segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Curtas (2)

Seguem novas historinhas, para alegrar o amigo leitor.
  • Comida disfarçada
O grande rede dos arcos dourados pode ter tentado disfarçar, mas não me enganou: o double cheeserburger vendido a ridículos R$ 18 era deles sim.
Por que não tinha a marca?
Para não ter que se explicar pelos preços. Era era dos caras, e aquecido repetidamente no forno ficava uma torrada com queijo seco.
  • Gingas e mais gringas
As lindas eram as de sempre: dinamarquesas, suecas, alemãs, argentinas e americanas. Nessa ordem. Nunca entendi como a mulher argentina é tão bonita quando pinta por estas bandas, mas é.
  • Papo reto
Leandro Medeiros, alegadamente carioca, chega em cima da hora para um evento. Sentamos lado a lado e ele comenta que estava com fome.
- Tenho algo aqui, velho. - E mostro.
- Não gosto dessa bolacha.
- Não gosta dessa o quê ?!
- Desse biscoito.
A verdade aparece na hora da necessidade.
  • Desatendimento
Devo mencionar: como são ruins os supermercados cariocas! Fracos, pequenos, mal arrumados e sem um pingo de atendimento ao cliente. Ninguém é capaz de sorrir ou dizer "um momento por favor" antes de te fazer esperar 10 minutos.
E, claro, batendo recordes olímpicos de levantamento de preço.
  • Malandragem
Não posso dizer que conheci o Rio. Eu fui aos Jogos Olímpicos, não ao Rio. Não obstante, era preciso passar pelo Rio para chegar aos Jogos. E daí vem aquele clima terrível de que todos e qualquer um vão tentar te sacanear a qualquer momento.
Minha primeira passagem pelo Rio durou 45 minutos em 2007 e, sem sair da sala de embarque onde estava no Galeão, roubaram o livro que eu estava lendo. Desta vez, um cara tentou roubar minha carteira e celular na saída da Cerimônia de Abertura.
Amigos: não foram os paulistas que criaram esse clima. Foram os cariocas, sem ajuda de ninguém. 
Consertem isso.
  • Uber!
Ao chegar em Santa Teresa, o dono da casa onde aluguei um quarto (Marcelo) me recomendou usar taxi para subir e descer o morro. "Os caras do Uber não sabem chegar aqui" - disse.
Nos primeiros dias, até conseguimos lidar com, mas a parada explodiu no dia 13, quando tinha que madrugar e estar na Rodoviária bem cedo. Nada menos do que 8 taxistas aceitaram a corrida que pedi pelo 99Taxi apenas para cancelar em seguida. OITO.
Isso me atrasou 35 minutos para sair de lá. O primeiro Uber que chamei, veio e fez excelente trabalho.
Não usem taxi no Rio, ou eu terei o deito de chamá-los de trouxas.


sábado, 27 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Curtas (1)

Pretendo fazer 2 a 3 postagens nesta linha, sendo esta a primeira. A ideia é contar histórias curtas, divertidas e interessantes sobre as Olimpíadas que não couberam nos relatos gerais. E começo cumprindo uma promessa feita dia 6/8:
  • Raio X
Cruzando informações com observações em campo, posso afirmar que, ao menos em parte, o scaneamento por raio-X das bolsas e mochilas feito no Parque Olímpico era fake. Houve um desarranjo sério entre a organização e a empresa terceirizada que prestaria o serviço, gerando as longas filas na entrada no dia 06/08. De repente, porém, as filas misteriosamente passaram a andar muito rápido, por volta das 9h20. Os equipamentos nunca detectaram meus refrigerantes e sanduíches que levei em cada dia, para fugir dos preços exorbitantes cobrados lá dentro.
  • Riocard
Funciona. Custa mais do que vale, mas funciona pelo menos. R$ 25 para usar livremente o sistema de transporte público só se paga na 6a viagem. O problema era a sacanagem de exigir isso para chegar no Parque Olímpico, sem nenhuma razão técnica aceitável. É metrô, amigo!
  • Trilha Sonora
A parada foi, em diversos momentos, de incríveis bom gosto e bom humor. E não foi em uma arena só:
- Na entrada dos finalistas da esgrima, tocou a Marcha Imperial.
- Na entrada das finalistas do tiro com carabina 3 posições feminino, tocou Cantina Band (aquela música logo antes do tiroteio na cantina. RIP, Greedo). 
- Ainda nas finais da esgrima, Psy fui ao ar para animar a torcida coreana. Deu ouro.
- Quando um japonês venceu uma bateria dos 1.500m do Decatlo, foi recebido ao som de Big in Japan, do Alphaville.
- Havia também um som engraçadinho nos arremessos de dardo.
Entre outras sacadas.
  • Complicação estúpida
Os tickets de comida e bebida vendidos durante o evento valiam apenas para a arena onde o torcedor estava, e para aquele dia. Ou seja, você não podia comprar vários e ir usando ao longo da quinzena de jogos, tinha que pegar a fila várias vezes. Burrice aguda.
  • Bom Ar
Por onde eu estive que havia Ar Condicionado instalado, ele estava operando. Isso inclui cada arena fechada, os BRTs e variadas linhas do metrô. Não sei dizer se tem condições de encarar o verão carioca, que é assunto para profissionais. Mas nos dias quentes que ocorreram no inverno, deu conta sim.
  • Melhores e piores
Pior arena que visitei: Maria Lenk (pólo aquático)
Melhor arena que visitei: Arena Olímpica (ginástica)
Pior esporte que assisti: Luta Greco-Romana
Melhor esporte que assisti: Ciclismo* de Pista

*foi o chaveiro oficial que comprei.
*e isso está plenamente de acordo com minha opinião sobre ciclismo: lugar de bicicleta é no velódromo.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dias 13 e 14: folga e Atletismo

Dia 17 estava programado para ser um dia morto. Os ingressos para o dia se dividiam em 3 grupos: desinteressantes, caros e esgotados. Optei por ficar em casa (entenda-se: onde eu estava hospedado), como um dia de férias mesmo. Internet, 16 canais Sportv e alguma pouca coisa para comer. O ponto é que fiquei de boas. 
Foi sorte, devo dizer, que tenha sido esse dia um dos de calor infernal de cozinhar miolos. A casa é bem arejada, quase não pegando sol direto.
Saí a noite para comer, e voltei parcialmente frustrado: não consegui uma única vez uma porção de lula para matar a vontade. Ainda assim, o rango estava bom e tinha uma quentinha para o almoço do dia 18.

