domingo, 30 de junho de 2013

John Williams is the man

John Williams é o cara. Não aceito comentários em contrário a esta afirmação. Recuso-me até a explicar para leigos em incautos quem ele é e o que já fez.
Seguem, então, algumas homenagens a ele.




Reclama agora !

sábado, 29 de junho de 2013

A Parede Pintada

Já fui criança. Sim, faz tempo. Bastante...
E lá pelos idos de 1979, quando eu era criança o nosso Brasil também vivia um momento social turbulento. Era o início do movimento sindical. Greves de metalúrgico por melhores salários tomavam as páginas dos jornais. "Como assim ?", perguntava-se o cidadão comum, ainda assustado pelos anos de repressão do Regime Militar que, embora menos intensa do que no início daquela década, ainda tinha tentáculos por toda parte. Aquele tal de Luís Inácio era um sujeito diferente, por assim dizer.
E nesse clima social, ia para a escola. No caso, era uma escola de gente rica (jamais soube como diabos meus pais podiam pagar aquela escola), na rua Tabapuã, Itaim-bibi. Chamava-se Catavento. Simpático nome, não? A aqueles carros importados todos levando ou buscando as crianças na escola, rumando para o Morumbi depois disso.
E como era escola de bacana, tinha que ter coisa chique para os estudantes. Nós, na virada dos 4 para os 5 anos de idade, tínhamos aula de inglês. Nada mais do que contar até 10, meia dúvida de cores e a música dos indiozinhos. "The book is on the table" seria avançado demais.
Um belo dia, tivemos aula de artes antes do recreio. Papéis, pincéis e tintas. Aquela baderna de sempre. E alguém errou, mas errou feio mesmo, no final da aula: as tintas foram esquecidas na sala de aula. Percebam a combinação explosiva: crianças, tintas, ausência de supervisão e paredes brancas. Eram brancas...
Alguns mini-vândalos atacam as (pelo que me lembro) imaculadas paredes da sala e o estrago foi épico. Impressionante como 3-5 crianças de 4-5 anos conseguem cobrir uma área tão grande de parede em tão pouco tempo. Nenhum pintor faz isso. 
Não fiz parte disso. Se tivesse ficado na sala, talvez tivesse feito, sem não que eu era. Mas não fiz. E no retorno do recreio, veio nossa professora de inglês para cantar a música do indiozinho e, quem sabe ensinar que preto era "bléque". 
A moça teve um surto psicótico ao ver o estrago na parede. De fato, a bronca tinha total procedência, mas simplesmente não surtiu efeito. Num enfoque equivocado mas compreensível, ela buscava os responsáveis pela obra de arte ainda fresca. E, naturalmente, ninguém se apresentou. Chegou-se a um impasse.
A professora queria cabeças e ninguém estava disposto a se oferecer. Na realidade, enquanto escrevo este relato, fico em dúvida se foram mesmo crianças da minha sala. Bem ou mal, poderiam ter sido de outra classe, não? Mas o terror continuava. A professora interrogava e ninguém sabia de nada (em um estilo que o mesmo Luís Inácio usaria anos depois). Ela, então escalou a coisa toda:
- Se os culpados não aparecerem, a classe inteira vai embora para casa pintados de índio. 
Deve ter sido inspiração pela música do indiozinho. Ainda assim, aquilo era um absurdo completo: punir todos pelo erro de alguns não procede, nunca, jamais, em tempo algum. Obviamente, ninguém se apresentou para assumir a culpa, e ela cumpriu a ameça: pintou o rosto de todos da sala, um por um, e nos fez ir embora para casa assim. Eu ainda fiquei para o final da fila na esperança de que o Lanterna Verde ou o Batman me tirasse daquele perrengue. 
Não funcionou. 
Lembro de entrar no carro da minha mãe aos berros. Humilhado, revoltado, agredido em minha pueril dignidade. Minha mãe perguntou pelo ocorrido apenas em casa quando mesmo depois do banho eu ainda chorava. A tinta saíra, a agressão não. Expliquei, ela deu de ombros e nada fez para defender o filho. Era hora de agir, portanto.

Na aula seguinte com a mesma professora, agitei os colegas um por um com antecedência. Ao sair a professora de artes, todos saímos juntos para o corredor e ficamos em frente à porta. A professora de inglês chegou e perguntou:
- O que está acontecendo aqui ?
- Greve - declarei eu.
O olhar de pânico que ela fez era a força que eu precisava:
- A gente não vai mais ter aula com você. Vá embora !
Ela perdeu o queixo. Depois de se recobrar do choque, tentou usar de uma autoridade que perdera uma semana antes com os pincéis e tintas utilizados. As ordens para entrarmos na sala foram ignoradas. Estávamos revoltados, irritados e unidos.
Devem ter sido umas 2 horas de negociação e não cedemos um milímetro. Queríamos outra professora, uma que não pintasse nossos rostos sem motivo. 
Vencemos. 
Lembro da cena da professora aos prantos na sala da diretora. Aparentemente, chorou tanto quanto cada um de nós. Ela havia perdido completamente o controle de uma sala de aula com crianças (monstros ?) de 4-5 anos. A diretora não podia demiti-la, mas isso não nos importava ou sequer fazia sentido. 
Vencemos mesmo: na semana seguinte, veio outra professora. 

Sim, amigo leitor, eu já fui manifestante um dia.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Copa das Confederações

Brasil x Espanha: o jogo que todos queriam ver na final acontece na final. Parece um comentário besta, mas ambas as seleções passaram aperto nas respectivas semifinais esta semana.
Só me pergunto se alguma das, ou ambas, esconderão o jogo pensando na Copa do Mundo em 2014. Afinal, o torneio principal mesmo é aquele, não este. Não creio que vá acontecer, mas preferi deixar o modo paranóico acionado por via das dúvidas.
Palpite: Espanha fácil. Qualquer coisa melhor que 0x3 seria um bom resultado.
A conferir.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Plebiscito

Ah, é? Vocês querem mesmo um plebiscito?
Então vamos criar um com 10 perguntas que estão relativamente ativas na mente de todas as pessoas, algumas delas há algum tempo. Não optei por 10, mas estou ciente de que ainda há muitos mais temas abertos do que esses. Alguns até mais importantes e relevantes. E tentarei ficar dentro de realidade, evitando coisas como "Você é favorável à realização da Copa do Mundo no Brasil ?", na medida em que não há mais como cancelar o evento.
Choque-se com minha conclusão, amigo leitor.
Primeiro, as 10 questões:
1) O voto deve ser obrigatório no Brasil ? (sim, não)
2) Como deve ser a distribuição das vagas parlamentares ? (voto distrital, voto distrital misto, voto proporcional)
3) Como deve ser o financiamento das campanhas eleitorais ? (privado, público)
4) As eleições devem ser simultâneas para todos os cargos ? (sim, não)
5) As coligações partidárias devem continuar permitidas nas eleições ? (sim, não)
6) Os cargos executivos (presidente, governador e prefeito) devem continuar permitindo reeleição ? (sim, não)
7) Deve ser adotada a pena de morte ? (sim, não)
8) Qual deve ser a idade para maioridade penal ? (16 anos, 18 anos, 21 anos) 
9) O casamento entre pessoas do mesmo sexo deve ser uma prática permitida ? (sim, não)
10) O aborto deve ser uma prática permitida ? (sim, não)

