualmente poderiam ocorrer, com a concordância de todos. 
Estou seguro de que fui bem claro na explicação e todos concordaram. Mas de algum modo, "todo segundo sábado de cada mês, mais datas extras" virou "apenas no segundo sábado de cada mês, talvez".
Deixei a campanha no final daquele ano.
  • A Mochila
No Peru, em 2011, deixei uma mochila sob cuidados de uma colega de viagem quando saímos do hotel, para fazer uma última compra. A mochila, com notebook, backup de fotos, 800 obamas e passaporte foi roubada.

Claro que cometi muitos mais erros que esses. Muitos. Neste momento, estas são (4) 3 histórias simples que quis dividir com vocês. 
Cada uma delas, eu odeio !!!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Um video do Youtube que Você Odeia

Interessante não haver nenhum, não é?
Interessante um sujeito como eu, tido como raivoso e irritado, já estar no 3o ou 4o post de ódio sem resposta.
Muito interessante.
Temos aqui uma diferença de envolvimento e de momento em que surgiu. Enquanto música e cinema eram algo que já estavam no mundo quando eu cheguei, o youtube (e similares) veio (vieram) depois. O hábito de ver videos na internet entrou na minha vida em uma fase bem mais madura, adulta. E até pela quantidade de opções que o método automaticamente trouxe não era preciso odiar vídeo algum. Então o fato de ver um vídeo e não gostar (fato absolutamente corriqueiro, digamos, 2x por dia até) não chega a me levar ao ódio. Eu apenas nunca mais o vejo. Pronto. Se algum canal começar a me decepcionar com frequência, deixo de assinar e vou embora numa boa. Novamente, não dá tempo de formar o ódio.
Tempo...

Então eu pergunto a mim mesmo por que o mecanismo de ódio acontece com música e cinema?

Essa auto-análise apontou uma inconsistência significativa em meu modo de pensar e agir. Tempo parece ser uma variável crítica. Amigo leitor, vou pensar muito sobre isso. Mesmo. 

domingo, 24 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma Bebida que Você Odeia

Ai, ai...
Foram quase 4 anos de estrada neste blog, mas é a primeira vez que enfrento um desafio potencialmente mortal para este espaço. Temo que, ao responder esta pergunta, perca audiência de tanta gente bacana que me acompanha e me lê quase diariamente aqui. Mas não posso me furtar a responder:
Odeio café.



(cri, cri, cri...)

Sobrou alguém? Tomara...
Além de não gostar do sabor e do cheiro, dá nos nervos a fixação que muita gente tem pelo tal café. É comportamento de vício mesmo, afetando humor, capacidades cognitivas e decisões tomadas. O sujeito (ou sujeita) vira um zumbi atrás desse troço. 
Isso porque ainda não mencionei as milhões de variações, as decorações, os nomes complicados, a pagação de pau para as máquinas, marcas e tabletes com supostos aditivos que mudam todo o sabor da coisa. Um saco.
Odeio !!!

sábado, 23 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Um Jogo de Tabuleiro que Você Odeia

Quis o destino (e o calendário) que o post sobre tabuleiro caísse em um sábado...
Novamente, são 2.
O segundo colocado é o Dixit.


Não tem lógica interna, não tem estratégia, não tem nada que faz de um jogo algo interessante. Você tem que adivinhar o que as pessoas talvez, eventualmente por estar imaginando no momento em que tiveram que escolha 1 de 5 cartas aleatórias que por acaso estavam em suas mãos no momento preciso de se jogar.
Blergh.
Ainda assim, ele fica em segundo lugar porque ainda tem qualidades: é muito bem produzido (embora algum retardado não saiba nomear as expansões tendo dado uma enorme dor de cabeça para um grande amigo), é bonito, é chamativo, foi muito bem distribuído (chegando a aparecer em prateleiras de supermercado nos USA), e tem sido usado como porta de entrada para pessoas que não jogam tabuleiro conhecer este mundo sensacional.

Mas o campeão da ruindade só podia ser ele: Carcassone:


O jogo consiste de sortear um tile (peça) e colocar na mesa encaixando-o de acordo com regras, tentando fazer pontos com isso. Na prática, você passa o jogo inteiro vendo como diabos evitar que seus adversários façam pontos na sua jogada.
Digo que é o processo mais dolorido e demorado de se tirar um par ou ímpar.

