quinta-feira, 31 de maio de 2012

Alguém me explica

Este fim de semana, tivemos muita velocidade na TV. As tradicionais 500 milhas de Indianapolis, que acontecem no último domingo de maio desde... desde sempre (para coincidir com o americaníssmo feriado de Memorial Day) têm tido a compania do Grande Premio de Mônaco, na Fórmula 1 e da Coca-Cola 600 da Nascar, em Charlotte. Somando tudo, dá cerca de 10 horas de corrida, com cerca de 2mil km percorridos no total.
Não vi as 500 da Indianapolis. Na verdade, nem o Chip Ganassi, dono dos carros que terminaram em primeiro e segundo lugares viu, pois ele mesmo estava em Charlotte acompanhando sua equipe que, diga-se de passagem, é um time mediano. Definitivamente, as 500 Milhas mais famosas do mundo perderam status.
Mas o que eu realmente não entendo é o fascínio quase erótico que o público brasileiro tem pela corrida de Mônaco. Vamos falar sério, que treco chato que é correr ali ! Nas últimas 20 voltas, estavam 6 pilotos empilhados a menos de um segundo um do outro e... terminou exatamente assim. Ninguém passa ninguém naquela budega de pista. Nos últimos 30 minutos de corrida ficou essa supostamente emocionante fila indiana sem uma troca de posições sequer. Emocionante coisa nenhuma: qualquer um com um pingo de noção de automobilismo sabia que não ia acontecer nada ali.
Já dizia o mestre Piquet que "andar de Fórmula 1 em Mônaco é com andar de bicicleta dentro de um apartamento". Certíssimo, como sempre.
Daí vem a pergunta sobre as origens da paixão tupiniquim por essa pista esdrúxula. Tudo se resume às vitórias de Senna. Grande piloto que foi, Senna inadivertidamente deixou um legado muito ruim para o automobilismo: ele tinha fãs que gostavam dele e não do esporte em si. É como gostar do Francisco Cuoco e não da novela, ou como gostar do Neymar e não do Santos. Um dia, de modo mais ou menos trágico, o sujeito vai embora e fica uma legião de gente que não entende da bagaça mas acha que entende e acha que gosta. Não gosta. E nem entende. E por não entender fala bobagens do tipo "Mônaco é a pista mais legal da Fórmula 1".
É nada. Mônaco sucks. nada acontece, é sempre a mesma fila indiana, e tem sido assim nos últimos 32 anos que acompanho Fórmula 1. Achar que aquilo é corrida é burrice aguda.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Submarino encalhado

Olá, amigos.
Já falei mal de corporações antes, vou falar mal de novo. Acompanhem o caso, que curioso...
No dia 20 de maio fiz uma compra no site Submarino. Achei por lá 3 temporadas que ainda não tenho da série House por preços convidativos e decidi completar a coleção. Comprei na hora e, na pressa, esqueci de conferir alguns dados.
Pois é... como faziam alguns anos que eu não comprava com eles, meu cadastro estava desatualizado. O endereço de envio estava apontado para a Daemon Editora onde trabalhei por 11 anos. Erro totalmente meu, que podia perfeitamente ter pensado antes de agir.
Passada uma semana, o pedido não chegou e detectei o problema. Entrei em contato com eles, sempre deixando claro que a mancada foi minha. Daí começou o "corporacionismo".
Inicialmente, explicaram que o pedido foi levado ao endereço indicado e estava retornando para a sede deles. Isso leva 7 dias úteis. Balela, pois é um motoboy que volta para a empresa no mesmo dia. Mas não posso falar nada, pois é o processo deles e o erro inicial foi meu.
Perguntei então se, depois desses 7 dias seria possível um reenvio para outro endereço. Disseram que não. Perguntei se poderia haver um remanuseio do pedido, cobrando-se uma taxa da minha pessoa. Disseram que não ! Perguntei, com toda a calma, o que se faria se o erro de endereçamento fosse deles e não meu. Disseram que nesse caso, há um reprocessamento.
Caraca ! É tão complicado assim reprocessar o meu pedido então ? Parece que sim. Expliquei que, em função disso, eu teria que cancelar o pedido e pedir o dinheiro de volta. Eles disseram que é um direito meu.
Gente... eles preferem perder a venda do que corrigir o processo furado.
É burrice aguda.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Afastamento médico

Ouvi essa história no rádio um tempo atrás, e decidi compartilhar com vocês.

Certa vez, um homem canadense adoeceu e foi ao médico. Após ser examinado, o médico fez o diagnóstico, explicou o tratamento, fez a receita médica e lhe deu um atestado por alguns dias para que se afastasse do trabalho.
Como tinha boa saúde, esse homem recuperou-se rapidamente e retornou ao trabalho antes do final do prazo do atestado.
Dias depois, um fiscal do Ministério do Trabalho foi até o local de trabalho dele e o autuou e multou em 1.000 dólares canadenses (cerca de R$ 2.000 na cotação de hoje) por descumprimento de recomendação médica. O homem tentou alegar que estava recuperado e queria retomar suas atividades, mas o fiscal recusou a explicação pois o homem havia colocado sua saúde, sua capacidade profissional e a saúde dos colegas em risco por sua atitude intempestiva.

