quarta-feira, 29 de julho de 2015

Não é por R$ 1

Na semana seguinte ao Animamundi, que comentei amplamente aqui neste blog, passei um perrengue. Entre dias 20 e 21 (julho/15) dei pela falta de um pequeno estojo residente na minha mochila.
Sinal de alerta! O estojo contém duas canetas (uma comum e uma de CDs), uma moeda de R$ 1, um cortador de unhas e dois pendrives, um simples de 4GB e um cheio das coisas (USB 3.0, waterproof...) de 64GB. Na havia nada sem cópia recente (exceto meu arquivo de contas pessoais). Mas era justo esse arquivo, aliado ao meu mais recente IR que me deixaram bolado.
É informação sensível. Pode causar um sem número de problemas isso.
Segui indo ao Animamundi e só tive a combinação de tempo e capacidade de estar acordado no dia 22. Virei a casa do avesso e nada. A casa nem é tão grande assim para ser virada do avesso, e nem tinha tantos lugares possíveis de se perder um estojo. Mas não estava lá. 
Somente na 5a-feira, dia 23, a ficha caiu: e se ficou lá no Belas Artes? De fato, a caneta azul que usei nas cédulas de votação do festival esteve comigo o tempo todo, e ainda estava na mochila, sendo que ela fica dentro do estojo. Então eu devo ter tirado do estojo no primeiro dia do festival, 17.
Liguei para lá e achei. Uma rápida descrição verbal confirmou minha propriedade sobre o estojo e poderia passar lá no dia seguinte (24) para retirar sem maiores complicações.
Fui.
Entregaram-me o estojo em coisa de 2 minutos. Agradeci e parti de volta para o metrô. No caminho, conferi o conteúdo. Pendrive azul, pendrive preto, caneta, cortador de unha... E cadê a moeda?
Continua o fenômeno cultural brasileiro de se devolver as posses encontradas, exceto o dinheiro nelas contido. Não estou reclamando por R$ 1, e nem era uma moeda de valor sentimental. 
Mas é a incoerência de se reclamar dos políticos ladrões e fazer uma dessas quando a oportunidade aparece. É o filme pirata. É a tv a gato. É aceitar troco errado. 
Não é novidade, mas ainda não passou. 
Parece estar longe esse dia.
Triste.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Let the treta begins

Marco Polo é uma grata surpresa no Netflix. 
Gosto de história e gosto de séries, mas não é sempre que séries históricas funcionam. Lembro de ter visto episódios de uma série sobre o mesmo personagem nos anos 80 e ter fico bem pouco impressionado. Mas o Netflix me cativou desta vez.
De todo modo, com pequenos spoilers por ser episódio 3, segue o link no youtube (não sei se isso poderia ou deveria estar no youtube, mas não fui eu quem pôs). Aos colegas de TSKF, peço atenção aos primeiros 8 minutos, com destaque para 6 a 8 minutos. Inglês sem legendas, mas quem se importa...




sábado, 25 de julho de 2015

Não tem jeito...

O caso aconteceu há mais de uma semana, mas continua atual. Vamos a ele.

Gosto de azeite. Não que eu gooooste, mas ele ajuda a tornar a salada suportável ou algo perto disso. Então sempre tenho azeite em caso.
Exceto quando acaba. E o meu estava acabando. Pedi para a noiva Luciana comprar no Pastorinho de Santana. Sei que eles tem um bom acervo e ela acharia algo interessante pra mim. 
Mas no final de semana seguinte ela estava bem limitada por um sério torcicolo que teve, então não passou no mercado e eu acabei nem me dando conta. 
Durante a semana seguinte nos encontraríamos na 4a-feira a noite. Porém o azeite acabou de vez ainda na 2a. Sobrevivi à 3a, mas não dava mais. Fui ao Carrefour durante o almoço da 4a e comprei um vidro de uma marca que pareceu interessante, mas que eu não conhecia (gosto de variar marcas de azeite).
À noite, Luciana ia me dar carona para casa. Ao entrar no carro, ela avisa:
- Cuidado ao colocar a mala aí atrás. Tem umas coisas pra você.
- Legal! O que ?
- Ah, o azeite. Comprei ontem.
Putz... Dois azeites. Mas ok, faltou comunicação, acontece.
Chego em casa e comparo os dois:


Não tem jeito. É pra casar mesmo...