Odeio !!!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Juros Simples

Já estudei matemática financeira diversas vezes. Acho um tema interessante e real ao mesmo tempo. Pudera: na divisão de mundo entre credores e devedores, você sempre se acha em algum dos lados da fronteira, quando não em ambos. 
A primeira coisa que se aprende em qualquer curso dessa natureza é o tal juros simples, tema deste artigo. São aqueles juros básicos, calculado apenas com contas de multiplicação. Mais ou menos assim:

juros = taxa de juros x número de períodos

Qualquer curso de matemática financeira que dure 1 semestre perderá um máximo de uma semana falando em juros simples, apenas para mostrar que eles existem e como juízes podem ser burros agudos. Juros simples não têm qualquer aplicação econômica no mundo real, e todos os professores são categóricos ao afirmar isso. Os juros compostos é que representam significado econômico real do tal custo de oportunidade.
Então..
Recentemente fiz parceria com um grande amigo para investirmos em um mercado estrangeiro de altíssimo risco e volatilidade. Claro que eu não entrei com toda minha fortuna no caso, mas foram algumas centenas de dólares. Ele está operando meu dinheiro e me prometeu uma remuneração percentual fixa. Eu e ele apostamos que ele ganha mais do que o prometido para mim, e isso é bom: incentiva ele a continuar enquanto eu ganho muito (mas muito mesmo) mais do que qualquer aplicação financeira em terra brasilis.
Quando fechamos o acordo, ele destacou um limite importante. Disse ele que nos valores que ele estava operando antes de eu entrar, ele era capaz de comprar e vender ao vivo em questão de segundos, pois o valor não é grande o suficiente para afetar o mercado. Mas ao dobrarmos o cacife e com os ganhos previstos, seria possível atingir cifras de 5 dígitos em dólar em relativamente pouco tempo. E em algum ponto, ele poderia se tornar whale (baleia), gíria que descreve um investidor grande o suficiente para que uma operação sua afete de fato o mercado. Pedi apenas para que ele ficasse atento a isso e me informasse tão logo quanto possível, para imediatamente revermos os termos do acordo. 
Depois da conversa fiquei pensando. Imaginemos que o limite prático seja 10.000 obamas, com juros de 5% por período. Abaixo disso, pode-se reinvestir os ganhos sem problemas, mas quando atingimos esse valor, não podemos mais acumular. Daí, os 10.000 passam a ser o máximo a ser operado por vez e qualquer ganho obtido não precisa mais ser reaplicado. Ou melhor, não tem como ser aplicado. É melhor retirar o lucro, mantendo apenas o principal disponível para novas aplicações. Em um período, Os 10.000 obamas viram 10.500, retira-se 500 e os 10.000 ficam disponíveis para nova rodada. Mantidos os juros, passa-se a ganhar 500 fixo por período.
Ora pois, não é isso o tal do juros simples?
Sim, é. Incrivelmente contra-intuitivo, os juros simples ressurgem qual se é grande demais em um mercado, ou pelo menos grande o suficiente. Fiquei pasmo com a descoberta: juros compostos é coisa de pobre.

30 Dias de Ódio: Um Modismo que Você Odeia

São muitos aqui também. Alguns na verdade são apenas maus hábitos antigos que ganharam nova roupagem e mudaram de nome (ou ganharam um). Eram odiosos no passado e só pioraram com mais gente fazendo. Mas decidi, no final, falar de um só.

O s t e n t a r

E ainda por cima é uma palavra feia pacas.
Começa que eu odeio consumismo. Acho que muitos problemas do mundo são causados por ele. Se as pessoas comprassem aquilo que realmente vão usar, mesmo que em exagero, o excedente disso iria para quem precisa de algum modo.
Ostentar, então, é o passo seguinte. Não basta gastar dinheiro a toa para comprar uma coisa inútil e e absurdamente cara: é preciso mostrar para todo mundo que você fez isso. 


Notem que a imagem apenas comprova que não é novidade.

Entre outros modismos, apenas para citá-los, estão:
- falar mal da polícia
- desperdiçar qualquer recurso
- disseminar boatos em redes sociais

Odeio !!!


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma Peça de Roupa que Você Odeia

Todas que se referem a roupa social, sem exceção. Destaque para a camisa, sobre a qual falei aqui há mais de 3 anos. Não melhorou nada desde então. Olhem isso, e perguntem em qual continente ficou o conforto.



Mas não nos esqueçamos do sapato, do terno, da sufocante gravata (cuja única finalidade é ensinar homens a trabalhar em apneia de 8 horas). 

Odeio !!!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Um Lugar Para Onde Você Odeia Ir

Ao ler este vigésimo item, fiquei em dúvida, amigo leitor: estamos falando de um lugar no sentido físico (local, endereço...) ou no sentido de atividade (o que tem lá). E odeio ficar em dúvida.
Por si só, não consigo ter raiva de um local. Ele é neutro, impessoal: não tem culpa pelo que foi feito nele ou mesmo por existir. Então opto pela outra opção, para poder ter ódio de algo. E aí sim faz sentido.
  • Fila
Poucas coisas são mais odiosas do que ficar esperando para fazer algo que você precisa. Não estou falando de esperar 3 minutos na fila do fast food, estou falando de 45 minutos no banco ou 1h30 no cartório. 
O ódio é por dois motivos. Primeiramente porque você está ali perdendo tempo, não fazendo nada de realmente útil. Admito que o advento dos smartphones minimizou bastante isso, pois antes apenas uma fila previsível era possível de se contornar levando um livro. Ou dois. Segundamente (continuo achando que esta palavra deveria existir), essas filas existem por incompetência de que atende ou de quem contrata, por ter colocado pouca gente. 
  • Balada