Acordei tarde, descansado e já triste por saber do final que se aproximava. Mas foi uma manhã perrengueless. Almocei o peixe que sobrou da janta e fiquei de olho na tv. Pude acompanhar a medalha de ouro na Vela. Consideirei até descer para a Marina da Glória, que não ficava a mais de 10 minutos de minha hospedagem. Pesei dois fatores: estar na muvuca no final, onde não entenderia nada pela distância ou ficar na tv e saber o resultado, mas sem fazer a bagunça. Optei pela 2a, e hoje me arrependo.
Erros que se comete na vida...
Peguei um Uber para o metrô e de lá foi sem pressa alguma para o Engenhão. Lá, comprei o último souvenier que me faltava: um carinha vendia um porta-retratos com as 16 moedas olímpicas por R$ 50. Faturei na hora. 
Três passos depois caiu minha ficha (moeda?): como diabos eu entraria com aquela coisa no estádio?! As moedas, ok. Mas o porta-retratos é de metal com vidro! Depois de considerar um pouco, usei o velho "não é problema meu". Taquei a bagaça na mochila fui de cabeça erguida e peito aberto: o raio-x que me parasse. Resumo: a coleção, com o porta-retratos chinês fabricado em 1997 (#truestory) está em casa.

Vi algumas finais interessantes no dia. Tinha as provas finais do exaustivo decatlo, finais de arremesso de dardo uma estranha repescagem de tempo para a equipe feminina do 4x100 americana e o momento nobre do dia: final dos 200m.
Poseidon, mais do Zeus, estava na área: mandou uma chuva absolutamente desnecessária meia hora antes da final dos 200m. Molhou a pista e apagou com água qualquer chance de recorde. Jamais o perdoarei por isso.
Ainda assim, o raio cairia pela 3a vez no mesmo lugar pela 2a vez. Ficou confuso? Que tal dizer que Bolt se tornou bi-tricampão olímpico? Ainda estranho? Espere outro dia e ele faria sua 9a medalha no revezamento 4x100 e tudo ficou a 3x3.
Tão impressionante quanto foi ver o estádio cantando Bob Marley para saudar o ídolo de 11 entre 10 pessoas presentes. Quase tão carismático quanto rápido. Deu uma volta olímpica com bandeiras do Brasil e da Jamaica. Quase tão marketeiro quanto carismático.

Sou fã sim, e daí ?

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Cadê ?

Comecei a elaborar este texto na minha cabeça entre os dias 9 e 10 de agosto. As primeiras frases vieram dia 13 e escrevei mesmo dia 17. Mas programei para sair hoje, dia 22, às 10h (como de costume para textos programados).
E vai em tom de desabafo com comemoração. Vamos lá.

Cadê a Epidemia de Zika / Dengue / Chikungunya ?
Cadê os arrastões ?
Cadê os desabamentos das instalações olímpicas ?
Cadê a falência do sistema de transportes do Rio de Janeiro ?
Cadê o atentado do ISIS ?

ou...

Você vai ser assaltado.
Você vai levar uma bala perdida.
Você vai se ferrar no trânsito o tempo todo.
Coisa sem graça, como você gasta seu dinheiro nisso?
Você só vai ver o Brasil perder em tudo.
Você vai odiar tudo.

O amigo leitor, fiel a este espaço ou não, sabe que fui ao Rio ver os jogos. Se planejei ir por 15 meses, sonho com essa chance desde os 10 anos de idade. Mas nesse tempo todo, eu tive que ler e ouvir as coisas acima, especialmente nas 3 semanas que antecederam o início das Olimpíadas. As mais comuns foram atentando e epidemia
Foi torturante. Pense que a cada meia hora você tem que ouvir um comentário dizendo que você vai morrer. Psicologicamente falando, é o que acontece a um prisioneiro de guerra. Não tem exagero nisso não.

Algumas pessoas até expressavam preocupação genuína. Não me dirijo a esses, naturalmente. Mas a maioria era apenas o interminável espírito de porco. Gente invejosa, que não consegue tolerar a felicidade do outro. Não compram ingressos concorridos, então ficaram de fora. De algum modo, foram incapazes de se planejar para ir ao evento, então precisam diminuir quem estava indo. É o sujeito que sempre torce pela desgraça, que quer ver o circo pegar fogo e mesmo sem perceber quer que cada um que não seja ele mesmo se exploda.
Prestando atenção, o amigo leitor se lembrará vítima disso muitas vezes na vida. Esta foi minha mais forte experiência com isso. Teve outras, mas nem quero parar para lembrar e listar aqui. Danem-se. 
Danem-se todos.

E fica aqui o desabafo: morram todos de diarreia azul
E de inveja, que é o que os define enquanto pessoas. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dia 12: Ciclismo

Depois de descansar bem pela manhã, segui para o Parque Olímpico. E no caminho, acompanhado por um shake de cereja bem meh, tive tempo para pensar no que estou fazendo aqui.
A verdade, amigo leitor é que eu queria ter sido atleta. Não estou falando daquele garoto de 6 anos que quer ser "jogador de futebol quando crescer". Sim, também passei por isso. É comum em nossa cultura.
Mas falo de um sentido mais profundo. Quem me conhece sabe o quanto sou competitivo. Minha esposa, uma vez, disse assim:
- Norson, você é o cara mais competitivo do mundo.
- Sou?
- É.
- Ganhei!

