quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Hawaii - O'ahu - Dia 18: Mergulho e Vale dos Templos

Partiu mergulho.
Veja bem, amigo leitor. O caminho de Germaine´s Luau até o hotel levou uma boa hora. E acordamos cedo no sábado (18) para mergulhar, como de costume. Então estávamos na força de vontade, mais do que no pique.
A operação da Waikiki Divers é mais simples que a da Kona Diving Company. Nem por isso menos profissional, divertida, segura e agradável. Fizemos amizade com duas mergulhadoras assistentes, Lisa e Rachel, com quem ainda estamos trocando emails. Aqui, nós voltamos ao esquema de trocar o próprio equipamento, ajudar a carregar cilindros, cuidar um do outro. Em Kona era mais chique, em Waikiki é mais família. 
E custa metade.
Ficamos concentrados na costa sul, por ser mais perto.
  • YO 257 (Log #21)
É um mergulho de naufrágio, algo bem distinto do que estávamos fazendo em Kona. Mais fundo, muito mais rápido, mais perigoso, mais técnico. Injusto dizer menos divertido, embora Kona seja sim melhor.
Pudemos ver detalhes do navio ali afundado, chegar perto das janelas, ir por cima do deck, olhar os porões. Como não temos certificação para entrar, ficamos de foram, mas sem perder tanta coisa assim.
A vida é similar ao que víamos em Kona e Maui: butterflies, sargentos, cornetas, trompetes e wassles. Uma grande tartaruga estava no fundo do casco. Infelizmente o ar acaba muito rápido a 30m, então o tempo de fundo foi de apenas 20 minutos. Fizemos duas paradas de segurança, a 20m e 5m, sempre próximos à corda de apoio. 
Meu novo computador de mergulho estreou aqui, com desempenho impressionante.
Delícia.
  • Turtle Canyons (Log #22)
Muito mais raso, até pelo nitrogênio acumulado na primeira descida, fomos para recifes locais. Notei que esse é o padrão de mergulho e O´ahu: um naufrágio profundo seguido de recifes rasos. Achei o intervalo de superfície curto, mas não questionei o instrutor David.
Não que seja uma surpresa, mas o lugar é recheado de tartarugas. Alguém contou 12. Fato foi que não tinha como ver todas ao mesmo tempo. A profundidade reduzida ainda permitia ficar bastante na água, tanto que passei de 50 minutos pela primeira vez.

Feitos os mergulhos, pé na estrada. O plano era North Shore, mas tivemos uma surpresa. Não me ocorreu ao preparar a rota que estaríamos passando pelo Vale dos Templos. E optamos por ficar ali para nos cansarmos menos.
O Vale dos Templos é uma estrada curta rodeada por belos cemitérios e um templo de cada denominação religiosa estatisticamente relevante (ufa: acho que consegui não ofender ninguém). São algumas variantes cristãs, a católica logo na entrada, depois metodista, batista, mórmom... 
O ponto alto, porém, é o Byodo-In, o último. Budista. Trata-se de uma réplica de um oficial japonês do século XI (ou algo assim). Paga-se 3 obamas para entrar e ver a bagaça. 
De fato, é muito bonito. Pequeno e harmônico. Ele dá entrada ao Vale da Meditação, o que se tornaria uma piada ainda durante o passeio. Há um belo lago rodeando-o, com carpas enorme e incontáveis. O lugar é tão tranquilo que uma tartaruga que estava no lago tinha musgo no casco. Havia também cisnes e pavões selvagens.
Visitamos por dentro (é pequeno, não mais do que 50 metros quadrados) e demos a volta pelo fundo. Foi quando ouvi um estrondo inconfundível: jato supersônico.
Ao olhar para o céu, notei que acontecia um show aéreo em uma baía próxima. É realmente hilária a situação de 4 F-22 Raptors fazendo uma curva em formação fechada em cima do Vale da Meditação. O barulho é infernalmente lindo. Na saída, ainda flagramos uma formação com 6 deles. 

Não tinha como continuar um dia desses: voltamos para Pearl City, jantamos no saudoso Arby´s e tentamos dormir cedo.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Hawaii - O'ahu - Dia 17: Pearl Harbor

Acordamos cedo. Bem cedo. Tipo 5h30.
Pearl Harbor não é longe de Waikiki, coisa de 40 minutos de carro, se tanto. Mas era um dia cheio, como o amigo leitor notará ao longo da narrativa. E o lugar, por ser militar, abre cedo, o que é ótimo.
Chegamos lá sem maiores perrengues, por volta de 7h45. Paramos o carro e passamos pela segurança. Aqui, digo que achei o local burocrático. Meu Go O´ahu Card esta sendo usado pela primeira vez, por incluir absolutamente tudo que o local oferece. Mas são 2 bilheterias e uma parte do passeio é gratuita, então me perdi todo. Vamos em ordem cronológica do que fizemos.
  • Memorial Pearl Harbor
É uma área aberta e muito bonita, embora quente como uma chapa de lanchonete. Há esculturas e painéis relatando os fatos de 7 de Dezembro de 1941, fotos, e um memorial circular listando todos os mortos no ataque, separados por embarcação, sem deixar de mencionar as baixas civis, surpreendentemente poucas.
Cotação Asimovia: 3 sabres de luz.
  • Memorial Arizona
Depois de ver um belo filme de 15 minutos sobre a Battleship Arizona, fomos de ferry até o memorial em si. O memorial é uma estrutura bela e simples, que flutua sobre o Arizona sem tocá-lo. Há um monitor que faz uma explanação sobre o local onde 1177 militares americanos estão sepultados até hoje, e de onde não sairão.
É um lugar triste, onde sentimentos de dor, morte, dever, indignação e patriotismo se misturam. O negativo é a presença de gente sem essa visão, e que acha que aquilo é apenas uma atração turística, tirando selfies sorridentes de fronte ao memorial.
Visita obrigatória.


Cotação Asimovia: 4 sabres de luz.

Pegamos então um ônibus até Ford Island, mais afastada, para a fase seguinte.
  • Battleship Missouri
Comissionada em 1944, a Missouri lutou na WW2 e Coréia. Foi descomissionada, encostada, recomissionada em 1986, modernizada, lutou em Iraque 1 e finalmente tornou-se um museu aberto.
Sua importância é histórica: nela foi assinada a rendição do Japão, e com isso o término da WW2, na Baía de Tóquio em 2 de Setembro de 1945. 
O passeio mostra as capacidades bélicas, canhões, lançadores de mísseis, metralhadoras, estruturas internas, motores, quartos, cozinhas, refeitórios, salas de oficiais e até ponte de comando.
Vale.
Cotação Asimovia: 4 sabres de luz.
  • Pacific Aviation Museum
Na verdade, é um museu em formação ainda. Os caras ganharam um espaço extra enorme e ainda não sabem muito bem o que fazer ali. Na dúvida, estão enchendo o pátio de aviões. Vai ficar bonito um dia, mas por enquanto é apenas um amontoado do aviões e helicópteros.
Pelo menos tinha um F-15.


Cotação Asimovia: 3 sabres de luz.

Como a visita ao PAM foi muito mais rápida que o esperado, ainda havia tempo para mais. Voltamos da Ford Island e Luciana estabeleceu-se na loja de lembranças enquanto eu corri para:
  • USS Bowfin
Um ano atrás eu nunca tinha entrado em um submarino. O Bowfin já é meu terceiro. Na verdade, não há muita novidade depois do primeiro: o lugar é uma claustrofobia viva e monumento à engenharia naval em sua mais nobre forma na minha humilde opinião. 
Cotação Asimovia: 2 sabres de luz.