Um monte de gente frívola, ouvindo música alta e ruim, em um espaço apertado e provavelmente quente para dançar, outra coisa que odeio fazer. A balada é um aglomerado de coisas detestáveis, e consegui finalmente me libertar dela em 2014: agora não vou mais mesmo. Nunca mais. 
  • Congestionamento
Em essência, é uma fila de carros, não ? Só existe porque ninguém se dá ao trabalho de resolver os gargalos de mobilidade urbana. Ou seja, tem origem na burrice humana. 
  • Calor
Na realidade, qualquer lugar quente é odioso, odiável e odiado por princípio. O frio pode ser combatido com mais agasalhos, o calor não. É possível lidar com lugares quentes, dentro de limites, em alguns cenários como praia, piscina ou ar condicionado de qualidade, sendo este último bem raro e, por assim dizer, não tem em Taboão da Serra. 

Acho que fico por aqui. Isso já está me dando asco.
Odeio !!!

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O Hater, o Livre Mercado e os 5Ps

Comecei a pensar neste texto há uns dias, e o assunto foi reforçado hoje. Improviso com caso novo similar. Como pude traçar a informação original que estou usando aqui, então é perfeitamente possível que a imagem abaixo seja apenas uma piada/trollagem. Mas tratarei como sério.


Em tempo, se o leitor não conhece o assunto, o jogo Imperial pode ser comprado na Amazon por 170 obamas. O jogo é bom, mas não é 170 obamas bom. Nem 1240 dilmas bom.
De todo modo, o assunto original, como na foto, é de uma pessoa vendendo um jogo de tabuleiro por um preço elevado. Bem elevado. E fiquei sabendo de modo parecido com este caso do Tharvoz, que não conheço sequer virtualmente: o anúncio bateu na minha timeline no Facebook, apenas porque estou em alguns grupos de jogos de tabuleiro por lá.
Naquele caso, porém, não era o anunciante que fez aparecer, mas um hater. A pessoa em questão estava revoltada com o preço do jogo. No caso acima, com uma cotação de 4 dilmas por obama, dá quase 100% de sobrepreço, mas lá era ainda mais que isso. O hater estava ofendido, bravo, chateado com o valor cobrado pelo anunciante. Até onde me lembro, era pessoa física vendendo o jogo, tanto quanto parece ser o caso no meu exemplo.
Mas daí eu me perguntei: por que ele está tão bravo? Vivemos em uma economia livre, oras. Ele (o hater) não é obrigado a comprar o jogo, tampouco comprar por aquele preço. O vendedor está ganhando dinheiro na venda? Muito provavelmente, mas não sabemos aqui que outros custos podem estar envolvidos nisso (frete, impostos etc). Mas na realidade, isso muito pouco (ou nada) importa. O cidadão tem o jogo e vende pelo preço que achar que deve ou pode. Compra quem quer. Fim. Logo, a atitude de odiar o preço de venda do jogo, ou de qualquer outra coisa, não faz o menor sentido.O menor sentido.

