sexta-feira, 13 de maio de 2016

Golpe, Traição e a Caixa de Bombons

Golpe?
Ora não me façam rir de novo disso. Já deu esse assunto, ok?
Como estratégia, tentar colar a pecha de "Golpe" no processo de impeachment da presidente Dilma foi uma tentativa válida de marketing político, mas não funcionou. Comparar 2016 com 1964 só fez as pessoas notarem que era mais 1992 mesmo. 
Há um sem número de explicações técnicas, jurídicas, legais, institucionais, contábeis, legislativas, práticas, jornalísticas e morais. A esta altura, quem insiste em chamar de golpe só está fazendo papel de bobo e perdendo credibilidade, se ainda tiver. Recomendo que pare.

Traição?
Agora a pergunta é outra. No entender deste blogueiro, sim.


O argumento que diz que Temer teve os mesmo votos que Dilma também faz deles aliados eleitorais. Temer era o vice de Dilma, não o primeiro a tentar lhe passar a perna. Aécio era o adversário, não Michel.


Então se a foto acima enerva o leitor de esquerda por ter se sentido traído, abandonado, largado e desprezado por alguém que com você deveria estar no momento difícil, acho esse sentimento perfeitamente válido e correto.

Caixa de Bombons
A já famosa analogia da caixa de bombons ganha novo contorno aqui. Não estou mostrando ideologias, mas a questão eleitoral: vota-se para o cargo majoritário e para o vice em conjunto.
Nem sempre foi assim. Até os anos 60, a eleição para vice-presidente era separada. Foi isso que levou João Goulart ao cargo, sendo ele de coligação diferente da de Jânio. Daí Jânio saiu e, Jango entrou e teve aquela confusão em 64 e o rebosteio todo em 68... 
Hoje votamos em conjunto para evitar isso. E eis que deu errado, pois não era de se esperar, pelo menos do ponto de vista teórico, uma traição dessa magnitude.
Mas uma coisa há de ser dita: por causa disso, Temer foi eleito vice-presidente com os exatos mesmos votos que Dilma foi para presidente. Foi você, eleitor do PT, quem colocou ele lá. Foi você quem criou a cobra. Foi você quem confiou no traidor.
Se hoje, eleitor do PT, você diz que não votou nele, você votou sim. Pode ter sido na caixa de bombons #13, mas votou.
E se hoje você não gosta dela, lembre que tinha a outra caixa, #45. Pare de mimimi e comece a fazer críticas válidas. O Brasil precisa de uma oposição crítica e atuante: não seja um babaca.

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