Saímos de Pearl Harbor às 5h da tarde, mas o dia ainda tinha mais uma atividade. Seguimos de carro para ainda mais oeste, para realizar um pedido de Luciana:
  • Germanine´s Luau
Um lual é uma mistura de música, dança, comida típica e bebida. Estando no volante, a única coisa que me importava era comer algo.
Programado para ir das 6 às 9, o Luau propriamente dito começava apenas às 19h40. Antes disso, uma enrolação infinita de convidar pessoas ao palco, fazer pessoas passarem ridículo tentando dançar a hula e uma comida farta e bem mediana. 
A dança mesmo durou 1h20 e não vi quase nada excepcional, exceto um dançarino com hastes de fogo, que fazia giros muito rápidos e próximos ao corpo com ambas as mãos. Ainda assim, muito mais acrobacia do que dança mesmo.
Sinceramente, uma tremenda enganação. 
Cotação Asimovia: 4 cocares.

O amigo leitor deve ter notado a volta das fotos. Sim, a partir de agora os relatos voltam a ser ilustrados.

sábado, 24 de outubro de 2015

Hawaii - O'ahu - Dia 16: Makiki Trail e Kailua

(No sagão de LAX, tentando acelerar blog e me sentindo a criatura mais inteligente do mundo porque consegui configurar meu celular como hotspot para o notebook, enquanto ambos estão carregando as respectivas baterias...)

Fiquei devendo um relato sobre Honolulu, que vai aqui. Como passamos o dia andando pela cidade, vale alguns comentários.
  • trânsito 1 - Achei Honolulu uma cidade surpreendentemente hostil no trânsito. Levei 2 buzinadas nos primeiros 300m, ambas sem razão alguma. As pessoas não dão passagem, mesmo se você der seta. Se forçar uma mudança de pista por necessidade, os caras te xingam mesmo. Achei os motoristas de lá piores que os brasileiros em geral.
  • trânsito 2 - Honolulu é considerada uma das 3 piores cidades para se dirigir nos EUA, ao lado de New York e Los Angeles. Em apenas um dia posso comentar isso: pussies. O horroroso horário de pico deles signifca andar a 40 km/h na Freeway. Quando você pode fazer isso na orla do Rio ou nas Marginais de São Paulo, hein ? São novatos em termos de trânsito.
  • pedestres - Porém, basta você estacionar o carro e virar pedestre que tudo volta ao normal: preferência para atravessar, pessoas gentis, respeito ao espaço do outro.
  • estacionamento - Nível centrão de São Paulo. Difícil, raro, caro e exige malandragem. Mas rola.
  • Organização - Mapa caótico, como cidades não planejadas costumam ser. Ruas curvas, mão única que surge no nada e as comuns (e assustadoras) conversões a esquerda e permissões para virar a esqueda com farol vermelho.
Acordamos no dia 22 numa boa, nos instalamos no quarto e sem pressa alguma, fomos passear. A primeira parada do dia eram as Trilhas de Makiki.
O Waze nos levou ao endereço errado, mas era próximo e a correção não foi terrível. Paramos o carro e entramos no parque para tentar entender a bagaça. O Lonely Planet está muito mal redigido nisso, pois menciona 4 trilhas quando na verdade são 18. E só entendemos mesmo a coisa ao final de uma delas, quando só então havia um mapa completo da região. Fizemos a chamada volta curta, 2,5 milhas em 3 partes. Trilha séria mesmo, precisava de bota, tinha lama, plantas, insetos e Luciana quase morreu (palavras dela !). "Todo mundo (quem?!) viu". Ela se impressionou com as condições do passeio, os barrancos e deslizes. Sem me achar o máximo, usei as mãos como apoio apenas 2 vezes. Era cansativa sim, mas factível. E muito bonita, por subir para o alto do vale de Makiki e trazer lindas paisagens. 
De lá, fomos relaxar na praia de Kailua. Uma praia bonita, sem dúvida, onde estávamos bem cansados e apenas relaxamos por lá um pouco. Estava nublado e não tinha cara de "vamos entrar na água" mesmo.
Voltamos para o hotel e dormimos como loucos, pois a sexta-feira era longa e sabíamos disso.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Hawaii - O'ahu - Dia 15: Centro de Honolulu

Acordamos cedo. Até demais, pois estávamos realmente de saco cheio dos insetos do hotel. Enchemos o tanque do carro para devolução e rapidamente estávamos no aeroporto de Hilo.
Fizemos bem de chegar cedo, pois havia algum perrengue acontecendo na segurança pouco antes de passarmos por ela. Ficamos um bom tempo esperando na fila por motivo nenhum. Começo a entender o bad blood que os TSAs têm por aqui...
O voo foi tranquilo, bem como a retirada de bagagens na esteira. Estávamos com pressa, era um dia apertado... Na locadora, também correu tudo bem, fora o fato do carro alugado (Mazda 2) ser beeeeem fraco.
A primeira parada era no hotel. Tentamos um checkin adiantado, mas não rolou. O importante era deixar as malas no hotel e isso foi numa boa. 
De lá, seguimos para a Waikiki Diving, negociar um pacote de mergulhos por aqui. Ficava a menos de 1km do hotel, mas fomos de carro para salvar tempo. Foi bacana a conversa com o instrutor chefe, que precisava saber com quem estava lidando (nós):
- Vocês são certificados ?
- Sim (os logs estavam na mão).
- Quantos mergulhos ?
- 20. Quer ver ?
- Não preciso. Quando foi o último ?
- Semana passada, em Kona.
- Kona ?
- Sim. Mergulho noturno com as raias.
- Ok. Vocês são dos nossos ou mentem pacas.
Fechamos 2 dias (sábado e domingo) por USD 199 cada. Bem melhor que em Big Island. Mas isso nos forçou a replanejar tudo. Estava separado um dia de mergulho apenas, a quinta (15). 
De volta para o carro, seguimos para o centro de Honolulu. No caminho, o replanejamento estava feito. Paramos em Chinatown para um walktour.
Lugar maluco. Muito mais interessante que a Chinatown de New York. Cada loja tem um cheiro diferente, e forte. Eles se misturam na rua, e o odor resultante é algo como uma mistura de yakissoba, frango frito, borracha, incenso, banana e peixe (os pratos citados eram de ontem ou antes). As loja vendem cacarecos em geral, mas o foco é mais étnico: porcelana, jade, incenso, tecidos e comidas típicas. Vimos belas fachadas, um mercado pavorosamente sujo e um pequeno labirinto de lojas. O término foi triste: chegamos ao templo budista para descobrir que ele fecha às 14h (sério ?) e no Jardim Botânico que fecha às 15 (sério ?!). Eram 15h10.
Repensamos a vida e seguimos para a parte cívica da cidade. Era uma caminhada de 40 minutos, que nos levou ao Parlamento, Palácio Iolani, Washington House, Museu de Arte, Arquivo Central e Aloha Tower (eram 17h05 e ela fechava 17h). Todos muito bonitos e gerando belas fotos (que meu notebook ainda não quer copiar do celular).
Claro que ainda deu tempo de ir ao mercado comprar o café da manhã, quando fizemos cadastro no amável supermercado Foodland, para termos descontos eternos em um monte de coisas.
Um ótimo e proveitoso dia.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Hawaii - Hawaii - Dia 14: Mauna Day

(tá puxado aqui, mas vou terminar !)