E os 5 Ps ?
Os 5 Ps são uma das várias modelagens que vemos em Administração de Empresas e suas sopas de letrinhas. Esta é uma das que faz sentido, admito. Vem da área de marketing e diz que a capacidade de um produto ou serviço atingir boas vendas depende dos 5 Ps: Produto, Preço, Prazo, Praça e Promoção. Há variantes, até com mais Ps ainda, mas fico com a minha preferida. Para que um produto tenha boas vendas, ele precisa estar bem estruturado em todos os Ps, de modo que falha em um deve ser compensada em outro(s). Produto é o produto ou serviço em si, suas características e capacidades: deve ser bom. Preço também fala por si. O prazo é o quão rápido o cliente consegue usar o produto depois de comprar. Praça é a disponibilidade do produto no local onde está o cliente. Promoção é a capacidade do vendedor de se fazer notar, de aparecer, de lembrar o cliente que o produto existe. Ok, eu resumi bastante, mas serve para os fins deste debate. 
Então vamos ao caso do jogo anunciado. Façamos de conta que é o caso descrito acima, pois é um debate teórico apenas. O produto é o que é: o cliente pode ou não gostar, pode ou não querer, e nada vai ser mudado muito seriamente nisso. A praça é boa: o cliente recebe o produto no conforto de sua casa, tanto quanto na compra anunciada quanto via Amazon. O prazo é muito bom, e aqui o anúncio bate os gringos: estamos falando apenas de correio brasileiro, fase pela qual a Amazon não teria como escapar, mas por já estar no Brasil, o produto não passa pela temível inspeção alfandegária em Curitiba. O preço, evidentemente, é pavoroso. O Tharvoz que me perdoe, mas o dobro, parceiro? Caro demais, muito mesmo. O que nos leva à promoção, que é o anúncio feito em um site especializado. Mas daí venho eu (e naquele caso o hater) e resolvo comentar isso no Facebook. 
Ora pois.
Lembro que muita gente achou o preço daquele caso completamente descabido. Chamaram o vendedor por nomes que me recuso a repetir aqui. O assunto cresceu, ganhou visibilidade. Talvez o rapaz tenha feito inimigos. Não lembro dele estar pessoalmente se defendendo ali, mas isso não é necessário para ganhar um grupo de haters. Porém, pode ter acontecido de alguma pessoa vez esse debate e pensar "Ah, que se lasquem todos. Estou maluco para comprar esse jogo e vou pagar esse preço mesmo". E daí pode ter saído a venda, não sei. Então pasme amigo leitor, ao notar que quando se vêm a público denunciar um preço elevado, tudo que se consegue é aumentar a exposição do anúncio, dando mais chance para que alguém que discorda da tua opinião veja o anúncio e acabe comprando: melhora a promoção.
Entendeu, hater burro dos infernos? Só falar mal do preço é, na verdade, fazer um favor ao vendedor. Se o Tharvoz, seja quem for, ler este artigo até o final, espero que entenda que não estou criticando-o, apenas usando como exemplo. E expondo o anúncio como externalidade positiva para ele.

30 Dias de Ódio: Um Livro que Você Odeia

São dois, pelo mesmo motivo: A Bíblia e o Alcorão.
Juntos, estes dois livros causaram, causam e causarão uma quantidade de mortes praticamente incalculável. Centenas de milhões, podemos dizer. 


Nunca li nada do Alcorão, mas sei que a treta começa no nome. Alguns acham a adaptação lusófona inaceitável e procuram usar algo mais próximo do original, algo como Quram. Claro que brigam, e muito, por isso. Tontos.
A Bíblia, por outro lado, eu li um tanto. Fiz escola católica por 6 anos até conseguir fugir dela para algo mais sério. É um texto horrivelmente mal escrito, com tradução ainda pior e repleta de erros. Alguém estava catalogando os erros internos dela e a lista passava dos 10mil. É um espetáculo: deve dar 10 erros por página. Ainda assim, o problema principal foi o que citei acima.
De tão presunçosos e autocráticos, este dois avatares da maldade humana são a justificativa para uma quantidade de atrocidades que faria Hitler e Stalin parecerem revendedoras da Avon. E a coisa é tão feia que ainda hoje são usados, ambos, para doutrinar as mentes de crianças em idade na qual elas não conseguem discernir fantasia de ficção e acabam acreditando nas balelas ali escritas. Perde-se um humano inteiro a cada vez que isso acontece.
Odeio !!!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma Personagem de Série ou Novela que Você Odeia

E chego a mais uma conclusão surpreendente neste post. Mas comecemos pelo começo.
Para começo de conversa, odeio novelas. Todas. Tudo que as envolve e tudo que elas representam. Novelas são um formato inteligente de se contar as mesmas histórias o tempo todo, 3x ou 4x por dia com roupagens diferentes. Usam uma linguagem completamente desconectada do mundo real, pregam valores falsos (do tipo "só é possível ser feliz ao se casar"), enrolam meses para contar uma história de uma semana (que já foi contada na novela anterior) e simplesmente não prendem a atenção de ninguém com QI maior que 80. 
Isto posto, não as vejo. Não as vendo, como posso odiar algum personagem específico? (O amigo leitor começa a vislumbrar a conclusão.)
Nas séries, naturalmente, temos algo similar. Não vejo as séries cômicas tradicionais. Friends me dá asco até hoje, por exemplo. Aquele monte de gente feliz, que aparentemente não precisa trabalhar para viver não me convence em nada. Não significa que eu não tenha visto e apreciado algumas: The Big Bang Theory, The Office, Seinfield, Married Whith Children... Todas ótimas. Lembro de minha irmã odiando o George Constanza, mas isso nunca me aconteceu.
Gosto de séries com muito conteúdo mental e mistérios a acompanhar, de preferência científicos. Ou seja, Sci-Fi de qualidade. Daí ter gostado de Lost (apesar do final tenebroso), Battlestar Galactica, Babylon 5, Star Trek (todas as versões), Prison Break, Firefly e mais recentemente Sens8, House of Cards e até mesmo o antigo Arquivo X. Esqueci um monte de coisas boas aqui. Um monte. E nem voltarei para corrigir.
Mesmo estas séries possuem seus antagonistas. Por vezes, inimigos. E você (como eu) torceu para eles morrerem. Malditos Canceroso, Cylons, Xindis e Klingons, Shadows, Bexter e Londo Molari, Whisperers, Widmore, Bellick... Ainda assim, eles precisam estar lá ou não tem história. Você quer eles mortos, mas não os odeia pois sabe que precisa deles.
Não é doida essa relação de ódio e dependência, um caso de quase Maria da Penha mental entre você e suas séries preferidas? Mesmo o mais odioso, maléfico e cruel inimigo tem seu charme ao entrar em cena.
Então, para se odiar mesmo algum personagem, ele precisaria ser absolutamente secundário tanto para os heróis quanto para os vilões (quando pertinente). Além disso, o personagem precisa aparecer com frequência suficiente para eu saber que ele existe. Precisa ser irritante, o que é um conceito um tanto vago. De modo simplório, seria ser algo completamente desconectado do clima da série. E precisa de fato tomar tempo de conteúdo interessante da série, e não simplesmente atrapalhar a vida dos personagens.