Ah, Mr. M... Não fiquei só na política e aproveitei para atirar pedras em quatro vespeiros sociais dos mais espinhosos. E agora tem um zumbido (uma das vespas?) incomodando lá no fundo de cada de vocês, não? Já chego a isso...
Para que não em acusem de apenas criar a confusão sem participar dela, seguem meus votos às minhas próprias perguntas:
1) não
2) voto distrital misto
3) público
4) sim
5) não
6) não
7) sim
8) 16 anos
9) sim
10) sim

Agora, segue o que eu acho que venceria em cada uma se a votação acontecer tão logo se promete. Marquei com (?) os que tenho menor grau de certeza.
1) não
2) voto distrital
3) público (?)
4) sim
5) não
6) sim (?)
7) sim
8) 16 anos
9) não
10) não
Destaquei em negrito as que, acho, colocar-me-iam do lado perdedor da votação. Mas o que eu quero destacar agora é o resultado das quatro questões de cunho social. Creio que o leitor concorde com meu Cálculo Hipotético Universal Teórico Estatístico sobre o resultado, independente de concordar ou não com minhas bisonhas opiniões sobre cada tema. 
Pergunto: você, leitor, votaria exatamente assim nas questões 7 a 10: sim, 16 anos, não e não? Com míseras quatro perguntas, já acho que não conheço ninguém que feche com todas. E aquela vespa mental está zunindo alto agora. Alguma coisa realmente importante vai ficar errada, bem errada, na opinião de todo mundo! No meu caso são 3 temas, dos quais 2 sociais, e está até barato. De um jeito ou de outro, um plebiscito induz à clássica formação de maiorias que impõe sua vontade às minorias: nada mais é do que a ditadura da maioria. E o fato de ser maioria não faz dela menos ditadura.
Ah, essa democracia é uma vadia mesmo...

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Reforma Política

Já com atraso, na medida em que os fatos estão se sucedendo mais rápido do que eu esperava, comentarei a tal Reforma Política. E começo com um comentário que assusta até a mim mesmo: sou contrário a voto distrital.
Todo sistema tem falhas, uns mais do que outros. Essas falhas possuem 4 origens possíveis a meu ver: 
- alguma regra foi deliberadamente mal redigida
- alguma regra foi não-intencionalmente mal redigida
- as regras em si são boas, mas o conjunto delas é deliberadamente mal redigido
- as regras em si são boas, mas o conjunto delas é não-intencionalmente mal redigido
No caso do sistema político-eleitoral brasileiro, há falhas dos 4 tipos. Seguem exemplos mantendo a ordem acima:
- distribuição de deputados federais por estado, prejudicando os estados mais populosos
- eleições fracionadas, gerando pleitos a cada 2 anos
- controle de caixa dos partidos
- mecanismo de voto proporcional, possibilitando a existência de "puxadores de votos"
Tem uma lista enorme de coisas erradas. Seguem algumas:
- O voto do paulista vale 1/8 do voto do amapaense nas eleições para deputado federal. 
- Usamos um sistema bicameral chupinhado sem motivo algum do sistema norte-americano sem qualquer vantagem efetiva para o país: o senado, na realidade, não serve para nada.
- Temos deputados demais.
- Temos partidos demais.
- Não é possível a candidatura avulsa: o político é obrigado a ser filiado a um partido.
- O sistema proporcional faz com que votemos em fulano elegendo ciclano.
- Ainda existe voto secreto no Congresso.
Paro por aqui, para não me estender demais na lista. Acho que o leitor pegou o espírito.
Então surge este clamor popular por mudanças, e a tão falada reforma política vem a tona. Muito bom. A presidente vem a público e fala em mudanças constitucionais. Disso surgiu um auê sobre uma constituinte ou uma constituinte específica para reforma política. Isso seria precedido de um plebiscito. Juristas correram a se manifestar contrários à sugestão que já foi abortada ontem mesmo.
Interessante como esses caras se entendem rápido quando querem, não? E eu discordo de todos eles por razões incrivelmente simples.

Primeiramente, citar plebiscito é sempre popular. Tão popular que parece populista. Mas mesmo que a presidente tenha sido populista nesse aspecto, concordo e apoio a ideia dela: o plebiscito daria números científicos a esse mar de achismos que virou a opinião pública. Se 85% das pessoas aprovar o desejo de reformas, ficará impossível não levá-las a cabo.
Segundo é a questão da reforma constitucional. Não li o suficiente para saber se são necessárias mudanças na constituição. Ouvi juristas dizendo que sim e outros dizendo que não, o que já me assusta. Considero todos uns babacas holofoteiros: como podem saber se é necessário ou não mudar constituição se não foi definido o que será mudado ?
O terceiro aspecto que se destaca é a resistência de alguns desses mesmos juristas a uma constituinte. Alegam que a atual carta, datada de 1988 é muito nova. Argumentum ad novitatem.
O quarto ponto é a dita impossibilidade de uma constituinte restrita. Este aspecto eu desmonto com dois tiros de bazuca. O segundo tiro é que mesmo que seja juridicamente impossível, poderia ser feita uma constituinte per si alterando-se apenas o que se refere à forma política (título II se não me engano), copiando e colando todo o resto. Simples! Mas o primeiro tiro, mais divertido de usar, é algo que esses togados sempre se esquecem. Trata-se do parágrafo único do artigo 1o: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição." Se é desejo do povo uma constituinte restrita, cabe a eles acharem uma maneira de fazer e não criar barreiras para impedir, oras.