Às vésperas de terminar a Big Island, faltava ainda um lugar para, ao menos, pisar. Então planejamos isso cuidadosamente.
A primeira coisa do dia, no entanto, era retornar a Kalapana, a praia preta. Luciana queria explorar mais o cenário quase inóspito, e não seria eu a me opor. Fomos. 
Quente pacas. Lindo pacas.
De lá, Mauna Lea. É uma montanha bastante alta e considerada ainda como vulcão ativo. Não sabíamos muito bem no que ia dar, apenas tínhamos alguma noção de onde olhar. Uma estrada nos levou a um parque nacional onde, depois de 13 milhas de subidas, demos com o início de uma trilha. Só lá (sim, pesquisamos bastante antes no guia de viagem e na internet) soubemos que era uma trilha de 3 a 4 dias. Desistimos, mas apenas porque tínhamos que voar no dia seguinte pela manhã. Ah, se o voo fosse a tarde...
Voltamos ao hotel, almoçamos, lavanderia e pé na estrada: Mauna Kea. O plano era aproveitar o Visitor Center, onde se pode observar eventos celestes em telescópios de alta qualidade, sem gastar um obama. Chegamos cedo (17h20) fizemos contato com a equipe de astrônomos e por lá ficamos até 21h. 
Para resumir, segue a lista de objetos observados:
- Saturno
- Titã (lua de Saturno)
- Andrômeda (galáxia)
- Alberia (estrela dupla)
- Aglomerado de Hércules
- Aglomerado de Pato Selvagem
- Aglomerado M31
- um aglomerado duplo
- Nebulosa do Anel
- Plêiades
- Urano

Isso tudo foi possível de ver em 3 horas de visita. Sem gastar um centavo. Urano, por exemplo, foi pedido meu a um dos astrônomos, que ficou feliz só de saber que eu tinha me informado sobre Urano estar no céu.
Um dia, eu sonhei ser astrônomo, embalado pela série (e leitura de) Cosmos, de Carl Sagan. Virar auditor é um bem distante plano B. Mas sem dúvida, a criança curiosa que fui ainda existe.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Hawaii - Hawaii - Dia 13: Papakolea e Two Step

Eu já tinha visto montes delas em bege. Algumas mais escuras, é verdade. Cheguei a ver brancas, poucas. Aqui no Havaí, pretas não são raras, e já vimos 3. Mas praia verde é para parar tudo e repensar algumas coisas.
Sim, verde. Tanto que pintei a palavra. 
Verde. Papakolea.


Sacou ?
Acordamos no horário de sempre, matamos os insetos de sempre, tomamos o café da manhã de sempre e seguimos para a estrada. Os trechos longos de viagem são até Kona. Qualquer coisa fora isso leva menos de 90 minutos e não assusta nenhum paulistano. O problema é que, uma vez lá, precisamos parar o carro e optar por uma trilha de 3 milhas ou pagar por uma carona em um veículo 4x4. 
Dizem que a estrada é um inferno: a dica que tínhamos do Eric (o guia o passeio do dia anterior) era pagar 20 obamas por pessoa por trecho. Chegamos a considerar ir a pé e voltar de carro. Mas uma vez lá, eram apenas 15, ida e volta. Topamos, indo em um tipo de porta-malas de um carro enorme (eram 10 passageiros). De fato, a estrada é um inferno mesmo. Esburacada, curva, subidas e descidas. Parece a Eliseo de Almeida...
Mas chegando lá, um paraíso na terra. A água arrebenta bastante, mas se você passar a arrebentação, consegue fazer um snorkeling relaxante. Sim, tínhamos levado os equipamentos. Curtimos a praia por cerca de 1h (estimativa, eu não me dei mesmo ao trabalho de olhar o relógio). Voltamos para o carro e seguimos de volta. Curiosamente, na volta, vimos duas colegas eslovenas do passeio da véspera, ainda indo a pé para a praia. Vantagens de ter carro e alguma grana para gastar...
Conversei com o tio sobre onde arrumar pedras verdes e ele me ofertou um pacote. Disse, pelo que entendi, que eu poderia pagar o que achasse justo. Paguei 50 obamas pelo traslado e pedra. Ele pareceu feliz. E eu tinha acordado achando que ia gastar 80 só no translado.
De volta à estrada, fomos a Two Step. É uma praia ruim de achar, já no lado oeste da ilha, ao sul de Kona. Tem esse nome porque o acesso à água tem um par de degraus bem práticos. 
Paramos o carro, fizemos um acampamento nas pedras e fomos para o snorkeling novamente. Finalmente entendi do que se trata o snorkeling. Muitos corais, peixes butterfly, enguias e wassles. Tudo fica a até 3m de profundidade, e com a água que parece uma piscina infantil de tão calma, o limitante é a capacidade de manter a máscara sem embaçar. Pode-se ficar 15 ou 20 minutos ali sem problemas. Fiz 3 ciclos. 
Almojantamos outras porções de poke. Gosto cada vez mais disso...
Cansados, passamos ainda em uma loja de mergulho, para compras. Belo pacote, devo dizer...Dormimos felizes, preocupados com os bugs...

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Hawaii - Hawaii - Dia 12: Hilo e Puna

Por incrível que pareça, mesmo com um dia morto, ainda acordei cansado no domingo (10). Espantei a preguiça, tomamos café e fomos bater perna por Hilo. 
Visitamos o belo Bicentenial Park, inaugurado em 1976 (dããã) em área devastada pelos tsunamis de 1946 e 1960 (e onde ninguém mais queria construir porra nenhuma). Bastante amigável, grandes árvores e lagos. Pequeno e aconchegante.
Almocamos um sanduíche de peixe no Bear's, maravilhoso.
À tarde, havíamos programado um tour pela região de Puna. Talvez a palavra Kilauea chame mais a atenção. É a região da Big Island onde há um vulcão ativo. Ativo quer dizer: "ele está produzindo lava enquanto falamos dele". Ao contrário de outros vulcões pelo mundo, que explodem em chamas por alguns dias, o Kilauea produz lava em taxas constantes há 32 anos ininterruptamente. É preciso monitorar tudo que ele faz, pois nunca se pode prever para onde vai a lava.
O grupo era incrivelmente heterogêneo: o guia era o único americano. Os turistas eram, além de nós, duas moças eslovenas, três mulhures russas e um casal nipo-coreano (ainda não sei qual era qual). Fora os orientais falantes demais, a compania foi bem agradável.
Passamos por Pahoa, onde a erupção visitou pessoas há menos de 20 anos. Depois entramos no Kaimu Beach Park, uma baía que foi engolida pela lava há 25 anos e hoje conta com uma linda praia de areias negras. 
Seguimos para o Hawaii Volcanos National Park para 4 atrações. Primeiro, passamos um lava tube, caverna criada por diferentes fluxos de lava. Infelizmente, urbana demais. Depois, fomos para os steam vents, locais onde os lençóis freáticos encontram lava ainda quente e simplemente evaporam. Lindos de ver, e é possível sentir o vapor na pele, como uma sauna úmida. 
A estrela do dia chega depois do por do sol: um ponto de observação para as atividades cotidianas nada amigáveis do Kilauea, ele mesmo. A noite, o buraco central da caldera se ilumina com o calor da lava. Não é possível se aproximar muito (local está fechado), mas mesmo de longe assusta ver o poder, literalmente, de fogo dele. Junto fica o Jagger Museum, sobre vulcanismo.
Um dia bastante tranquilo em termos físico e bem agradável. 

