quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Pegadinha

Segue foto espalhada hoje pelas redes sociais.


Nada mais.

Chegou o dia...

Amigo leitor, um texto mais pessoal para hoje. Mas antes de iniciar, um pedido de desculpas pela ausência de dois dias neste espaço: estava em treinamento.
  • Parte 1

Neste fim de semana prolongado, conduzi minhas pernas para Cananéia, no litoral extremo sul de São Paulo. Entre várias peripécias, jantamos por duas vezes na pousada onde estávamos, quando tomei ciência das receitas de peixe de Dona Yoshiko. Epic level, diga-se.
Depois de comermos um lote de peixes na 6a-feira, notamos a sobra de arroz e batata frita. Para o dia seguinte, fizemos pequenos ajustes no pedido, mas lembramos de pedir para não vir a batata frita.
Pois é.. chegou o dia de eu recusar batata frita...
  • Parte 2
Ainda abalado com a falta de batata fritas, estive fora da empresa por dois dias em treinamento. O evento incluía a refeição no excelente restaurante do hotel. E como o local oferece sushis variados, lá me jogo eu em uma pratada de sushis a cada dia. O curioso era a presença de feijoada no buffet
Pois é... chegou o dia eu eu recusar feijoada...


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Técnicos e Ministros

É conhecida por todos as frase "o Brasil tem 120 milhões de técnicos de futebol e ministros da fazenda.". Não consegui localizar o autor da mesma. De memória, lembro-me dela depois do Desastre do Sarriá em 82, quando vivíamos uma dura crise econômica e fomos eliminados da Copa da Espanha pela futura campeã Itália. Passados 21 anos, somos 200 milhões (ou algo assim), mas definitivamente continuamos a viver na Palpitolândia
Qualquer assunto mais sério que acontece neste país traz uma forte cobertura da midia e na sua esteira uma enxurrada de opiniões de especialistas de teclado. Fico cada vez mais assustado com a quantidade de gente que supostamente entende de detalhes técnicos e está sempre pronta para escrever um par de linhas sobre o assunto. Essa praga se apresentou em cada uma das tragédias dos últimos anos: Chuva na região serrana do Rio, Estação Pinheiros do Metrô, Alagamentos em São Luís do Paraitinga, Enchentes em Santa Catarina, Caso Nardoni, Caso Bruno, todas as derrotas em Copas do Mundo e por aí vamos. Agora foi a vez da boate Kiss, em Santa Maria. 
Milhões de dedos estão ávidos por um espaço cibernético para usar os termos "negligência", "despreparo", "absurdo", "poderia ter sido evitado", "laudo" e "alvará". Apostos alguns dos meus que a maior parte dos opinantes sequer saber definir todos. 
Os juristas, economistas, técnicos esportivos e engenheiros de segurança de final de semana esbaldam-se em letras para dizer o óbvio. Confortar familiares e amigos é que realmente parece difícil. A tragédia evitável talvez tenha sido mesmo apenas uma: a inclusão digital.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Negacionismo

Amigo leitor, aproveito a véspera de feriado para causar alguma confusão. O tema do dia é o Aquecimento Global. Mas antes, preciso ver o que diabos é um "negacionista". 
Não consegui encontrar nenhuma definição realmente isenta de negacionismo. Pudera: o termo está sempre ligado a temas sensíveis e importantes. Não se encontra negacionismo em resultados esportivos ou concursos culturais, mas em análises históricas e estudos científicos. As principais vertentes onde ele aparece são o Holocausto (onde os negacionistas declaram que não houve a morte de 6 milhões de judeus), na biologia (onde os negacionistas não aceitam a Teoria da Evolução de Darwin) e na Ecologia, onde os negacionistas questionam ou negam o Aquecimento Global. Já cutucando, seriam os ateus os negacionistas de deus ? Como se pode ver, não tem como o debate acabar de modo totalmente pacífico.
Já que ninguém se deu ao trabalho, vou definir negacionismo como o ato de discordar de uma corrente de pensamento claramente estabelecida e com forte apoio da comunidade científica. O leitor fique a vontade para negar minha definição.
Isto posto, há graus variados de efeitos dos negacionistas. Negar a Teoria da Evolução por si só é algo apenas risível. É uma corrente religiosa histérica que é incapaz de perceber que a Evolução em nenhum ponto nega a existência de deus, apenas coloca a Bíblia no seu devido lugar: como alegoria. Essa turma se torna incômoda com tentar impedir de modo direto ou indireto (neste caso com a tosca Teoria do Design Inteligente) o ensino da Evolução nas escolas. Mas no limite, pouco efeito causam no mundo real.
Os negacionistas do Holocausto incomodam um pouco mais. Não que eles pretendam ressuscitar ou acordar como zumbis os 6 milhões de judeus mortos pelo Nazismo, mas negam a quantidade alegada. De fato não há como contar corpos, o que obriga a todos a trabalharem com estimativas. Não sei de onde o número de 6 milhões veio, mas não ia me sentir aliviado se tivessem sido "apenas" 1 milhão. Mas isso incomoda apenas pela citação. Certa vez, em uma aula de História na escola perguntei pelos 20 milhões de russos mortos e fui alvo de fortes protestos dos colegas semitas (eu não sabia que eram tantos). E olha que eu nem neguei o Holocausto, apenas coloquei que outras matanças também ocorreram. Alguns desses colegas nunca mais falaram comigo.
O pior tipo é dos negacionistas do Aquecimento Global. Essa turma questiona tanto a existência do fenômeno quanto a participação humana no processo. O problema pode ser grave, pois esse tipo de atitude pode adiar ou anular mudanças comportamentais ou tecnológicas causando um atraso sério, grave ou potencialmente catastrófico nas necessárias medidas para contê-lo (o Aquecimento).
Muito prazer, leitor, eu sou um desses.
Guarde suas pedras, permita-me eu me explicar. Minha bronca é mais com as medições do que com as conclusões. De tudo que li sobre o assunto até hoje, espanta-me a falta de precisão nas medidas de temperatura. E com isso, acaba faltando qualidade científica na definição do fenômeno. Daí o fato de eu negar não a sua existência ou extensão, mas a baixa qualidade das medida. Considero inconclusivos os estudos que o afirmam. O maior problema está no método. Seguem meus questionamentos
1) Mede-se a temperatura em diversas estações de medição e calcula-se uma média. Mas média do que ?
2) Média da temperatura média do dia ? E como é feita essa média diária ? Mede-se a temperatura a cada hora e tira-se a média das 24 medições ? Ou a cada meia hora, com 48 medições ? Faz diferença 24 ou 48 ? Ou é uma medição contínua ?
3) Ou é a média da máxima ? Tira-se a temperatura máxima de cada dia e tira-se a média da máxima ? Talvez.
4) Ou é a média da mínima ?
Complicado...
5) O que acontece se uma estação não medir ? Isso afeta a média geral ? Se sim, quanto ?
6) Qual é a temperatura média do planeta em 2005 ? Pode procurar aí, amigo leitor, e você vai achar várias respostas. Em qual confiar ?
Minha bronca é com a falta de medições claras. Se você não consegue medir um fenômeno, como pode dizer que eles está se intensificando, oras.
Para completar, lembro a questão da falecida URSS. Com a queda do regime ao longo dos anos 80, diversos programas foram sendo paulatinamente desativados pelo país. Veja o que sobrou do programa espacial soviético perto do que havia antes. Mas uma das atividades afetadas foi a ciência e entre elas aconteceu a desativação de estações climáticas na Sibéria. Com isso, alterou-se seriamente a base de dados, pois eram justamente as estações que mediam as menores temperaturas que deixaram de medir e apresentar seus dados para o cálculo da média global. É como tirar a Etiópia do mapa antes de se medir a fome mundial. 
Repito que me considero um negacionista light do Aquecimento Global. Gostaria que mais recursos fossem destinados a esse assunto. Não tenho nada contra um uso mais consciente da energia. Mas afirmar que o planeta vai aquecer 1 ou 5 graus (eles sequer conseguem um concenso sobre o valor) se não pararmos de fazer uma montanha de coisas é uma afirmação ainda prematura do ponto de vista da análise científica.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Eu tenho meus direitos