Eu lembro, e agora relato, esse caso e tudo o que me vem à cabeça é: estamos longe, mas tão longe desse grau de civilidade aqui no Brasil, que não dá nem para começar a medir a distância.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Uma história impressionante

Recebi o texto abaixo por email. Desconheço o autor, mas acho que vale a leitura.

Em 1989, Peter Davies estava de férias no Quênia depois de se graduar na Northwestern University ..
Em uma caminhada pela savana ele encontrou-se com um bebê elefante que estava com uma pata levantada, que havia sido abandonado pela sua mãe e pela manada, por não poder mais caminhar.
Peter se aproximou muito cuidadosamente, pois o pequeno elefante estava furioso e estressado. Ficou de joelhos, examinou a pata do elefante e encontrou um grande pedaço de madeira enfiado na sola da pata. O mais cuidadosa e gentilmente possível, Peter removeu com a sua faca o pedaço de madeira.
Neste momento o elefante, vagarosamente, colocou sua pata no chão e fixou seu olhar diretamente nos olhos de Peter por tensos e longos segundos, que mais pareciam horas... Peter ficou congelado pensando que seria atacado.
Depois de um certo tempo o elefante fez um barulho bem alto com sua tromba, virou-se e foi embora, provavelmente em busca de sua mãe e da manada. Peter nunca esqueceu o elefante e tudo o que aconteceu naquele dia.
Vinte anos depois, mais precisamente em 23 de maio de 2009, Peter estava passeando pelo Zoológico de Chicago com seu filho adolescente, quando eles se aproximaram da jaula dos elefantes. Um dos elefantes se virou e caminhou para um local próximo onde Peter e seu filho Cameron de apenas 15 anos estavam.
O grande elefante encarou Peter, como há 20 anos, levantou sua pata do chão e a abaixou por várias vezes emitindo altos sons enquanto encarava o homem. Todos ao redor correram em desespero pois imaginaram que o forte e poderoso animal pudesse romper a barreira das grades e atacá-los. Neste momento Peter, segurando seu filho pela mão para que não se amedrontasse, relembrou do encontro em 1989 e reuniu toda sua força e coragem, escalou a grande grade e entrou na jaula. Andou diretamente até o elefante e o encarou diretamente nos olhos, como que retribuindo o olhar daquele marcante momento na savana.
O elefante emitiu um som alto, Peter sorriu e abraçou-o com a ternura que um pai abraça o filho. Neste momento o elefante enrolou sua tromba na perna de Peter e o jogou a uns 8 metros de distância, diretamente contra a parede e o pisoteou por várias vezes até matá-lo. Não era o mesmo elefante e ele se fudeu!
Esse post é dedicado a todas as pessoas que mandam aqueles e-mails melosos que fazem você se sentir um monte de bosta e que acham que o final feliz é que vai fazer você mudar sua maneira de encarar a vida.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A mente vazia é o atelier da mídia inescrupulosa