Tirando o exemplo óbvio do Jar-Jar Binks de Star Wars, não consegui lembrar de alguém que se encaixe nessa definição. Mas mesmo ele é personagem de filmes, não de séries ou novelas como propõe o projeto. Desta forma, no formato em que a questão foi formulada, não odeio nenhum personagem.
Esse projeto está revelando menos ódios do que eu mesmo esperava.

domingo, 17 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódeio: Um Sabor de Sorvete que Você Odeia

Odiar mesmo, tipo ódio, como em post anteriores, acho que nenhum.


Ok, admito que que eu não experimentaria essas bizarrices acima. Mas justo por isso, não tenho como odiar. Também, claro, tenho minhas preferências: tomo 10 taças de sorvete de chocolate antes da primeira de passas ao rum. Creio que o amigo leitor tenha as preferências dele de modo similar. 
Mas isso não me impede de ocasionalmente tomar um sabor menos preferido.

sábado, 16 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma Banda que você Odeia

Meu maior problema, amigo leitor, é com estilos musicais. Tirando quase todas as vertentes de rock (clássico, pop, hard, metal, progressivo) e subvertentes, ouço muita trilha sonora de filmes, new age e alguma coisa de música erudita. Detesto todo o resto, com mínima tolerância a música eletrônica.
Daí ficar listando cada trio, quarteto ou quinteto que grava barulho e vende como música demoraria para sempre. Acho que eles são capazes de lançar banda ruins com velocidade maior do que sou capaz de escrever.
Vamos restringir então ao rock. Afinal, nem mesmo o rock está isento de abrigar nojeiras. Surge então uma dificuldade prática: conheço bem pouco de música e citar nomes do que eu não gosto fica difícil: grosso modo eu simplesmente não sei quem são os caras ruins do rock porque não os ouço o suficiente para saber quem são.
Com duas notáveis exceção (que não são Los Hermanos): 
J. Quest. Considero J. Quest uma banda medíocre, sem qualquer criatividade ou capacidade musical efetiva, mas que tem uns caras balançando instrumentos para meu terror.
Charlie Brown Jr. Quis o destino que a outra banda também puxasse o nome de algum desenho muito superior a ela mesma. Desta, pelo menos, estou livre. Não que eu desejasse a morte de seu líder, mas já que aconteceu vejamos o lado bom. Esses caras praticamente só gravaram músicas sobre um cara pobre e malandro pegando uma menina rica e bonita. São justamente as poucas músicas que saem desse apertado quadrado que prestam minimamente.
Ambos podiam ter ficados calados a vida toda.
Odeio !!!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma Coisa que Você Odeia Encontrar na Comida

Agora sim...
Antes de mais nada, não odeio passas. De fato elas são mal usadas eventualmente, mas por si só eu até gosto. Só para deixar claro.
Mas assunto não falta hoje.
  • Ricota
Já estabeleci para além de qualquer margem de debate que ricota não é queijo. Além disso, é ruim como o diabo: não tem gosto e a consistência é similar a de areia, justamente pela falta de gordura.
O problema é que tem gente que erra duas vezes: ao achar que é queijo e ao achar que é gostoso. E daí coloca essa josta em receitas. Burrice aguda. Já cheguei a ver ricota lista em Pizza 4 Queijos. Não imagino sacrilégio gastronômico maior. 
  • Berinjela e Rúcula
Já os mencionei no dia 4, mas é tão ruim que é melhor repetir. 
Quando chego na ilha de saladas vejo a placa "mix de folhas" já sei que tem treta. O babaca só misturou porque sobrou um pouco de cada, e claro que a porcaria da rúcula vai estar ali. Triste é quando sua única opção de folhas é essa que, somando rejeições, te apresenta a rúcula escondida no meio. Toca filtrar.
A berinjela dá ainda mais trabalho em opções de legumes variados. Ela não apenas se esconde, mas realmente contamina os demais com aquele sabor amargo pútrido e odioso. Melhor nem tentar.
  • Maionese
Campeã deste post. Maionese é um amontoado de calorias que parece ter saído da caixa de gordura no esgoto. Coloca-se um corantezinho para ficar mais clara e vende. Alguns tem a pachorra de desperdiçar limão nisso.
Maionese me embrulha o estômago só de ouvir falar nela. Escrever este texto está sendo um desafio. Odeio todos os cremes amarelados gordurosos, e a maionese não apenas é a pior, mas a mais frequente de entrar sorrateiramente no meu cheese-bacon ou hot dog prensado.
O pior é que os admiradores dessa porcaria acham que o mundo inteiro gosta disso e saem colocando toneladas métricas em tudo que vêem pela frente. Toca pedir o sanduíche sem maionese em cada restaurante e deixar claro, límpido e estabelecido que você não quer ela.