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Só coisas boas

Depois de duas semanas sem publicar na sexta-feira, retomo hoje.

  • Defini a escola de mergulho para Maui. Será a Lahaina Divers. Ainda não fechamos detalhes, mas o atendimento por email já foi ótimo.
  • Na semana anterior (acho que vale, né ?) retomei contato com um amigo das antigas, Gerson Mella II.
  • Carro está em revisão neste momento, o que é meta anual minha.
  • Terminei Helix, primeira temporada. Ainda não sei se quero continuar, mas fecho um ciclo aqui.
  • 4 dias de Animamundi 2015, ótima diversão.
  • Marcamos a sessão de fotos pré-casamento.
  • Comecei um ótimo livro: Canções de uma Terra Distante.
Nada mal.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Animamundi 2015: Dia 4

A cada ano aumenta a impressão de que eu curtiria mais um evento mais longo, espaçado. Acaba ficando uma maratona de conceitos e ideias que não absorvo completamente. Até por isso, estas postagem que servem de referência depois...

  • Curtas 7
Foi uma sessão bem fraca. A parte do fato de ter muita animações bem depressivas, foi aqui que rolou o único nota 1 do festival todo.
O único destaque positivo foi o coreano Johnny Express, sobre um entregador interestelar de encomendas. Aliás, este:


  • Curtas 3
Expectativa para ver Plymptom valeu a pena, e nem tanto por ele.
O colombiano/americano The Invisibles trata de uma análise simples e singela dos mendigos nos EUA. Nota 4.
El modelo de Pickmann é um mexicano nota 5 de terror. Um visual delicioso para a adaptação de um conto de Lovercraft. 
Footprints, do Plympton, nem é dos melhores dele. Nota 4. Mostra um sujeito simples seguinte pegadas estranhas em uma história suspeita e misteriosa. Ótimo final.
Dissonance é um curta meio longo (17 min) alemão. Linda história de um músico de rua em um momento difícil da vida. Melhor não falar demais para evitar spoilers, mas é nota 5.
A sessão termina com um americano nota 4, Jinxy Jenkings, Luck You, sobre um rapaz azarado nas ruas de San Francisco
  • Curtas 10
E agora Bronzit, o último do dia e do festival. Mas antes dele:
Mortal Breakup Inferno narra as peripécias de um rapaz tentando fugir da namorada louca. A Gobelins nunca tira menos que 4...
Palm Rot ganha 4 com a técnica realista de movimentos. Difícil definir a história, que está no youtube para os interessados.
Wrapped é um alemão de 4 minutos, nota 5. Melhor técnica do festival, e isso não é pouca coisa para 2015. Mostra o planeta sendo tomado por plantas. Lindo, lindo.
Bronzit nos trouxe Mi ne mozhem zhit bez. Conta a história de dois amigos que se tornam astronautas, no rigoroso programa de treinamento russo. Tudo vai bem até que chega a missão. Paro de narrar aqui, mas a mão narrativa sempre leve dele. Nota 5, mas não o melhor de todos.