Ou algo assim.
Vi uma frase de efeito publicada na timeline do amigo Bruno Saggese ontem. Ele tirou a charge do ar em seguida, por razões dele, mas isso me provocou a escrever algo sobre um tema atual, dominante e persistente. É a Mídia, controlada por corporações, responsável pelas mentes cada vez mais vazias das pessoas com suas programações cada vez menos úteis ? Ou seria o oposto, e a programação seria reflexo do que se espera dela, e a Mídia seria apenas um espelho da Sociedade ?
Começando pelo começo, o que é a tal da mente vazia ? Em resumo, é essa coisa triste que se observa nas pessoas no dia a dia. Percebe-se o baixo nível intelectual das conversas em qualquer lugar: nos transportes públicos, nos restaurantes, na fila do cinema, até entre amigos. O preconceito com pessoas de menor grau de instrução ultrapassa os limites do ridículo aqui, pois mesmo Mestres e Doutores passam seus almoços discutindo Big Brother Brasil, se o gol foi em impedimento ou não e se a Xuxa fez bem ou mal em falar o que falou no Fantástico. Debatem-se as fotos da Carolina Dieckmann, a panicat que ficou careca e a última piada do Rafinha Bastos. Os mais engajados até falam em casos de corrupção nos governos, gastos para a Copa do Mundo e, talvez, na liberação do aborto de anencáfalos.
Mas ninguém mais fala em reforma tributária, em modelos educacionais, no que significa a descoberta de mais um planeta rochoso fora do Sistema Solar ou na teoria econômica por trás da atual crise do euro.
Ao compararmos o atual espectro de conversas das pessoas, temos uma clara sensação de perda de qualidade nos últimos 10 ou 20 anos. Um leitor mais idoso deste blog pode dizer 30 ou 40 sem ficar constrangido. Não é algo que se possa medir, mas no máximo exemplificar. Não acho necessário relembrar o que eu conversava com meus colegas André Inoue e Alex Hausch (este já falecido) no balcão do falecido bar Sangabi, mas certamente não era sobre novela das 8 nem sobre o Biro-Biro.
Dando um passo a frente no tema, é preciso olhar até mesmo como fiz para definir mente vazia. Abusei de exemplos de conteúdo de Mídia para tanto e isso, por si só, é sintomático até da minha parte. Será que nos rebaixamos a ponto de depender da Mídia até para definir nossos padrões ? Não, não chegamos a tanto, mas é certamente um recurso preguiçoso e não o usei levianamente. Fi-lo para chacoalhar o assunto. Creio ter conseguido.
Partindo da origem da mídia, para quebrar radicalmente o ritmo o texto, podemos simplificar a modelagem mental com o simples conceito de "ponto de origem" de uma ideia. De modo rápido, sabemos que um século atrás não havia televisão, rádio, internet e hoje tudo isso está aí. E muito segue desse conceito. Acompanhem.
Um século atrás não havia, por exemplo, transmissões esportivas ao vivo e hoje elas abundam nas telas. Então ninguém passaria um almoço inteiro debatendo um lance futebolístico, pois isso só seria possível para quem esteve no local do evento. E ainda assim dependia demais da percepção individual instantânea, pois mesmo os afortunados que estavam in loco não tiveram direito e replay. O debate era inócuo, logo era percebido, e se passava para algo mais nobre como o avanço dos bolcheviques na Rússia. Em algo momento neste século algum iluminado bolou a ideia de transmitir ao vivo uma partida de futebol na televisão e isso deu início a um processo social.
Um século atrás também não haviam telenovela, pois não havia a tele, apenas a novela. Então as pessoas liam os romances em vez de absorvê-los passivamente. Analogamente ao exemplo do futebol, alguém teve a ideia de filmar uma história para televisão em centenas de partes para manter a audiência cativa por meses.
O mesmo se aplica ao telejornal, à música brega, à entrevista com celebridades e tudo o mais. Então não se pode negar que o primeiro movimento é, sim da Mídia, que cria o conceito e o experimenta.
Mas sem audiência, nenhum desses conceitos perdura. Se o público não gosta, não vinga. Que audiência teria um Big Brother Brasil sem uma nação de gente frívola e fofoqueira como a nossa ? Que audiência teria a telenovela sem um público cativo preguiçoso demais para ler um bom ou mesmo eu péssimo livro ? Será que É o Tchan, Exaltasamba, Tati Quebra-Barraco e, mais recentemente, Michel Teló fariam algum mínimo sucesso, por exemplo, na Áustria ? Evidente que não.
Se a Mídia planta essas coisas, é porque encontra um solo fértil para esse tipo de porcaria. Então antes de criticarmos a Corporação, que tal criticarmos a nós mesmos quando damos indevida atenção a temas tão desprovidos de utilidade ou arte.
Não censuramos nossos colegas que possuem gosto duvido em nome de um suposto respeito à livre escolha. "Gosto não se discute", diz a máxima.
Discute-se sim. Acho que temos o direito de falar na cara de qualquer um "não sei, não vejo esse lixo." Acho que podemos, de modo mais construtivo, recomendar algo de bom no lugar do péssímo que predomina. E acho que devemos fazer isso com urgência, pois está custando uma geração a este país. Talvez duas, para ser mais honesto e autocrítico.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Pequena ausência

Amigos, peço desculpas pela diminuição do ritmo de postagens. Em meu trabalho, estou em uma atividade que está me afastando de minha estação de trabalho por boa parte do dia. Pela minha previsão, essa atividade termina amanhã, dia 21/05, então pretendo estar a toda carga na quarta-feira, dia 22/05.
Até !