Para finalizar, e cumprindo minha ameça inicial, falarei porque estou contra o voto distrital puro neste momento, e creio que por não menos que 20 anos pela frente. O voto distrital fraciona o país em centenas de área, cada qual elegendo seu representante, no caso, deputado. Muito se falou no passado que esse sistema favorece a criação dos chamados currais eleitorais, onde o político só precisa controlar aquela fração de eleitores para garantir seu mandato. 
Embora pareça que esse tipo de coisa não faz mais sentido no século XXI, existe sim um tipo específico de indivíduo capaz de se tornar conhecido localmente e de mobilizar uma quantidade elevada de eleitores a votar nele: o pastor.
Neste atual momento, o voto distrital simples transformaria o Brasil em uma república evangélica em apenas uma eleição. E depois disso, amigo leitor, já era. Peça visto canadense e enquanto ele não sai, corra para as montanhas que a coisa vai ficar feia.

terça-feira, 25 de junho de 2013

PEC 37

Ok, ok... vou escrever sobre a tal PEC-37. Eu não estava a fim, na medida em que na minha opinião a maior parte das pessoas não entendeu o que está de fato acontecendo. Pessoalmente, acho que a PEC-99 (da qual destilarei o vernáculo em outra oportunidade) é algo infinitamente mais grave e ameaçador, mas como o clamor vem puxando o tema, vamos a ele.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 37, cujo texto integral pode ser encontrado aqui, altera a redação do artigo 144 da Constituição de 88. Ela acrescenta o inciso X, com destaque para a palavra "privativamente", raiz da discórdia em questão.
Eu poderia discorrer umas 10 páginas sobre o tema sem nem mesmo ser bacharel, mas vou resumir em um parágrafo apenas. A leitura do texto vigente define as funções da polícia, com destaque para a investigação. Acompanhando de outras normas, chega-se a um resumo relativamente fácil de entender: a polícia investiga, o ministério público acusa e o juiz julga. Cada um no seu quadrado.
Porém, o Ministério Público passou, desde 2007 a investigar também. Aqui é importante ressaltar que a intenção é nobre e os resultados alcançados foram muito positivos, pelo menos até agora. Mas também foram resultados pirotécnicos, por assim dizer. 
Não estou aqui pondo em dúvida a honestidade, integridade nem seriedade do Ministério Público ou de seus integrantes. Que isto fique claro. Mas questiono sim se os membros do Ministério Público estão treinados e equipados para efetuar investigações. Também questiono se o MP já não tem atribuições suficientes para arcar com mais uma, relativamente distinta embora relacionada.
O MP sempre teve poder de influenciar a investigação. Pode direcionar, pedir aprofundamentos, provas adicionais, depoimentos. Não pode, pela CF 88, executar essas atividades, que são típicas de polícia. Uma vez colhidas as provas, o MP dá seguimento ao processo. E segue a vida.
A PEC 37 não visa calar o MP. Nem retaliar. Nem teria como. Visa compartimentalizar expressamente as funções evitando o fenômeno da competência concorrente, que mais é do que mais de uma pessoa ou órgão ser responsável pela mesma função. Do ditado popular (e neste caso muito sábio) "cachorro com muito dono morre de fome", vem minha opinião de que isso não é uma boa ideia em quase nenhum lugar, muito menos no Brasil, ainda menos no serviço público (sobre este último, tenho alguma autoridade para me expressar por dele fazer parte). Análises similares à esta podem ser lidas aqui e aqui. Como links externos, fecho a lista com a OAB que se manifestou favorável à PEC 37 neste link.
Infelizmente, não é esse o debate que se testemunha. Fossem os manifestantes favoráveis à competência concorrente, teríamos uma discussão menos acalorada e mais técnica. Adoraria participar se assim fosse. 
Não é. Fica apenas o bordão óbvio e necessário de "abaixo à corrupção" como se disso se tratasse o assunto. 
Entristeço.
Calo-me.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Engrenou ?

A time de Felipão venceu a Itália por 4x2 neste sábado. Mais do que vencer, convenceu: jogou bem, controlou o ritmo do jogo, manteve posse de bola, criou mais chances de gol. A seleção brasileira nunca esteve tão por baixo, tanto no ranking da FIFA quanto na visão dos torcedores. Acho que é a primeira vez na minha vida de boleiro (vou para minha 9a Copa do Mundo) em que a imprensa brasileira aponta outro time como favorito ao título um ano antes do torneio. 
Pelo lado positivo, percebe um amadurecimento da imprensa. A seleção canarinho, mesmo nos piores momentos, não é ruim. Tem bons jogadores e contará com a torcida caseira. Sem a última, chegamos com times capengas às duas últimas quartas-de-final. Deveria ser viável superar isso ano que vem.
Agora o time começa a mostrar algum padrão. Diferente do time de Dunga em 2010, os meias se aproximam dos excelentes laterais. Essa cumplicidade abre espaços, permite tabelas e acelera o jogo. Falei disso em 2010 durante a Copa em meu antigo site. Tenho certeza de que Felipão leu e roubou minha sugestão.
Agora acabou a brincadeira. Semi-final contra os uruguaios e possível final com a provável  e favorita Espanha. Divertido está.
E que se elogie o significado esportivo do evento. Fica uma cara de "mundialito", um "esquenta" para a Copa do Mundo. E mesmo com tiro tão curto, o torneio já nos  proporcionou 2 confrontos entre campeões do mundo e a garantia de mais 4, 3 deles valendo algo relevante.

sábado, 22 de junho de 2013

Aviso aos navegantes

É só um comentário genérico, mas as pessoas não parecem saber disso. Lá vai:
Quando um sujeito qualquer está de fone de ouvido, ele não te ouve se você falar com ele. É sério.
Podemos discutir por muito tempo se isso é ou não antissocial, adequado, conveniente... No fim, tudo isso depende muito do cenário. Mas o fato físico é que o sujeito não te ouve, ok ? Se for uma situação onde for necessário falar com ele, chame a atenção por outro modo. Dá um cutucão, faça sinais... sei lá. Mas não espere que a pessoa te ouça.
E, sim, este post tem endereço certo, embora eu creia que não será lido por quem deveria.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Imbecil e Foto do Dia

Segue foto do imbecil do dia:


Não estou chutando: o proprietário desse FIAT placa DWT-4623 não é deficiente físico (talvez mental). Eu vi ele estacionar e descer. Também não tem adesivo de deficiente em nenhum vidro.
Imbecil !
Divulguem, por favor.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Acabou ?

Acabou ?
Essa é a pergunta mais interessante, e não sabemos a resposta ainda. Há qualidade e defeitos em ambas as opções. Analisando, cheguei ao seguinte:
  • Sim
Isso desmonta o discurso do "não é apenas por 20 centavos". Seria sim. As pessoas que foram aos protestos questionando outros e mais sérios problemas teriam sido uma minoria e agora sumiram.
Se por um lado desmascara-se um discurso inflado, por outro o tal discurso seria, sim, algo muito bom para o país.
  • Não
Em essência, é o oposto do acima. Um povo quieto e passivo teria acordado e agora exige eficácia de seus governantes. Embora a sequência de paralisações da cidade seja algo altamente prejudicial a quem não quer ou não pode participar do protesto, a causa em si é mais do que justa.

Torço pelo "não". Aposto no "sim."

Populista

Populismo. Substantivo masculino. Ação política de carácter paternalista e demagógico. 