O Imbecil do Dia

Achei o nome do imbecil: Tadeu Leite Duarte. Segue evidênciaSe o amigo leitor não teve saco para ler a matéria, explico de forma sucinta: foi essa anta quem definiu a redução da velocidade máxima nas marginais.
A matéria, naturalmente, não mostra toda a estupidez dele, nem se propõe a isso. Mas aparecem alguns itens importantes. Já ficou avisado que ele quer fazer isso em todas as avenidas que desembocam na marginal. É consistentemente estúpido. Ontem mesmo eu fui de carro para o trabalho, o que é raro. Andei a 60km/h na Av. dos Bandeirantes, depois a 50km/h em um trecho curto de Marginal Pinheiros e novamente a 60km/h na Av. Cidade Jardim. É isso mesmo: você passa de uma pista arterial para uma pista rápida e reduz a velocidade no processo.
A "argumentação" é uma peça de ficção, claramente visando humilhar a inteligência do leitor-motorista-contribuinte. Ele alega que a uma velocidade menor fará melhorar a fluidez pois a distância entre os carros pode ser menor. Mas matéria de 2012 do DETRAN-RJ mostra outra lógica. Aqui, vemos um valor diretamente proporcional à velocidade. Então cabem mais carros, que passam mais lentamente, e o efeito obviamente se cancela. Além disso, a velocidade limite não tem a ver com a velocidade prática. Fosse verdade o que ele diz, a fluidez se adaptaria sozinha a isso. Mentiroso, portanto.
Daí procuramos os números de acidentes, outra alegação sobre a velocidade. Aqui as falácias se proliferam, como petistas em potes de dinheiro. Os dados da matéria, aparentemente obtidos junto à CET, mostram um total de 1180 acidentes com 1399 feridos e 73 mortos (25 atropelamentos).
Primeira, e única, pergunta: qual a velocidade em que esses acidentes aconteceram ?


Eu até queria esmiuçar esses dados, e começaria arrancando os 25 atropelamentos da conta. Para os outros 48... não há dados. Simplesmente ninguém sabe a que velocidade os veículos bateram. Não culpo a CET por isso: os carros não tem um sistema de registro de velocidade similar caixa preta de aviões ou tacógrafos de ônibus e caminhões.
Mas se não sabemos a velocidade dos acidentes, como diabos esse cretino por afirmar que a redução de velocidade trará segurança?
Vejamos, então, os links aqui e aqui, em uma pesquisa bastante rudimentar. Dá para ver que as velocidades eram absurdas, mesmo no limite antigo. Reduzir para 70km/h e 50km/h não muda nada para conter esses outros imbecis.
E a embriaguez ao volante ? Quantos acidentes ela causa? Ninguém sabe. Mas antes de saber, toca reduzir a tal velocidade. 

São Paulo está ficando um lugar difícil de tolerar. Aos poucos, vou perdendo a vontade de ficar aqui. 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Animamundi 2015: Dia 3

É, não dava para manter o nível. Nem por isso foi menos bom.
  • Curtas 6
Foi a sessão mais fraca até agora, apenar da presença do Marão, conhecido animador brasileiro e autor do primeiro da sessão, Até a China (nota 3). Não gostei da dublagem, que achei um tanto gaguejada.
O único destaque foi Ray´s Big Idea, um britânico curto em 3D, brincando sobre conceitos de Evolução Natural.
  • Curtas 2
Melhor, melhor. Estamos aquecendo o dia.
O dinamarquês Vagabond mereceu nota 4, com uma bela história de ação de um, por assim dizer, mendigo tentando salvar seu cão. Usa técnica estilizada que não compromete os movimentos realistas.
El Ladrón de Caras é daqueles complicado de comentar. Digamos assim: há uma coisa, um conhecimento que seria bom a pessoa ter antes de assistir o curta. Mas se eu disser o que é, acaba sendo um tipo de spoiler. Então recomendo a todos assistirem e depois perguntarem o que era. Nota 5, sem dúvida. E melhor do dia.
  • Curtas 9
Agora sim!
O Extraordinário Caso do Sr. A é o melhor brasileiro até o momento. Humorístico, que é o que fazemos de melhor, tem um certo grau de interação com o público, inclusive. Vale 4.
Violet merece o 5 que dei sim. Tanto pela técnica, que mostra espelhos o tempo todo na história, quanto ao roteiro, uma leitura interessante de um conto de fadas.
Smart Monkey pecou apenas por misturar duas partes desnecessariamente. Nem por isso as partes são ruins, mas é uma aventura de um macaco fisicamente fraco e mentalmente superior em tempos remotos. Diversão certa.