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Torcedor de Verdade

8 de março de 1992.
Era dia Internacional da Mulher, data para a qual não dou a menor impotância até hoje. Era domingo, isso sim mais importante. Mas o que realmente interessava era o clássico no Morumbi: São Paulo x Palmeiras, velendo pelo Brasileirão daquele ano (na época, o Brasileirão era disputado no primeiro semestre). O São Paulo defendia seu título, mas estava mais interessando numa tal de "Libertadores da América" que viria a conquistar 3 meses depois.
Fui ao estádio, vi o jogo e voltei para casa, como sempre, sem nenhuma intercorrência. São Paulo 4 x 0 Palmeiras.
Já em casa, marquei de sair com amigos, que inclusive me dariam carona. Apressei para tomar banho e não atrapalhar ninguém. Já pronto, e ainda antes dos amigos chegarem, passei pela sala, onde minha irmã Alessandra assistia ao VT do jogo. No exato momento em que eu passava, o jogo ainda estava 0x0 no VT, e São Paulo chutava uma bola na trave. Minha irmã reagiu:
- Filho da puta !
- Alê ? perguntei eu, cheio de dedos.
- Sim ? ela respondeu calmamente, ainda sem tirar os olhos da televisão.
- Erh... o jogo já acabou.
- Eu sei. Ouvi pelo rádio.
- Tipo... Foi 4 x 0 pro São Paulo.
- Sim, eu sei.
- Então. Essa bola na trave não vai mudar o placar. Inclusive, já ganhamos. Não precisamos de mais esse gol.
Ela então ficou séria, olhou para mim e disse:
- O inimigo... não merece... compaixão.
Calei-me e fui embora. Foi assim que fomos criados lá em casa, entendem ?


Foto do dia

Foto tira hoje, 7h27 a caminho do trabalho.


A piada tá pronta, já sabemos como vai ser feita. Passado o momento "5a-série", tentem aproveitar o momento que junta beleza natural com arquitetônica.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Tragédia Grega

A Grécia não sai do buraco. Está em crise profunda, com queda de 6% no PIB no 1o trimestre de 2012. Deve mais que o próprio PIB e não sabe como pagar essa montanha de dinheiro. E a culpa, claro, é dos especuladores. Ah, essa reclamocracia planetária em que vivemos...
Tenho algumas perguntas sobre o caso para os senhores economistas. Vamos desenvolver o tema, então.
A questão sobre a Zona do Euro é que um calote desse porte faria com que a Grécia tivesse que abandonar a moeda comum e retomar suas dracmas. Esperem aí. O que uma coisa tem a ver com a outra? Então a PanAm, quando veio a falência, abandonou a Zona do Dólar, por acaso? Ou quando o então governador Itamar Franco disse que o estado de Minas Gerais não tinha como pagar seus compromissos com o governos federal, alguém falou em tirar os mineiros da Zona do Real? Não, né? E ninguém colocou em dúvida a capacidade de pagamento da American Airlines ou do Mato Grosso em seus respectivos casos. Não enxergo qualquer relação entre um possível calote dos títulos da dívida grega com uma forçosa saída da moeda comunitária. O que a dívida grega e a Zona do Euro tem a ver uma com a outra?
Uma parte do problema grego é a crise econômica interna. Seus produtos são caros quando calculados em euros. Os teóricos do apocalipse sugerem que a recriação da dracma permitiria uma desvalorização da nova moeda fazendo com que os produtos gregos se tornem mais competitivos. Quanto a isso, não tenho dúvidas. Mas acho que as pessoas esquecem de uma coisa chamada economia de mercado. Quem produz são as empresas, não o governo. E quem deve é o governo, não as empresas. Uma retomada econômica é de suma importância para a civilização helênica, mas não é isso que paga a dívida do governo. Afinal, um crescimento de 10% na economia faria a arrecadação de impostos crescer 10%, o que ainda não paga nada. Como a retomada do crescimento econômico paga a dívida do governo ?
Vamos supor que haja uma explicação para a primeira pergunta que tenha escapado à minha compreensão. Se a Grécia tiver que recriar sua moeda local, naturalmente ela valerá menos que o Euro, como explicado há pouco. Fora uma corrida desastrosa por saques em papel moeda que já está ocorrendo neste instante, tudo o que se consegue com isso é que a dívida grega, calculada em hipotéticas dracmas, seja ainda maior do que já é hoje. Alguém, então, por favor, explique: Como a recriação da dracma alivia a dívida grega, que continuará calculada em euros ?
Os teóricos do apocalipse também argumentam que a saída da Grécia causaria uma crise de confiança na moeda comum. Quem seria o próximo a sair? Irlanda? Espanha? Itália? Temos aqui uma falácia do declive acelerado: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Uma debandada geral da moeda comunitária só faria com que quem ficasse permanecesse usando a moeda forte. Os remanescentes, sejam 16, sejam 3, manteriam seus negócios alinhados e, por uma série de facilidades, dariam preferência a fazer negócios entre si. Ou seja, sair do Euro para recriar dracmas, liras, libras irlandesas, pesos espanhóis ou o diabo que for, só vai fazer com que se saia do trem europeu, cuja locomotiva é a Alemanha. Alguém aí acha uma boa ideia perder negócios com os alemães ?
Uma das maneiras mais práticas de se desvalorizar uma moeda e ligando a impressora. Cria-se a nova moeda em paridade com o euro. Daí o governo liga a impressora, cria uma pilha de dracmas e as derrama na economia pagando suas despesas regulares. O excesso de dracmas frente ao euro faz a moeda desvalorizar pelo simples mecanismo de oferta-damanda, e gera uma inflação equivalente. Se, por exemplo, o governo imprimir duas vezes mais dracmas do que o meio circulante atualmente presente na economia, no final das contas a dracma valerá E$ 0,50, e uma inflação de 100% está automaticamente contratada para um período relativamente curto de tempo. Bacana, agora esse cenário leva a um cenário de estag-flação, pois não há nenhum mecanismo que garanta o fim da recessão no curto prazo, e uma inflação que pode atingir valores descontrolados em poucos meses. E todos os brasileiros sabem o quanto é trabalhoso deter um processo inflacionário. Como se pretende conter a inflação e retomar o crescimento ao mesmo tempo sob a nova moeda ?
Em resumo, o governo grego errou e serão os cidadãos gregos que vão pagar a conta, seja com corte de direitos e benefícios, seja com inflação, seja com ambos. Não tem outro jeito. Não tem outro final para essa tragédia, por mais que os teóricos de esquerda demonizem a austeridade. Não que a direita tenha feito trabalho melhor no governo grego, mas que não adianta tampar o sol com a peneira, isso está até óbvio.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Reclamocracia e Coitadismo