Também sou, por criação familiar e escolar, um doente apaixonado por esporte. Aqui, pesou demais a presença do Sensei Roberto Mashusso e, claro, de meu pai. A duas coisas somadas poderiam ter criado um atleta em mim. 
Joguei futebol, nadei e lutei judô. Nunca venci nada relevante em nenhuma deles. Nunca tive talento especial para esporte. Era bom, mas não ótimo. Não tenho o tal corpo de atleta. Minha qualidade sempre foi a persistência dentro da competição: eu me recusava a perder. Mas também devo dizer que não soube procurar algo mais pra mim. Era uma curiosa combinação de persistência acomodada. Spoiler alert: isso não faz um atleta olímpico.
Em 86, mudei de academia de judô. Talvez eu tivesse sido alguma coisa no judô. A decisão era a correta, mas não para onde fui. Acabei estancando meu progresso. Desisti em meados de 88. Talvez outra escolha em 86... Talvez nova mudança em 88...
Ainda em 88 eu pedalava muito. Quarenta quilômetros em qualquer tarde de sábado. Eventualmente, eu era rápido. Mas nunca achei um lugar para treinar ciclismo. Deixei para lá novamente.
Hoje, treino Kung Fu apenas para mim, e já se vão quase 17 anos nisso. Desisti de desistir, por assim dizer. Mas talvez tarde demais.

Indo para o velódromo, copo de cerveja na mão, fui observando o quão incrível é um velódromo. Pensei naqueles idos de 88. Se, se, se... Um garoto hoje tem muito mais como achar seu esporte do que eu tive. 
Se...

Meus devaneios foram interrompidos por um sino. As competições de ciclismo são um enorme barato. Tem gente pedalando o tempo todo, e há grande variedade de competições. Velocidade, perseguição, prova por pontos... De tudo. Não apenas é interessante em si, mas o programa olímpico é bem agendado. O tédio não pedala. E o velódromo é, simples assim, lindíssimo também por dentro.
Curti de montão.

Saindo de lá, notei-me emotivo. Era meus últimos momentos no Parque Olímpico. Eu podia ter sido atleta, pelo menos nos meus mais doidos sonhos, e virei torcedor. Comprei 17 de 3.5 milhões de ingressos. Juntei 10 dos 42 copos, e levei dias para fazer isso. Era apenas um cara qualquer andam ali. Foi o mais perto de ter sido um atleta olímpico que cheguei: gritei nas arquibancadas. 
E não gritaria mais. Estava indo embora de um Parque Olímpico. Não sei se algum dia estarei em outro. Fui buscar minha última garrafinha colecionável de Coca-Cola. Veio Coca-Zero. 
Mas estava salgada, misturada que estava com as lágrimas que engolia com dificuldade, por causa daquele nó que fica.
Ninguém viu.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dia 11: Luta Greco-Romana

Acho que foi o ingresso mais barato que comprei. Um dia eu verifico isso.

Ao contrário do que eu achava, era a competição da manhã. Notei isso na volta do Estádio Olímpico e refiz os planos do dia. Nada grave, apenas dormiria um pouco menos, pra variar...
Correu tudo bem, exceto que eu não tinha café da manhã. Era sabido, então comi o que tinha e, já na Glória, um pacote de pães de queijo zerou a conta. O translado até o Parque Olímpico foi perrengueless. Mas notei algo curioso: muita gente indo pela primeira vez para lá. Não sei se foram pessoas que programaram vir para a segunda semana, ou que decidiram de última hora que o evento está realmente bom ou mesmo cariocas aproveitando. Mas é uma mudança de público.
Chegando lá, o calor disse "Bom dia, jovem paulistano.".  Estava na hora da competição, então nem me intriguei muito comisso. Entrei e segui direto para a Arena Carioca 2, não sem ver e participar de uma cena nova. Havia um grupo de novos voluntários. Pelo jeito, eram escalas de 1 semana, de acordo com a disponibilidade de cada um. Não sei.
Mas o que sei é que entre eles havia alguns portadores de Síndrome de Down entre eles. E como de costume, sempre sorridentes e prestativos. Depois de passar por um corredor polonês de "high-fives", parei e perguntei a um deles onde era a Arena Carioca 2. A moça me indicou certinho. Eu segui. Alguns passos depois, já distante daquele grupo, fui abordado por outra voluntária:
- Bom dia. O senhor conseguiu a informação que precisava ?
- Já fui lá 4 vezes, moça.
O olhar de cumplicidade entre eu e ela jamais será esquecido por nenhum dos dois.

Ok, atrasei um pouco. Mas estava tudo bem. No caminho, eu estudei pelo celular as regras básicas da luta. E vendo algumas ficou claro como funciona. É um combate de submissão, sem golpes que visem machucar o oponente, apenas dominar. Eram duas categorias, incluindo um gigante cubano de 130Kg que era xodó da torcida e faturaria o ouro na parte da tarde. Admito: não era tão legal assim, mas valeu pela experiência.

Passeei um pouco, ganhei mais duas garrafinhas da Coca-Cola e decidi voltar. De lá não tinha nada para fazer, pois era cedo para almojantar. Eram umas 14h30. Mas eu tinha combinado com Luciana deixar o Rio para uma visita específica em oportunidade futura. Portanto eu não voltei a Ipanema, não caminhei pela orla, não cheguei à Pedra do Arpoador onde um vento desgraçado varreu tudo que tinha por lá (menos eu, claro, que não estava lá), nem contornei até Copacabana caçando Pokemons (teriam sido 3). 
Eu magicamente cheguei a Botafogo quase 17h para comer em um restaurante árabe, excelente. Porção de linguiças de cordeiro. Fiz compras em um mercado, não tomei sorvete ali mesmo: por algum motivo as redes (McDonald's, KFC, Bob's e BK) só tem sorvete de baunilha por aqui. Burros.
Carregado, fui de metrô até a Glória decidido a tomar um sorvete. A caminhada me levou à saída da estação Catete, onde um shake sabor Diamante Negro encerrou as atividades externas do dia com maestria.

À noite, pela tv, vi a vitória do nosso instável e raçudo vôlei masculino e o épico ouro no salto com vara.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dia 10: O Raio caiu no mesmo lugar pela Terceira Vez

Sim, eu estava no Estádio Olímpico. Vi o Bolt
E tomei um susto danado, porque o desgranhento estava com um uniforme amarelo e preto: o preto do lado que eu estava olhando. E com isso, parecei por um momento que o Gaitlin iria ganhar. 
Veja, amigo leitor, não tenho nada contra os americanos. Ao contrário do brasileiro médio, não torço contra os americanos, aqueles "que se acham" (frase dita pelo mesmo sujeito que chora igual um bebê quando pisa na Disney...). Mas especificamente o Gaitlin eu torço contra: não aceito doping, e não quero que esse cara ganhe nada. Ficou com a prata e é muito mais do que ele merece.