Fonte: Dicionário Aurélio Eletrônico v. 7.0

Ontem, dia 19/06, li a matéria a seguir, na Folha. Em resumo, até porque é bem custa e direta, a matéria cita o prefeito Haddad, que disse: redução das tarifas seria medida populista. Essa declaração foi dada pela manhã, e a matéria foi ao ar às 12h51. Coerente.
Ontem, dia 19/06,  às 18h18 foi ao ar o anúncio da redução das tarifas para R$ 3,00. Segue link desnecessário.
Primeiramente, o óbvio: Haddad é populista em suas próprias palavras. Passou o recebido, assinou e reconheceu firma. Nada mais a declarar sobre isso.
Alkmin foi junto. Não queria virar alvo isolado dos protestos. Igualmente populista, apenas sem o recibo.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Enquanto isso...

Sem entrar novamente no mérito das passeatas pelo país, foi aprovada ontem na Comissão de Direitos Humanos (sic) a proposta que autoriza a tal cura gay.
Não há muito o que se falar sobre a proposta em si que já não tenha sido dito, repetido e até grita à exaustão. O deputado Feliciano é uma mula com ferradura e tudo, então, de que adianta argumentar.
Mas quero chamar a atenção para a incapacidade do brasileiro em prestar atenção em mais de um assunto de cada vez. Favorável ou contrário às passeatas, todos as estamos acompanhando. E a CDH pode trabalhar na surdina, que é como os covardes fazem, para aprovar esse projeto que não se pode classificar sem uso de palavras de baixo calão.
Tem gente gritando que o Brasil acordou. Para isso eu tenho resposta: menos, gente. Ainda temos muito feijão com arroz pela frente para chamar isso aqui de nação.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Foto do dia

Adoro neblina. Não para dirigir, claro, mas realmente é algo que me deixa feliz. E o simples fato de pensar em algo alegre antes das 8h já é digo de nota. 
Segue foto tirada hoje cedo, na PRODESP:


Talvez por isso eu tenha tanto querido ir a Londres ano passado. Talvez por isso eu tenha gostado tanto de Londres.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A conta do Plínio

Circula no Facebook uma declaração atribuída a Plínio de Arruda Sampaio sobre as tarifas dos ônibus de São Paulo. Não consegui encontrar nenhuma evidência que comprovasse ou que desmentisse a declaração, mas meu ponto não é esse. Prefiro analisar a declaração em si.
Em resumo, ela é o seguinte: "O prefeito Haddad afirmou que a tarifa zero custaria 6 bilhões de reais por ano. Isso daria R$ 1,47 por pessoa por dia ?"
Não tenho certeza dos valor exato, mas é algo assim. Vamos, primeiramente, analisar o cálculo. Os dados são:
Custo anual: 6 bilhões de reais (declaração atribuída ao prefeito)
População da cidade: 11.376.000 (estimativa IBGE para 2012)
Não vejo razões para questionar esses dados. Vamos aos cálculos. Arredondarei em nome da simplicidade:
R$ 6.000.000.000 / 365 = R$ 16.440.000 / dia
R$ 16.440.000 / 11.376.000 = R$ 1,45 / pessoa / dia
Portanto, sim, a conta procede em valor bem aproximados. Claramente, isso se opõe à ideia de se pagar R$ 3,20, ou mesmo os antigos R$ 3,00 por passagem. Mesmo se usando o Bilhete Único, uma pessoa gasta hoje R$ 6,40 por dia, mais de 4x mais do que o cálculo.

Mas...
Vamos analisar a pegadinha dessa conta, então. 
Primeiro de tudo, vamos supor que os valores acima levantados permaneçam os mesmos. Isso é uma hipótese bem forte: com passagem gratuita e uma cobrança fixa anual por pessoa é evidente que a quantidade de passageiros seria muito maior. Qualquer um pegaria um ônibus para andar 500m, algo desnecessário no dia a dia. Mas direito é direito, e não há crime algum em se fazer isso. Deste modo, a quantidade de viagens aumentaria muito. Mas deixemos isso de lado e fiquemos com os 6 bilhões de Haddad. O mesmo para a população, até porque não vejo razão forte para questionar esse número mesmo sob a bandeira da tarifa zero.
Embora os manifestantes de facebook em geral não saibam, existe uma coisa chamada "Lei de Responsabilidade Fiscal". Em termos simples, ela proíbe os governantes de qualquer esfera ou poder de criar despesas ou anular receitas sem uma correspondente compensação. Serve para tentar conter a farra que se faz pelo país. A LRF não é um impeditivo para a tarifa zero, apenas regulamenta como deveria ser feita. Então vamos seguir com a hipótese de se cobrar o valor de R$ 1,45 por pessoa por dia, de cada cidadão paulistano. 
Aqui a coisa ganha contornos tributários complexos. É permitido se cobrar um imposto das pessoas que moram em um determinado local? Isso é legal? Há como se definir o fato gerador? Pode-se cobrar o imposto de menores de idade, cobrando seus pais ou tutores legais? E a evasão fiscal: muita gente poderia mudar seu domicílio para cidades próximas apenas no papel com intuito de burlar a cobrança do Imposto Municipal Beneficiando Expensas da  CIrculação Livre - IMBECIL ?
Ok, deixando a chatisse de lado, vamos supor que seja plenamente viável cobrar esse imposto (mais um ?) e que houvesse solução para todas as tecnicalidades envolvidas. Vamos aplicar a exemplos práticos e fictícios (mas nem tanto).
Começo por mim mesmo como exemplo. Moro sozinho, portanto eu receberia um boleto em janeiro de cada ano no valor de R$ 529,25 (R$ 1,45 x 365). Desagradável, não ? Não uso e não gosto de ônibus. Mas seria algo "pelos mais necessitados". Ok.
Meu colega Marcos (citação autorizada) é casado e tem uma filha pequena. Não importa se a pequena Sophia tem 4 meses, todo cidadão entrou no cálculo. Agora a conta é para 3 pessoas. O boletinho do Marcos vem no valor de R$ 1.587,75. Ah, o cara vai ficar uma arara quando ler isso.
Pensemos em um personagem fictício chamado José, casado e com 3 filhos adolescentes. José é açougueiro e sua esposa Maria é faxineira em um supermercado. Ambos com carteira assinada, tudo certinho. Ele ganha R$ 1.200* por mês e ela R$ 900*. O José pagaria R$ 2.646,25. Ah, mano !!!
Gente, essa conta não serve para nada de realmente útil. É enganosa, falsa, distorciva. E ainda por cima não contempla os 4 milhões de usuários do metrô todo dia. Típica conta comunista de quem não entende picos micos de economia e contas macro econômicas.
Aliás, já gostaria de me corrigir. Para uma coisa, essa conta toda serviu sim. Caiu a carapuça, ainda que por breve momento, de quem realmente está por trás dessa baderna. Conforme estamos falando há dias, é coisa da extrema esquerda: PSOL.