Olá, caros leitores, nesta tarde fria e chuvosa.
Reservei a inspiração de hoje para falar de sistemas de governo, com ênfase na descrição do nosso sistema em vigor. Para quem quiser uma leitura mais séria, recomendo este link na wikipedia.
Confrontando os conceitos ali resumidos com o que vejo no nosso país, concluí há algum tempo que vivemos em sob o regimo político do Coitadismo. Todo mundo no país é algum tipo de criatura covardemente oprimida, sofredora, desrespeitada, humilhada e abandonada pelo "sistema". Ah, o tal sistema, esse crápula...
Você não consegue um bom emprego para ganhar R$ 3mil por mês ? Coitadinho ! Pegue esse bolsa-família.
Não entrou na faculdade ? Coitadinho ! Vamos reservar uma parte das vagas para você.
Roubou, furtou, matou, traficou e enganou ? Coitadinho ! Cumpra seus 3 meses de pena em liberdade.
Não tem casa ? Coitadinho ! Tá aqui uma quase grátis para você.
Não tem terra para plantar ? Coitadinho ! Vamos tirar daquele fazendeiro malvado e te dar um pedaço. E vamos dar a enxada, a casa, a escola e tudo para você viver bem. E se você largar tudo para voltar para o MST, a gente entende: coitado de você.
Escuta, gente, e o esforço individual, hein ? E aquele trouxa que estudou como um porco para entrar numa universidade pública e agora tem um emprego mediano, vai ter que custear essa bandalheira toda ? Vai sim.
Minha crítica neste post não é às políticas sociais do partido atualmente no poder, mas essa atitude de vitimizar as pessoas. Parece que ninguém é incompetente. Parece que ninguém é folgado. Parece que nenhum criminoso é mau.
A Reclamocracia é um evento menos político e mais social. É a mania que as pessoas tem de reclamar de tudo. Sem citar nomes, ouvi essa de um colega de trabalho certa vez:
"- Os gerentes estão muito agitados. Alguma coisa vem por aí, e não pode ser coisa boa."
Caramba, meu ! Não quer dizer logo do que se trata, já que você parece saber tanto ? Na verdade, não sabe, né ? Foi o mesmo sujeito que criticou o novo plano odontológico gratuito que a empresa oferece, 2 meses antes dele entrar em operação...
O que dizer dos que estão o tempo todo criticando todas as medidas de todas as instâncias de governo ? Todas as mudanças nas leis são ruins, todas as obras públicas são desnecessárias e caras, todas as mudanças nas taxas de juros são para pior (tanto para cima quanto para baixo), todas as novelas são ruins, todos os jogadores são pernas de pau, todos os filmes são fracos, todos os tudos são pessimamemte horríveis.
Ah, que saco !
Realmente, eu reclamo é desses. Que não são poucos, mas não perfazem maioria. Ainda bem.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Foto antes da Foto

Realmente, amigos leitores, esta é uma foto imcrível. Capturei-a ontem no Facebook, e quero compartilhá-la aqui com vocês.