Podia jurar, amigo leitor, que eu já tinha relatado esta passagem neste blog. Mas a pesquisa provou que estou errado, então vamos e ela.
Estava eu, anos atrás, atravessando o bairro de Alto de Pinheiro rumo ao meu apartamento, em Perdizes. Era a rua Alvilândia, que leva à rua Pereira Leite, essa última chegando na Heitor Penteado. O episódio aconteceu aqui:

Trata-se de uma rua apertada, onde com dificuldade passam dois carros de cada lado. Segue uma foto do local, com a colaboração do Street View.


O caso ocorreu no lado direito da foto, no sentido que sobe a rua. Alguns metros mais a frente, fica um caminhão de venda de frutas. Eu passava ali todo dia e todo dia estava lá ele vendendo abacaxis, laranjas, figos e o que mais fosse.
Essa caminhão causava algum transtorno, mas era perfeitamente legal ele estacionar ali (não vou entrar no mérito da venda de alimentos em si). Ele parava sempre no mesmo lugar, todos os dias. 
Certa vez, houve um rompimento de adutora da Sabesp no outro lado da rua, exatamente onde ele parava. Quem mora em São Paulo sabe que qualquer caninho furado merece uma interdição pela Sabesp da avenida Paulista e uma das Marginais, mas justo nesse dia, a equipe de atendimento agiu com moderação e civilidade, cercando apenas a área necessária para o conserto da tubulação. O drama começa quando pensamos que esse buraco ocupava uma pista e meia do sentido bairro. Com o caminhão parado do outro lado ocupando uma pista, acabava sobrando apenas uma pista e meia do total de 4 (2 sentido bairro e 2 sentido centro). Tempere esse cenário com ônibus nos 2 sentidos e o caos se instalou. 
Perdi bom tempo nisso até passar pelo problema. Estranhamente desestressado, estacionei logo a frente do caminhão para comprar frutas. Enquanto me dirigia, a pé, para o caminhão compreendi esse cenário todo que acabei de descrever. Depois de separar minhas laranjas, puxei conversa com o dono do caminhão:
- Amigo, você não quer estacionar um pouco mais para frente ?
- Como assim ?
- Olha aquele corsa azul. É meu. Quando eu sair, você pega minha vaga e facilita um pouco o fluxo do trânsito.
- Mas eu posso parar aqui. É permitido.
- Sim, claro. Mas...
- Eu paro onde eu quiser. Eu tenho meus direitos.
De fato, tem. Assim como eu tinha o direito de deixar as laranjas e nunca mais comprar dele, como de fato fiz. 

Lembrei desse episódio outro dia quando um cadeirante tentava subir em um ônibus na avenida Jabaquara. Embora fosse um ônibus adaptado, por alguma razão o elevador não estava funcionando. Não vem ao caso se era falha de manutenção, se quebrou no caminho, se quebrou exatamente na hora que rapaz ia subir... O fato físico é que o elevador estava quebrado. E a discussão se instalou entre o cobrador e cadeirante:
- Eu quero entrar.
- O elevador está quebrado. Pegue o próximo ônibus.
- Eu tenho meus direitos !
Tem mesmo. Tem o direito a transporte coletivo com acesso adaptado, mas não tem o direito de atrapalhar os demais usuários com uma exigência estúpida como essa. 

Há cerca de 20 anos o brasileiro começou a descobrir os direitos que tem. Mas ainda não sabe como fazer uso deles, muito menos quando é hora de abrir mão de um pouco deles em nome do bem coletivo. Por isso ainda somos terceiro mundo

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Internação compulsória

Está no ar a nova polêmica sobre a cracolândia. Agora é a internação compulsória.
Para quem não sabe, desde ontem é possível a internação sem o consentimento do paciente, desde que acompanhada de recomendação médica e aprovada por juiz de direito. O paciente contará com defensor público e o processo é acompanhado por representante da OAB.
Peço agora que o leitor forme sua opinião antes de eu apresentar a minha. Pense por um ou dois minutos se a medida parece boa. Eu espero aqui.

