quarta-feira, 13 de março de 2013

habemus papam

Eu, burro de tudo, achei que nada mais me surpreenderia este ano. Já tivemos o az no volante no último domingo, o pastor homofóbico na comissão de direitos humanos, torcedor que morreu em jogo do Corinthians... Eu realmente estava prevendo um período tedioso. 
E eis que o Vaticano me anuncia um papa argentino.

13/03/2013: o dia em que o Catolicismo morreu no Brasil.

Não achem que estou feliz com isso não. A escolha foi péssima e trará, na minha opinião, a derrocada final do Catolicismo em terra brasilis. Em menos de 10 anos os evangélicos serão maioria no Brasil. Podemos estar rumando para uma teocracia eletiva, algo sem precedentes na História.
O Catolicismo está em cheque. Tem apanhado em diversos espaços. Na Velho Continente, vai sendo abandonado sistematicamente pelos cultos e instruídos europeus, que passam a não ter religião. Noruega, Finlândia, Holanda e Suíça já não possuem maioria de nenhuma religião e caminham a passos largos para serem países ateus. França, Alemanha, Dinamarca, Bélgica e Suécia seguem pelo mesmo caminho, um pouco atrás. Não há o que fazer.
Na América, onde é forte, vem sistematicamente perdendo fiéis para os evengélicos, notadamente no Brasil. Mas o modelo de exploração comercial da fé está encontrando eco nos países vizinhos, e franquias são abertas todos os dias. Nos EUA, de maioria protestante, a bomba demográfica latina faz efeitos também no campo religioso. É um bom campo para o Vaticano.
Na África, a ameaça é o islã, que finalmente decidiu descer do deserto e avança pelo centro do continente. 
O único território amigável tem sido a Ásia, onde os católicos são minoria. Mas justamente por isso é mais fácil obter novos fiéis e, verdade seja dita, estão conseguindo.
Se o conceito era escolher um papa para atrair fiéis pelo exemplo, era preciso escolher um de dois battlegrounds: América e África. Optaram pela América, no sentido de proteger os territórios conqusitados. Não chega a ser errado.
Mas daí escolhem um argentino. Nada contra o cardeal Bergoglio, que tem até um rosto simpático. Mas os argentinos são detestados por todos os não-argentinos. Não são apenas os brasileiros que os odeiam, são todos. São os franceses da América Latina, ou cariocas, dando um exemplo mais nacional. Só eles gostam deles mesmos, e nem sempre.
O sorriso de Francisco I pode se tornar útil. Sua declarada homofobia não. Mas a rivalidade entre brasileiros e argentinos será catastrófica para o Vaticano por aqui. Eles talvez jamais se recuperem dessa decisão.

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