* curioso sobre estes valores é que eu chutei os dois baseado no nada. Depois, achei melhor pesquisar e eis que estavam muito bons para a média de suas respectivas vagas.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Violência gera Violência

Amigo leitor, vamos discorrer algum vernáculo sobre as manifestações que tomam São Paulo nos últimos dias. Tentarei algo inovador como estratégia de pensamento: calma e serenidade.
Primeiro de tudo, acho necessário estabelecer algumas coisas óbvias. O leitor pode questionar a validade de se fazer isso, e minha intenção aqui não é dizer novidades, mas dizer todo o óbvio conjuntamente.
- O transporte coletivo de São Paulo é caro.
- O custo do transporte coletivo de São Paulo subiu acima da inflação nos últimos 18 anos.
- O transporte coletivo de São Paulo é ruim, basicamente por causa do trânsito.
- O custo de transporte existe e será pago, de um jeito ou de outro.
- Inflação é uma média: isso quer dizer que alguns itens encarem acima dela e outros abaixo.
- O Salário Mínimo subiu muito acima da inflação e bem acima do custo das passagens.
- É (ou deveria ser) livre o direito a qualquer tipo de manifestação.
- É (ou deveria ser) crime destruir patrimônio público ou de terceiros.
- Ir e vir para onde de desejar também é um direito.
- A imprensa tem que cobrir todo tipo de evento, e manifestações dessa magnitude são prioridade.
- A Tropa de Choque não foi treinada para entregar flores.
- Quando um indivíduo A joga um objeto de qualquer tamanho a qualquer velocidade que seja em um indivíduo B, esse objeto fará uma trajetória parabólica se vista de lado, mas reta se vista de cima. Postar-se entre os indivíduos A e B é uma maneira bastante eficaz de ser atingido pelo objeto em questão.
- O povo brasileiro é incapaz de prestar a atenção em mais de um assunto ao mesmo tempo.
Desafio qualquer um a contestar essas afirmações, e as tomarei como verdade para seguir meu pensamento. De todo modo, elas não se esgotam na descrição do problema.

Pois bem.
Um grupo aparentemente disperso e não organizado está revoltado com o aumento da tarifa dos ônibus. O aumento em si não é lá grandes coisas, então sente-se uma revolta mais ampla e nem por isso menos correta. Cerca de 5mil pessoas tem se reunido com o intuito de reclamar em princípio da tarifa do ônibus, mas do transporte em geral. Assim sendo, o movimento é válido tanto por princípio quanto por conteúdo.
Porém, existe no Brasil, e em São Paulo em particular, uma péssima mania de todos os protestos e protestantes: ele se sentem prejudicados em algo (válido) e com isso acabam bloqueando avenidas importantes, de preferência a Paulista. É um misto de querer chamar a atenção (válido) com externar a raiva (válido) descontando no próximo (totalmente inválido). Ainda nessa linha de raciocínio, acontece pontual e eventualmente de alguns indivíduos exageram ainda mais os sentimentos e acabarem por praticar vandalismo nos mais variados níveis. Percebe-se que a razão começa a se afastar do debate.
Isto posto, o poder público tem a obrigação de intervir. Essa obrigação visa manter o direito de ir e vir de todos que não participam do protesto, garantir a proteção ao patrimônio público e particular e garantir a segurança dos manifestantes. Esta última refere a uma situação muito rara no Brasil, que é a possibilidade dos manifestantes serem hostilizados durante a manifestação. Ainda assim, fica claro que a função da polícia não é bater nos manifestantes.
No entanto, como se pode ver em praticamente todos os protestos, os manifestantes fazem absoluta questão de fechar o trânsito e isso é errado (além de antipático ao movimento). A policia deve intervir sim para evitar isso e costuma ser nesse ponto que inicia-se o confronto. Em diversos casos são feitas reuniões entre líderes dos manifestantes e o comando da polícia, estabelecendo as regras do protesto. E quando não são seguidas, a polícia intervém para dispersar a aglomeração que está descumprindo acordos e regras e desrespeitando direitos de outros cidadãos. Isso fica ainda mais sério quando começam as depredações.
Notem que, até aqui, minha análise poderia ser aplicada a praticamente qualquer manifestação nos últimos 20 anos. Ninguém muda, ninguém aprende, ninguém evolui.

Entrando no caso particular, há vários erros de todas as partes:
- é mais um movimento que insiste em fechar avenidas.
- é mais um movimento que contém vândalos, sejam eles 1% ou 99% da massa.
- é mais um caso em que o poder público não sabe lidar com manifestações. O brasileiro é preguiçoso por natureza: basta deixar os caras protestarem 2 ou 3 vezes e, sem usar violência, apenas deter quem praticar vandalismo. Em um mês a brincadeira perde a graça, a semana de provas chega, o patrão cansa do sujeito que sai mais cedo e aos pouco o movimento é esvaziado. Será que nenhum governante é capaz de ver isso ?
- alguns profissionais da imprensa são de uma burrice pavorosa também. Não adianta mostrar crachá para a tropa de choque depois que o conflito começou. Fique de lado, saia da linha de tiro e evite problemas, amigo. A não ser, claro, que a intenção seja vitimizar a imprensa e isso se chama manipulação.
- o movimento Passe Livre não parece conhecer o princípio de que "não existe almoço grátis". Essa fatura vai para alguém. Podemos discutir um modelo de subsídio a tarifas e isso é perfeitamente válido. Mas isso causará redução de despesas em outras áreas ou aumento de impostos. Simples assim.

O assunto não acabou. Outros protestos estão marcados. Duvido que alguém leia isso a tempo de colocar sensatez na discussão. Na dúvida, evitem a região.

10000

Acabei de logar no blog e, ao ver as estatísticas, noto que completo 10.000 visitas. São 10.003 para ser exato.
Agradeço a todos os visitantes pelo carinho demonstrado até hoje. Rumo a 100.000 agora, já que o ser humano tem essa mania estranha de celebrar números redondos.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O País dos Impostos

Hoje foi a uma loja da Colombo comprar duas calças para presente. Estava um preço que considero honesto: R$ 59,90 cada. Escolhi cor, modelo, número. Tudo simples.
No caixa, paguei também sem dificuldades. Recebi então a nota fiscal, que segue:


Destaco o valor e o percentual dos impostos. 49,89 % em impostos! Eu comprei duas calças e recebi duas calças. A loja, o dono da loja, os funcionários da loja, a comissão da vendedora, o shopping center, a cadeia produtiva inteira (tecido, aviamentos, mão de obra, corte, acabamento, transporte, frete, embalagem, energia, combustíveis, manuseios, controles, sistemas) ficou com uma delas.
Essa porra de governo filho de uma puta ficou com a outra.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

X Box One x PS4

Nem comentei nada sobre a nova rodada da Console Wars. Deixo pendente. 
Para esquentar o assunto, segue um vídeo dos mais divertidos:
 