terça-feira, 21 de julho de 2015

Custo Brasil

Nem todos sabem o que vou relatar aqui. Mas tentarei ser sucinto na medida do possível.
Em 2008 fui contratado para representar no Brasil a City Interactive. Preparei aqui um total de 12 jogos para serem lançados em formato de revista+jogo em bancas. Eu tinha experiência nesse tipo de operação e montei tudo que era necessário para fechar negócio. Tinha sim uma boa grana para explorar ali. 
O projeto naufragou 13 meses depois, em junho de 2009. Basicamente, a matriz polonesa não compreendeu as diferenças de mercado entre o deles e o nosso. Para eles, o natural é vender 60-65% da tiragem, com margens elevadas a favor da editora (descontos máximos de 30%) e depois inutilizar as sobras. No Brasil, as margens de desconto giram em torno de 50% e qualquer venda de 40% na primeira passagem em banca é celebrada com festa. Muito piores, portanto. Mas o termo "primeira passagem" remete ao fato de se fazer múltiplas passagens em banca, até devido às dimensões do país. E no processo que demora 2 anos em vez dos 2 meses na Polônia, chega-se a margens de lucro similares.
Que fique claro, eu não me esquivo da minha parcela de culpa. Se a matriz não soube entender, inegável que eu não soube explicar. Talvez eu devesse ter feito mais tabelas, mais gráficos, mais coloridos ainda. Talvez eu devesse ter ligado para o Marek.
Fato é que em junho de 2009 eles deram o projeto como perdido e mandaram eu fechar a empresa City Interactive Brasil, da qual eu era diretor sem uma confort letter.
Então...

Hoje, dia 21/07/2015, consegui dar baixa no último documento.

A maior preocupação era, sem a confort letter, ser responsabilizado por qualquer papel inútil que deixasse de ser entregue depois que a matriz me largou aqui (sem pagar minha rescisão). Hoje isso acabou.
E aí está, Brasil. SEIS ANOS para fechar uma empresa. 
SEIS ANOS.

Anima Mundi 2015: Dia 2

Não pude ir no sábado, então segue a análise das duas sessões de domingo, 19/07/2015.
  • Curtas 1
Outra ótima sessão, com apenas um ruim, brasileiro infelizmente.
A sessão começa com Symmetricity, uma animação russa longa (24 minutos) com uma história de diversas facetas. O time conseguiu misturar estilos distintos em momentos diferentes da história. Tem leveza de uma história de amor, uma parte da vida de um artista, interação com o ambiente e alguma coisa psicodélica. A melhor do dia, devo dizer. 
Captain 3D é cômico, sobre um superheroi que sai dos quadrinhos para enfrentar um terrível inimigo monstro de poster de filme. 
Stripy, outro ótimo (nota 5) iraniano, trata do trabalho repetitivo em fábricas, quando um dos empregados é criativo demais para simplesmente pintar as caixas em listas (strips) pretas.
Myself Smoke, da série Myself, é um boneco que debate o fato dele ser fumante. Nota 4.
Dji. Death Sails é uma das aventuras de um atrapalhado Morte, desta vez com um pirata náufrago. Nota 4, IMAO.


