segunda-feira, 22 de abril de 2013

Maceió (2)

Neste segundo e último post sobre minha recente viagem a Maceió, relatarei brevemente os passeios realizados. E já adianto, amigo leitor, que recomendo todos eles.
Na terça-feira, dia 9, pegamos uma van no hotel por volta das 16h e seguimos para a cidade para a feira de artesanato. De antemão aviso que não gosto de artesanato. Acaba virando um passeio consumista, algo que eu odeio do fundo do coração, onde se compram montes de coisas inúteis ou de qualidade duvidosa. Enfim, troca-se dinheiro por nada. Metade das coisas a venda são peças decorativas de temática regional. Salvo o caso de você querer decorar sua casa inteira com esse tema, comprar peças decorativas acaba tornando a casa do viajante um pequeno museu de esquisitices, ao estilo do Pitt Rivers, em Oxford. E frágeis, o que no fim das contas apenas te chateia quando quebra, e isso não tarda em ocorrer. A outra metade são de peças utilitárias de qualidade questionável, pois se fosse tão bom assim, seria feito em escala em uma fábrica. Confrontado com esse argumento, a compradora média tentará escapar com "mas eu quero" ou "ah, mas a gente precisa ajudar essas pessoas". E quando você mostra que o que elas precisam é de um emprego de verdade, elas retornam ao "mas eu quero". 
Lembrando apenas que o "mas eu quero" é o supertrunfo dos debates entre casais, perdendo apenas para "eu estou gorda ?
De todo modo, o passeio rendeu algumas X compras pela Luciana, vários Y reais a menos na minha carteira e uma imunidade de 1 ano para não precisar ir a Embu das Artes.

No dia 10 fomos a Dunas de Marapé. Antecipando as imagens visuais do amigo leitor, não há  dunas em Dunas de Marapé. Nem sequer tentaram me enganar quanto a isso. Depois de mais de hora dentro de uma van que saiu logo cedo, chegamos a uma praia absolutamente linda. Água quente e calma, uma piscina de água salgada verde, limpa, gostosa e agradável. Duramos apenas 40 minutos, pois tínhamos dois passeios programados. O primeiro era um tour pelo mangue de barco. Entramos por ele por volta das 11h e fomos aprendendo detalhes da vida dos moradores locais, da fauna, flora e história. Vale lembrar o relado dos índios caetés que canibalizam o primeiro bispo do Brasil, do Pero Fernandes Sardinha (com um nome desses, também...). Só lamento pela incompetência de guaranis, kaiowas, tupis e demais tribos nos séculos seguintes. Nesse passeio, nadamos no mangue, caçamos siris, entramos na vegetação local, paramos em uma vista belíssima ligando mangue e mar e tiramos montes de fotos. Porém, o que deveria demorar 90 minutos, demorou 150, e não foi por culpa dos turistas. 
O horário programado para a volta era 12h30, e teríamos 90 minutos para almoço antes do passeio de quadriciclo em outra praia. Chegamos para almoçar às 13h30 e engolimos a comida para podermos fazer a segunda parte do dia. E foi quando descobrimos que "a maré subiu" e isso impedia o passeio. Burrice aguda da nossa guia CVC Edvânia, que deveria ter se informado disso, bem como do nosso barqueiro Rogério, que enrolou desnecessariamente em algumas partes do trajeto. 

Dia 11 foi a vez da praia do Gunga. Quase duas horas para chegarmos lá e tivemos de cara uma vista privilegiada da lindíssima praia. Mais dois passeios programados para o dia, com o guia Mozart já informado do infortúnio do dia anterior. Este mandou bem, e estávamos às 10h no local determinado. Por R$ 30 por pessoa, pode-se visitar as falésias de buggy. Mas por R$ 80 aluga-se um quadriciclo pra duas pessoas. Não havia conta a ser feita... E curiosamente, apenas 2 quadriciclos saíram no meu grupo. Diversão máxima, gente. Fizemos duas paradas, uma para fotografas as falésias e outra para mergulharmos no estuário. 
Voltamos às 11h, para o tour de barco pelos recifes locais. Paramos e pudemos, com cuidado, andar pelos mesmos. Na volta do passeio, paramos em uma ilha temporária onde um bar-barco atraca. Diversão a parte foi assistir a ilha sumir com a subida da maré.
O almoço ficou por conta de um peixe grelhado gosto e um tanto pequeno pelo preço. Serviço péssimo e caro. O tal Dom Pero é uma enganação.
Na volta, atrasamos por conta de um casal que demorou 30min a mais para chegar. Isso comeu boa parte do passeio seguinte. Para mim, não fez a menor falta, mas fiquei genuinamente triste pela Luciana não poder visitar direito o tal Bairro das Rendeiras. Tanto que nem me valeu imunidade adicional para evitar Embu das Artes.

O mais contemplativos dos passeios foi dia 12, quando fomos até a Foz do Rio São Francisco. Foram mais de 2h de ônibus até a simpática Piaçabuçu, onde um barco chamado Bossa Nova nos levou rio abaixo por mais 45min. A foz, esta sim cercada de dunas lindíssimas, nos recebeu com alegria. O guia Felipe contou casos e relatos da história do rio, bem como assuntos de preservação ambiental. Lá, podíamos ficar por 90 minutos. Entre as atividades, mergulhar em uma lagoa salgada, nadar no rio São Francisco e, claro, mais uma feira de artesanato. Taças de barro, conjunto de moringas, apoio para panelas, bolsas de palha... Vai dinheiro, vem besteira. Esta sim, validando meu segundo ano de imunidade a Embu das Artes.
Voltamos pelo mesmo barco, um pouco mais lento por ser contra a corrente.
O almoço foi mais um buffet duvidoso, onde não foram capazes de nos servir uma coca zero.

Apenas para finalizar as histórias de artesanato, 2 das 3 moringas e 2 das quatro taças não sobreviveram à viagem e quebraram. Estão todas com minha sogra aguardando análise detalhada. Isso me garantiu imunidade permanente contra compras de artesanato. Nunca mais.

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