O programa do dia, para a manhã era dormir loucamente. Não deu tão certo, mas eu precisava soltar a musculatura. Deixei passar um ingresso de Boxe que estava boiando na minha mão e descansei sim.
Saí no meio da tarde para almojantar pelo centro. Sem criatividade, acabei indo ao KFC. Estava ok, mas só tinha sorvete de baunilha (gosto, mas sou alérgico). Outro rolê pelo Boulevard (vou sentir falta disso...) e segui para o Estádio Olímpico. Lá encontrei um colega das antigas, postado em lugar horrível.
Fui pro meu canto, acompanhado de mais um copo da coleção e logo encontrei o parça Leandro Medeiros, que recusou minhas bolachas. Ele sabe do que eu falo.

A noite incluí a final do salto triplo feminino, eliminatórias do salto em altura, final dos 400m rasos masculino, com recorde mundial, eliminatórias dos 1500m feminino e os 100m. Bom... vamos ao que não aparece na tv
Incrível o silêncio silêncio pré-largada. Incrível ver, pela primeira vez, um estádio realmente cheio. 
Incrível ver faltar os famigerados copos pelo qual se paga R$ 13 cada. 
Incrível ver atletas atravessarem a pista com provas em andamento. 
Incrível entender que não se usa a raia 1 para provas curtas porque elas são mais desgastadas pelas provas longas. 
Incrível o aperto para ir todo mundo embora pela mesma linha de trem.

Fato é que foi motivo de grande alegria testemunhar a história acontecer: o raio caiu 3 vezes no mesmo lugar. Previsão do tempo para dia 18: mais chuva.

domingo, 14 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dia 9: Pólo Aquático

Era o dia da maratona. Minha, não da Olimpíada.

Acordei às 4h50, crime que não cometo nem em dias úteis de trabalho. E era sábado. Ajeitei minhas coisas e tinha que ir para a Rodoviária. Bastava um taxi. Então...
Eu tinha um taxista marcado já, que me avisou que não conseguiria chegar por trânsito. Avisou com 1min em relação ao horário marcado. Já com 99taxi instalado, chamei um taxi. Que aceitou a corrida e depois cancelou. Chamei o 2o. E o 3o.... E o 8o. Sim, amigo leitor: OITO taxistas aceitaram a corrida para depois cancelar. E o tempo passando. Assustado e atrasado, chamei um Uber. Veio de primeira. Depois os taxistas perguntam porque as pessoas preferem o Uber. Assim que chegar a São Paulo, deletarei o 99Taxi, porque só ocupa memória e não me é útil em nada.

Cheguei à Rodoviária atrasado e com tudo congestionado. Lá encontrei Sandra e Luciana, que me acompanhariam nesse dia. O mesmo motorista, na mesma corrida, nos levou ao metrô. E seguimos a conhecida epopeia até o Parque Olímpico. Entramos meio correndo a seguimos para o Centro Aquático Maria Lenk, onde eram os jogos de Pólo Aquático.
Pólo é um Handebol na água, com mais desgaste e menor visão. Bem menor: o atleta enxerga outras toucas e a bola no seu nível de visão. É preciso nadar, e portanto fazer esforço, apenas para enxergar melhor. No resto, é fazer gols, tem falta, tempo de jogo, posicionamento... Bem instintivo de ver e entender.
O Centro Aquático Maria Lenk é mais bonito do que bem feito. O lugar que nos estava destinado era depois da outra piscina, aquela para saltos que ficou (e ainda estava) verde. A visibilidade é frequentemente prejudicada por grades de proteção. E simplesmente não há cabines de imprensa regulares. Claro que as instalações não podem ter excesso de cabines de imprensa, e parte delas precisa ser feita de modo provisório para grandes torneios como este. Mas no caso, há zero cabines, sendo todas provisórias. Realmente não é uma boa instalação. 
Perdemos o começo do primeiro jogo apenas. Depois 3 jogos completos, inclusive um do Brasil e o evento master do dia, EUA x Hungria. Era fase de grupos, em torneio no qual a fase de grupos não elimina nenhuma equipe. Meio estranho, não gostei desse regulamento.

Vistos os jogos, passeei com a mulheres pelo Parque Olímpico. Mostrei tudo, como um guia turístico que nunca fui. Passamos na lojinha, stand da Coca Cola, e todas as instalações sem entrar. 
De lá, pegamos o BRT rumo à Zona Sul. Paramos em Ipanema para passear, mas em ritmo lento pois a Sandra sentia o pé. Comemos no Lamole e tocamos para o Boulevard Olímpico, ainda mais cheio que na visita anterior.

O centro estava tão cheio que não tinha como circular o VLT. Uma pena, ele nos levaria sem custos para a Rodoviária. Peguei um taxi mesmo, na rua, e fiz a corrida dupla. Nada tão caro assim.

Rio de Janeiro - Dia 8: Atletismo e Arco

Para este dia, conhecer um novo local: Engenhão. No caso, Estádio Olímpico. Parece ser caso único em Olimpíadas usar um estádio para o Atletismo que não é o mesmo das cerimônias de abertura e encerramento. Depois de achar estranho, pensei: o que tem de realmente errado nisso? E se o melhor local para a cerimônia, com acesso ao público, imprensa e atletas não fosse um estádio? Na real, são funções distintas sim.