Pronto ?

Pois bem. Sou totalmente favorável à medida que, na realidade muito me assusta em sua forma teórica. Começo pelo final. É famosa na literatura ficcional a situação do sujeito tratado como paciente mental apenas por ter inimigos no lugar errado (ou de um nível de poder com o qual ele não pode lidar). Pergunto: não temos casos similares no mundo real, com a diferença apenas de ser uma perseguição jurídica em lugar da psiquiátrica ? Temos, e muitos. Assim como perseguição política, midiática, informacional e até social. em uma situação limite, uma pessoa que não tenha amigos no meio médico ou jurídico pode ser vítima de um complô entre médico, advogado e juiz e acabar internada sem motivo real algum. 
Se você achou minha tese fora da realidade, troque o advogado por um policial do exército, o médico por um torturador e os anos 2010 pelos anos 1970 e fica mais fácil de entender meu temor. 
Considerações teóricas a parte, precisamos ver o lado prático. Por motivos que realmente escapam à minha compreensão, permitiu-se o desenvolvimento de uma região da cidade de São Paulo onde centenas, se não milhares, de dependentes químicos de crack e outra drogas perambulam a luz do dia como zumbis consumindo substâncias ilícitas a céu aberto e à vista de todos. Em um país sério, providências seriam tomadas no primeiro caso, não depois de milhares. 
E quais seriam as providências se não a mesma internação compulsória, alvo dos esquerdopatas neste debate? Como pode um dependente de crack, já com o sistema nervoso deteriorado, incapaz de se locomover, falar e pensar pode tomar alguma decisão racional sobre o que quer que seja? 
É claro que a internação compulsória produz menos resultados que a voluntária. É claro que o processo de recuperação do dependente químico depende, principalmente, do próprio paciente querer sair da situação em que se encontra. É claro que a internação compulsória gastará milhões de reais em tratamentos que não surtirão efeito algum em pacientes que tiverem recaídas tão logo estejam nas ruas. 
Mas deixo no ar a pergunta, já em apoio à medida adotada, aos que são contrários à medida: é para fazer o que então? Deixar assim? Esperar o dependente químico tomar a iniciativa? Façam-me o favor... Isso sim é burrice aguda.
Desculpem-me, caras, mas eu sou mais humanitário do que vocês.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Um minuto

Sabe quanto tempo você precisa para começar a melhorar seu condicionamento físico ? Um minuto. É perfeitamente suficiente para um resultado bastante aceitável. Um minuto por dia.
É bastante simples, amigo leito. Fique um mísero minuto na posição de flexão de braços e... espere ! Basta deixar o tempo passar. Não relaxe, não fraqueje, não pare no meio. É só isso. Para as meninas, vale a regra usada na academia: fique com joelhos no chão. Rapazes, por favor, não sejam meninas, ok ?
Se por acaso estiver fácil, ao final do tempo faça as flexões de braço. Faça 3 flexões nos últimos 3 segundos. Se ainda estiver fácil, 5, 10... Tenho certeza de que você entendeu.
Agora vem a cereja em cima do bolo. Prepare-se. Sabe em que horas você pode fazer isso ? Imediatamente antes de tomar banho. Bem... acredito que você tome banho todo dia, então basta emendar esses dois compromissos. Como esse exercício pode cansar e até mesmo fazer transpirar um pouco, tomar banho logo em seguida ajuda a resfriar o corpo e já remover o suor.
Se você, como eu, tem aquecimento a gás em casa, ainda melhor. Ao se ligar o chuveiro, leva um certo tempo para a água quente chegar para seu banho. Use exatamente esse tempo para a posição da flexão.
Seguem algumas características desse trabalho
- rápido e simples de fazer.
- não exige marcar horário, lembrar de fazer nem altera sua rotina diária drasticamente
- não precisa de nenhum tipo de equipamento
- não custa um centavo
- trabalha tanto braços quanto o abdome
Se ainda assim, você não está convencido, use o GDE - Gerador de Desculpas Esfarrapadas para não fazer.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Desperdício cultural

Matéria publicada na Folha hoje analisa a utilização de recursos públicos na produção de filmes nacionais. Segue link. Gostaria de opinar sobre.
A matéria é relativamente neutra. Mostra dados tanto dos sucessos quanto dos fracassos. Em uma ponta, um filme que contou com R$ 0,82 de incentivo fiscal por ingresso. Na outra, R$ 3.286,54. Um abismo, como a própria matéria diz.
É preciso ter muito cuidado com as reações exageradas que gritarão "desperdício !" ao verem R$ 340 mil serem gastos no filme "Expedicionários", com público total de 104 pessoas. Apenas para fins de comparação, este blog teve audiência de 138 pessoas ontem. Vá ser fracassado assim lá longe...
Mas como se poderia imaginar isso? Que culpa tem o governo, ou o agente público que autorizou o uso do benefício para esse filme antes de se saber que ia ser um fracasso? Se por um lado incomoda-me o uso de dinheiro público na forma de renúncia fiscal para esse tipo de atividade, há que se ver a materialidade do fato: é menos de 0,1% do que a prefeitura paulistana liberou para a construção do Itaquerão. Foi mal usado, mas pelo menos foi pouco. E, no mínimo, sobrou menos para o PT roubar.
Mas tem uma coisa que me irrita nisso é o mimimi infinito dos profissionais da área. Destaco da matéria um trecho:

"As pessoas gostam dos filmes. Mas quase não há espaço para exibi-los. Não deixo de brigar para que eles sejam vistos também no circuito alternativo, que não entra nos dados da Ancine", diz Cury, também diretor de "Constantino" outro dos dez filmes nacionais menos vistos em 2012.