 

Não tem nem estudante nem trabalhador

Amigo leitor, essa baderna organizada por um grupo de arruaceiros na cidade de São Paulo nos últimos dias passou dos limites. E já antecipo minha conclusão no primeiro parágrafo: não tem estudante nem trabalhador nesses protestos.
Quanto a estudante, o argumento é bastante simples. Estamos em junho, sinal de semestre letivo. Quem realmente é estudante está preocupado com provas finais, ou trabalhos ou ambos. Não é nem questão de apontar o comportamento nada condizente com estudantes, é apenas uma questão de lógica. Ademais, os estudantes pagam meia passagem nos ônibus. Também não é o caso de dizer "são apenas dez centavos". Percentualmente, dá no mesmo. Mas se eles estudantes fossem, estariam reclamando do aumento de dez centavos e não de vinte, na tarifa cheia.
Quanto a trabalhador, o ponto também é divertido, mas indireto. Não sei (não encontrei dados sobre isso) quantos trabalhadores usam o direito do Vale Transporte em São Paulo. Mas é fato que esse direito limita a 6% do salário a despesa com transporte. O empregador arca com o restante. Assim, o trabalhador que tem vale-transporte simplesmente não é afetado pelo aumento da tarifa: a conta vai para o patrão.
Ainda assim, é óbvio que o empregado de empresas menores nem sempre tem acesso a esses direitos. Esse tipo de coisa só vale mesmo em empresas grandes. Mas também são esses trabalhadores, os das empresas menores, que tem menor liberdade de ação para poderem saírem de seus empregos na hora do almoço para estar a tempo na avenida Paulista para o protesto. Trabalhador é aquele que trabalha, não aquele que tem tempo para depredações e pichações.
Em anos anteriores, eu critiquei esses "petistas de merda que fazem baderna". Com o prefeito Haddad do PT, fica claro que não são petistas, e faço aqui um mea culpa pelas críticas injustas. É aquele turminha do PSTU (pode-se ver as bandeiras nas fotos) mostrando sua cara anti-democrática, violenta, estúpida, mal-educada e covarde. 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Amarelo ?

Minha namorada não lê este blog, o que muito me entristece. Até brinquei outro dia dizendo que se eu traísse ela, poderia colocar uma foto minha com a periguete aqui, que isso não causaria problema algum. Ainda assim, ela merece algumas citações.
Essa foi uma passagem curta durante a custa transmissão do GP do Canadá. Luciana está aprendendo os básicos das transmissões automobilísticas e acho sempre válido incentivar. A transmissão corria em solavancos quando mudaram para a câmera onboard do Weber. Àquela altura, disputava posição com Hamilton a sua frente e Alonso atrás. Já digo de cara quem era, pois estou acostumado a reconhecer padrões de cores do carro e do capacete. Sem créditos na tela, Luciana olha e pergunta rapidamente:
- É o Weber?
- Sim, ele mesmo. Muito bom! Como você percebeu? - perguntei eu, pensando em ensinar alguma coisa.
- Ah, é uma Red Bull, né ?
- Quem disse ?
- O carro é azul, com o logo deles na frente. 
O logo era desnecessário, pois os rublotaurinos são a única pintura azul do ano. Ainda assim, ela estava certa. Já emendando no conceito de cor do capacete, segui o raciocínio.
- E como você sabe que é o Weber ?
- Tem um cara na frente dele. Não pode ser o Vetel
Calei-me.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

O Tiro no Pé

A nossa amada, idolatrada, salve-salve Rede Globo realmente dá mostras de que não tem mais interesse em transmitir a Fórmula 1. Marcado para as 15h, o GP foi transmitido apenas em sua primeira metade. Depois disso, com o perdão da palavra, foda-se o espectadorÉ daquelas coisas que realmente não tem explicação. A emissora paga pelos direitos apenas para poder exercer o poder não usar. 
Já houveram precedentes em outros anos. Os GPs do Canadá e Estados Unidos são historicamente vítimas de conflito de horários no Brasil, por serem realizados a tarde em nosso fuso horário. Mas há soluções inteligentes e simples, especialmente como no caso de ontem.
Para começo de conversa, não se tratava de uma final de Copa do Mundo ou de um horário determinado pelos astrólogos e numerólogos de Sirius Beta. Era uma porcaria de um amistoso sem qualquer valor esportivo efetivo. Não sei se foi retransmitido para outros países, mas ainda assim não ia matar ninguém marcar essa bosta para 17h. O mundo teria uma hora a menos de Faustão neste domingo e não vejo como isso poderia ser ruim. Se a corrida sofresse algum atraso por paralisação, coisa nada incomum no Canadá, é a vida. Mas marcar o jogo para 16h é burrice aguda. Fica claro que a Globo se interessa mais pelo binômio audiência-propagada do Faustão do que da Fórmula 1.
Mas vá lá. Digamos que os anunciantes do Faustão falem mais alto, ou que a audiência ativa seja melhor. Para isso existe o Sportv. E esse expediente nem é tão genial assim: foi usado ano passado na transmissão do GP dos Estados Unidos. Entristece, mas quebra o galho. E nem é tão ruim assim, para os pobres mortais que não tiverem tv a cabo ver na casa de um amigo ou do cunhado.
E naquele exato momento, a Globo tinha 3 canais Sportv transmitindo o próprio jogo da seleção (faz sentido para quem quiser trocar de narrador), um jogo ao vivo de volei pela Liga Mundial (faz sentido para quem quer outro esporte) e... VT de Cruzeiro x Internacional, pela emocionante 5a rodada do campeonato brasileiro.
Diz aí: quem é que gosta de futebol e especificamente de Cruzeiro ou Inter a ponto de não ver o jogo da seleção para ver o VT do jogo? Veja bem, amigo leitor, não era o jogo em si, era o VT dele. Burrice aguda novamente.
Para completar o quadro de épica estupidez, o VT da Fórmula 1, que tradicionalmente ocupa a grade do Sportv às 23h do domingo, não ocorreu ! Agora foi demais. Esse foi o cúmulo da burrice aguda. Não conseguir nem prestar atenção à que porra estava passando no lugar. 
Cansei. Mesmo.
Esta semana inicio minha migração para internet. Vou aprender a baixar a corrida, ver depois provavelmente já sabendo o resultado e um prazer a menos (o de ver ao vivo) se esvai. Isso traz consequências até no meu pacote de tv a cabo. Por mim, ficaria apenas com canais culturais para zapear aleatoriamente vez por outra. Talvez nem isso. 
É hora de evoluir.