Amanheceu chovendo em média intensidade, conforme a previsão do tempo. Isso me incomoda. Muito.
Tivemos alguma dificuldade para achar um taxi, mas rolou. Ele nos levou à Central do Brasil, e de lá fomos de trem. Pegamos a linha local, por má indicação intencional do pessoal de informações. Fazem isso para separar o público que vai a Deodoro do que vai ao Engenhão. Ocorre que pode-se perfeitamente pegar o trem para Deodoro que passa e para na estação do Engenhão. Sacanagem desnecessária.
Uma vez lá, ainda chovendo, entramos sem incidentes no estádio. Que é lindo, devo dizer. E entrar em um estádio olímpico é fenomenal, é fazer parte de algo grandioso, é testemunhar o Atletismo, o mais importante dos esportes acontecer. E aconteceu.
Vimos apenas uma final: 10.000m femininos. E a moçoila quebrou o recorde mundial por "apenas" 14 segundos. Vimos classificatórias de 100m com barreiras, de lançamento de disco masculino, de 800m masculino e parte do heptatlo. Aqui tivemos algo curioso: tínhamos ótima visão do salto em altura, e descobrimos que as provas possuem seus recordes internos, que são registrados sim. E 3 atletas bateram o recorde olímpico do salto em altura em heptatlo, sendo que 2 aproveitaram para bater o recorde mundial em seguida. Divertidíssimo. A única "pena" foi, na verdade, a falta de surpresa. Era como eu esperava que fosse, apenas. Mas valeu sim.

De lá, fomos para o Sambódromo para as finais do tiro com arco. Quartas-de-final, semi-finais, bronze e ouro. Perdemos os 2 primeiros combates por erro no nosso planejamento. Mas vimos os outros 6. Excelente, em especial a segunda semi-final. Ouro ficou para a Coréia.

Seguimos pelo centro, jantando na Cinelândia. De lá, conhecemos o Boulevard Olímpico e testemunhamos a Pira Olímpica. 
Best 
Pira Olímpica
Ever. 
Voltamos para Santa Teresa. Eu precisava dormir. 
Markus precisava ir embora.

"Precisar" é o verbo, não "querer".

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dia 7: Tiro e Rugby

Acreditam que nós erramos o caminho ?
Verdade: achamos que dava para entrar por outra entrada e, tipo assim, não dava. Isso gerou uma enorme volta. Enorme mesmo. E a porcaria do Pokemon Go não considerou um passo meu sequer. Irritante isso.

Mas chegamos a tempo de ver a parte final da classificatória da Carabina Feminina 3 Posições 50m. Em resumo, as moçoilas atiram 20 vezes em cada posição (ajoelhada, sentada e em pé) em um alvo absolutamente minúsculo que parece estar do outro lado da galáxia. E acertam. E acertam mesmo.
Tipo assim: a italiana que se classificou em primeiro fez 11 tiros no "9" e os outros 49 no "10". Destes 49, 27 foram no sinal de + que fica no meio do "10" e contam apenas para desempate. Incrível. Pena que a linda atiradora eslocava não passou...
A final era em outro estande, ainda mais bonito que o de classificação e que eu ainda não havia visitado. A regra era outra. Os tiros valem até 10.9 pontos. As 8 classificadas dão 3 séries de 5 tiros ajoelhadas. Depois disso, 3 séries de 5 tiros deitadas. Depois 2 séries de 5 tiros em pé.
Neste momento, com 40 tiros dados, as 2 últimas são eliminadas. Com isso, começa a série final, em pé. A cada tiro, a pior colocada vai sendo eliminada. 
O resultado foi outro para Alemanha, 0,2 ponto a frente de uma das chinesas. A outra chinesa fechou o pódio. Aquela italiana ? Em 4o lugar. Final é final.

Morgamos um bom tempo até a final do Rugby. Eram 4 jogos: decisão de 7o, 5o, bronze e ouro. Vi a Argentina perder dos All Blacks pelo 5o lugar, com direito a Haka no final. Vi um massacre da África do Sul sobre o Japão: 54 x 14. E vi a primeira medalha de Fiji na história. E foi um ouro sobre os ingleses: 43 x 7. Foi o 7x1 deles, gente. Não teve jogo na verdade. A entrega, a força e a organização dos oceânicos era notável mesmo.

Voltamos pelo trem, passando no mercado e jantando um adorável peixe no Castelinho, em Botafogo. E dormimos como loucos.

Rio de Janeiro - Dia 6: Rugby e Canoagem

De posse da minha mala, parti para Santa Teresa, onde fica minha segunda estadia. Chegamos de metrô na estação Glória. De lá, nosso senhorio, Marcelo, nos trouxe. 
A casa é um barato, bem no alto do morro, sem o calor forte do nível do mar, e bem agradável. Temos tv, frigobar e internet. Tudo que um nerd esportista precisa. E assim, dormimos na terça.

Bora ira pra Deodoro...
Já sabendo como ir, fomos sem problemas. Atrasou a entrada porque havia mais gente que o esperado pela segurança, e com isso perdemos um dos jogos do Rugby. Nada crítico, eram 6 mesmo.
Rugby de 7 é um jogo de Rugby com 7 jogadores em 2 tempos de 7 minutos. O campo é menor, mas o grau de impacto é similar. Bem similar. O jogo é dinâmico e direto ao ponto, uma versão século XXI do Rugby. Em 20 minutos, o jogo acabou. Em 3 horas, você vê 6 partidas de 12 times. À tarde, eles podem jogar de novo. É um esporte que tem tudo para decolar. 
A fase de grupos estava no final, e fomos massacrados pelos argentinos. Outro jogo interessante foi a vitória apertada dos britânicos sobre os all blacks, que virou 21x0 no primeiro tempo e acabou 21x19.
Gostei muito, e estou mais curioso sobre o rugby agora.

De lá, pegamos a semifinal e final da Canoagem Slalon. É aquela em que o canoísta desce uma corredeira de 1km e tem que passar por balizas fixas penduradas. Algumas delas ele precisa fazer em contra-corrente. Um esforço pesado em 90s. O clima chuvoso estava bem chato. 
Não entendemos muito na semi-final, mas parece que o objetivo era bater uma marca de tempo. Dez passaram, inclusive um brasileiro em último. Na final, o brasileiro fez um ótimo primeiro setor e liderou a prova por um bom tempo, mas não resistiu os melhores classificados na semi-final, terminando em em excelente 6o lugar. Interessante, mas não incrível.