  • Curtas 8
O polêmico Isand abre a sessão. Eu dei nota 2, pois me senti incomodado com a história. Mas devo admitir que ela me marcou. A técnica é muito boa e a história consistente com o cenário: um cão salsicha e um macaco são deixados abandonados em uma casa.
Deadly é nota 4, sobre a amizade que uma velhinha faz com Morte. O título é um trocadilho com uma gíria irlandesa.
Wer tärgt die Kosten ? é alemão até o título. Trata-se de uma mesa redonda entre um leão, leoa, zebra, hiena e urubu sobre a cadeia alimentar.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Anima Mundi 2015 - Dia 1

O evento que sempre rolava na última semana de julho mudou para a 2a semana de agosto em 2014. Agora mudou de novo: 3a semana de julho. Depois de idas e vindas entre Memorial e Espaço Itaú-Unibanco, agora estamos no Caixa Belas Artes. Ou seja: mudou.
Esse excesso de mudanças me preocupa. Vejam se grandes festivais de... qualquer coisa... ficam mudando de endereço a cada ano (salvo aqueles que por definição mudam sempre). Dá a impressão de que (1) não é um evento financeiramente estável para quem se dispõe a sediá-lo e (2) que a organização pena para arrumar local todo ano. Isso me deixa duplamente apreensivo, com aquele feeling de que este foi/é/será o último.
Isto posto, retomo a questão das notas, no rodapé deste post.
E já que é para mudar, criarei o tag "Anima Mundi" e marcarei os anteriores, para facilitar. E a mudança nos horários foi excepcional. As sessões de 1h acontecem a cada 1h30, dando tempo de sair da sala numa boa. E com lugares marcados (o que não tínhamos no Memorial), também não há necessidade de entrar correndo. Dá tempo de comer algo, ir ao banheiro, pensar na vida. 
Ao pessoal da organização: por favor, escrevam isso na pedra e não mudem nunca mais.
Mas o que importa é o que interessa:
  • Curtas 12

Começamos com uma ótima sessão, com 5 curtas nota 4.
Animator x Animation IV é claramente uma série. Lembro de uma briga de bonecos de pau (stick figures) que fez muito sucesso anos atrás e creio, pelo estilo, ter relação. A pesquisar.
Patch, embora tenha nota 4, não me permitiu registrar a memória. 
Taupes brinca com contos de fadas de um modo inusitado. Boa ação, boas tiradas. 
Stromae foi um dos muitos a cutucar a questão da internet/redes sociais nos dias de hoje. No caso, o alvo foi o twitter.
Parrot Away é sobre um papagaio desajeitado, feito e tosco que acaba sendo a única opção de compra para um pirata ostentador. Além de engraçado, aproveita para tirar uma onda dos dias atuais. O melhor da sessão.
  • Curtas 14
E aqui o nível sobe, para duas animações nota 4 e duas nota 5:
Viaje a Piés, espanhol conta os perrengues de um viajante de trem. Com ótimo estilo, meio anime sério (existe isso ?), e uma sacada impactante no final.
Five Minute Museum, nota 5, conta uma parte da história do mundo com fotos de peças do museu de Berna. Acaba sendo uma espécie de stop motion sem motion. Delicioso.
The Meek, outro nota 5, é sobre uma sociedade de insetos frente as dificuldades que enfrentam no mundo. São várias ótimas sacadas, desde a divisão dos indivíduos em castas até a relação de poder entre eles. Incrível.
Amélia & Duarte é português e narra a história do casal-título. Pessoalmente, não gosto do uso de atores ou mesmo fotos de atores em animações, mas isso é meu gosto pessoal. 
  • Curtas 15
Outros dois nota 5:
Dernière Porte Au Sud é um assombro tanto de roteiro quanto de técnica. Esta mistura a CG para o fundo das imagens, com animação de bonecos para os personagens. História incrivelmente triste, para a qual são dadas diversas dicas no meio até que a surpresa te pega no final. Melhor do dia.
Golden Shot, turco, conta a história de um robô movido a lâmpadas. A CG está excepcional, com movimentos realistas usando peças, digamos, impossíveis. A história fica interessante quando o robô conhece um vizinho. 
Joojeh Mashini é iraniano, e como tal imprevisível. No caso, nota 4: trata do excesso de conexão que temos na internet, com sacadas ótimas do que acontece com uma grávida. E eu nem sabia que tinha internet no Irã, muito menos redes sociais e ainda menos que tinha mulheres usando.
Madam I Deva será outro que ficarei devendo explicações.