sábado, 8 de junho de 2013

Lexuz Box

Amigo leitor, você já ouviu falar dessa caixinha mágica chamada Lexuz Box ? Vou lhe contar do que se trata.
Conheci o aparelho uns 2 anos atrás (2011). A dica veio de um colega da trabalho, a quem me referirei pelo pseudônimo de João. Um belo dia, João perguntou-me se eu conhecia a tal caixa e eu fiz uma careta similar à sua neste momento, amigo leitor. Ele, então, explicou que era um aparelho que comprara dias antes e, instalado entre o decoder da tv a cabo (NET) e o aparelho de tv, simplesmente descodificava todos os canais. Todos. 
Deixando claro que eu não tenho um desses, na medida em que isso é pirataria de sinal, a única exigência necessária é ter um plano mínimo da NET instalado na sua casa. Em caso de se ter mais de um ponto de tv na casa, é necessário um aparelho por ponto.
Soube de pessoas que foram tentar comprar, mas o aparelho virou uma espécie de unicórnio na Santa Ifigênia, na medida em que, por ser ilegal, está sendo apreendido. Que bom! Pelo menos nossa polícia está impedindo que produtos ilegais sejam comercializados por lá. Para se comprar um deles, é preciso bater perna, procurar, fazer cara de criança e, principalmente, não fazer cara de policial. Foi o que me disseram. Eu não tenho um, claro
O preço, segundo me disseram, baixou de R$ 600 para algo em torno dos R$ 400. Tem até estande que só vende a dinheiro, para poder mascarar a operação ainda mais. Ainda assim, some-se um cabo HDMI pois a saída RCA é horrenda: cheia de chuviscos, instável, com distorção de som. Li sobre isso em um blog, pois eu mesmo jamais teria um deles.
Os canais adicionais (pay-per-view de filmes, de esportes, canais premium de filmes e (que horror !) canais eróticos) são liberados imediatamente na instalação da boxO único tipo de canal que não é liberado é os de sinal HD. Soube dessa por um vizinho, já que ter uma dessas é errado.
Porém, com o passar do tempo, a NET altera periodicamente o sistema de codificação de sinal justamente para coibir esse tipo de ação fraudulenta. Com isso, de um dia para o outro aquela série que você estava acompanhando não pode mais ser vista. Horrível! Toca procurar um torrent ou um download RMVB (ou similar) para não perder o fio da meada. O que também é conta a lei, que fique claro, e eu jamais faria isso.
Para contornar a alteração da codificação, são criadas periodicamente alterações no firmware do aparelho. Basta baixar o arquivo, passar para um pen-drive e instalar por uma porta traseira, entre as saídas RCA e HDMI, na posição vertical. Depois basta executar a atualização via controle remoto e readicionar todos os canais, o que felizmente é feito com um só comando para localizar os 204 canais da NET-São Paulo. Segundo o fórum, claro, pois eu nem sei direito o que isso tudo significa: nem tenho um desses.
Recentemente, eu soube de um entrevero novo relacionado à tal Lexuz Box. Simplesmente chegou um lote falsificado de aparelhos no mercado. É preciso verificar a etiqueta de fabricação, pois tudo que chegou ao Brasil em meados de 2012 (um ano depois de eu ouvir falar nele pela primeira vez) é potencialmente suspeito. Instalar o novo firmware no aparelho clone o deixa travado, necessitando reinstalar as configurações de fábrica e ainda assim ficar sem os canais desejados. 
Não seria isso, pergunto como conspirador de final de semana, alguma sacanagem feita pela própria NET ? Não duvido nada.
Felizardo que sou, não tenho o aparelho clone para sofrer com ele. É sério: não tenho mesmo.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Estatuto do Egun

Está pegando fogo o debate sobre o Estatuto do Nascituro. Em resumo, a Jesuscracia está fazendo o que pode para, novamente, impor sua tosca vontade sobre os livre-pensadores. 
Não é novidade alguma isso. Quando a Igreja Católica era uma força verdadeira e imperava com seus tentáculos asqueirosos sobre a terra, tivemos um período de trevas de séculos. A Inquisição, que de santa não teve nada, matou centenas de milhares em nome de deus. Hoje os métodos são menos violentos, mas não chegam a ser sutis. Os crentelhos não dão sossego.
O tal estatuto é uma aberração jurídica sem precedentes no Brasil. Não tem nem como argumentar, pois falar de direitos e deveres com relação a algo que nem existe e nem está perfeitamente definido. E, para variar, quem vai pagar a fatura são mães obrigadas a manterem gestações indesejadas porque, dizem, um cara teria recomendado aos humanos "crescei e multiplicai", como se já não estivéssemos em 3 bilhões acima do recomendável... E, claro, você que paga impostos todo dia.
Então, como ateu ativista que sou, resolvi balancear as coisas. Se os nascituros tem direito a um estatuto, acho que os eguns também deveriam ter
Segue minha proposta para o tema:

Estatuto do Egun
  • Das disposições preliminares

Art.1º Esta lei dispõe sobre a proteção integral ao egun.
Art. 2º Egun é o ser incorpóreo que corresponde às forças da natureza.
Parágrafo único. O conceito de egun inclui os seres de todas as forças e variadas etimologias, não se excluindo espíritos, fantasmas ou mesmo assombrações.
Art. 3º O egun adquire personalidade jurídica ao incorporar, e sua natureza é reconhecida desde sua existência que não pode ser determinadas por meio científico, conferindo-lhe proteção jurídica através deste estatuto e da lei civil e penal.
Parágrafo único. O egun goza da expectativa do direito à incorporação, à integridade etérea, à honra, à imagem e de todos os demais direitos da personalidade.
Art. 4º É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar ao egun, com absoluta prioridade, a expectativa do direito à incorporação, à comunicação, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar, além de colocá-lo a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Art. 5º Nenhum egun será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, sendo punido, na forma da lei, qualquer atentado, por ação ou omissão, à expectativa dos seus direitos.
Art. 6º Na interpretação desta lei, levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar do egun como futura entidade incorporada.
  • Dos direitos fundamentais