Um longa caminhada pelo parque de Deodoro nos mostrou como é o circuito da Mountain Bike e é assustador ver aquelas pedras todas no traçado. Pegamos o trem de volta e passamos pelo Boulevar Olímpico. Antes disso, jantamos no Amarelinho, um filé a cubana. 
O Boulevar é uma grande praça, cheia de gente e atrações. O que realmente importa é a réplica oficial da pira olímpica. Um assombro de tão bela. Ainda tem uma maquete da cidade em lego e um palco tocando algo que não me empolgou. E tinha 20 gatos pingados protestando contra alguma coisa.

Com isso, fechamos o dia esgotados.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dia 5: Arco e Esgrima

Só um evento olímpico me levaria ao Sambódromo. E foi Tiro com Arco.

Chegar lá foi bem tranquilo, usando a estação Praça Onze. Entrar, nem tanto. Um palhaço da segurança resolveu torrar meu saco com a garrafinha vazia para água. Interessante foi os outros seguranças me tirando de perto dele para finalizar a inspeção. Gente despreparada é complicado. Gente burra pior. Gente mal educada, insuportável. Junte os 3.

O evento era o início dos combates, como eles chamam. Os atletas já estão chaveados e competem em eliminatória direta. São até 5 sets. Em cada set, disparam-se 3 flechas cada, valendo até 10 pontos, sendo 9 o usual que se obtém. O total do set determina o vencedor, que leva 2 pontos de set. Em caso de empate, 1 ponto para cada. Quem dizer 6 pontos, vence. Se empatar em 5 a 5, há um desempate em flecha única, vencendo quem chegar mais perto.
Aqui uma versão hardcore: os atletas poderia iniciar a 70m (são 50m na competição). um do outro. O melhor rankeado atira primeiro, podendo dar um passo a frente se quiser depois do tiro. O outro responde. Não é permitido recuar. O primeiro a pedir penico, perde.

De lá, segui para o Parque Olímpico ver Esgrima. É o mais cordial dos esportes, levando-se em conta que o objetivo é enfiar uma ponta de metal no adversário. Acompanhado do irmão Markus Runk, experiente atleta da esgrima, fui ver as semi-finais e finais. Ele me explicou tudo.
Na categoria espada, vale tudo: qualquer toque é ponto. Há toque duplo, o que torna o jogo dinâmico. Sim, chama-se "jogo". São até 3 rounds de 3 minutos, com intervalo de 1. Quem fizer 15 pontos vence. Se empatar em 14, a pontuação dupla deixa de valer. 
E que final !!!

O coreano, único destro entre os semi-finalistas, virou um jogo perdido que estava 14-10. Gostei, porque a torcida do húngaro estava torrando meu saco com o barulho. Postarei o video mês que vem, se estiver ok.

Jantamos no Hell's Burguer, uma mistura de costela com carne de porco, acompanha de, percebam a sutileza, geléia de bacon. Divino.

Rio de Janeiro - Dia 4: Ginástica

Pifei.
Depois de dormir pouco por 3 dias (sendo também mal no primeiro deles), o corpo quebrou. Nem foi questão de dormir excesso de horas (acordei às 8), mas fiquei jogado na cama até 10h30. Não conseguia levantar para comer.
Mas levantei e tinha coisas a fazer na rua. Era um cabo USB, bilhetes Riocard e tentar comprar moedas olímpicas, sendo que falhei nesta última. Almocei sobras do jantar (um filet à parisiense, farofa e arroz à grega).
Às 14h10, com 10  minutos de atraso, parti para o evento do dia, algo que eu sempre quis vez na minha vida: Ginástica Olímpica. Sim, eu chamo de Olímpica e não Artística, denominação gourmet em uso... Era a final por equipes masculina. Não que fosse a minha preferida, foi a que eu consegui comprar. 
Cheguei no Parque Olímpico em um trajeto perrengueless (sim, gostei da palavra e vocês que me aguentem), sentando em meu lugar às 16h03, ainda apresentação dos atletas. Excelente, devo dizer.

O evento consiste de 6 rotações em duas etapas cada. As 8 seleções classificadas na preliminar entram com 5 atletas, que devem competir pelo menos uma vez cada. Em cada rotação, ficam na ativa 2 equipes em cada aparelho, ficam 2 aparelhos parados. São eles: solo, cavalo com alça, salto sobre o cavalo, argolas, barras paralelas e barra fixa. Em cada parte da rotação, metade das equipes ocupa o aparelho, cedendo lugar à outra seleção na fase seguinte. Competem 3 atletas por país e somam-se as 18 notas.
Depois de liderar com folga, os russos deixaram os japoneses assumirem a liderança na 5a rotação. Os chineses ficaram com o bronze.
É quase tenso de ver. Acontece muita coisa ao mesmo tempo, é preciso selecionar o que se quer ver. A plasticidade dos movimentos já é conhecida dos fãs de esporte, e vi tudo que eu gostaria ali. 
Adorei, recomendo.

Voltei para o Cid numa boa, onde os 4 amigos dele já se instalavam. Conversei com eles, todos muito simpáticos. Dormi, pois eram 2 eventos no dia seguinte.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dia 3: Deodoro

E quebramos novamente o recorde olímpico da categoria "puta que o pariu, como isso fica longe". Avisei ontem.
Chegar a Deodoro envolveu passar pela icônica Central do Brasil. Podem xingar a vontade: apesar de mal cuidada, eu achei linda dita cuja. A compra e o embarque foram bem tranquilos e pude viajar sentado. Por sinal, meu colega de banco era um senhor holandês divertidíssimo, fã do Max Verstappen e trollador de russos profissional. Rimos muito.
Deodoro é uma base militar do exército. Usualmente, chega-se nela pela estação Villa Militar (2 "L" sim). Mas claaaaro que tinham que fechar essa estação, que ficou exclusiva para o retorno. Com isso, descemos em outra estação e temos que caminhar todo esse percurso. Daí atravessamos uma parte da base até chegar às instalações de competições. E claaaaro que o Centro de Tiro era a mais distante. E claaaaro que a fossa olímpica era a última instalação dentro do Centro de Tiro. 
Sim, andei como uma mula...

Fique claro que o Centro de Tiro foi uma boa obra. Aproveitaram o espaço de treino do exército para construir uma pedana permanente com área de imprensa completa, além de duas provisória que não seriam tão úteis depois dos jogos. Antes disso, as cabinas de 10m, 25m e 50m, bem mais simples de manter, inclusive porque as de 25m e 50m são parcialmente abertas, apenas a de 10m é totalmente coberta, e foi muito bem climatizada. E ficou uma obra simples e elegante. Quem sabe não vira um centro nacional de referência...