Em primeiro lugar, amigo, com 104 expectadores você não tem moral para reclamar de falta de espeço. Seu filme deve ser tão ruim que não conseguiu meia lotação de UMA sessão. E, mais importante até, você conseguiu fazer dois dos dez filmes menos vistos no ano. Portanto, sr. Cury, o sr. não serve para isso. Tome vergonha na cara, arrume um emprego honesto e pare de desperdiçar dinheiro. 


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Geração 6

Vai sendo aceita pela midia e pelos torcedores a denominação "Geração 6" para os carros da Sprint Cup da Nascar a partir de 2013. Curioso como agora o Car of Tomorrow passou a ser chamado de Geração 5. Curioso e, na minha opinião, muito errado: uma vez dada uma denominação, que se viva com essa decisão, oras.
Admito que me inspirei em artigo lido hoje cedo no site da ESPN. Segue link.
Achei bastante interessante a análise feita. O articulista (ou a Nascar, confesso não saber) tomou a liberdade de agregar tudo que veio antes de 1967 como Primeira Geração. Era um tão variado saco de gatos que agrupar isso pode gerar uma infinita discussão sobre compatibilidade, tamanho, motor e uma série de características dos carros da era clássica da categoria. Mas também não há como organizar de outro modo: agrupar é a única coisa aceitável para fins de análise. 
O articulista é muito justo ao comentar a recém-sepultada geração e tratá-la como "menos respeitada" de todas. Não se tem visto pilotos se machucarem seriamente há muito tempo. Além disso, observa ele, os carros são mais resistentes que os da geração 4, que se desmanchavam sozinhos pela pista. Tenho acompanhado a Nascar há 2 anos e vejo as equipes fazerem milagres para recuperar carros arrebentados ainda no pit lane e devolvê-los para a prova, muitas vezes ainda em condição de vencer a corrida.
Do meu lado, conheço pouco para analisar e ainda menos da geração 6 que apenas vi em fotos. Torço para que fiquem mais parecidos com os carros de rua, que apresentem maior variação de desempenho sem perder a competitividade da categoria e que não se percam as conquistas de segurança.
E, claro, Go go 88 !

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Alguém perdeu a noção

Amigo leitor, tomarei máximo cuidado com as palavras hoje. Não sei se estou a ofender alguém com esta postagem, e realmente não esto a fim de ser processado. Mas alguém perdeu a noção da realidade, posso ser eu.
Estou planejando uma viagem curta para abril, quando tiro 2 semanas de férias. Pretendo passar a primeira dessas duas semanas em um spa. Quero perder uns quilos, relaxar e até fazer esportes diferentes sem preocupação com deslocamento e despesas adicionais. E assim caí na rede e comecei a pesquisar. Com ajuda da namorada, achamos vários. Um dos que chamou a atenção foi o Kurotel, em Gramado-RS e é dele que eu falo agora. 
O ambiente me pareceu dos mais belos. Embora eu já conheça a região, Luciana poderia se beneficiar da localização e descobrir as belezas naturais e humanas de lá. Seria viável, então, fazer um pacote de 7 dias no hotel-spa e mais uns 3 pelas redondezas (Gramado, Canela, Bento Gonçalves...)
Daí começa as estranhezas. O site deles, embora muito bonito e estruturado, não tem os preços da estadia e pacotes de tratamento. Estou ciente que a maioria dos hotéis e spas age assim, mas já deixo a pergunta: o preço é algum tipo de segredo ? Não me parece, pois bastou um simples email meu e em poucas horas eu tinha a tabela completa deles. Então será que alguém acha que, só porque eu pedi um orçamento vou ficar com vergonha de recusar e automaticamente vou me hospedar lá ? Esconder preços é burrice aguda, posso dizer.
Mas os preços vieram e é deles que falo. O plano mais básico de uma semana para duas pessoas em um chalé de 20 metros quadrados sai pela bagatela de R$ 17.380,00 + taxa de serviço (10%), totalizando R$ 19.118,00. Ainda não apresentei os cálculos neste blog, mas minha viagem para o Reino Unido incluindo passagens, aluguel de carro, estadias em 12 hotéis, ingressos para dezenas de atrações, alimentação e compras saiu por menos que isso (cerca de R$ 16.500, em cálculo a ser apurado).
Olha, gente... Não quero aqui ofender ninguém. Cada um administra sua empresa como achar que deve e precifica seus serviços da maneira a maximizar seu lucro. Mas por esse valor eu compro uma jacuzzi, uma esteira e mando clonar contrato um personal trainner e um nutricionista. As sobras compram uns jogos de PS3.
Ou será que fui eu quem perdeu a noção dos valores ?

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Nem tudo está perdido

Rubens Bomtempo para presidente !
Precisei do Google para saber que ele é do PSB, mas tá valendo. Veja o motivo aqui.
Amigos, precisamos chegar ao século XXI para alguém fazer isso ? Demorou demais para isso. Que se siga esse exemplo. Que se faça em todas as cidades, estados e na união.

Velhice

Sintam-se velhos, idosos e caquéticos.

http://esporte.uol.com.br/volei/ultimas-noticias/2013/01/15/cbv-convoca-sasha-filha-de-xuxa-para-selecao-de-praia-visando-marketing-e-renovacao.htm