Hawaii - Hawaii - Dia 11: Dia Morto

Acontece em qualquer viagem longa, amigo leitor: as baterias acabam e você, tipo assim, pifa. Quando da aventura pelo Reino Unido, entendi isso apenas por volta do 25o dia, quando estava em Bath. Depois disso, procuro programar um descanso geral para o meio do percurso.
Desta vez, não precisei programar. Como chegamos ao hotel depois de meia-noite, ainda precisando de banho e de arrumar mochilas de mergulho (tava pensando que é tudo festa, né?), fomos dormir depois das 2h. Eu simplesmente me recusei a programar o despertador. Luciana ameaçou protestar, e eu respondi:
- Se você levantar da cama e programar o relógio, beleza: vale o que você fizer.
Não houve resposta, talvez um leve ronco.
Acordamos depois das 11h.

E nem era para menos. Choveu ininterruptamente o dia todo, variando de forte para muito forte. Saímos apenas a noite, para comer uma típica pizza havaiana. Surpreso fiquei. Primeiro por convencer o atendente a fazer a famosa meio a meio brasileira. Depois, pela delícia que ficou uma das metades (camarão, queijo gouda, leite de coco, amendoim, coentro, cebola roxa entre outras coisas). Fácil, top 5 da minha vida. 

Já que o relato foi curto, acho que posso contar um pouco do hotel. Isso aqui é uma porcaria difícil de narrar. Ok, o staff é extremamente gentil, ótima localização se você quer ficar em Hilo (não me pergunte porque alguém quereria...), estacionamento grátis e internet rápida e estável embora limitada ao lobby. 
No entando, há insetos por toda parte. Toda parte. São insetinhos pequenos, de 2mm a 7mm e estão no chão, parede, teto, cama, mesa, cadeira, banheiro, box, privada, pia e dentro das malas. Cada vez que chego no quarto, mato algo entre 5 e 10. A contagem de corpos já passou de 100. 
Isso realmente já deu no saco, e não vejo a hora de sair daqui. Mesmo.


segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Hawaii - Hawaii - Dia 10: Zoológico e Manta Dive

Acordamos quebrados. 
Essa parada de atravessar a ilha ida e volta todo dia é pesada, e notei isso no extremo mau humor da Luciana com a grudenta areia de White Sands Beach. Sim, havia motivo para irritação, mas não tanta: o resto era cansaço. Cancelei os planos iniciais para a manhã, dormimos mais e tivemos uma manhã leve.
Leve significou dirigir meras 10 milhas até o Zoológico /  Jardim Botânico da cidade. Há que se considerar que Hilo é a maior cidade da ilha e tem apenas 43mil habitantes. Não esperem um espetáculo inigualável. Além disso, o local está em renovações para novas atrações.
Isto posto, é um parque simpático e gratuito. Fizemos amizade com duas araras azuis e adoramos uma variante de calopsita/arara/papagaio/sei lá branco. Limpo, sinalizado, simples, pequeno e aconchegante. Na saída, Luciana reconheceu o valor da ideia.
Almoçamos no Jack in the Box e pé na estrada para o principal passeio desta viagem.
  • Manta Night Dive
Às 15h30 o barco partia do porto de Kona. Borboletas no estômago indicavam o grau de ansiedade. O bagulho tinha que ser doido...
Para quem não é do ramo de mergulho, este é considerado o 3o melhor mergulho do mundo, e 1o entre os noturnos. Diversos barcos seguem para um local amavelmente apelidado de "Manta Heaven". Lá, ascendem luzes fortes tanto de cima para baixo quanto de baixo para cima. Cada mergulhador tem sua própria lanterna. A soma dessa iluminação toda produz um boom de produção de plancton. Não por acaso, plancton é o alimento das raias. É o equivalente a sair a pé na savana africana jogando montes de carne moída na esperança de avistar um leão. A diferença é que as raias não tem nenhuma capacidade de fazer mal aos mergulhadores exceto, talvez, dando uma trombada.
Antes disso, fazemos o primeiro tanque (Log #19de reconhecimento no local. E eu estava impossível: achei uma manta apressada (ainda era fina de tarde) e um raríssimo scorpionfish. Este é complicadíssimo de achar, pois ele se disfarça de pedra quando está parado, e era o caso. Ganhei elogios do nosso lider (Flossie). Mantive ótimo controle no consumo de ar, da flutuabilidade e da navegação. Na parada de segurança, avistei ao fundo outra raridade: uma moréia-cobra.

O segundo mergulho (Log #20foi realmente épico. Noturos exigem alguns cuidados a mais, mas mal chega a ser este o caso: é tanta gente e tanta luz que não chegar a ser um noturno assim noturno. Logo que descemos, pudemos ver ao longe os focos de luz atraindo uma quantidade indescritível de peixes. Eles ocupavam todos os 20m de profundidade em cardumes cilíndricos ou cônicos, nadando em cículos e se esbaldando do plancton ali produzido. Se não houve nenhuma manta teria valido tudo.
Mas tinha. E como tinha. Ao final, soubemos da contagem oficial de 32. Não se fica um único segundo sem ver ao menos 3 delas. Cheguei a contar 8 no mesmo enquandramento visual.
Tive dificuldades para me acomodar no fundo. Talvez mais peso tivesse ajudado. Ainda assim, deitei no fundo e ali fiquei, feliz. E ainda por cima consumi poquíssimo ar, tanto que subi no penúltimo grupo, podendo brincar um pouco mais no fundo enquanto os outros iam se recolhendo.
Inesquecível.

A volta, devo relatar, foi incrivelmente tensa. Depois de comer uns petistos no Quinn's (ótima cozinha, péssimo atendimento), pegamos a longa estrada norte para Hilo. A alternância de chuva e neblina noturna chegou a reduzir a visibilidade para menos de 10m por alguns momentos. Mas escapamos ilesos e cansado. 
E felizes.

domingo, 11 de outubro de 2015

Hawaii - Hawaii - Dia 9: Mergulho e White Sands Beach

A dureza de ser pobre é ter que economizar em tudo. Então estou fazendo uma viagem que não é da minha liga aqui. Isso se reflete em coisas aparentemente simples, mas que aparecem na fatura eventualmente... Voltar de Kona para o hotel em Hilo é o caso.
Kona fica na margem oeste da ilha e Hilo fica no nordeste. A estrada mais curta (190 / 2000) dá 77 milhas e leva 1h35. Mas esta rota só é permitida na ida, pois ela passa pela base do Mauna Kea, a 2000m de altitude. A volta, para evitar doença descompressiva, deve ser feita pela rota norte (estrada 19), com 109 milhas e 2h30, em parte devido a obras no local. E não podemos parar na parte de altitude, pois ficamos um trecho acima de 2500 pés de altitude. Sacou, amigo leitor?
Ao chegarmos, Luciana resolveu testar seus protetores de ouvido para dormir. Estava com medo de entrar insetos. Válido, mas não quis fazer o mesmo. O drama é que isso zoou a conversa. Eventualmente, fiz um teste com algumas palavras e o resultado foi bastante peculiar. Em vermelho, as palavras que ela ouviu e em azul as que ela não ouviu:
sapato
jogo
liquidação
corrida
compras
sarong
arrumar
louça
maquiagem
notebook
Bastante elucidativo.
Acordamos novamente às 4h30 e pegamos a estrada. Chegamos no barco, com o capitão no recebendo como na véspera:
- Bom dia, eu sou capitão Jeff. Mas se algo der errado, meu nome é Capitão Steve.
Um barato, ele.
  • Turtle Heaven (Log #17)
O primeiro mergulho, em Turtle Haeven, não teve tartarugas. Mas teve golfinhos! A turma nos acompanhou desde a saída do barco e por todo o trajeto. E já mergulhamos sabendo que eles estavam por lá.
Que belo animal a natureza criou mesmo. Linhas suaves, cores constantes, mas indivíduos diferentes. Os mais jovens saltam o tempo todo para respeirar, fazendo acrobacias. Em nosso antropocentrismo, parecem brincar. Pode ser verdade, e isso me traz lembranças de visitas ao Seaworld, onde os vi fazendo exatamente a mesma coisa.
Não era só. Minha capacidade de observação melhorou. Achei uma moreia de boca branca, minha primeira. Tornei-me especialista em pepinos do mar, vendo vários, e nem gosto de pepino tanto assim... Os saddle wassle continavam a aparecer, agora um pouco menores que antes. Também toda sorte de butterflyfishes, especialmente os de lista azul, todo amarelo e listas brancas. Ainda achei 2 trombetas, sendo um laranja e um prateado.
  • Freezing Face (Log #18)
É um nome teórico de local, pois o rosto só congela para quem entra na parte de cavernas e encontra a água doce e fria vindo da ilha. O boxfish foi o primeiro destaque: ele tem a cabeça grande e quadrada, com linhas bem angulares e definidas. Aqui havia mais trompetas e cornetas (que ainda não sei diferenciar nem como peixe nem como instrumento musical). 
Tudo se encaminhava para um mergulho "apenas" muito bom quando encontramos um tubarão cinza, de cerca de 1m a 1m20. Apressado, parecia faminto ou, pelo menos, agitado. Não veio perto de nós e nós respeitamos uma distância sábia. Numas: ele nadava rápido pacas e alcançaria qualquer um que quisesse. Mantive minhas mãos no lastro para uma subida de emergência, mas não foi preciso.