Odeio!!! 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Um Meme que Você Odeia

Na verdade, nenhum.
Vamos diferenciar as coisas, antes parecer apressado. O conceito de meme é dúbio. Algumas pessoas têm chamado uma imagem com uma frase descolada de meme. Isso não é necessariamente verdade: na minha opinião, isso se chama piada.
Um meme tem que ter mais vida do que um uso único, restrito e limitado. Tem que ser reaproveitável para se repetir. Até porque, a definição original era "uma ideia capaz de se multiplicar".
Multiplicar-se não é apenas repetir-se por 2 dias. E certamente uma piada com um time de futebol que perdeu um jogo específico não encaixa no conceito de multiplicação. A rápida sazonalidade da mesma lhe tira o posto.
Daí um meme tem que representar uma ideia, uma sacada. E acho difícil ter raiva disso. Então, para não passar totalmente em branco, odeio o ato de chamar qualquer piada de meme.
Odeio!!!

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Um Esporte que Você Odeia

Ora, ora, que surpresa.
Vamos começar com minha definição pessoal de esporte: é uma competição individual ou coletiva, realizada em confronto direto ou múltiplo, com regras claras e não subjetivas para apontar o vencedor, na qual características de preparo físico sejam essenciais para se atingir a vitória. Deste modo, Atletismo é esporte: quem chega primeiro, salta mais alto ou arremessa mais longe, vence. Futebol é esporte: quem faz mais gols, vence. Poker não é esporte: nenhuma competição onde um cara pode participar tomando whisky é esporte.
Isso inclusive coloca na parede competições muito bonitas e tradicionais até mesmo nos Jogos Olímpicos. Na minha definição, Ginástica Olímpica (que me recuso a chamar de artística), Nado Sincronizado e Saltos Ornamentais não são esporte. Já me enrolo aqui, ao chamar a Ginástica Artística de Olímpica e depois lhe remover o título de esporte. Até mesmo o  Kung Fu que pratico há 16 anos não é esporte, é atividade física. Para o leitor que não entendeu ainda o critério de exclusão, explico: um esporte não precisa de juízes darem notas para sabermos quem venceu. O juiz apenas está ali para aplicar as regras. Um robô positrônico de estilo Asimov seria o juiz perfeito para um esporte verdadeiro.

(Sepaktakraw: um esporte delicioso de ver e que ninguém conhece aqui)

Note o amigo leitor que não estou dizendo que assistir essas coisas é chato. Eu mesmo pretendo ver ao vivo alguma coisa de ginástica nas Olimpíadas de 2016. Ok, nado sincronizado é um porre sim. Mas se não é esporte, não posso citar nesta lista.
Ainda preciso mencionar que acho alguns esportes insuportáveis de se assistir. Aqui o vencedor é o golf, mas também acho chatíssimas as lutas de taw-kwon-dô, boxe olímpico e por vezes tênis. Todos claramente esportes, mas que não me agradam ver. Mas, novamente, não os odeio como esporte, apenas acho chato de acompanhar como espectador. Eu mesmo já joguei tênis quando garoto e era divertido de jogar sim. Quem sabe um dia não dê umas tacadas de golf...
E daí chego a uma conclusão surpreendente: não odeio esporte algum !