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Vermelhos e Azuis

O relato a seguir completa 20 ainda este semestre. Lembrei dele hoje quis dividir com vocês. Dedico a todos os jogadores de RPG em geral, e ao ao amigo Alexandre Lee em particular.
Estava eu chegando na FAU para a abertura da 2a USPCON quando encontrei uma dupla de jogadores cariocas. Eles estavam relatando o ocorrido em uma mesa no Rio de Janeiro. Claramente bons e experientes jogadores, eles precisavam dividir com alguém o ocorrido. Não me recordo o nome deles e peço desculpas por isso. Chamarei a ele de "relator" e o companheiro de "amigo". 
---
Os rapazes jogavam RPG já há alguns anos. Aquela vontade louca de matar monstros e acumular poder estava saciada, e eles tentavam alçar voos mais altos, por assim dizer. Na era ainda antes de Vampire: the Masquerade, isso não era nada fácil. Optaram pelo caminho de difundir o jogo, na esperança de algo genial surgir do acaso. 
Depois de semear bastante, chegou o dia de colher. Um dos jogadores que havia aprendido a jogar RPG com eles os convidou para jogar em uma loja do bairro.
- Criei uma aventura - disse ele - e queria que vocês dois jogassem. O resto da mesa já está montada. 
- Legal. Do que se trata ? - perguntou o anônimo relator da história.
- AD&D.
O rapaz era novato e havia começado pelo AD&D. Era natural que começasse mestrando a mesma coisa. Claramente teríamos uma aventura hack´n´slash, mas ele tinha que começar de algum jeito. Não era hora para recriminar.
O mestre apresenta fichas prontas: seis personagens de 1o nível, sem nada que chamasse a atenção, nem positiva nem negativamente. Uma boa maneira de se começar, sem dúvida. O mestre descreve sucintamente o ambiente coloca os aventureiros na estrada. E logo começam as peripécias:
- Vocês percebem uma sombra passando por vocês - diz o mestre.
- Olhamos para cima - diz um jogador.
- É um dragão - diz o mestre
Os jogadores experientes trocam olhares. "Durou pouco, hein ?" eles pensam.
- O dragão passa por vocês e pousa na estrada um pouco a frente. Ele é azul. - diz o mestre.
Os jogadores se entreolham. Ninguém diz nada. Os dragões cromáticos são definidos como maléficos em AD&D, e mesmo um grupo de 6 personagens de 20o nível pode ter sérios problemas para enfrentar um. São muitos poderes, iunidades, voo...  Alguns dos jogadores conferem a ficha em busca de algo que tenha escapado ao primeiro exame, mas logo mestre os interrompe:
- O dragão diz "Posso acompanhá-los em sua jornada ?"
Pasmos, os jogadores não conseguem responder. O relator é o primeiro a se recobrar do choque e responde:
- Ehrm... Claro !
- Aguardem um momento. Vou chamar meus amigos - diz o mestre em nome do dragão.
"Bem..." - pensa o relator - "já estamos aqui mesmo, a coca-cola ainda está gelada... Vamos ver o que vem."
Outros 3. 
Nada menos do que um grupo de 4 dragões azuis estão juntos e acompanhando o grupo de primeiro nível. A aventura não tinha mais salvação. Agora era hora de ver onde isso ia levá-los.
O grupo viaja pelo restante do dia sem incidentes. Também, pudera... Ao anoitecer, é hora de descansar. O amigo está mais no clima do jogo e toma a iniciativa das providências. 
- Precisamos montar turnos de guarda - diz o amigo.
- Não se preocupem - diz o mestre em nome do dragão azul líder - nós cuidamos disso.
Outra sequência curta de olhares trocados foi rapidamente seguida pelo ver movimento de expressão corporal "dar de ombros". E relaxaram, todos os jogadores.
Durante a noite, o mestre anuncia.
- O dragão azul acordou vocês. "Acordem. Estamos sendo atacados."
- O que diabos atacaria quatro dragões azuis ?! - pergunta o perplexo relator.
- Quatro dragões vermelhos - responde o mestre.
Arrependido de ter perguntado, o relator diz:
- Eu pego minha espada e espero uma chance de atacar. 
O mestre sorri e começa a rolar dados aos montes para executar o combate. Dragões voam e todo o combate se desenrola no modo aéreo. Em nenhum momento os personagens tem qualquer chance de interferir na luta. Trocam-se magias, bafos, golpes... A coisa toda dura meia hora até o mestre anunciar:
- Os dragões vermelhos estão fugindo.
Mais uma troca de olhares e o amigo diz.
- Ótimo ! Vencemos ! Podemos voltar a dormir ?
- Sim, podem - responde o mestre complacentemente.
Pela manhã, os aventureiros retomam a viagem, chegando ao destino convenientemente na hora do almoço. Mas então o mestre declara que a missão foi cumprida e assim terminava a aventura.
Com um misto de irritação, choque, perplexidade e sensação de tempo perdido, o relator se levanta calmamente, já puxando a alça da mochila para ir embora. Ele ainda consegue manter uma expressão neutra, evitando chatear o mestre. Mas é quando o amigo o interrompe.
- Mestre, fiquei com uma dúvida sobre a aventura.
"Só uma ?!" pensou o relator. O mestre olha para ele e aguarda.
- Mestre, como podem dragões azuis derrotarem dragões vermelhos? Todos sabem que dragões vermelhos são mais fortes."
- Verdade - responde o mestre - mas os dragões vermelhos eram thieves e os azuis eram fighters
- É... deve ter sido por isso.
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Moral da história: vamos com  calma ao criticar roteiros de filmes e jogos. Talvez você não faça melhor.

sábado, 12 de janeiro de 2013

2 x 1

2 x 1 é o atual placar da gestão Haddad em 11 dias como prefeito. Dois são os acertos, no caso.  Comecei o assunto aqui e vou seguir enquanto a paciência permitir. Acompanhem:
- Sinalização de Trânsito: pode parecer puxassaquismo meu (que me conhece sabe que nada estaria mais longe da verdade), mas em 11 dias percebo melhora nesse aspecto. As chuvas verão continuam caindo mas percebo menos problemas com os semáforos. Ao lado disso, depois de quase 3 anos morando na Saúde foi refeita a sinalização de solo na minha quadra. E não era sem tempo, dada a quantidade de acidentes que essa esquina promove.
- Atestado Médico: deixou de ser obrigatório o tal do atestado médico para quem faz academia em São Paulo. Medida ridícula e burocrática, essa exigência vigorou por quase um ano e não trouxe qualquer benefício para a população ou para as academias. Como eu dizia sobre isso, criar lei para fazer os outros acumularem papeis e terem trabalho, todo mundo faz. Mas contratar 2 mil profissionais de educação física e colocá-los a disposição da população nos parques, não, né ? Afinal, dá um trabalho danado isso.
- Internação compulsória de viciados em crack: estava bom demais para ser verdade. Agora já veio um secretário do prefeito dizer que é contrário à internação compulsória. Segue link da matéria. O secretário não percebe ou não quer perceber que foi essa tolerância burra aguda que fomentou a cracolândia no centro da cidade e que agora se espalha por outros bairros. 