Fica uma menção honrosa para "Nuggets", nota 3 da sessão Curtas 14, pela simplicidade e objetividade com que trata um tema espinhoso (que não posso revelar sob risco de dar spoiler).



quinta-feira, 16 de julho de 2015

terça-feira, 14 de julho de 2015

O Exterminador de Dinossauros

Venho aqui comentar os dois últimos filmes que vi no cinema, Jurassic World e Terminator Genesys. E como notei algo diferente em comum neles, resolvi comentar. Então...
Começando pela conclusão, estou com a impressão de que surge uma nova categoria de filme entre os blockbusters (ou candidatos a). Antes, uma breve sequência de definições:
- Continuação / Sequência (Sequel): é quando temos um filme que dá seguimento à história de outro. Usa-se os mesmos personagens, ambiente e preferencialmente atores. É a forma mais frequente de montar uma franquia. 
- Prelúdio (Prequel): similar à sequência, apenas difere pela história ocorrer cronologicamente antes do filme anterior. Vale lembrar que Star Wars pode ter ficado famoso por ter os prelúdios entre 1999 e 2005, mas o segundo Indiana Jones (Templo da Perdição) passa-se antes do primeiro (Caçadores da Arca Perdida) por exemplo.
- Refilmagem (Remake): é quando um filme é totalmente refeito, até com o mesmo nome, mas novos atores e alguns ajustes de roteiro. Em geral, isso é feito, segundo os estúdios, porque a nova tecnologia permite melhores efeitos visuais do que na época da filmagem anterior. Exemplos recentes são Godzilla (2x), King Kong (2x), Robocop e por aí vai.
- Reboot: nem tem uma boa palavra em português para isso. É quando se recomeça uma franquia que já fez sucesso e, em geral, teve algumas continuações. É o Batman de Christopher Nolan ou o Homem-Aranha com Andre Garfield. 
Já opinando, entendo que o excesso atual de refilmagens e reboots é sintoma de falta de criatividade nos grandes estúdios californianos. 

SPOILER ALERT !
SPOILER ALERT !
SPOILER ALERT !

Interessantemente, tanto Jurassic World quanto Terminator Genesys não se encaixam com precisão a estas definições. Preciso agora citar partes do filme para me explicar.
Em Jurassic World, tudo parece ser uma continuação. A história acontece 20 anos depois, os fatos dos primeiros filmes não apenas não são ignorados, mas usados e citados neste 4o filme da franquia. Locais importantes do primeiro filme aparecem neste último, degradados pelo tempo inclemente de uma ilha tropical. O antigo dono do parque é mencionado. 
Mas...

"Calma pessoal, tem pra todo mundo..."

Há elementos de remake no filme. O fato de as crianças se perderem e precisarem ser resgatadas pelo aventureiro é uma delas. A própria cena da fuga da Indominus Rex, quando o aventureiro se esconde embaixo do carro é bastante parecida. Novamente, quem salva o dia é a T-Rex (para quem não entendeu o primeiro filme, a T-Rex é a heroína principal, pois ela mata as velociraptors salvando os humanos e o único humano que ela mata é um advogado, o que convenhamos não é tão maléfico assim).
Jurassic World, portanto, flutua entre essas duas categorias com relativa tranquilidade.

Já Genesys te engana de meneira muito elegante. Tudo começa como um remake do primeiro filme, no sentido clássico da definição. E isso surpreende, pois sabemos pelo trailer que nosso grande governador estará lá como mocinho. As cenas são idênticas, inclusive a posição da câmera mostrando o Exteminador e o Reese aparecendo dentro da daquela bola que faz a viagem no tempo. E em rápida mudança de plot, tudo é alterado. Em 1984, quando se passa a trama original, Sarah Connor é uma lutadora, não a moça ingênua da versão original, ela tem um Exterminador que a ajuda e protege e um T-1000 está na cola de todos. 