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma Palavra que Você Odeia

Um dos elementos deste projeto era não me preparar antecipadamente para cada post. Preferi optar por algo mais solto, mais instintivo. Funcionou nos primeiros 10, e neste momento me vejo soltando palavras sem ir ao ponto.
Uma palavra que eu odeio: upar.
Se o amigo leitor não sabe o que são os MMORPG, vai dar algum trabalho para entender. Mas vamos tentar. Os tais MMORPG são jogos online onde cada jogador tem um personagem. O personagem faz missões individuais ou em grupo, quase sempre envolvendo batalhas, para conseguir recursos e objetos para ficar mais forte e realizar missões mais difíceis. Admito que é uma descrição tendenciosamente negativa, o que explica o fato de eu nunca ter jogado isso.
Bem... o personagem sempre tem poderes atrelados ao seu nível. Ele precisa passar de nível para melhorar seus poderes. Alguns jogos não tem níveis claramente definidos, mas ainda assim melhoram poderes por outros mecanismos matemáticos à medida em que o jogo desenrola.
(tô quase chegando ao ponto)
Algumas vezes, o jogador decide deixar de lado os objetivos principais para fortalecer o personagem. Faz isso para tornar o jogo mais fácil, para acompanhar os amigos em missões multijogador o até por ter acesso à missões. Esse processo pode ser feito sozinho ou com ajuda de companheiros. 
O ato de estar jogando apenas para ganhar níveis ou características de jogo melhores é chamado de upar, do inglês up ("para cima", "acima") que também não é um verbo. Na verdade, eu não vejo "up" como uma palavra completa em inglês, pois é normalmente usada como complemente de verbos: stand up, shut up, check up. (Ok, uma certa montadora alemã resolveu nomear um carro com essa palavra... fazer o quê...)
Então upar é um verbo neologístico regular (eu upo, tu upas, ele upa, nós upamos, vós upais, eles upam) criado a partir de meia palavra em inglês para significa uma atitude pouco objetiva em um tipo de jogo que eu não gosto.


Odeio!!!

domingo, 10 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Um Filme que Você Odeia

Adoro filmes. Considere-me cinéfilo, mas alguns cinéfilo mais extremistas diriam que eu não sou puro sangue por ter outras formas de lazer como séries de televisão e esportes. Não me importo com ele. 
O que quero dizer é que eu vi muitos filmes na vida, tanto no cinema quanto em VHS, DVD, Blu-ray, Youtube. Sim, há filmes inteiros no youtube, e ver ali não é pirataria. Não é, né?
Os motivos que me fazem não gostar de um filme variam bastante, mas notei uma tendência, uma concentração. São os 3 principais, na ordem: excesso de pretensão do projeto, falta de coerência interna da história, falta de ritmo. Claro que há outros. Não gosto de musical algum, por default. Se você quer cantar, grave uma música, não faça um filme. Música é importante em um filme, adoro trilhas sonoras de qualidade, mas não pode ser fator preponderante nunca. Mesmo que seja um filme sobre música ou sobre um músico. Idem para dança (a lista vai se desenhando enquanto a defino !): crie um balé, não um filme: há um público para isso que vai gostar.
A esta lista, adiciono dois gêneros bem comuns: western e comédias românticas. Como disse o Paulão, "não adianta chamar que eu não vou". 


  • Amelie Poulain
Pretensão em níveis bíblicos e nem sei explicar porque. Juro: minha ex alugou esse filme e, numa tarde de sábado ele prendeu minha atenção por, contados, 2min30seg. Fui fazer alguma outra coisa em outro cômodo. Foi ódio a primeira vista, tanto que nem sei exatamente sobre o que o filme é: nunca mais tentei ver novamente.
Duro é aguentar os radicais dizendo o quanto ele é lindinho. Bah.
  • Anaconda
Este entra aqui de modo especial. Sim, é uma porcaria de filme. Os personagem tem que enfrentar uma cobra gigantesca e maléfica. Nem entendi direito porque: não seria mais simples ir embora? Sei lá. Os brasileiros falando espanhol foi um detalhe até menor.
Mas o filme é tão incrivelmente mal feito que leva mais de 45 minutos pro diacho da cobra aparecer. "Mais de 45 minutos" é o termo crítico aqui: desisti do filme nesse momento. E isso me marcou muito, pois foi a primeira vez na minha vida em que eu ativamente desisti de um filme. Esclarecendo: quando eu vejo meio filme esperando alguma coisa (outro filme, uma transmissão esportiva, chegada de visita), não conta pois eu não tinha planos para ver o filme todo. Quando eu coloco em qualquer coisa para deixar o sono chegar e durmo no processo, também não conta. Mas conta quando eu me programo para ver o filme e não consigo terminá-lo de tão ruim. Anaconda foi o primeiro a me proporcionar isso.

  • Moulain Rouge
Um monte de gente dançando. Um monte de gente cantando. Um monte de nada acontecendo. E uma câmera que não parava de girar. obrigado Baz Luhrmann: você foi o primeiro direitor e me fazer passar mal (no caso, de tontura) em um filme. Te odeio por isso. E olha que eu topo qualquer montanha russa, não é fácil me deixar enjoado por movimento.
  • Sonhos
Porra, o cara (Akira Kurosawa) tinha feito "Os 7 Samurais". Tinha crédito, e tinha um monte de gente elogiando. Esse filme me ensinou a parar de ouvir palpite, ou pelo menos parar de levá-los a sério de mais. O filme passa, vai, segue e quando termina você entende o título: queria ter estado dormindo aquele tempo todo. Sim, eu vi ele antes de Anaconda e não sabia que era permitido largar um filme no meio.
  • A Noviça Rebelde
Viva a música, a música é linda, vamos todos cantar juntos e todos os nossos problemas desaparecerão magicamente. Saporra não me convenceu quando eu tinha 6 anos, imagina hoje. Filme besta, sem nada de mais só uma moça bonitinha cantando e cantando e cantando e gente... não termina nunca.