Observem com calma, vejam os detalhes, usem as suas memórias. Não estragarei a experência dando dicas. Valeu meu dia.
(Em tempo, estou ciente de que a imagem está estourando frame e se sobrepondo ao menu de entradas do lado direito. É o preço que se paga para inserir a imagem com o maior tamanho possível.)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

De quem eu não tenho pena (2)

Conforme prometi aqui, vou continuar com esse desabafo virtual sobre gente que procura encrenca com afinco e depois reclama quando encontra.
- adolescentes grávidas. Essa é a coisa mais fácil de evitar de todas que citarei em toda a série. Gravidez é uma coisa tão incrivelmente simples de ser evitada que até irrita. Comecemos a conta considerando que a mulher só é fértil por 10% a 15% do tempo. Depois consideremos que existem práticas sexuais que não engravidam. Insistindo nisso, os métodos contraceptivos são amplamento conhecidos, divulgados, acessíveis e em alguns casos, muito baratos. Não tem desculpa. E não me venha falar em falta de informação o século XXI, pois não vai colar.
- portadores de DSTs. Depois da citada acima, é a mesma linha de raciocínio. Não vou me repetir
- vítimas de charlatanismo. Temos aqui que considerar que Saúde Pública, ao contrários do que prega um certo ex-presidente, está longe da perfeição. Há déficit de quantidade e qualidade. Uma pessoa que morre ou tem complicações por falta de atendimento é algo de uma tristeza sem igual. Mas daí para procurar o chá milagroso que cura câncer, a pílula dos superpoderes ou uma cirurgia espiritual é outra coisa. A pessoa deposita sua esperança em algo falso e até perigoso e o faz porque quer. É burrice aguda.
- moradores de encostas que "perderam tudo". Tem uma parcela de pessoas com menor condição material que fazem barracos em  morros e encostas para sobreviver. E lá se instalam sem nenhuma condição de fazer um imóvel estável. Cedo ou tarde, em geral cedo, vem uma chuva que traz tudo abaixo. Acontece, gente, que é mais do que sabido que construir barraco em encostas vai dar errado. Não é novidade, são tragédias que acontecem por todo o país todo ano, exaustiva cobertura da impressa, mas nego acha que não vai acontecer com ele. "Ah, pobre não tem sorte". Não torço para que aconteça, mas quando vem, não fico com pena alguma.
Tem mais, bem mais ainda. Mas a lista até agora não está tocando em pontos nevrálgicos da sociedade. Estou considerando se vou falar deles ou não.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Sacolas Plásticas

O assunto está meio batido, até porque não vejo mais solução para isso. Mas vamos a ele.
Para quem não sabe, as sacolas plásticas para compras de supermercado foram banidas no estado de São Paulo. Se você não mora por aqui, não ria: ideias estúpidas disseminam-se rápido. A alegação é que o plástico das sacolas PET se degrada muito lentamente e está provocando sérios efeitos ambientais.
Mentira pura.
As sacolas PET são usadas como sacolas de lixo há anos por milhões de cidadãos. Na ausência delas, vamos ter que comprar sacolas PET especificamente para o lixo. O que era grátis agora tem que ser comprado. E para carregar nossas compras, temos que nos virar: trazer sacolas ou caixas de casa, usar caixas sujas fornecidas pelo supermercado, carregar na mão... Uma completa babaquice.
O plástico dos sacos de arroz, feijão e tantos outros produtos continua o mesmo PET. Ele não polui ?
Se os supermercados estão tããããããão preocupados assim, por que não fornecem sacolas biodegradáveis gratuitamente ? Ou pelo menos a preço de custo, cerca de R$ 0,02 cada em vez dos R$ 0,25 cobrados por aí ?
E o plástico de todos os outros itens no mundo não polui não ?
Não era viável retornarmos às sacolas de papel usadas até os anos 80 em tudo que era lugar ?
Ok, está fácil entender. Os supermercados resolveram economizar um par de bilhões de reais com essa mentira. Pelo menos faz sentido. O que me espanta mesmo é uma minoria de ecochatos que compra essa história e acredita que isso vai resolver alguma coisa. É burrice aguda.
Em protesto, estoquei sacolas das principais redes de supermercado. E quando vou a um, uso sacola dos outros. Mais ou menos assim:

Ajude, divulgue, participe.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Virada Cultural 2012