Aliás, são várias as patacoadas dos defensores dos "diretos dos manos" que nos assolam hoje em dia. Acho que reservarei um post apenas para isso um dia desses. Mas por hora fico no 2 x 1, de olho nas próximas medidas.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Uma Tragédia em Gestação

Amigo leitor, eu falo isso há meses. Há uma tragédia em gestação no metrô de São Paulo. Trata-se do túnel que liga as estações Paulista (Linha 4) e Consolação (Linha 2). 
Para quem não conhece, a integração das linhas 2 e 4 não segue o modelo conhecido nas estações Sé (linhas 1 e 3), Ana Rosa (linhas 1 e 2), Paraíso (linhas 1 e 2), Luz (linhas 1, 4 e várias da CPTM) e República (linhas 2 e 3). Neste caso, as duas estações ficam um tanto distantes uma da outra, coisa de 500 metros. Antes que algum desocupado fale besteiras, em Londres o usual é que as estações estejam afastadas assim, ou até mais ainda. Lá não se troca de linha para andar apenas uma estação, pois basta pegar a saída correta da estação anterior e caminha que dá no mesmo em distância e é mais rápido.
A estação consolação fica na avenida Paulista, na esquina com a rua Augusta, enquanto a estação Paulista fica na avenida da Consolação, uns 100 metros abaixo no sentido centro. Para ligar as duas foi construído um túnel direto entre as duas que permite aos passageiros trocarem de linha sem pagar nova passagem nem ter que passar pela rua. 
No entanto, houve algum erro no processo todo. Ou houve subestimativa do público que passaria por ali, ou houve falha de construção, ou houve falha de estimativa de distribuição do público... Não sei dizer. Mas é fato que os túneis ficam superlotados nos horários de pico matutino e vespertino. O aperto é grande sim, há desconforto, gente se empurra e até se desentende. Houve relatos de brigas já.
Em situação normal, embora desconfortável o túnel daria conta do recado apesar de tudo. O problema é a exceção. Em caso de incêndio em uma das estações, pode haver um problema bastante sério ali. 
Claramente fui pouco imaginativo. Vejam notícia aqui.
Não precisamos de incêndio, de desabamento ou de uma falta de energia para acontecer algo sério. Bastou um imbecil
É urgente a ampliação ou duplicação do túnel em questão. Pessoalmente, opto pela última que permitiria a ligação continuar sendo usada, ainda que em condições longes das ideais e ainda permitiria fazer cada túnel em mão única, melhoram o fluxo de pessoas.
Mas fingir que do jeito que está é bom ou que as coisas melhorarão sozinhas, é burrice aguda.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Educação (Des)Continuada

Qualquer um que leia meus textos ou me conheça pessoalmente sabe o quanto eu odeio o PT. Por oposição, acabo sendo eleitor costumaz do PSDB. Defendo a maneira realista e objetiva de governar em qualquer esfera do governo. Rio das furadas acusações de corrupção que jamais vieram acompanhadas de uma farpa de prova que fosse. Mas se tem uma medida tucana que me tirou do sério nesses anos todos foi a Educação Continuada, conforme vemos em São Paulo.
Para quem não sabe, o conceito é não reprovar o aluno: mesmo que ele não aprenda, ele segue com sua turma e vai aprendendo a matéria à medida que pode/consegue. Os tontos educadores dizem que isso visa mitigar a evasão escolar. Burrice aguda.
Lembro de quando eu era estudante. Nunca criei caso por causa da escola, mas se tem uma coisa que sempre esteve bem clara era que se eu considerasse a ideia de parar de estudar, meu pai me viraria do avesso. Antes que alguém se espante com isso, posso afirmar o mesmo sobre todos os meus colegas, de todas as séries, de todas as escolas que frequentei em relação as seus respectivos pais. E muito certos estariam se assim o fizessem
Tive alguns amigos e colegas que repetiram de ano. Tive muitos amigos e colegas que passaram perto de repetir de ano. Nenhum deles deixou ou considerou deixar a escola por causa disso. Até onde pude acompanhar, todos foram, cedo ou tarde, para suas faculdades e se tornaram bons cidadãos. 
Então onde diabos está a tal da evasão escolar ?
Os relatos que ouço e leio são de jovens desajustados, mas principalmente de pais fracos e frouxos. Os filhos deixam as escolas, principalmente, porque seus pais deixam ou fazem com que eles saiam. E não é a Educação Continuada que fortalece os pais. Ao contrário, amolece os filhos e, pior, atrapalha o ritmo de aprendizado de quem deveria estar em dia. 
É fato amplamente conhecido que a Educação no Brasil tem caminhado ladeira abaixo há décadas. Aqui, não vou partidarizar o assunto: a lambança é geral. Sai governo, entra governo e o nível médio dos estudantes piora inexoravelmente. Vinte anos atrás, quando fiz ensino médio (segundo grau na minha época), resolvíamos equações de 2o grau com o pé nas costas e escrevíamos redações semanais. Alguns  colegas de FEA, formados no ensino médio há pouco mais de 10 anos já se embananavam com a Fórmula de Baskara. Os alunos de hoje não sabem montar uma equação do primeiro grau e não sabem a diferença entre "discutiram" e "discutirão". Meus pais, apenas para caminhar um pouco no outro sentido, estudaram francês e latim. Enfim, não preciso dar mais exemplos.
Não sei dizer se os estudantes paulistas pioraram mais ou menos que os dos demais estados. Não tenho contato suficiente com eles para saber. Não se pode afirmar, portanto, que a culpa do problema é a tal Educação Continuada.
Mas que é fato claramente estabelecido que essa é uma ideia fraca, não preciso mais afirmar.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Valor x Preço