Devo mencionar que tiro é um esporte no qual não há engraçadinhos invadindo o campo co uma placa de "Fora Temer", nem se espera que os juízes (desarmados) prejudiquem algum lado. Nem tampouco os adversários se estranham durante a competição. Eu ia falar que também ninguém invade campo para caçar pokemóns, mas deixemos essa de lado.

Fiquei alguns minutos na classificatória da pistola de ar 10m feminina por chegar meio tarde e segui para a fossa. Vi boa parte das classificatórias masculina e feminina. Um enorme barato!
Os atletas tem 2 tiros para acertar um prato de cerâmica. Classificam-se os que tiveram mais acertos. O mais legal é que às vezes o primeiro tiro pega de leve no prato e o atleta não tem tempo de pensar se foi ou não considerado acerto: já pega o prato com o segundo tiro. E por vezes o prato mudou de trajetória! Os caras são muito fera.
Ao final das classificatórias, por volta de 13h, olhei a programação e vi que às 11h tinha acontecido a final da pistola de ar feminina e eu havia perdido. Fiquei triste.
Aí lembrei que meu ingresso não incluía isso. Fiquei feliz.
Aí lembrei que podia ter comprado o ingresso completo e optei pelo mais barato. Fiquei triste.
Aí lembre que não comprei o completo por achar de antemão que pistola de ar é meh, o que confirma não mais de 3 horas antes. Fiquei feliz.
Isso me levou à algumas conclusões:
1) Eu planejo melhor do que executo.
2) Meus preconceitos esportivos funcionam bem.
3) Estava exausto e precisando dormir direito.

Assistir semifinais e finais da Fossa Olímpica Feminina. As regras são diferentes: apenas 1 disparo, sob comando do atleta. Apenas 15 pratos, em vez das 3 séries de 25. Bem legal medir forças assim. Uma australiana venceu uma neozelandesa em final apertada, depois de estar perdendo por 2 pontos, virou o placar.

A única coisa negativa é que, por ter índice elevado de acertos, acaba se torcendo contra, pelo erro do adversário. É uma coisa que me incomoda um pouco em esporte, mas vá lá. Adorei ver uma medalha ser entregue pela primeira vez.

domingo, 7 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dia 2: Judô

Aviso: há um aspecto muito relevante no relato de hoje que contarei depois de voltar. Há um motivo para isso e peço que me entendam.

Barra da Tijuca é na casa do *******. Para quem mora em São Paulo, é um equivalente de Alphaville (longe de tudo) sem uma estrada que ligue as coisas, e sim avenidas e ruas. Minhas definições de "longe pra *******" foram atualizadas (spoiler: o recorde durou apenas um dia). 
Para chegar lá, usa-se o metrô (linhas 1 ou 2, que são paralelas em parte) até General Osório. De lá, apenas o tal Riocard te permite entrar na linha 4 (rá: não tem linha 3 aqui) e segue-se até Jardim Oceânico. Lá tem um BRT especial para o Parque Olímpico. Do ponto final até a entrada são mais de 1km de caminhada, mas não foi aí o problema.
Foi a fila. Estava O INFERNO.
Gente... todo mundo tinha acesso à quantidade de ingressos à venda. Dava para saber que milhares de pessoas chegariam ali e que deveriam ser revistadas. Perdi mais de 1h na fila e com isso, os primeiros 45min do evento marcado para 9h. Isso incluiu as primeiras lutas dos brasileiros.
Sim, lutas: fui ver judô. Depois de praticar por 7 anos, deixei o judô em 1988, mas jamais deixei de gostar do judô. Vejo nas Olimpíadas e vez por outra campeonatos em geral na tv. Mas achei que seria importante ver ao vivo no Rio. 
Com isso, conheci a bela Arena Carioca 2. Muito confortável, bem climatizada no calor forte do dia, banheiros limpos e ótima visibilidade, mesmo para o ingresso mais barato. 
Curti muito.

Depois disso encontrei o brother Leandro Medeiros e esposa Michele. Papeamos um pouco antes deles entrarem para esgrima. Pude mapeara fotografar externamente todo o Parque Olímpico e ganha minha coca-cola grátis do dia.
Não comi por lá: acho ofensivo pagar R$ 18 por um double cheeseburger mal lavado em uma fila de horas. A questão da alimentação está algo realmente ruim, e sem perspectivas de melhorar. Soube que, novamente, acabou a comida. Imagino como, nesses preços... Também visitei a loja oficial do evento, onde camisetas custam R$ 95. A minha, do camelô, foi R$ 30. E depois perguntam porque as pessoas compram do camelô.

A volta teve falhas da minha parte. Peguei o BRT errado, o que me fez trocar de linha a pé junto ao Barra Shopping. Aproveitei para conhecer o dito cujo: pelas minhas contas, nunca mais teria outra chance. Veredito: boring

De volta a Botafogo, fui com Cid comer um incrível burger no Destemidos.

Ótimo dia, perrengueless depois das 10h.

sábado, 6 de agosto de 2016

Rio de Janeiro - Dia 1: Cerimônia de Abertura

Em feliz 21 de abril último, eu acordei quase meio-dia. Em com a esposa dormindo, fui ver emails. Eis que havia um sobre ingressos olímpicos.
Eis que eu o abri.
Eis que ele falava sobre lotes do dia, incluindo cerimônia de abertura
Eis que eu clickei.
Eis que era verdade.
Pobre Luciana, que acordou com um grito na sala...

A ida ao Maracanã é tranquilíssima de metrô. Saí de Botafogo e fui de linha 1, sem incidentes. Por lá, localizei minha entrada e fui passando por tudo sem problemas, exceto conter a emoção. Sim, estou emotivo com esse tipo de conquista.
Como era cedo, tratei de tentar comer algo. Descobri que o cardápio segue a usual exploração de grandes eventos (cheeseburguer duplo por R$ 18, cerveja por R$ 13 e coca por R$ 10, além de só aceitarem Visa como meio eletrônico.).
Comi, bebi, me instalei. Fiz amizade com um chinês de Hong Kong que falava um inglês razoável. Não trocamos nomes, mas rimos.