Sim, é o filme que eu mais odeio.

Certo que há muitos outros. 
Muitos: saga Crepúsculo, todas as sagas adolescentes tipo Jogos Vorazes e seus clones, praticamente qualquer coisa que saia de Bollywood, filmes iranianos sonolentos (o sonorrápidos como eu gosto de falar). Mas quis apontar os casos mais extremos.
Enfim, odeio !!!





sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma giria que Você Odeia

Esta é fácil de responder: Obrigado eu.
Amigo leitor, fui ensinado por minha mãe a dizer "Eu que agradeço" quando a situação assim o pede. Não é tão mais longo assim: apenas duas sílabas a mais para montar uma frase com um mínimo de significância gramatical. Mínimo.
Por favor, não faça isso perto de mim.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Uma Situação que Você Odeia Estar

Várias, muitas mesmo. Tantas que corro o risco de esquecer alguma.
  • Esquecer
De primeira, esquecer alguma coisa. Incrivelmente metatexto isso, não?
  • Balada
Eu até gosto de conversar com pessoas. Sempre há algo de novo a aprender, uma experiência nova a fazer parte, um contato novo que pode gerar frutos. Por isso a balada, que junta muita ruim, dança e (quase sempre) pessoas de mentalidade superficial é um inferno na Terra. 
  • Fila
Quem não?
  • Trânsito
...
  • Festas Natalinas
Aboli o Natal em 2013. E olha que o de 2012 contou com uma gestão de crises excepcional por parte de Luciana. 
Mas todo ano foi a mesma coisa na minha família. Aquele aborrecimento infinito de se decidir quais serão as mesmas comidas de sempre. Claro que fica gostoso, e nunca tive nada contra repetir o cardápio da ceia anterior: para que mudar o que é bom? O que dava (e ainda dá) nos nervos é o doloroso processo de decidir fazer a mesma coisa. Horas de discussão, debates, sugestões e mesmo brigas para não mudar nada. Parece o Congresso Nacional isso.
Depois vem a festa, sempre igual. Era obrigado a usar algum tipo de roupa de festa numa das épocas mais quentes do ano. Até perder a paciência e começar a ir de chinelo, para desespero de incontáveis e transpirantes tias.
Claro que tem que ter as piadas e comentários:
- É pavê ou pacomê?
- Isso é comida do ano passado!
- Primeiro [qualquer coisa] do ano.
- Nossa, como você cresceu!
E por aí vai. Um saco completo isso.

  • Lugares Quentes
Minha esposa diz que eu tenho DNA de yeti. Deve ser verdade, exceto pela altura. Mas o fato é que eu sinto calor em qualquer local acima de 21oC. E odeio sentir calor, pois não há defesa prática.

No fim das contas, o que tem em comum nisso tudo é um fator: perder tempo. Entendo que a o tempo é o fator mais escasso que existe, por ser finito e impossível de se estocar (que nossa presidente não leia isso ou começará a ter ideias...). Então fica aqui um ódio mais geral de situações: odeio perder tempo.
Odeio!!!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

30 Dias de Ódio: Um Cheiro que Você Odeia

Esmalte de unha.
Sim, é sério. Odeio cheiro de esmalte de unha.
Claro, sempre tem o óbvio: urina e fezes, comida estragada... Mas acho que o conceito deste projeto é ir além do óbvio. Fazer a auto-análise, se conhecer melhor, colocar as ideias em palavras escritas e reler depois.
Então lembro de discussões intermináveis com minha irmã. Ela queria pintar as malditas unhas na sala vendo televisão, e o zicado aqui não aguentava ficar por perto. Claro que meu pai dava razão a ela: não me lembro dele me dar razão contra minha irmã uma única vez em 32 anos (idade dela quando ele faleceu). Daí ela dominava a sala com aquele cheiro artificial, gradante mesmo, que fica impregnado na casa a nas suas narinas por uns 3 dias.
O fato é que compostos orgânicos aromáticos possuem cheiro muito forte. O ser humano percebe esses odores com enorme facilidade. Benzeno (e derivados) e naftaleno (e derivados) são reconhecidos imediatamente por qualquer um. E deve ter algum deles no solvente da tinta do esmalte de unha.
Atualmente, casado, minha esposa entende o drama. Pinta as unhas na varanda, com a porta fechada para o cheiro não entrar. Só elogios a ela.
Mas não ao esmalte de unha: odeio !!!