À tarde, fomos para a White Sands Beach, praia ao sul de Kona famosa pelas areias brancas mágicas e ótimo logal para nadar. A principal característica mágica da areia é grudar no seu corpo. Fora isso, a tal praia mágica tem menos de 100m de comprimento, areia de coloração absoltamente comum para nossos padrões e nada de mais a ser observado (mulheres de bundas pequenas e biquinis grandes, desafiando a lógica).
Ok, tem boa estrutura: estacionamento, banheiro, salva vidas residente e duchas. Mas nada de mais mesmo. Eu consigo listar 10 praias melhores a 100km da minha casa. Nenhuma dessas 10 seriam as 10 melhores de São Paulo. Talvez uma das 10 melhores de São Paulo seja uma das 10 melhores do Brasil. Muito fraco.

Almojantamos no Da Poke Shack, uma maluquice que mistura sushi, ceviche e tempero mexicano. Excepcionalmente bom. E mais 2h30 de estrada para o hotel.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Hawaii - Hawaii - Dia 8: Mergulho e Kiholo Bay

Não era fácil, gente.
Este criadouro de insetos onde estamos hospedados tem a única qualidade prática de ser realmente barato. Mas fica muito longe de Kona, onde os mergulhos acontecem. Isso significa dirigir 1h40 do hotel até o porto. E se você quer chegar às 7h45, faça as contas...

Eu espero...

Isso mesmo: acordar 4h30, tomar café dirigindo e torcer para nenhuma zica te parar na estrada.
Não teve zica. Fomos pela estrada 190, que passa na base do Mauna Kea. A temperatura no nível do mar era 22oC quando saímos do hotel. Na base da montanha, 7oC. Na Marina de Kona, já às 7h30, 23oC. Mergulhamos com água a 26oC. Sim, fomos pasteurizados.
A equipe da Kona Diving Company é excepcional. Muito tranquilos, brincalhões, técnicos e seguros. Atenciosos também. Conversam com o mergulhador para sentir o estilo e as capacidades. Ajudam o tempo todo com equipamento. Aqui, uma diferença importante com os mergulhos que fiz no Brasil: eles cuidam de todos os detalhes do equipamento. Isso quer dizer que você entra no barco e o seu colete está instalado no seu cilindro com uma etiqueta marcando seu nome. Computador de mergulho é parte integrante do equipamento, sendo pelo menos um por dupla. Se você nunca usou um, eles explicam. 
Outra coisa é o briefing, dividido em duas partes. Durante o trajeto, o instrutor comenta apenas o básico de segurança, mas não fala nada sobre o local. Isso ocorre porque eles mudam o local na hora. Há tantos pontos possíveis aqui que eles podem se dar ao luxo de descartar 3 sem correr o menor risco de ficar sem opções. Com isso, podem escolher pontos que não tenham vento ou correntes fortes, nem problemas de visibilidade.
Sacaram onde isso tudo te leva ?
  • Disneyland (Log #15)
O primeiro ponto tem o carinhoso nome de Disneyland. Deve ser pela quantidade de bichinhos... A primeira coisa que impresiona é a visibilidade. Do barco, pode-se ver o fundo do mar, a 22m. Do fundo do mar, pode-se ver todos os outros barcos na redondeza. Não posso afirmar, mas 50m não é exagero. Com isso, técnicas de navegação são inúteis aqui: você olha para cima e sabe onde está. 
Outra diferença é o fundo. Estamos acostumados ao fundo arenoso dos mergulhos brasileiros. Isso não existe aqui: o fundo é forrado de corais. Você não pode afundar sem estragar algo belo e vivo. Mais cuidado, portanto. A água é quente, e o conforto é absurdo. Eu passaria, fácil, o dia inteiro embaixo da água sem me incomodar (até morrer por intoxicação por Nitrogênio). 
Isto tudo relatado, o mergulho teve muitas espécies incríveis de ver. O primeiro destaque foi um octopus que, assustado, fugiu soltando aquela tinta preta. É igual vemos em filmes (e em desenhos animados), mas ver ao vivo impressiona. Nosso instrutor, Shaggy, se divertiu aos montes com isso.
Há grande variedade de peixes butterfly aqui. As variações como listras azuis, listras cinzas, amarelo e oranamentado. Outros que chamaram atenção foram os peixes sapo, cornetas, sargentos (sim, tem por aqui), variantes de meréias (destaque para as de boca branca, mas fácil de achar). 
Na parte técnica, foram 45min, com máximo de 21m. Controle mediano de flutuabilidade, mas gastei mais ar e fui o primeiro a subir.
  • Ponto 2 (Log #16)
Não entendi o nome do ponto. O Shaggy escreveu pra mim no log, e continuei não entendendo. 
Outro octopus, novamente no começo do mergulho. Este estava mais exibido e não fugiu, preferindo ficar conosco. Os butterlys estavam lá. Outro curisoo era um com cores bem definidas: azul na cabeça, "pescoço" laranja e corpo verde ou cinza. O nome dele está no log, lá no carro. Os corais são menos variados do que em Maui, com predominância branca (descobri hoje que isso foi por causa da água muito quente dos últimos meses). 
Moréias mais variadas aqui, com predominância da de boca branca, peixe caixa, baiacus, cornetas, sargentos e wassle (não sei a tradução disso).
Tudo se encaminhava para o final quando apareceu um tubarão. Tinha 1m, pouco mais talvez. Estava se achando escondido em um canto, mas o vimos. Ninguém chegou muito perto, mas ele estava aparentemente calmo. 
Do ponto de vista técnico, arredondar 14 libras de lastro foi uma excelente decisão. Consumi menos ar (51min de fundo) e controlei a flutuabilidade melhor. 

Gostaram do dia ?
Então... são 13h...

Pegamos o carro e fomos a Kiholo Bay, ao norte do porto, e já na estrada de retorno. É uma praia bem isolada, onde se pode caminhar para outras praias tão isoladas quanto. Pedras pretas fazem o fundo, de tamanhos bem variados. O calor era forte, mas o vento amenizava bem a sensação. Para o norte, vimos uma tartaruga marinha que parecia cansada na areia. Eu apontei ela de volta para o mar e ela "correu" para a água. Algumas pessoas aqui disseram que fizemos besteira, mas não obrigamos a tartaruga a voltar para a água. Achemos que fizemos o certo sim. Para o sul, lindas formas de pedra preta em erosão pela água do mar. 