Olá, amigos !
E lá fui eu aveturar-me pelo centro de São Paulo, junto a outros 4 milhões de humanos, para conhecer aqueles pontos e aquelas atividades que, na boa, a gente nunca iria mesmo se não fosse um esquema desse porte.
A Virada em si
O evento está em sua 8a edição, embora tenha um precedente mais antigo e que sequer tinha nome. Na época, eram apenas um grupo de artistas da Vila Madalena que decidiu ficar de portas abertas em um final de semana "para criar um agito". Deu nisso, que é um evento, em resumo genial.
O poder público colabora com autorizações para uso de espaços, montagem de palcos, agentes para orientação dos visitantes, segurança pública, transporte (metrô 24h), banheiros públicos e limpeza
Claro que não é perfeito. Os banheiros nunca são suficientes. A sujeira deixada pelos visitantes assombra. Sempre tem gente de má fé tentando aprontar, e todos os anos a polícia precisa agir e deter esse tipo de criatura. Os eventos são organizados por pessoas nem sempre profissionais, o que resulta em atrasos e frustrações. A agenda acaba encavalando e nunca se pode ver tudo de interessante que tem.
Este ano, ficam as crítcas mais firmes da minha parte quando ao horário das atividades. Os artistas e produtores precisam entender que seus respectivos umbigos não são o centro do universo. Quando uma pessoa vai para uma ativadade às 19h, é possível que tenha interesse em outra às 20h. Um atraso de míseros 10 minutos pode por tudo a perder. Respeito é bom, e a gente também gosta.
Meus passeios
Deixei de ir no Cine Pancadaria para ir no Pocket Show do Palco Cabaré (19h) a pedido da namorada. Era um show de danças e vestimentas típicas do começo do século passado nas casas noturnas  conhecidas pelo nome do palco. Foi como trocar a bicicleta pelo apito no Domingo no Parque (se você não tem pelo menos 33 anos de idade, não vai entender essa referência). O espetáculo atrasou 40 minutos e foi, para não ofender ninguém, inócuo.
Dali, seguimos para a Rua Direita, para o show de Stand up Magic, com Felipe Barbieri. Trata-se de uma mistura de mágica de prestidigitação com comédia stand up tão na moda. Boa pedida. Ao final, fui amavelmente convocado a participar do show seguinte, que era mais na linha de palhaço de circo. Demos muitas risadas, valeu a pena fingir que tocava flauta em uma bandinha mexicana.
Encontramos o grande amigo Andy Strauss e com ele e sua amiga Vanessa fomos comer. Nessas horas, safe food é um conceito complicado e McDonald´s foi a minha ideia. Nem tinha tanta fila assim e valeu o lanche.
Separamo-nos do Andy e rumamos para o Pateo do Colégio, para um teatro a céu aberto. às 23h15 fomos surpreendidos pelo atraso da apresentação ao vivo de Provocações, com Antônio Abujamra. Ok, ok, neste caso o atraso foi pelo bem. O cara é incrível. Manda muito bem com o público e do alto de seus 80 anos, fala com clareza, firmeza, convicção num ritmo gostoso de ouvir. Teve seu deslize ao mencionar um discurso de Cristóvão Buarque que, na realidade, ele nunca fez. Mas é um belo texto ainda assim. As histórias de sua relação com o personagem Ravengar são hilárias.
Ficamos por ali mesmo para a peça Os Sete Gatinhos, de Nelson Rodrigues, prevista para 0h30 e iniciada 01h20. Para justificar minha resolva com o atraso, por volta de 0h50 percebeu-se os atores no palco, atrás das cortinas, tirando fotos. O flash os denunciou. Péssima atitude.
E se a atitude foi péssima, a montagem da peça foi pior. Pelo que entendi, a culpa pela mancada foi de Nelson Baskerville. A história é uma peça rodriguiana tradicional, com traição, prostituição, sexo e todos os elementos que ele adorava usar em suas histórias. Funciona sozinha, não precisa de ajustes. E lá foi o criativo diretor colocar suas patas imundas na peça. É burrice aguda.
Em paralelo aos atores desenvolvendo seus diálogos sérios e densos, ficavam outros atores vestidos com véus circulando a cena, tirando o foco do que realmente importa. O figurino era estranho, os cenários fracos e atuação dos atores mediana, com exceção de dois deles que agradaram. E ainda mesclava com umas danças meio indígenas, com uma cantoria duvidosa. Podia dormir sem essa, e bem mais cedo, diga-se.
No fim, foi uma Virada Cultural interessante. Vida longa ao evento, e melhor sorte para mim na escolha das atrações de 2013.
Nelson Baskerville
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sábado, 5 de maio de 2012

O Aquecimento Global é uma mentira

Falo isso há anos, embora não seja especialista no assunto.
Então, não acreditem em mim. Acreditem em quem estuda o assunto de verdade, clickando aqui.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Apelido novo

Apenas uma postagem simples, hoje fui apelidado pelos meus colegas de "Carregador de Hotel": sempre com um monte de mala em volta.
Será que lhes ocorreu do que eles mesmos se apelidaram ?
Bom final de semana a todos.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