Debate antigo em diversas disciplinas, valor e preço são temas relacionados, parecidos, diferentes e, postos em conjunto, confusos. Preço é quanto se paga/cobra por um produto ou serviço. Valor é quanto esse mesmo produto ou serviço é monetariamente importante para quem compra e para quem vende. 
Simplificando muito, para quem vende, o preço tem que ser maior que o valor. Para quem compra, o valor tem que ser maior que preço. Sim, existe uma infinidade de nuances aí no meio, mas já podemos ter uma noção básica com isso.
Estamos acostumados a pagar unitariamente menos por quantidades maiores. Quem vende se sente na obrigação de fazer isso, assim como o comprador se sente no direito de ter essa vantagem. É por isso que, ao pedirmos meia porção de fritas o preço dela fica acima da metade do preço da porção inteira. Simples, certo ?
Até a página 2.
Estou de saída do trabalho olhando a chuva que caiu por aqui a tarde toda. Posso descer em meu ponto regular e caminhar 2km embaixo de chuva/garoa tempestade. Ou posso ir até o metrô, pagar R$ 3 pelo bilhete e andar "apenas" 800m de chuva/garoa tempestade.
É engraçada a análise de que não pago R$ 3 para tomar meia chuva, mas pagaria R$ 10 para não tomar chuva nenhuma. 
E agora, ficou invertida a conta ? 
Ou eu sou doido e não sei avaliar o valor negativo de tomar chuva ?

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

WTF (4)

Gente... (cliquem aqui: WTF)

Onde vamos parar...

Prazo de Validade

Amigo leitor, sempre me perguntei isso sem uma boa resposta: qual é o prazo de validade de um novo mando político ? Até quando a reposta "acabei de chegar, não é culpa minha" é aceitável ? Já adianto que não vou responder a pergunta e pretendo, com isso, disseminar a dúvida.
É óbvio que me refiro ao recém-empossado prefeito Haddad, mas o post tem caráter genérico (espero eu) para qualquer esfera do governo ou partido que entra ou sai. Vejamos exemplos de algumas situações.
- seria culpa de Haddad uma enchente épica alagando as duas marginais causada por uma chuva bíblica em março ?
- seria culpa de Haddad uma nota baixa em avaliações das escolas públicas paulistanas em 2015 ?
- seria culpa de Haddad um farol estar quebrado há 3 dias (desde 5/jan) ?
- seria culpa de Haddad um aumento grande nas tarifas de ônibus (digamos para R$ 3,30) ainda este mês ?
- seria culpa de Haddad um problema de superfaturamento na merenda escolar descoberto em abril deste ano ?
Na minha opinião: não, não, sim, em parte, talvez.
Alguns problemas realmente levam anos, e até mais de uma gestão, para apresentarem melhoras significativas e mesuráveis. Educação e saúde são dois exemplos. Mas outros são de efeito imediato e o farol quebrado é um bom caso: um par de ordens diretas dentro da CET e a várzea que se instalou na manutenção dos faróis paulistanos poderia ser, digamos, drenada.
No caso de licitações, então, só piora: o processo completo além de ser longo possui muitas variantes de tempo mesmo em casos similares. Daí sempre se pode alegar que um problema é vício da gestão anterior, independente da alegação ser verdadeira ou não.
Devemos então, ter paciência seletiva com o novo governante, de acordo com o tema ? Parece-me que sim. Mas qual o tempo aceitável, mesmo analisando-se caso a caso ? Lembrando apenas que nenhum partido é menos razoável na hora de criticar o governante do que o PT, devemos ser comedidos com o atual prefeito petista ?
Ruim de responder essas últimas, hein...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Lamento: não teremos o carro voador

Star Wars, Minority Report, Blade Runner, Total Recall e, claro, Back to the Future estavam todos errados. Lamento, amigo leitor, mas não teremos um carro voador. Ok, estou sendo apocaliptico, pessimista e depressivo. Mas o que vocês esperavam de mim ?

(cena de Total Recall)

Eu estava pensando sobre isso outro dia, e conversando com amigos. Depois de várias considerações, com destaque para o Henrique Myiamoto, essa conclusão pareceu simples e até inevitável. O resumo segue.
Em relação a um carro comum, o carro voador acrescenta uma dimensão a mais no controle do veículo. Não basta mais uma pista linear dentro da qual podemos nos deslocar lateralmente (unidimensional). Mesmo com o uso de uma pista linear, o deslocamento passa a ser na área da sessão, ou seja bidimensional. Significa que, na prática, todo mundo precisaria de um brevê de piloto. 
Pensem no estacionamento dos veículos. Se já temos problemas para fazer balisas no chão, imagina então pousar um carro que chegou voando na vaga.

(cena de Blade Runner)

Apesar dos fios visíveis na imagem acima, já dá um certo medo parar o carro mesmo sem ninguém do lado. Hoje, se erramos a distância da guia por 30 cm, podemos até consertar, deixar assim e até rirmos do erros. Pousar um carro voador 30cm acima do chão vai dar um solavanco, digamos desagradável.
As velocidades poderiam ficar estonteantes e ainda mais perigosas que as de um carro comum. 

(cena de Return of the Jedi)

Tem ainda, é claro, o perigo do mal usuário. Sempre vai ter alguém pensando em roubar sua casa ou um banco entrando pela janela. Ia ser necessário burlar os sistemas de segurança, mas alguém duvida que isso é possível ? Aliás, isso é parte dos roteiros dos mesmos filmes que estou citando aqui.


(cena de Minority Report)

Ainda assim, tem um fator final e mais forte. Acabamos de passar uma nova Lei Seca no Congresso endurecendo a pena dos motoristas alcoolizados. Deixando de lado a ridícula decisão* do STF  sobre o bafômetro, precisamos de um novo arcabouço jurídico para punir ainda mais os motoristas que dirigem carro comuns sem a menor condição mental para tanto por não sermos capazes de evitar isso apenas na base do bom senso. 
Simplesmente não temos maturidade social e biológica para um carro voador. 