He is back !

Mas...
Exato. Há claros elementos de continuação, ao vermos o novo vilão da história, remake, na parte inicial do filme e, claro, prelúdio, por ter viagem no tempo.
E como classificamos isso agora ? 



quarta-feira, 8 de julho de 2015

Elogio à NET

Sim, é isso mesmo.
Não, não tem o tag "humor".

Ontem, 7/7 pela manhã, precisei fazer um download de um arquivo grande, coisa de 1,3GB. Não entremos em detalhes, apenas era importante sem ser urgente. Logo, o notebook poderia passar o dia fazendo isso. Como já passou.
Então, por volta de 5h55 dei início ao download e fui cuidar do meu início de dia. Banho, barba, mochila, café... Entre essas coisas, observei que o arquivo estava vindo em alta velocidade: coisa de 1,2 MB/s. E não era apenas velocidade declarada: o arquivo estava 72% baixado.
Fiquei abismado.
Terminei minhas coisas e olhei o relógio: 6h23. Olhei o notebook: 96,2%. E foi isso mesmo: em pouco mais de meia hora, todo o arquivo estava baixado e pude desligar o notebook antes de sair de casa, economizando energia, desgaste do aparelho e riscos de sobrecarga elétrica.

Net, é isso que eu quero de vocês: entregue a velocidade que eu pago. Faça isso mais vezes e virei aqui mais vezes te elogiar. É simples, e todos ficam felizes.

E, caso não tenha ficado claro:
Sim, é isso mesmo.
Não, não tem o tag "humor".


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Só coisas boas

Será que consigo manter isso ? Não sei, mas hoje deu.

1) Foi uma semana em que refleti sobre a Maioridade Penal, e organizei os argumentos pela primeira vez. Sempre é bom parar para pensar porque se tem uma opinião sobre um assunto, e o Asimovia me fez isso.
2) Não menos importante, gostei do que escrevi sobre a crise grega que parece não ter fim.
3) Arrumei minhas lembranças de viagem do ano passado, notadamente, para a Alemanha. Coisa pacas, e foi muito bom relembrar algumas das passagens por lá.
4) Fechei a 5a temporada de House, e agora sigo para Helix, na minha política de alternância entre coisas recentes e antigas. Sim, House é antiga pra mim.
5) Uma importante atividade do trabalho está chegando ao desfecho. Vejo um horizonte já.
6) Em uma excelente aventura de D&D 5th, eu causei a única morte de toda a sessão: um kobold.

Realmente acho que fiz mais que isso. Mas fico por aqui.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Maioridade Penal

Não gostei do resultado a que chegou o Congresso sobre a Redução da Maioridade Penal. A quantidade de erros é assombrosa nesse assunto, e ao tentar listá-los fatalmente falharei. Mas não me escuso de tentar.
1) A Maioridade Penal nem deveria existir, para começo de conversa. O mais aceitável é uma lei única, onde os mais jovens, hoje "menores de idade" seriam julgado e condenados a penas compatíveis com os crimes e suas capacidades, caso a caso.
2) Dado que inventaram esse conceito de maioridade, optou-se no Brasil por um valor arbitrário de 18 anos. Nunca houve qualquer explicação sólida sobre esse número, tanto que outros lugares usam outros valores. O que mais se aproximou de explicar foram os psicóticoslogos com coisas como "personalidade plenamente formada" ou "maturidade completa" ou "compreensão perfeita dos atos". Levada ao pé da letra, 95% ou mais das pessoas nunca atinge a maturidade, então.
3) Poréééééém, os mesmos psicólogos que falam que aos 16 anos o indivíduo não está plenamente formado e não tem compreensão não hesitam ao afirmar que a sexualidade está chegando mais cada vez mais cedo, defendendo comportamentos que vemos em crianças de 10 ou até 8 anos. 
Explica então, Bidu, porque a sexualidade mudou seu ponto inicial mas a tal maturidade não.
4) Nenhum argumento disposto em (2) ou (3) resiste ao fato de um menor, quando detido, imediatamente se identificar como tal para não ser preso. Significa que ele sabe o que fez, sabe que o que fez é errado, sabe que é menor de idade e sabe que não pode ser punido. Isso por si só deveria dar curto no "argumento" de quem é contra a redução.