Voltamos pela estrada 19, pois a 190 vai a uma altitude potencialmente mortal para mergulhadores. Isso aumenta o percurso e o cansaço, mas pelo menos é uma vista diferente da ida. 
Sei que estou devendo fotos, mas meu celular e meu computador não estão se entendendo. Assim que der, posto umas aqui.

Hawaii - Hawaii - Dia 7: Museus

Um dos pontos que me surpreendeu no Lonely Planet:  Hawaii foi a indicação de que há bons museus em Hilo, e em quantidade. Eu havia separado duas tardes para visitá-los, mas com o adiamento do mergulho noturno em Kona, a 3a-feira (6) ficou livre por volta de 8h da manhã. 
Replanejamos, então, todos os museus para esse dia. Eram 4. Foram 4.
Começamos pelo Lyman Museum, um acanhado e simpático museu dividido em duas partes: geologia e cultura. Abrimos o dito cujo às 10h e entramos. Cobrimos numa boa em 1h35. A parte de geologia tinha interessantes, embora simples, explicações sobre a formação do arqupélago de Hawaii e outros similares. USD 8.
Ao meio dia, já estávamos o Imalao Museum and Planetarium, a menos de 5 minutos de carro do Lyman. O destaque era o planetário em 3D. Mas era uma apresentação muito básica, e as perguntas da platéia ("Qual a diferença entre estrela e planeta ?") não ajudaram nada. A exposição me chateou muito. Misturava o tempo todo os conceitos de astronomia com as tradições havaianas antigas. Na boa, se eu quisesse ver tradições havaianas não iria a um museu de astronomia. Ficou, pra mim, uma sensação de precisar preservar uma cultura que está morrendo por desinteresse geral. Fraco. USD 17,50
De lá, fomos para o Pacific Tsunami Museum. Focado nos Tsunamis que atingiram a cidade de Hilo (os principais foram em 1946 e 1960, mas muitos outros passaram aqui), mostrava fotos e estudos sobre esse tipo de fenômeno. Eu curtir, mas a Luciana se sentiu incomodada. USD 8.
Por último, o Mokupāpapa Discovery Center, ao lado do anterior, mostraria aspectos menos conhecidos de outras ilhas do arquipélago. Por algum motivo, boa parte dele estava fechado. Ficamos com o belo aquário e um filme de oceanografia chamado Oceans narrado por Pierce Brosman.
Sinceramente, foi um dia fraco. 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Hawaii - Hawaii - Dia 6: Mauna Kea

Então...
Hoje, 8h da manhã, recebo uma ligação da Kona Diving Company adiando por 3 dias nosso mais importante mergulho da viagem. Alerta amarelo, mas fica o elogio ao atendimento deles. Posso, portanto, relatar o dia de ontem.
(neste momento, no lobby do hotel, vejo uma típica família dos anos 10: casal com casal de filhos adolescente. O pai está verificando vouchers de viagem, a mãe está no notebook, o filho no tablet e a fllha no outro tablet. Não há um som entre eles. Parecem americanos, mas vai saber. O peixe do aquário ao lado os observa com curiosidade).
Pé na estrada, pois havia medidas administrativas do outro lado da ilha, em Kona. Antes, optei por passar pelo vale de Wai'pio. Não fizemos o longo e cansativo passeio, apenas paramos no lookout e tiramos fotos do vale. Trata-se de um local sagrado de acesso complicadíssimo, embora possível mediante uma centena de obamas. Dizem haver muitas paradas bonitas e cachoeiras na região. Optamos por acreditar nos relatos.
Almoçamos já em Kona. Luciana escolheu a rede Tacos del Mar. Acho que o papo da comida típica colou...
Visitamos a escola de mergulho e acertamos detalhes burocráticos do pacote. Tudo em paz quanto a isso, pelo menos até agora. De lá, visitamos um pequeno shopping na região e voltamos pela estrada que viemos para um ponto de encontro às 16h.
Ou achávamos que era a mesma estrada. Os pontos de parada estavam diferentes. Então, notei que a estrada estava muito mais próxima ao litoral. E isso acabou tanto com a nossa margem de folga quanto com minha calma. Refizemos a rota (na verdade, eu usei minha orientação para sacar onde deveríamos virar a direita) e pisei fundo. Parecíamos estar 8min atrasados. Muita gente lerda na estrada dificultava as coisas. Luciana estava mandando bem na navegação, informando a chegada das retas e potenciais pontos de ultrapassagem. Quando entramos na Highway 200, o atraso era de apenas 4 minutos, e foi quando notei que o cálculo de tempo era pessimista: levava em conta 9km a mais de estrada. Ufa. 
Chegamos ao local correto às 15h50, a tempo de colocar calça, bota de caminhada e pegar o agasalho grosso.
Sério ?
Sim, sério. Precisa disso tudo quando você vai a 4200m de altitude. É a quanto fica o topo do Mauna Kea
A escursão começa com uma refeição para aclimatação, pois já estávamos a 2000m naquele momento (o carro sofreu para subir o morro, viu ?). Fizemos amizade com um casal de californianos muito divertido e iniciamos a subida. 
Nosso guia, Maka, foi explicando tudo sobre o local, e os telescópios lá instalados. Mauna Kea é a maior montanha do mundo tanto em elevação da base quanto em volume total. É onde fica o maior telescópio ótico do mundo, o segundo maior telescópio ótico do mundo, o maior telescópio de infravermelho do mundo, um dos pilares do maior radiotelescópio do mundo, o maior telescópio ótico e infravermelho do mundo... Acho que o amigo leitor pegou o espírito da coisa... Fato é que as núvens ali são em forma de donut, pois nada atinge o topo, sempre aberto. E por estar próximo ao equador, é o melhor local para instalação de telescópios do mundo, segundo Gerard Kuiper (melhor citar a fonte neste caso).
Vimos um lindo anoitecer, com o sol abaixo de nós. Sem palavras nesta língua, amigos.
Descemos um pouco para achar um local/momento de céu limpo. Quando Maka conseguiu, parou a van e sacou um telescópio portátil de 11 polegadas, montou em menos de 30s e logo estava explicando como observar o céu. Vimos Vega e Saturno. Só isso.
Paramos no Visitor Center para compras e voltamos para o hotel.
Melhor dia da viagem até agora !

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Hawaii - Hawaii - Dia 5: Mudança

Mahalo, Maui.
Aloha, Hawaii.