De quem eu não tenho pena

Olá amigos leitores, hoje é dia de desabafo, ainda que sem lá muita elaboração literária. Falarei de quem eu absolutamente não tenho nenhuma pena nesta sociedade.
Vivemos os tempos da Reclamocracia e do Coitadismo. Todos são vítima de algum fator alheio à sua vontade para justificar suas mazelas. Assumir a culpa e aceitar a responsabilidade é coisa do século XX. Naturalmente muitas pessoas são, sim, vítimas de circunstâncias desfavoráveis, de azares incríveis e de tragédias gregas. Mas até pela definição de "azar", esses são cenários estatisticamente incomuns, embora haja uma disseminação perversamente exagerada do uso do termo.
Então vão alguns que não merecem a minha e, espero tua, pena:
- endividados no cheque especial. A conta parece simples: se você recebe uma quantia X de salário, suas despesas precisa ficar abaixo disso. Parece óbvio mas não é o que acontece. E muita gente usa o tal cheque especial até receber os salários, e sua renda real acaba corroída pelos juros de escala galática dessa modalidade de financiamento. Não tenho dó porque é um assunto mais do que batido e explicado. Uma criança de 12 anos (certo, Fábio ?) é capaz de perceber esse erro e alertar os pais. Só entra nessa quem quer.
- endividados no cartão de crédito. Versão mais recente da espécie descrita acima, esse cidadão recebe uma fatura completa e detalhada de tudo que ele consumiu no último período. Uma simples leitura e conferência com sua memória recente vai apontar que ele de fato comprou ou consumiu aquilo tudo. Por que diabos ele acha que deixando de pagar uma parcela disso sua vida vai ser melhor este mês, hein ?
- dependentes químicos. Alguém pode me jogar pedras por essa, mas ninguém experimenta nenhuma droga ilícita por acidente. Não tem LSD na sua coca-cola nem cocaína no seu pacote de sal. Para se ter acesso a isso é preciso querer, tanto no sentido de buscar a fonte, quanto no sentido de dispor do dinheiro, afinal não são coisas tão baratas assim e ainda é preciso ignorar todos os avisos e campanhas para não se usar esse tipo de produto. Só começa quem quer, então não acho que a sociedade deva pagar a conta do tratamento de ninguém: virem-se.
- torcedores feridos em brigas. Gosto de futebol, mas odeio burrice. Em minha vida já fui a mais de 200 partidas de futebol em estádio, e não menos de 15 eram clássicos e/ou finais de campeonatos. Tive mais de uma dúzia de oportunidades de me envolver em briga de torcidas e evitei todas simplesmente caminhando para o outro lado. Precisei nem correr uma única vez, e por causa de uma companhia inadequada: se eu estivesse sozinho, nada teria me acontecido naquele dia (conto essa passagem outro dia). As brigas de torcida hoje em dia são marcadas com antecedência, com hora e endereço. Só vai quem quer. Então, se você foi ou vai a um desses confrontos, vire-se de se defender dos animais do outro lado, afinal você é um animal também.
- vítimas costumazes de violência doméstica. Não me refiro a quem acabou de apanhar pela primeira vez. Mas a primeira é suficiente para ser a última. Polícia existe. Delegacia da Mulher existe. Lei Maria da Penha existe. Só volta para casa quem quer, e não me venha com o mimimi de "coitadinha da dona de casa sem instrução". Quase todo mundo tem família para onde correr num caso desses.
Paro por aqui para não esticar demais a postagem. Mas já aviso que temos continuação nesta lista.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Veta, Dilma.

Rola na redes sociais uma campanha "Veta, Dilma" referindo-se ao Novo Código Florestal. É o tema de hoje.
Começo fazendo um mea culpa a cerca de minha profunda ignorância sobre o tema. Os leitores que estão acostumados a opiniões contundentes sobre os assuntos aqui abordados estranharão a quase neutralidade que adotarei aqui. Não, isso não é sarcasmo, ironia ou deboche: realmente não me informei sobre isso.
Até onde entendi, todo mundo ficou bravo. Nenhum dos interesses foi plenamente atendido. A julgar pelo tom dos comentários, parece que todos os lados obteve as menores vitórias e as maiores derrotas sob seus respectivos pontos de vista. Não julgo: como vivemos na Reclamocracia (um dia volto a esse neologismo), acho natural, se não previsível, que todos se sintam prejudicados.
Pelo que consegui encontrar, os ruralistas não conseguiram os "direitos" que achavam necessários para a expansão de suas área de plantio. Aumentar a produtividade das área já plantadas não rola né ? Sei.
Pelo outro lado, parece que uma enormidade de desmatadores acabará sendo anistiada pelos crimes ambientais já cometidos. E daí o barulho feito pelos ambientalistas. Vem cá: alguém realmente achava que algum desmatador ia pagar multa ? Ir para a cadeia ? Gente, vamos falar sério. Em um país no qual 90% dos homicídios não é esclarecido, achar que alguém será um dia punido por crime ambiental beira o ridículo.
Ok, já sei que as pessoas se ofenderão, de ambos os lados, com maior chance de ser um ecochato ambientalista.
Também entendi que não era essa a intenção do governo, mas que este perdeu a votação no Congresso. Ora, se o tal Congresso representa a vontade das pessoas, não tem alguma incongruência aí ? Essa é a tal amada, idolatrada, salve-salve Democracia? E não era coesa a base aliada desde o início da atual legislatura, então o que aconteceu nesse caso?
São perguntas até que rasas, em um assunto bastante profundo. Se servir de crítica construtiva, a turma do "não" perdeu tempo demais discutindo Belo Monte e esqueceu do código. Talvez seja tarde agora.