Saindo da teoria, vamos à prática. Há criminalidade cometida por menores, e ninguém disputa isso. Simplesmente não há dados. Então os que dizem que "menos de 1% dos crimes são cometidos por menores de idade" mentem (doloso) ou divulgam uma mentira (culposo). O mesmo comentário vale para qualquer outro índice (30% ou algo assim).
Infelizmente, porém, o debate sobre ou tema foi, é, está e continuará a ser muito raso, tão raso que tive dificuldade de chamá-lo como tal. Vejo apenas uma coleção de falácias, passando por declive acelerado, non sequitur, falsa correlação e apelo à emoção principalmente. Neste aspecto, ambos os lados da discussão fizeram até agora um papel ridículo frente à Logica.


Aqui é preciso diferenciar. Sim, a turma que é contrária fez muito mais feio, mas muito. Segue uma delas, mas há muitas outras:


O leitor com um pingo de senso crítico vê várias distorções nisso. Já citei, não repetirei. Até tenho comentado que a causa desse baixo nível são os anos de "política, religião e futebol não se discute": deu essa merda de povo que não sabe argumentar tema algum. Burrice aguda em nossas criações, em assunto que me orgulho de ter ignorado os mais velhos.

Saindo da prática e indo para o plenário, temos o que aconteceu nas últimas 48 horas no Congresso Nacional.
1) Na 3a-feira foi votada uma PEC 171/93 para reduzir a maioridade. Ela foi derrotada, no sentido de que faltaram 5 votos para ser aprovada: 303 x 184.
2) Isso por si só é estranho: ela recebeu 62,2% dos votos válidos quando sabemos que o apoio popular beira os 90%. Os representantes do povo no Congresso não deveria ser donos de seus votos, mas representantes. A democracia representativa deveria ser apenas um método prático para o povo todo expressar suas opiniões. No entanto, cerca de 135 congressistas, em cálculo aproximado, usurparam seus eleitores neste 30 de junho, já madrugada de 1o de julho.
3) Não satisfeito com a derrota, o presidente da casa legislativa máxima fez uma manobra, digamos, sorrateira para trazer o assunto à tona novamente apenas um dia depois, e não na próxima legislatura como deveria ser. Que se diga, ele ao menos foi fiel a seus evangélicos e conservadores eleitores ao agir assim.
4) A pressão foi grande, e mais de 20 deputados mudaram de lado em menos de 24 horas. O resultado foi o correto portanto, pois é o que a nação quer. Mas a sensação de "dois erros gerar um acerto" é mais do que incômoda.

Para o longo prazo, vale lembrar o post que fiz aqui há pouco mais de 2 anos. Nenhum dos esquerdas que consultei disseram ser boa ideia um plebiscito sobre o tema, pois o povo não tem educação suficiente para votar esse tema. Leia-se: "não tem educação suficiente para concordar comigo". 

Ora, façam-me um favor: vão até a padaria comprar 200g de coerência. 

Democracia que só vale para quando você está ganhando não é democracia, filhotes. É referendo midiático apenas, algo que existe em alguns lugares como Venezuela, Cuba e Coreia do Norte. Tipo isso, entende?

Então fica o recado similar ao que aconteceu nos EUA na semana passada quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado (lembrando que já vale aqui desde 2011): aceitem a derrota e parem com esse mimimi infernal de "regressão da civilização". Não sejam ridículos.