A cerimônia seria estúpido da minha parte comentar e analisar. Se o amigo leitor não fez parte dos 3 bilhões que assistiu é porque não quis, então não cabe insistir. Mas digo que superou minhas expectativas por muito. Eu era dos pessimistas, que achava que seria ruim torcendo para que fosse bom. E foi. E foi mesmo.
Emocionou, entreteve, divertiu. É é para isso que ela existe.

Alguns comentários de quem estava lá, em ordem de memória:
- Houve uma tentativa de gritar "Fora Temer" vaiada imediatamente.
- Houve uma tentativa de vaiar as delegações argentina e norte-americana, ambas abafadas pelos aplausos do público.
- As delegações mais aplaudidas foram, na ordem: brasileira, refugiados, portuguesa. Outros destaques para: australiana, francesa, espanhola, inglesa, finlandesa e palestina, mais ou menos no mesmo nível e acima das demais que receberam aplausos educados. 
- Havia um boato de que haveria um "Fora, Temer" durante o hino. Não sei se houve, pois o volume do áudio abafou qualquer tentativa.
- Regina Casé tentando falar inglês deu vergonha alheia. Rolou até intervenção, pois em dado momento não era mais a voz dela em inglês.
- Os discursos foram bem confusos, todos eles. Nuzmann podia ter discursado em português e ninguém sairia ofendido, mas também optou por pagar mico.
- Havia legendas em 3 idiomas (português, inglês e francês) de todos os discursos, mas elas tem pouca ou nenhuma relação com o que era falado. Outra coisa feia, portanto.
- Temer não foi anunciado como presidente, foi sim vaiado quando declarou os jogos abertos e seguiu-se o protocolo em frente para mudar de assunto. Portanto, sim, houve uma operação abafa para as vaias.
- Continuo detestando samba e suas variantes. Nesse ponto, acho que a festa falhou ao não variar mais.

Os perrengues aconteceram na volta. Muito aperto para chegar ao metrô, pois o estádio inteiro foi obrigado a ir para São Cristóvão. O trem parou algumas vezes, uma delas por quase 10 minutos. E um filho da puta tentou bater minha carteira, mas eu percebi.
Cheguei no Cid às 2h15, e tive sucesso em não acordá-lo.
As fotos estão no celular. Um dia eu tiro todas de lá. 
Um dia, ainda este ano.

Rio de Janeiro - Dia 0: Viagem

Não tenho muito a relatar aqui, amigo leitor.
Retirei as passagens em um balcão específico, sem filas, na rodoviária. Embarquei, dormi, acordei, dormi, acordei, dormi, acordei. Não dormi, cheguei. De peculiar, apenas uma inspeção bem porca na minha mala, talvez porque o guarda a tenha achado grande demais. Porca, mas não antipática.
Na rodoviária carioca, o sinal do Uber era bastante confuso, então afastei-me umas quadras e consegui transporte. 
Cheguei no Cid, meu hospedeiro para este primeiro terço de jornada e conversamos por não menos de 5 horas. Sério.
Depois disso, foi ao Shopping Praia Botafogo almoçar, passei no metrô para me informar sobre os bilhetes de trem e metrô (onde aparentemente me deram informação errada), comprei-os e voltei. Dormi umas 2h, montei a mochila versão evento (para o sábado em diante) e, com borboletas no estômago, fui para o Maracanã.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O Primeiro Recorde Olímpico

Redes sociais não são novidades. Jogos Olímpicos também não.
Mas redes sociais com tanta gente opinando sobre tudo são um evento relativamente recente, e Jogos Olímpicos no Brasil são o primeiro caso, e provavelmente único para todo este século. Foi este combo que deu origem a uma nova espécie: os anti-anéis


São aquele tipo que torce contra, que fala mal, que espera que o evento seja uma lástima. Veja, amigo leitor, há muito a ser criticado, desde o processo de candidatura, passando pela gestão das obras, pelos desvios de recursos, pela péssima qualidade de algumas instalações, por se terminar tudo (como sempre) na última hora. Por não se cumprir promessas como a limpeza da Baía da Guanabara. Então assuntos a criticar não faltam, e não devem ser censuradas as boas críticas.
Ainda assim, essa subespécie prefere apenas, torcer contra. Posta imagens dizendo que não liga: não é interessante o cara não se importar a ponto de se importar de postar uma imagem? Outros acham que os resultados serão pífios ou horríveis, como se apenas disso se trata-se o evento. Claro, podemos fazer 57 medalhas de ouro e o sujeito vai dizer que deveriam ser 60.
Tem ainda a variante da "prioridade de gastos". Não sabe que esta edição dos jogos custou menos que as duas últimas (valores em dólar). Mas principalmente fala isso agora, há poucos dias do evento, em vez de protestar em 2007, quando nasceu esse projeto. Agora, amigo anti, grande parte do dinheiro já foi gasto e o restante está empenhado junto aos fornecedores. Em português claro: já era. Sobre a escolha de prioridades, por não se fazer escolas ou hospitais, parafraseio Ronaldo(1): não se faz uma Olimpíada com hospitais, então reclame com quem quis fazer a Olimpíada

Honestamente? Acho que é sentimento de exclusão. Ninguém tem que gostar de Jogos Olímpicos ou de esporte em geral. Nem de coisa alguma. Mas em um momento em que tanta gente está ligada nesse assunto, o sujeito se sente excluído e precisa falar mal para se auto-afirmar. Bateram o recorde olímpico de dor de cotovelo.
Você não precisa disso, anti-anéis. Continue a curtir as mesmas coisas de sempre, sejam elas seus filmes, suas músicas, seus livros, seus amigos e parentes... Não tem problema algum. Devem ser interessantes sim, sem zoeira da minha parte. Apenas me (nos) deixem curtir o evento numa boa. 
Termina em 2 semanas, tá? Mas tem de novo em 2020, 2024, 2028...

(1) Sem dúvida, um dos casos mais covardes na história recente de se tirar uma resposta do contexto.