(cena de Back to the Future)

Que pena. Quem sabe em uns 300 anos. Quem sabe em outro planeta. Quem sabe em outra espécie.

*refiro-me aqui à tosquíssima decisão de que "o réu não pode produzir provas contra si mesmo", invalidando as análises feitas por bafômetro. Não sou jurista, mas não é preciso nem ser bacharel para perceber o ridículo dessa decisão. Fosse ela correta, nenhum exame poderia ser feito, nem mesmo a dosagem direta do álcool no sangue no IML, pois o réu continua produzindo a prova. Esses ridículos ministros puseram em risco, na opinião deste blogueiro, todas as provas técnicas baseadas em exames de DNA, por exemplo. 


domingo, 6 de janeiro de 2013

Porque competir

Já faz alguns anos que a TSKF promove o Brazil International Kung Fu Championship Tournament. Faz ainda mais tempo que a academia participa sistematicamente de campeonatos dos mais variados tamanhos nos mais longínquos cantos do mundo. Levamos delegações que variam de poucos a centenas de atletas para competir em todos os níveis, categorias, graus e tipos de competição existentes. Você já se perguntou para que diabos serve competir ?
Começo dizendo que acho muito peculiar que uma academia que conta com mais de 2.000 atletas regularmente treinando leve uma delegação de "apenas" 400 ou 500 para o torneio que ela mesma promove. Por mais que seja um volume de gente inalcançável por qualquer outra academia no Brasil, parece-me que a adesão ainda é baixa. 
Claro que existem os mais variados motivos para um determinado atleta não competir. Ele pode não ter dinheiro para a inscrição. O campeonato pode ser em uma data impossível para ele. Ele pode até estar machucado e não estar em condições de treinar duro para uma apresentação a altura da competição. Se ainda assim não for o caso, lembre-se do GDE - Gerador de Desculpas Esfarrapadas, disponível aqui.
Mas vamos pensar pelo outro lado da questão. Em vez de se falar em porque não competir, vamos falar em porque competir.
A primeira coisa que se observa em um atleta de competição é que ele treina com mais afinco (isso incluiu quantidade, assiduidade, ritmo, dedicação e seriedade). Por si só, isso já traz benefícios impossíveis de se mesurar. É lógico que o atleta inscrito não quer fazer feio no campeonato. Ninguém quer. Então, ao mesmo tempo em que os grandes campeões estão buscando ganhar novamente, os novatos (ou os que se consideram tecnicamente inferiores) estão em busca de um lugar ao sol. 
A segunda coisa que se observa, menos no atleta e mais no ser humano, é sua renovada capacidade de lidar com a pressão. Afinal de contas, o atleta vai subir no tatame e apresentar uma vez sua técnica, sem direito de errar, escorregar, esquecer uma parte ou recomeçar. Sim, isso é pressão e ela existem em todas as atividades humanas. O campeonato ajuda muita a gente a melhorar sua relação com a pressão por resultados e, no fim das contas, o Kung Fu pretende nos fazer pessoas melhores. 
A terceira coisa que se observa é um sentimento de grupo. Os competidores, longe de se odiarem, sentem-se parte da festa. O atleta conhece novas pessoas, faz novos contatos e novas amizades. E todos saem de lá com algo em comum que só pertence a eles.
A quarta coisa é o aprendizado do campeonato em si. O atleta vai competir com colegas que ele conhece, mas também com muitos colegas de outras unidades e, principalmente, com atletas de outras escolas. E eles trarão outras formas ou as mesmas formas feitas com padrões completamente diferentes (e nem por isso errados). Assistir as competições e aprender novos detalhes, novos movimentos, novas maneiras de se fazer os mesmo movimentos foi o que mais me motivou a ir nos campeonatos durante anos. 
Claro que deve ter gente que consegue ir no campeonato sem treinar mais, sem aprimorar a técnica, não aprende a lidar com a pressão, erra tudo na hora de competir, sai emburrado com a arbitragem, não conhece novas pessoas e nem percebeu que tinha coisas a aprender. Digo que "deve ter" pois realmente não os conheço: é o tipo que desiste da academia no mês seguinte ao campeonato e, honestamente, cai nas brumas o esquecimento antes do final do ano.
Admito que eu poderia continuar a lista, mas se até agora você não foi convencido, eu jogo a toalha.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Calendário da Bola

Há anos eu imaginei um calendário mais racional para o futebol brasileiro. Mas como sou um Zé Ninguém, as ideias jamais chegaram onde deveriam. Vou aproveitar, então, o início do ano para deixar registrado aqui. Quem sabe um dia alguém leia...
As premissas básicas deste calendário são: alinhamento com o calendário europeu, 1 mês de férias, 1 mês  de pré-temporada, jogos às 4as e domingos. Claro que alguns ajustes seriam necessários, mas como o leitor perceberá, nada de impossível se apresenta aqui.
- pré-temporada: agosto
- Campeonato Brasileiro, com 18 clubes: 34 domingos iniciando-se no 1o domingo de setembro e encerrando-se no último domingo de junho (há sobra de datas para ocasiões especiais e datas festivas de Natal e Ano Novo).
- Copa Libertadores, com o mesmo regulamento de hoje: 16 datas quinzenais, usando-se as 2a e 4a semanas de cada mês entre setembro e maio (há sobra de datas para ocasiões especiais e datas festivas de Natal e Ano Novo). Final na última 4a-feira de maio, data fixa.
- Copa do Brasil: 16 datas quinzenais, usando-se as 1a e 3a semanas de cada mês entre setembro e maio (há sobra de datas para ocasiões especiais e datas festivas de Natal e Ano Novo). Final na penúltima  4a-feira de maio, data fixa. Este modelo comporta até 256 times inscritos.
- Férias em julho
Campeonatos de Seleções em julho
Como se nota, não tem regionais, estaduais, Copa SulAmericana, Torneio dos 4 ventos e nada dessas esquisitices. Esse calendário contém ainda 4 datas de folga aos finais de semana e outras 4 durante a semana para amistosos de seleções. 

Complicado ? Nem um pouco...