Este era o título original do post, representando a troca da primeira para a segunda ilha de nossa jornada. Mas leva uns 5 parágrafos para explicar tudo... Em resumo, Hawaii é, além no nome o arquipélago, o nome da maior das ilhas. Em inglês, Big Island
Acordamos bem cedo, empacotamos tudo e partimos para a viagem. De fato, eu estava muito certo ao querer evitar uma mudança de ilha. Nosso plano inicial tinha 3, e teremos apenas 2. O fato é que são vários procedimentos em série: empacotar tudo, checkout no hotel, translado até o aeroporto (neste caso, 50 minutos), achar o retorno de carro alugado, retornar o carro, pegar o transporte até o aeroporto, ajuste de cadastro em companhia aérea (sempre tem algo errado), checkin de voo, despacho de bagagem e passar por segurança. Cada item é incrivelmente simples. Mas deve ser feito em série e em prazo apertado, tipo assim, 3h. 
Deu tudo certo e voamos em um avião minúsculo. Eram 50 lugares (contados !) e menos da metade estava ocupado. Passei um calor infernal na pista, pois eles estavam sem o aparelho de ar condicionado portátil. Não aceitei o pedido de desculpas. Até dormi no mísero voo de 32 minutos.
Em Hilo, o calor era ainda mais forte. Mas nunca, em toda minha vida, vi um aeroporto tão sossegado. Tudo é calmo, tranquilo, fácil, simples, ágil... Não sei nem descrever isso. Fora a emoção de, na esteira de bagagem, ter a primeira, segunda e quarta malas da fila. Eram poucas, admito (umas 12 no total). Mas diverte. E a locadora ficava do outro lado da rua, onde também fica a devolução. Exemplar este lugar.
Já não é o que posso dizer do hotel. Errei. O bagulho é simples, rústico até. Tem algumas coisas boas, como excelente sinal de internet (embora apenas no lobby), estacionamento grátis, boa localização e equipe sempre sorridente e o café da manhã (pelo qual não paguei) foi incluso no pacote. Porém, a proximidade com a mata nativa preocupa. Não tem ar condicionado, ouve-se sapos a noite toda (o que é divertido) e recebemos a visita de 2 deles no quarto (o que não é). Imaginem a cara da Luciana ao perceber que eu só consegui expulsar um deles pois perdi o outro...). Fora os insetinhos por todo lado. Ela realmente se chateou com isso, e não posso culpá-la. Em minha defesa, nada no perfil do hotel indicava isso. Nada. Nenhuma menção nos comentários. Arrependido estou, mas não há o que fazer.
A tarde foi consumida em compras básicas para o quarto e descansar um pouco. Dormi até bem para quem teve que lidar com uma luz acessa a noite toda.
O amigo leitor deve ter notado que estou fazendo o relato com 1 dia de atraso (este é do dia 4/10). Vou atrasar um dia a mais, pois não escreverei amanhã. O amigo entenderá quando chegar o momento.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Hawaii - Maui - Dia 4: Mergulho

Nada como acordar ao meio dia, tomar café no quarto sem pressa alguma, e ir de carro até a escola de mergulho para iniciar as atividades às 2 da tarde. Viram só, amigos ? É tudo uma questão de perspectiva. E de usar o fuso horário de Brasília (7 horas a frente) no celular...
Dormi mal pacas, ansioso por finalmente mergulhar aqui. A programação era Molokini Crater, uma cratera vulcânica semi desabada e linda de ver, pelo fato da metade ainda inteira proteger o local de fortes correntes. E a conjunção de calor com águas calmas é a fórmula da vida marinha.
Os procedimentos burocráticos correram bem e o barco partiu para 1h10 de viagem. À medida que avançávamos, o mar ia ficando batido. Eu estava sob efeito de Meclin, para proteger da náusea e que em tese não daria sono. Bem... deu zica.
Ao chegarmos lá, a equipe optou por abortar o mergulho por excesso de vento. Significa que, salvo algum evento extraordinário na minha vida, nunca verei Molokini. Não, não fiquei nada feliz.
Voltamos. Eu estava realmente arrasado a esta altura. O mar foi acalmando, apenas para deixar claro que era um problema local. Nada de enjôo pelo menos. A equipe decidiu mergulhar em um naufrágio para salvar o dia. Robert, nosso guia, nos perguntou se tínhamos problemas com mergulho a 29m. Nunca fizemos, mas o conceito em si não nos assustou. Fomos, portanto (Log #13).
A água estava uma delícia, 24oC. Visibilidade da ordem de 50m. Isso mesmo: de cima você via o fundo do mar. A única coisa ruim que mergulho perto de 30m trouxe foi o encurtamento da atividade. O ar desaparece do tanque pela pressão. Com isso, em 20min estávamos subindo para a parada de segurança. Entrei no barco, olhei o fundo e frente, vi os lindos corais em formação (destaque para um tipo branco que parece um cérebro...). Lindo demais. E não apenas não tive problemas de estômago, como subi com fome pela primeira vez em minha ainda curta carreira.
O segundo mergulho (Log #14)foi em uma baía já quase na volta. Ponto novo, foi criado em 92 por um tornado que passou na região. Fico imaginando esses mergulhadores esperando passar os tornados e furacões para procurar novos pontos de mergulho. Este era bem menos profundo: 14m. Aqui, muito mais vida, com direito a 3 tartarugas (a Luciana alega que foram 5, mas ela não sabe contar) e um tubarão de 1m. Peixes aos montes, ouriços de pelo menos variações e corais. 
De positivo, ficam o récorde de profundidade e o fato de ter saído sem nenhum problema de estômago. 
Depois de um banho rápido no hotel, voltamos a Lahaina para um city walk em Lahaina, indicado pelo Lonely Planet. Menos interessante do que parecia, com destaque para uma praça com uma única e enorme árvore e um pedaço de muralha feita de tijolos de coral.
Almojantamos ali, um hamburger divino com abacaxi, e um ótimo sorvete de sobremesa.
Foi um dia ok, onde salvamos a desgraça.

domingo, 4 de outubro de 2015

Hawaii - Maui - Dia 3: Praia

Antes de relatar o dia, uma explicação que me foi cobrada em particular.
- Norson, por que não "USA 5" ?
Tecnicamente, está correta a sugestão. O Havaí faz parte dos EUA desde 1959, sendo território desde 1898. Os eleitores votam para presidente, há cadeiras na Câmara e no Senado e fala-se inglês americano em todos os lugares. 
Culturalmente, e falarei disso com calma, é um lugar muito diferente. Daí minha opção por nomear diferente.

Na noite anterior notamos uma falha grave de planejamento. Uma das praias programadas para o dia era logo depois de Hana. Não apenas deveríamos ter visitado na véspera como era longe como um cão: 3 horas de carro. Olhando apenas os pontos no mapa, parecia viável acessar as duas planejadas, mas não era prático. Abortamos a praia vermelha, e ainda está doendo.
Pela manhã, ficamos na praia de Kaanapali, onde estamos hospedados, por umas 2 horas. Depois, piscina do hotel, não sem pagar o mico de tentar entrar na piscina do hotel errado. Sim, eu falei que isso ia dar confusão, e deu mesmo.
A tarde seria na região de Kahui, uma cidade costeira ao sul de onde estamos.
Juntamos as coisas e partimos no final da manhã para Maluaka, também conhecida como Turtle Beach, onde se pode ver tartarugas. Que bom que levamos fotos delas... Fiz minha primeira sessão de snorkel. Na verdade, é simples para um mergulhador certificado e que já tem o equipamento: coloque a máscara, instale o snorkel e boie. Claro: que nunca fez não saberá fazer, mas para mergulhadores é quase sem graça. 
Quase. Um dos lados tinha umas pedras bem perigosas, mas se quem conseguia evitá-las, podia ver montes de formações de corais ali. Escolha uma cor: tinha. Peixes também se apresentaram naquele lado. 
Almoçamos umas batatas e pão de banana com abacaxi comprado na véspera, perto de Hana. 
Partimos então para Wailea, praia conhecida pelo belo por do sol. Lá ficamos até anoitecer, para ver coisas assim:



Apesar da tristeza inicial pelo erro de planejamento, foi um ótimo dia. E tínhamos que dormir cedo, para acordar às 5h daqui. Dia de mergulho é sempre assim.

sábado, 3 de outubro de 2015

Hawaii - Maui - Dia 2: Road to Hana

Hana fica na puta que o pariu, a direita, casa dos fundos. É uma cidade, não uma pessoa.
Mas é este tipo de cidade:

