quarta-feira, 19 de novembro de 2014

A Garrafa na Descarga

Lá vou eu pegar no pé da ideias esdrúxulas de hoje em dia...

Já que não temos água, precisamos economizar. As primeiras coisa que se falam são aquelas que nem precisariam ser ditas:
- banho rápido
- juntar mais roupa para fazer um ciclo na máquina de lavar
- não lavar a calçada com mangueira
Essas, na verdade, não são medidas de economia, mas e se evitar o desperdício. São permanentes, em qualquer lugar do planeta. 
Depois vem as emergenciais, para este momento:
- não lavar carros (ou lavar sem água)
- captar água da chuva para usos viáveis como descargas e lavagem de chão
E depois vem aquelas que não resolvem coisa alguma, como a tal garrafa pet dentro da descarga. Segue foto explicativa.


Então vai o implicante e inconformado blogueiro fazer contas. Ô mania pentelha essa...
A ideia, caso o leitor não saiba, é inserir uma garrafa PET no interior do compartimento de descarga de modo a ocupar uma parte do volume dele com uma água que não será usada na descarga, reduzindo o volume efetivo de água utilizada. Na foto, e na maioria dos lugares onde se lê essa dica, a sugestão é uma garrafa de 1,5l. Qual não foi minha surpresa, na minha casa, ao descobrir que uma garrafa desse porte não cabe... Usei uma de 0,5L, que era o que eu tinha a mão. O objetivo era testar se isso compromete a efetividade da descarga e, admito, não comprometeu.
Agora as contas. Claro que não são todos os vasos sanitários que utilizam esse modelo. Muitos têm válvula embutida na parede.
Então vou calcular com a garrafinha de 0,5l mesmo, chutando 5 usos por dia, em um total de 20 milhões de pessoas. Todos são valores questionáveis, mas nada muito fora da realidade. A quantidade de pessoas que não pode usar esse método talvez seja compensada pela garrafa maior, embora eu seja o zicado que não pode usar. Fiquem a vontade para fazerem seus ajustes, amigos leitores.
Calculando, isso totaliza 50 milhões de litros por dia, ou 50 mil metros cúbicos por dia. Transformando isso na unidade usual, temos 0,579 metros cúbicos por segundo. Considerando-se que a vazão do Sistema Cantareira é da ordem de 33 metros cúbicos por segundo (fonte)... isso dá 1,75% de economia.

Putz. Por essa eu não esperava.
A tal medida parece que, sim, tem capacidade de fazer algo pelo sistema. 1,75% é algo mensurável e pertinente. 
Recomendo, portanto.



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