terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Atirei

Neste último sábado, 28 de janeiro, fiz um curso de Operação de Pistola Semi-Automática. Achei legal, agora, relatar o dito cujo.

Ocorre que o grande amigo Yanes descobriu essa parada no CTT - Centro de Treinamento Tático. Pagamos 680 temeres cada um para 12 horas de treino, incluindo teoria, manutenção, montagem/desmontagem, 350 tiros em pista, almoço, lanches e certificados.
Em uma só palavra: épico.
Sim, é longe pacas: Ribeirão Pires. Isso significa, sem a carona do Markus, pegar metrô e CPTM. Ou seja, dá pra ir numa boa, gente: só demora. Chegamos antes das 8h, entramos sem maiores problemas e logo tinha um café da manhã simples e funcional a nossa espera.
O curso começa com as apresentações, depois vem a parte teórica. E começa por segurança. E os instrutores, todos policiais civis e militares, são extremamente rigorosos com isso. E tem que ser mesmo, afinal, são 36 potenciais novatos com armas de fogo e munição real. Ok, munição real apenas depois do almoço.
Mas não nos precipitemos. A parte teórica mostra o funcionamento de uma pistola, as peças, as partes, os conceitos de pegada, visada, apresentação, 4 posturas... Sim, é complexo isso. 
A seguir, montagem e desmontagem. Cada aluno pega sua caixa com todo o equipamento e volta para a mesa. Havia caixas com Glock 25 e com Taurus 838, ambas calibre 380. Aprendemos, então, a desmontagem e montagem de primeiro estágio: sem uso de ferramentas. Faz-se isso diversas vezes, até ficar "fluente". Depois, troca-se com um colega que esteja usando o outro modelo. A troca é para se notar as diferenças mas principalmente as semelhanças: entender "com as mãos" as peças.
O almoço aconteceu na fábrica parte do complexo, não sem uma ótima sacada do Del Debbio: as opções de carne eram bisteca de porco e linguiça, "o que já exclui o terrorista". Rimos loucamente.
À tarde, prática. Chegamos à pista às 14h. Aprendemos a municiar (colocar as munições nos carregadores. E é isso que realmente cansa. Tipo mesmo. Mesmo, de verdade, pra valer (estou relatando o curso 3 dias depois e os dedos das mãos ainda estão sensíveis).
Daí começamos com sequências curtas a 2m do alvo. As sequências vão aumentado para 3, 5 e 10 tiros. Usa-se os alvos de cima na foto abaixo:

foto 1: alvo básico

Depois disso, passamos para 5m, alvos centrais. Depois 7m, alvos de baixo. A esta altura, é natural dar 10 disparos de uma só vez. Mas sempre sem pressa, cada um no seu ritmo.
Depois de novas instruções, partimos para o alvo 2:

foto 2: alvo avançado

Aqui, mudam-se conceitos. Passamos a atirar em mais de um ponto na mesma sequência. Eram 3 conjuntos de 5 tiros, o que nos obrigava a trocar de carregador no meio do exercício e recuperar a visada e concentração. Excelente.
Os alvos amarelo e azul, em cima, eram específicos para tiros com apenas uma mão. E fiquei surpreso com o resultado da mão direita (sou canhoto), no azul. 
O alvo de forma humana, no centro, é para tiro rápido. Foram 70 disparos, buscado velocidade e sem medo de errar feio. A ordem era testar mesmo.
Por último a prova padrão FBI:

foto 3: prova

A prova consistia em 10 tiros, sendo 2 a cada distância: 2m, 5m, 7m, 10m e 15m. Meus colegas me superaram aqui. Acho que ter ido muito bem no treino me colocou pressão de ir bem na prova. Ainda assim, teria passado (a nota é 60).

Resultado: novo skill na ficha e muita vontade de voltar.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

2000 pneus

Tenho contado causos que aconteceram no meu curso de Engenharia Química, mas teve outras passagens ótimas no de Administração de Empresas. Vai um desses hoje.


Por alguma razão que nunca cheguei a entender, minha turma da Adm fazia uma auto-segregação de gênero na hora de se alocarem nas salas de aula. Não que fosse sempre ou obrigatório, mas de modo geral os rapazes se sentavam do lado esquerdo da sala e as moças a direita. E naquele dia, então, eu estava no fundão, exatamente no meio.

(pausa para risadinhas...)

Estudávamos gestão da produção. Especificamente, o problema do estoque limitado de matéria-prima. Trata-se saber quanto você pode produzir, dada uma limitação de materiais disponíveis. E era apenas o início do tema, que ficaria complexo e interessante algumas aulas depois.
O professor, então, manda a pergunta:
- Imaginem que vocês gerenciam uma montadora de automóveis. Todas as peças estão com estoque infinito, exceto pneus. São apenas 2.000 pneus disponíveis. Quantos carros podem ser montados?
Foi um enorme barato estar sentado no meio de uma separação por gênero naquele exato momento:
esquerda (rapazes): 400
direita (moças): 500

Olhares foram trocados. 
O clima pesou.
As piadas duraram meses.