Art. 7º O egun deve ser objeto de políticas sociais públicas que permitam sua existência sadia e harmoniosa e a sua incorporação, em condições dignas de existência.
Art. 8º Ao egun incorporado é assegurado, através do Sistema Único de Saúde – SUS, o atendimento em igualdade de condições com as pessoas físicas naturais.
Art. 9º É vedado ao Estado e aos particulares discriminar tanto o egun quanto o egun incorporado, privando-o da expectativa de algum direito, em razão do sexo, da idade, da etnia, da origem, da deficiência física ou mental ou da probabilidade de sobrevida.
Art. 10º O egun incorporado deficiente terá à sua disposição todos os meios terapêuticos e profiláticos existentes para prevenir, reparar ou minimizar suas deficiências, haja ou não expectativa de sobrevida depois da incorporação.
Art. 11º O diagnóstico respeitará o desenvolvimento e a integridade do egun, e estará orientando para sua salvaguarda ou sua cura individual.
§ 1º O diagnóstico deve ser precedido do consentimento médium, para que o mesmo deverá ser satisfatoriamente informado.
§ 2º É vedado o emprego de métodos de diagnóstico que façam o médium ou o egun riscos desproporcionais ou desnecessários.
Art. 12º É vedado ao Estado e aos particulares causar qualquer dano ao egun ou ao egun incorporado em razão de um ato delituoso cometido por algum de seu médium.
Art. 13º O egun incorporado em um ato de violência sexual não sofrerá qualquer discriminação ou restrição de direitos, assegurando ao médium, ainda, os seguintes:
I – direito prioritário à assistência médica, com acompanhamento psicológico do médium;
II – direito a pensão alimentícia equivalente a 1 (um) salário mínimo, até que complete dezoito anos;
Art. 14º A doação feita ao egun valerá, sendo aceita pelo seu médium.
Art. 15º Sempre que, no exercício do poder familiar, colidir o interesse do médium com o do egun, o Ministério Público requererá ao juiz que lhe dê curador especial.
Art. 16º Dar-se-á curador ao egun, se o médium estiver interdito.
Art. 17º O egun tem legitimidade para suceder.
Art. 18º O médium que, para garantia dos direitos do egun, quiser provar seu estado de incorporado, requererá ao juiz que, ouvido o órgão do Ministério Público, mande examiná-lo por um pai de santo de sua nomeação.
§ 1º O requerimento será instruído com a certidão de óbito da pessoa, de quem o egun é sucessor.
§ 2º Será dispensado o exame se os herdeiros do falecido aceitarem a declaração do requerente.
§ 3º Em caso algum a falta do exame prejudicará os direitos do egun.
Art. 19º Apresentado o laudo que reconheça a incorporação, o juiz, por sentença, declarará a requerente investida na posse dos direitos que assistam ao egun.
Parágrafo único. Se ao requerente não couber o exercício do poder familiar, o juiz nomeará curados ao egun.
Art. 20º O egun será representado em juízo, ativa e passivamente, por quem exerça o poder familiar, ou por curador especial.
Art. 21º Os danos materiais ou morais sofridos pelo egun ensejam reparação civil.
  • Dos crimes em espécie

Art. 22º Os crimes previstos nesta lei são de ação pública incondicionada.
Art. 23º Causar culposamente a morte de egun ou egun incorporado.
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 1º A pena é aumentada de um terço se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
§ 2º O Juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
Art. 24º Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar fim da incorporação:
Pena – detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço se o processo, substância ou objeto são apresentados como se fossem exclusivamente anti-incorporativos.
Art. 25º Manipular ou utilizar egun como material de experimentação:
Pena – Detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 26º Referir-se ao egun com palavras ou expressões manifestamente depreciativas:
Pena – Detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses e multa.
Art. 27º Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas ao egun:
Pena – Detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 28º Fazer publicamente apologia da discriminação contra incorporações ou de quem a praticou, ou incitar publicamente a sua prática:
Pena – Detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 29º Induzir médium incorporado a praticar fim de incorporação ou oferecer-lhe ocasião par a que o pratique:
Pena – Detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.

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Observação 1: algumas pessoas não sabem, mas o original aqui pervertido é o Estatuto do Nascituro real. Curiosamente, eu corrigi dois erros de português nele.
Observação 2: Marcelo Del Debbio, que amigavelmente publicou o este texto em seu blog, corrigiu o termo original "exu" para "egun". Sei lá eu qual é a diferença, mas não custava quase nada corrigir. O link permanece o mesmo por motivos estatísticos apenas.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Boa Notícia. Acho... (1)

Inaugurando a série "Boa Notícia, Acho...", a Justiça determina a recuperação da Vila de Paranapiacaba. Segue link.
Embora seja temerário depender de uma decisão judicial para que o óbvio seja feito, pelo menos ela (a decisão) veio. Visitei Paranapiacaba uma vez, acompanhando minha amada em um evento na região. Odiei o evento, adorei o lugar. Clima único, ar gelado, brumas que surgem do nada e fazem a temperatura despencar 4 graus entre uma quadra e outra. É sério isso. E divertido.
Há um enorme pátio de manobra de trens completamente abandonado, há anos. Uma tristeza de ver tudo aquilo enferrujando. Como não tem mais utilidade operacional (mesmo essa afirmação é questionável !), daria fácil um museu ferroviário a céu aberto mesmo. Basta querer.
Claro que depender do governo, qualquer esfera e qualquer partido que seja, já é questionável. Isso pode virar uma batalha judicial interminável. Mesmo que não vire, nada garante que o tal cronograma seja cumprido. No limite, pode ser apresentado um cronograma de 20 anos e a decisão estaria cumprida em sua plenitude. 
Vamos torcer para que alguém ponha a mão na consciência e faça algo sério sobre isso.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O Imbecil do Dia

E quando a gente acha que não há mais absurdos novos a serem cometidos, acho isso aqui:

Prefeitura de cidade do Pará oferece R$ 5 a quem matar cães. Segue link.

Sr. Marcelo Pamplona, prefeito de Santa Cruz do Arari: o senhor é um imbecil e merece destino ainda pior do que o causa a esses animais. Não passe a menos de 50m da minha pessoa, por favor.

Só deixo uma pergunta para o amigo leitor. Tente, por favor, adivinhar a que partido pertence esse cretino.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Guerra Fria

Amigo leitor, passei o final de semana prolongado embaixo do edredon, exceto pela partida de Battlestations no domingo e duas horinhas em um café com uma amiga. De volta ao ritmo normal, gostaria de resenhar, do meu modo, um excepcional jogo de tabuleiro chamado Twilight Struggle.
Primeiro colocado no ranking do Boardgamesgeek, TS, como eu estou chamando é um jogo pesado. Demora por si só umas 3 horas por partida, embora eu entenda que jogadores experientes possam reduzir isso em 1/3. A explicação não é tão longa, mas acaba sendo recorrente: as ações possíveis são importantes e não se pode errar nisso. A curva de aprendizado é inclinada: marinheiros de primeira viagem demorarão bastante até entender como se joga, e provavelmente serão surrados sem piedade pelo adversário.
Isso posto, o jogo tem um clima incomparável. Simula-se a Guerra Fria entre duas superpotências que quase devastou o planeta. O confronto arrastou-se por 40 anos divididos em 10 turnos. Embora tenha regras iguais, o jogo é assimétrico: outro charme. Segundo análises dos mais conhecedores, a URSS leva vantagem, embora eu mesmo tenha vencido partidas usando ambos os lados. Conceitos como influenciar um governo, patrocinar um golpe de estado ou fazer uso de eventos históricos vão se alternando a cada jogada, tornando cada partida algo único. 
Até o momento, permaneço invicto, com 3 vitórias pela URSS e 2 pelos EUA. Nesta quarta, mais uma partida marcada. Bom demais.