(foto: delegacia de polícia E fórum de Hana)

Obviamente ninguém vai a Hana, o ponto é a estrada recheada de atrações. Aliás, a estrada em si é um barato (ou pesadelo) em si. O Lonely Planet afirma que são 54 pontes onde só passa um carro por vez. Não auditei a quantidade, mas não disputo a contagem. A cada pouco há paradas com cachoeiras, trilhas, trilhas com cachoeiras, pontos de pic-nic, vistas, trilhas com vistas. vistas com cachoeiras e outras combinações. Há trechos da estrada, incrivelmente sinuosa, onde o limite de velocidade é 10 milhas por hora. Nenhuma reta tem mais de 300m. Nenhuma.
Entre as dezenas de atrações, fizemos:
- Twin Falls (cachoeira com trilha)
- Gardens of Eden (jardim botânico privado)
- Kauamahaina State Wayside (vista panorâmica)
- Honomanu Bay (praia)
- Ching's Pond (cachoeira)
- Pua'a' Ka'a State Wayside Park (vista)
- Hanawi Falls (cachoeira)
- Freshwater Caves (caverna)
- Black Sand Beach (praia de areia preta)
Sem dúvida, esta última é a melhor parada. Tipo assim:

(foto: Black Sand Beach)


A volta segue exatamente a mesma estrada. Não há como seguir em frente dando a volta. Isso quer dizer mais 2h30 dirigindo em curvas. Sim, é chato.
Paramos em Paia, no centro da ilha, para jantar. O local foi escolhido ao acaso, estava no Lonely Planet como indicação e servia Guaraná Antártica por indicação de um funcionário brasileiro. Comemos camarões e lulas fritos, já que o almoço fora um saco de batata frita meiado pelo casal.
A dica deste blogueiro é fazer tudo ao contrário: comece indo até Hana e volte fazendo as paradas. Pega menos trânsito, cansa menos e os lugares estarão vazios no começo e no final. E, sim, saia do hotel ao amanhecer. 
Ótimo dia.

Hawaii - Maui - Dia 1: Instalação

Para ser franco, não dei a menor atenção às instruções dadas pela moça da recepção do hotel. Toalha, aliança, café da manhã, aliança, estacionamento, aliança, Luciana engolindo choro, aliança, 10 doláres por alguma coisa, aliança, carregador, aliança.
O rapaz nos levou ao nosso quarto, arremessamos as malas para dentro e sentei para pensar (e respirar). A última lembrança era no shopping onde almoçamos, 50 milhas atrás, ainda em Kahului. Era possível voltar em 75 minutos, e eu lembrava do banheiro onde tirei a dita cuja para lavar as mãos. Alguém deve ter achado, pensei e disse. Lu só quis ir ao banheiro e eu levantei para pegar a chave do carro no bolso. E lá estava, junto, a porra da aliança.
Duvido que superemos o tamanho do susto tão cedo, e certamente não nesta viagem.

Pegamos o carro e seguimos de volta a Lahaina, a 6 milhas, para visitar a escola de mergulho Lahaina Dive Company. Tínhamos um pacote marcado para o dia seguinte, com 4 tanques: 2 diurnos em Molokini e 2 noturnos. Chegando lá, perrengue. Os caras simplesmente não tinham marcado o passeio noturno e Molokini estava agendada para dia 10/10, 6 dias depois de sairmos desta ilha. Ele remarcou para sábado (3), mas explicou que os noturnos estavam cancelados este mês. 
Muito brochante. E não custava nada ter enviado um email avisando. Passarei aos amigos da Staff Divers a dica de que esses caras são fracos demais. Pelo menos, verdade seja dita, a fatura no cartão de crédito foi correta. 
Fizemos compras no Wallgreens, pois não temos café da manhã incluso no pacote e deixamos tudo no hotel. 
Banho pela primeira vez em 36 horas e saímos para comer algo da típica culinária havaiana: Taco Bell (fico me perguntando se a Lu realmente acreditou...). Quando voltamos ao quarto, tomamos meia cerveja Blue Moon e apagamos por quase 10 horas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Hawaii - Dia 0: Idas e Mais Idas

Duvido que alguém ainda não saiba, mas casei. De fato. De papel passado. Com festa. De aliança (isso vai dar o que falar...)
Então fiz o que todo casal inteligente faz quando casa (sim, casal inteligente já é um oxymoron): viajamos em Lua de Mel. E como relatar viagens é um dos propósitos iniciais deste blog, não podia deixar de fazer nesta tão singela ocasião.

Anti-spoiler alert: não esperem relatos do nível de pornochanchadas (Luciana disse "eca!" ao ouvir) ou brasileirinhas.

Quando decidimos viajar para o Hawaii, já veio de pronto outra decisão: até que alguém se importe em colocar aviões 3x mais velozes que os atuais em operação (tratarei disso em outro post futuro), esta seria nossa única passagem aqui. Como é longe !
Conseguimos a melhor passagem existente, que consiste em uma única escala em Los Angeles. Não tem mais perto / direto que isso. Voo direto, mesmo que houvesse público, não chegaria aqui. E com isso, amigo leitor, voamos um total de 18h20, sendo 12h30 de GRU para LAX e 5h50 de LAX para OGG, em Maui. Some 3 horas de conexão.
A viagem transcorreu sem nenhum perrengue burocrático. A American Airlines, que me foi descrita como quase low-cost, nos tratou muito bem. Já no check-in, as questões de segurança foram feitas com enorme simpatia. Resolveram um problema de cadastro e tudo foi perfeito. No saguão, encontramos um amigo da turma de mergulho, o Cesar. 
O voo teve problemas menores. Muita turbulência no primeiro terço de voo, duas crianças terrivelmente chatas chorando e gritando o tempo todo e um sistema bem fraco de entretenimento a bordo. Eram apenas 9 filmes, sendo em horários pré-determinados e que não eram pausados durante os intermináveis 6 avisos de que estávamos em turbulência (embora fosse dolorosamente óbvio). Para piorar, o filme que escolhi travou no meio e não o vi todo. Não que tenha sido uma grande perda ficar sem saber o final de San Andreas, mas enfim...
Imigração e Alfândega transcorreram sem incidentes e nos encaminhamos a outro terminal para a segunda perna da viagem. Esta, viajando quase na horizontal em relação ao mapa da Terra, é daquelas estranhas viagens que leva quase 6h para acontecer, mas você pousa 2 horas depois de decolar. E assim atinjo o fuso horário mais diferente em que já estive: GMT-10 (7 horas atrás de Brasília). 
O aluguel do carro, já pago, correu bem, exceto pela fila demorada. Ficou estranha essa coisa de locadoras teoricamente concorrentes compatilharem espaço, funcionários e agora até o sistema de registros. Enfim...
Corremos para o shopping mais próximo para almoçar e comprar um chip para o celular. Aqui, ótima notícia: depois de fracassar na AT&T, a T-Mobile resolveu a parada. E já enquanto almoçávamos, o Waze se mostrou operacional.
Seguimos então para o hotel para deixarmos as coisas, já pelo meio da tarde. O Kaanapali Ocean Inn é outra coisa estranha: não tem recepção, portaria, serviço de quarto nem nada disso próprios. Ele faz uso dessas estruturas e processos de um vizinho concorrente. Imagine só você deixar seu concorrente dizer ao seu cliente como ele será atendido. Enfim...
O dia não termina aqui, mas deixo o amigo leitor emolgado. Enquanto fazíamos o check-in no Ocean Inn (na recepação do Royal Resort), dei pela falta da minha aliança !